A partir de hoje vou procurar dar destaque semanalmente aos comentários que mais receberam moderação positiva, ou que se projetaram por acrescentar informações interessantes sobre o tema que estava sendo noticiado. A série abaixo é sobre a semana de 30 de julho a 5 de agosto.

Destaque da semana: O comentário sobre o “ímpeto de criar balbúrdia” , por ZatrazZ em “Unix: Mac OS X Leopard recebe certificado UNIX 03 do Open Group”, foi o que teve maior número de votos de moderação positiva esta semana, possivelmente indicando uma tendência ao questionar justamente o mau uso dos comentários por quem usa o texto da notícia como mero gancho para tentar expor (incessantemente e de forma ruidosa) sua visão de mundo. “Ao invés de ficar discutindo se a Apple é 'do eixo do mal' ou se ela é software livre ou não, por que não nos concentramos em tópicos como: o que é realmente essa certificação, o que ela significa para os SOs Unix-like, o que essa certificação pode representar para o Linux no lado técnico e comercial, se vale a pena ou não uma empresa como a Red Hat avançar para tentar obter essa licença, quais são os pontos forte do MacOSx que o Linux poderia se espelhar, etc? Se não perdemos a objetividade com 'flamewars' e comentários com 'sarcasmo, ironia e humor' desnecessários, eu garanto que a discussão será muito mais proveitosa. Mas para isso é necessário que alguns controlem seu ímpeto de criar balbúrdia e tentar expor seu ponto de vista sem provocar a reincidência de tópicos delicados.”



Software público: “A dos Correios que não permite a cópia” , por acidbase em “Aplicação para localizar CEPs do Brasil”: Você sabia que a licença da base de dados do CEP, provida pelos Correios, não é pública? A quem deveriam pertencer estes dados? “Esse tipo de aplicação é muito útil. A base de dados de CEP então, nem se fala. Mas eu espero que essa base tenha sido cadastrada pelo próprio Leonardo e não "importada" de nenhuma base de dados proprietária (como a dos Correios que não permite a cópia, reprodução e todos os outros bla bla blas comuns à softwares proprietários).”

Futuro do Gimp: “E o suporte a CMYK, já vai ter?” , por Lucas_Panurge em “Gimp: mais sobre as mudanças de interface com o usuário”, expondo suas demandas com relação ao Gimp e a sua satisfação por ver parte delas em vias de atendimento: “E o suporte a CMYK, já vai ter? E a próxima versão vai ser mais confortável pro webdesigner? Já passou da hora de ter uma ferramenta de fatias e melhorias nos vetores (como é no Fireworks) pra atrair os webdesigners. O gimp é show, mas demoraram DEMAIS pra colocar uma interface fixa... é desse tipo q eu gosto :) -- http://gentletraveller.wordpress.com ”



Criptografia no Linux: “Dica” , por Rogério Cruz em “Ironkey: pendrive com criptografia AES mas sem proteção contra gangues brasileiras de jogadores de MMORPGs”: “Sem querer puxar o saco, mas o Morimoto escreveu uma dica (na verdade duas) que ensina como usar qualquer pendrive para transportar dados de forma encriptada, com direito a scripts para automatizar os backups. O melhor de tudo é que é tudo em software livre, e funciona em qualquer pendrive: http://www.guiadohardware.net/dicas/pendrive-transportar.html e http://www.guiadohardware.net/dicas/encriptacao-pendrive.html - E viva a liberdade!”

Laptop de 100 dólares: “especificações técnicas X preço X tempo” , por nemesis em “PSL Brasil: Na Campus Party, Marcelo Tosatti garante: laptop de US$ 100 custará US$ 100 em 2008”, expondo mais uma vez a razão para não se avaliar o OLPC primariamente pelo aspecto tecnológico: “quando o projeto foi anunciado, as especificações técnicas até que estavam razoáveis para o preço. Hoje, mais parece uma piada.”



Papel dos blogs e comunidade: “Trabalho Colaborativo” , por Fábio Prudente: na notícia “Oooops: Ao escorregar na tradução, IDGNow acusa Linus Torvalds de se basear no código-fonte do Windows”, o leitor aproveita a discussão sobre os erros na tradução alternativa proposta por um leitor para fazer uma análise sobre o que nos leva a manter e participar de blogs: “O objetivo de qualquer blog é permitir o trabalho colaborativo, com a contribuição livre das várias pessoas, visando sempre a melhoria do conteúdo (...) Não é exatamente isso que fazemos no desenvolvimento de SL, ou de qualquer trabalho colaborativo? Quanto aos demais comentários... que contribuição trouxeram para a melhoria do conteúdo?” Na sua conclusão, ele acrescenta uma reflexão sobre o mau uso dos comentários: “Freqüentemente, aqui no br-linux, tenho visto discussões tomarem um rumo agressivo, de troca de farpas e ironias entre os participantes, que se preocupam exclusivamente em mostrar que sabem mais que todos os outros, deixando completamente de lado o próprio tema que está sendo debatido.”

Cartaz do ODF: “Tradução (a partir da versão em castelhano pra ser mais rápido)” , por eje del mal em “Logo e cartazes livres promovem formato ODF”, complementando a notícia com informações relevantes que ficaram de fora: “FORMATO OPEN DOCUMENT - LIBERTE SEUS DOCUMENTOS. Enquanto cada dia mais documentos e serviços se publicam em formato eletrônico em vez de em papel, cresce o problema de que os governos e seus eleitores não sejam capazes de acessar, recuperar e usar arquivos, informação e documentos críticos no futuro. Para permitir que o setor público tenha um maior controle e a gestão direta de seus próprios arquivos, informação e documentos, a ODF Alliance tenta promover e aprofundar o uso do Formato OpenDocument (ODF) como o principal formato de documento para os governos. A aliança trabalha globalmente para educar os políticos, administradores de TI e o público sobre os beneficios e oportunidades do Formato OpenDocument, para ajudar a assegurar que a informação, arquivos e documentos do governo sejam completamente acessíveis, de forma nativa, entre plataformas e aplicações, mesmo que as tecnologias mudem.”

Status do GNU HURD: “O Hurd está avançado no seu conceito chave” , por 7933-0 (leandro) em “Revisitando a História II: Linux 0.02, 0.03 e o GNU Hurd”, contando alguns detalhes sobre o status atual do kernel em desenvolvimento pelo projeto GNU desde o início da década de 90: “(...) Já o Hurd não é um kernel; é um conjunto de servidores projetados para rodar no userland do usuário em cima de um microkernel que, neste caso, é o Gnumach. A idéia básica deste conceito é oferecer um "empowerment", ou seja, dar poder para o usuário, permitindo, por exemplo, que ele possa montar e acessar sistemas de arquivos e dispositivos de armazenamento sem privilégios especiais, mas mantendo a segurança de todo o sistema. Isso funciona? Bem, de modo geral, o Hurd está avançado no seu conceito chave, mas enfrenta uma grande limitação: o microkernel Gnumach não oferece desempenho necessário à dinâmica do Hurd e possui uma limitação muito grande nos drivers de dispositivos, que são derivados do kernel linux 2.x. Por isso foi tentado portar o Hurd para o moderno microkernel L4; só que nesta tentativa houve ainda mais problemas, principalmente no caso do servidor de IPC (Interprocess Comunication), requerendo que se faça grandes modificações na arquitetura do Hurd para torná-lo funcional. E como isso não é nada fácil, justamente porque o conceito de servidores interdependentes rodando no userland é algo ainda não implementado em sistemas operacionais, o projeto Hurd/L4 está praticamente parado há um bom tempo. (Existem outros kernels com conceito semelhante, como o QNX, mas nestes casos existe apenas 1 servidor rodando sobre o microkernel, e não vários servidores, como no Hurd). A saída então é testar o Hurd com outros microkernels (o Coyotos parece que está em curso) ou reescrever o Gnumach à unha, justamente o que RMS não queria fazer, já que optou por adaptar uma versão do Mach recém liberado como free software em 1989-90 com seu ousado projeto de servidores interdependentes. (...)”