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Análises baseadas na extrapolação dos pontos de dados de um fenômeno em andamento têm suas limitações (como ilustra essa tirinha do XKCD), mas não há dúvida de que podem levar a conclusões sobre possibilidades e também sobre quanto as variáveis – no caso, a adesão à campanha do Edge ou a chegada de algum deus ex machina – precisam mudar para que determinada situação ocorra.
Pessoalmente não acredito que a fortuna pessoal do fundador do Ubuntu vá complementar a quantia necessária (e me parece que ele mesmo já andou confirmando que não).

Eu também já acreditava que se a empresa tivesse a capacidade de influenciar algum dos grandes players do mercado a contribuir com parte considerável desse dinheiro, ela já o teria feito. Uma adesão expressiva1 de interessados no produto poderia ser um argumento complementar bem forte, mas já passamos da metade do prazo e só foram prometidos 29% da meta. A recente redução no valor da promessa individual para US$ 695 pode atrair uma fatia adicional de interessados, mas ao mesmo tempo faz com que sejam necessários mais deles para completar a meta.
O grande destaque dado à participação da Bloomberg na campanha, sendo a única a aderir em sua categoria corporativa de 100 aparelhos, ajuda a ilustrar a magnitude da situação: foi um grande avanço, mas ainda assim é uma gota de US$ 80.000 em um balde de US$ 32.000.000.
Ao mesmo tempo, não acho que um eventual fracasso da campanha de arrecadação seja o fim da ideia de um celular/PC/ubuntufone. Mas a continuidade do projeto se dará – seja por parceria com operadoras ou com financiamento de alguém com bolsos fundos – com as concessões que forem necessárias para viabilizar, que serão justificadas perante a comunidade pela ausência de adesão dela mesma.
O título dado a esta matéria vem do Ubuntued, de artigo cujo link e um trecho você encontra logo abaixo, e é uma descrição que combina com a forma como eu vejo a situação: passou da metade do prazo, arrecadou menos de 1/3, não está avançando na velocidade necessária para cumprir a meta, mas permanece fora do abismo, à espera de condições favoráveis que têm 13 dias para surgir.
Enviado por Cláudio Novais (ubuntuedΘgmail·com):
“O jornal britânico The Guardian fez uma análise sobre o dispositivo móvel da Canonical e sua grande jornada para sair do papel. Segundo o texto, o Ubuntu Edge não conseguirá atingir a meta de 32 milhões e isso fará com que o objetivo da Canonical fique mais difícil de ser cumprido.
Caso você não tenha acompanhado as notícias recentes, o dispositivo da Canonical será dual-boot com o sistema Android, da Google, e poderá ser utilizado como desktop Ubuntu ao conectar numa dock. Este artigo mostra os pontos principais do artigo do The Guardian sobre o Ubuntu Edge que conta com opiniões de Jason Waddell e Willem Ligtenberg, ambos da Open Analytics.” [referência: ubuntued.info]
- Expressiva em relação à meta definida pela própria Canonical – em números isolados, eu acho que o valor prometido pelos interessados até o momento é bem expressivo sim. ↩