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Ubuntu abandona Unity, retorna ao GNOME, e Canonical vai se concentrar em IoT e nuvem

Acabou o investimento no Unity8, smartphones e a shell que prometia convergência entre os mundos desktop e mobile, e quem confirma é o próprio ditador benevolente perpétuo Mark Shuttleworth.

Ele também informa que o Ubuntu 18.04 LTS (a ser lançado daqui a um ano) terá como default no desktop o GNOME. É o retorno de uma dobradinha que já foi vitoriosa, e teve fim no início desta década, quando a Canonical optou pela estratégia de convergência de ambientes mobile e desktop tendo o Unity como ambiente em ambos os casos, e cujo resultado podemos melhor compreender neste trecho da nota publicada hoje por Shuttleworth:

Considerei que, se a convergência era o futuro e nós poderíamos entregá-la como software livre, isso seria amplamente apreciada tanto na comunidade de software livre quanto na indústria de tecnologia, onde há frustração substancial com as alternativas fechadas disponíveis para os fabricantes. Eu estava errado em ambos os pontos. Na comunidade, nossos esforços foram vistos como fragmentação, e não inovação. E a indústria não se entusiasmou com a possibilidade, e ao invés adotou uma abordagem no estilo 'melhor o diabo que já conhecemos' para essas linhas, ou investiu em plataformas desennvolvidas internamente. O que a equipe de Unity8 entregou até agora é bonito, usável e sólido, mas respeito os mercados e a Comunidade, em última análise, para decidirem quais os produtos que crescem e os que desaparecem.

Imagine o quanto o desktop poderia ser diferente hoje se em 2011 essa aposta na convergência mobile e adoção por fabricantes de smartphones, tablets, TVs e similares tivesse sido outra.

Mas a Canonical é uma empresa e age alinhada às suas estratégias. A nova, também destacada na mesma nota, é investir em 2 áreas nas quais o Ubuntu já tem presença considerável entre o público-alvo da empresa: a nuvem e a internet das coisas. O desktop, assim como em 2011, não é diretamente o foco, mas ao menos veio em primeiro na lista de áreas e produtos nas quais a Canonical continuará a colocar seus recursos: Ubuntu para desktops, servidores e VMs, produtos de infraestrutura da nuvem (OpenStack e Kubernetes), operações de nuvem (MAAS, LXD, Juju, BootStack), e IoT via snaps e Ubuntu Core.

Aos amigos que trabalham na Canonical e outros locais a serem afetados pela reorientação, meus votos de sucesso e de uma transição suave. Ao GNOME no desktop default do Ubuntu, minhas boas-vindas neste retorno!

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