Nesta semana: Município de Munique vai votar sobre reverter a adoção de Linux em seus 15.000 PCs
A migração do município alemão é um dos grandes exemplos de adoção do Linux em desktops na área pública, e teve início pouco mais de 10 anos atrás.
Nesta semana esse exemplo pode ter fim, caso seja aprovada a proposta do comitê de administração da cidade, no sentido de reverter a migração e adotar o Windows 10 como base de uma estratégia que, ao final, pretende se basear em aplicativos que dependam menos da plataforma, como os que rodam diretamente no navegador.
O modelo atual, baseado em versões desatualizadas de OpenOffice e Thunderbird rodando sobre o LiMux, uma adaptação local do Ubuntu, seria descontinuado em até 5 anos, mas até lá os usuários teriam oportunidade de escolher entre os 2 ambientes (LiMux e Windows 10).
O relatório no qual a proposta do comitê se baseou, produzido por uma empresa parceira da Microsoft, não aponta os softwares livres como únicas razões para a sua conclusão: processos internos de trabalho que fizeram com que versões atualizadas dos sistemas e aplicativos não chegassem às mãos dos usuários finais também foram evidenciados.
Em um padrão que já se repetiu nas administrações públicas de vários países, não é surpresa que essa empresa tenha concluído que o melhor para Munique seja adotar soluções "padrão do mercado" que ofereçam a "maior compatibilidade possível" com soluções internas e externas, e que essas soluções sejam as da Microsoft: na chegada do atual prefeito, eleito em 2014, ele já havia declarado interesse em desfazer a migração e, mesmo antes de colocar o estudo técnico nas mãos de uma empresa parceira da MS, teve participação direta no processo que fez a Microsoft transferir para Munique a sua sede de operações na Alemanha.
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