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Os desenvolvedores do Linux debateram internamento prós e contras de processar empresas que violam a licença GPL do kernel, conforme descreve a longa cobertura do LWN.net, agora disponível gratuitamente.

Há diversos lados na questão. Linus Torvalds e Greg Kroah-Hartmann defendem o interesse em fazer as empresas cumprirem os termos da licença, mas também observam que o projeto vem sendo bem-sucedido até o momento sem precisar processá-las, e que judicializar a questão pode prejudicar a confiança e a boa vontade conquistadas.

Jeremy Allison, do projeto Samba, defendeu que a opção de processar precisa ser mantida, porque às vezes essa possibilidade é a única forma de fazer as empresas ouvirem. Ele deu um contra-exemplo sobre a questão da boa vontade trazida por Linus, dizendo que a MS foi processada, perdeu, mas hoje contribui com o Samba.

Matthew Garret também não se alinhou a Linus, dizendo que a posição expressa pelo fundador do projeto é a de defesa do interesse de um desenvolvedor, e não a dos usuários do projeto, cujo interesse principal é na disponibilidade do código – algo negado quando um fabricante de dispositivos não distribui os fontes do módulo do kernel que o faz funcionar, por exemplo.

Outro aspecto interessante da discussão é o que avaliou se o interesse maior de cada parte era a defesa da GPL ou a defesa do kernel Linux. A afirmação de Greg KH de que o Software Freedom Conservancy (SFC) se importa mais com a GPL, a ponto de estar disposto a arriscar o futuro do Linux para conseguir obter alguma validação adicional para a licença, não foi negada pelo SFC, mas seu representante acrescentou alguns detalhes (inclusive o de se importar mais com a liberdade de software do que com a GPL em si).

Em suma, é uma leitura longa, mas interessante para quem se interessa pelos bastidores do licenciamento do Linux.

(via lwn.net - “The kernel community confronts GPL enforcement [LWN.net]”)