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Anahuac pede por um FLISOL 2015 sem Ubuntu

Enviado por Anahuac de Paula Gil (anahuacΘanahuac·eu):

“Porque a implicância com o Ubuntu?

Ubuntu foi a única distribuição GNU/Linux que instalou a partir de outubro de 2012 software malicioso para coletar dados de seus usuários sem dizer nada a ninguém. Isso é antiético, imoral e vai de encontro a todos os princípios do Software Livre. Só isso deveria bastar, mas a Canonical deixou claro em sua defesa sobre o spyware que instalou secretamente, que ações desse tipo são normais no mundo corporativo e que não se arrependia. E ainda tem mais: criticou diretamente a Free Software Foudation (FSF) e o Richard Stallman por terem exposto o problema ao público "da forma como fizeram".

Então se unirmos os dois problemas- software não livre + comportamento contrário ao Software Livre - qual é o motivo que leva o Ubuntu a ser a distribuição GNU/Linux mais instalada em todas as edições do FLISOL? Facilidade, praticidade, compatibilidade? Se sua resposta for qualquer uma dessas, lembre-se: esses são argumentos do Open Source e não do Software Livre. O objetivo primário é defender a liberdade.

Instalar outras distribuições pode?

Não deveria poder, afinal de contas a maioria das distribuições usa kernel Linux e este já está tão infectado de softwares não livres, que mal dá para categorizá-lo como um Software Livre. Assim distribuições como Fedora, Mandriva, openSUSE, Debian e todas mais conhecidas, estão fadadas à mesma condição do Ubuntu. A diferença está em não usar a pior delas, para a comunidade Software Livre.

Retroceder para voltar ao rumo certo

Recusar formalmente a instalação do Ubuntu seria um recado claro de que a comunidade Software Livre não aceita mais os abusos cometidos. Que não aceita mais a inclusão constante e crescente de software não livre em suas distribuições GNU/Linux mais queridas. Pense no efeito que um posicionamento como esse teria e os benefícios que alcançaríamos como movimento social e político, depois de toda a experiência adquirida nos últimos anos.

Dar dois passos para trás, para poder dar um à frente, na direção certa. Sejamos francos, até quando vamos continuar nos submetendo aos abusos de poder dado por nós mesmos aos fabricantes de notebooks, aos desenvolvedores do Kernel Linux e a empresas como a Canonical. Todos eles parecem cada vez mais interessados em seus próprios negócios do que em fomentar e disseminar a cultura do Software Livre.

E qual é a sugestão?

Apontar um problema e não oferecer nenhuma solução não seria correto, então seguem algumas sugestões:

a) Escolha uma distribuição GNU/Linux recomendada pela FSF [gnu.org/…] ; b) Sugerimos a distribuição Trisquel GNU/Linux (http://trisquel.info), exatamente porque se baseia no Ubuntu LTS e isso facilitaria encontrar documentação e opções on-line; c) Permitam uma exceção de driver não livre usando o ndiswrapper para permitir o funcionamento das placas Wifi; d) Automatizem via script a instalação dos pacotes não livres mais comuns: codecs multimídia privativos, java, flash e outros, mas não executem vocês mesmos. Deixem que as pessoas façam isso elas mesmas. Elas são livres para escolher usar ou não software não livre, o FLISOL e os ativistas do Movimento Software Live não são.

Consequências diretas

O primeiro incômodo é ter que explicar as pessoas que cheguem ao FLISOL procurando instalações de Ubuntu, porque não se instalará essa distribuição. A consequência imediata é criar a percepção geral de que o Ubuntu não é tão bom assim.

O segundo incômodo é colocar o instalador de cara com um driver privativo, de forma evidente, sem margem a interpretações. O que os olhos não veem, o coração não sente. E isso se aplica aos blobs privativos que vem no kernel Linux, que são instalados sem que se perceba. É isso o que gera aquela "felicidade" de ter o hardware funcionando, mesmo que seja em detrimento de todo o nosso discurso de ativismo em prol da liberdade tecnológica.

O terceiro é trazer de volta a discussão sobre os problemas que os drivers privativos causam: dependência tecnológica imposta pelo poder econômico dos fabricantes. Neste momento é o inconveniente do EFI e amanhã será o SecureBoot. Até quando vamos permitir passivamente sermos limitados, constrangidos e relegados? O dia em que não será possível instalar mais um sistema operacional livre está chegando. Vamos reagir?

Apelo

Este á um apelo para que o FLISOL seja a força propulsora para que o Software Livre volte a ser valorizado como deve, para que seus princípios éticos e filosóficos sejam priorizados, para que o modelo que da mais valor a placa de wifi funcionando do que a liberdade tecnológica seja derrotado.

Não estamos buscando coerência plena neste momento. Trata-se do primeiro passo do resto de nossas vidas. Todos juntos podemos fazer do Mundo um lugar melhor. Usar, difundir, desenvolver e se manter firme ao lados dos preceitos éticos e filosóficos do Software Livre é um dos caminhos para se alcançar esse objetivo.

Se você estiver de acordo assine a petição. Assuma o compromisso de que o FLISOL na sua cidade não instalará, recomendará, ou ensinará Ubuntu e voltará a discutir sobre a essência do Software Livre.

Saudações Livres!” [referência: anahuac.eu]

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