Provedores de Internet deveriam isolar PCs infectados, dizem pesquisadores
Via idgnow.com.br:
Agências legais de diversos países, entre elas o FBI e a Europol, anunciaram na segunda-feira (2/6) que trabalham com fornecedores de soluções de segurança para destruir a botnet Gameover Zeus, que pode ter afetado entre 500 mil e 1 milhão de computadores. O esforço atual para derrubar a botnet inclui um plano para que provedores de serviços de Internet (ISPs) informem proativamente as vítimas de infecções.
Mas alguns especialistas em segurança vão mais longe e acreditam que o papel dos ISPs pode ser ainda mais importante no futuro: não só identificar os computadores infectados em suas redes mas, ao descobri-los, isolá-los colocando-os em quarentena. "Tempos desesperados exigem medidas desesperadas", disse Rik Ferguson, vice-presidente global de pesquisa de segurança da Trend Micro, em um post no blog da empresa.
(...) O pesquisador argumenta que até mesmo usuários que geralmente prestam atenção à segurança da informação podem cansar com relação aos incidentes que resultam em enormes perdas de dados e uma hora deixam de tomar cuidado - e esse é o motivo pelo qual é necessária uma abordagem mais agressiva.
"Os provedores de Internet deveriam aproveitar o conhecimento das ameaças de segurança para identificar sistemas comprometidos que estão conectados às suas redes", disse Ferguson. "Esses sistemas deveriam ser isolados, os donos das contas deveriam ser contatados e orientados a limpar suas máquinas e reverter a situação. Até que a infecção seja remediada, o computador deve ter acesso apenas a recursos de Internet limitados."
Um PC infectado por malware é uma ameaça não somente para o próprio dono da máquina, mas também para outros usuários da Internet, da mesma forma que um carro com defeito põe em risco tanto o condutor quanto outros motoristas na estrada. É por isso que carros estão sujeitos a uma verificação anual, disse Ferguson.
Isolar computadores infectados e obrigar os proprietários a tomar providências é uma boa ideia que pode afetar o ecossistema cibercriminoso como um todo, disse Bogdan Botezatu, analista sênior de e-ameaça da Bitdefender, via e-mail. "Esses PCs comprometidos são os bens mais valiosos para crackers. Quanto menor for a quantidade deles, menor é o lucro de cibercriminosos e menor ainda o incentivo para que eles continuem a infectar computadores aleatórios."
Alguns provedores talvez não estejam aptos a adotar esse tipo de prática por conta de estruturas legais e razões relacionadas à privacidade, mas se um número significativo deles começarem a fazer isso, as botnets podem ficar menores, sujeitando seus operadores a investir em novas estruturas de comando e controle ou novos tipos de ataques.
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