Não custa lembrar: manter o Tor custa caro, e 90% do dinheiro vem do governo dos EUA
O Projeto Tor, ao qual muitos usuários de todo o mundo confiam o tráfego de Internet que gostariam de manter anônimo ou privado, é uma organização que recebe fundos sob as leis norte-americanas, e assim precisa publicar um relatório anual auditado sobre a sua gestão financeira, e o de 2013 foi publicado recentemente, referente a 2013 (e comparando com os dados de 2012).
Os relatórios de finanças são instrumentos de transparência que revelam bastante sobre as organizações, e o do Tor serve como um lembrete de um fato importante: dos US$ 3,53 milhões que o projeto arrecadou em 2013, 90% vieram do governo dos EUA, por meio de fundos disponibilizados por diferentes órgãos, tais como o Departamento de Estado e a NSF.
As justificativas públicas para essas contribuições incluem o desenvolvimento tecnológico e também razões como o apoio à democracia e os direitos humanos – e sabemos que o Tor é usado para defender a privacidade de movimentos populares em vários países que não têm a capacidade tecnológica de comprometê-lo.
Convém lembrar que o interesse estatal (legítimo ou não) de interceptar as comunicações é sempre presente. No Brasil, por exemplo, o sistema de correio eletrônico que o governo planeja oferecer à população tem uma chave-mestra. No caso do Tor, o concurso do governo russo que dará um prêmio a quem descobrir como quebrar a privacidade do Tor ilustra uma das maneiras de preservar este interesse.
Outra maneira seria participar ativamente do seu desenvolvimento e manter capacidade de influenciá-lo, não é? (via www.eweek.com - “Who Funds Tor Project May Surprise You, or Maybe Not”)
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