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Luis Nassif e as dificuldades de pessoal no Portal do Software Público Brasileiro

Enviado por Tércio Martins (tercioΘpop·com·br):

“Acabei de ver no blog do Luis Nassif um comentario sobre o Portal do Software Público Brasileiro que mostra a dificuldade em conseguir pessoas para ajudar no desenvolvimento dos softwares hospedados ali:

“As dificuldades da programação em rede, Por Eriksen Costa (…) A tal área do Ministério do Planejamento é o Portal do Software Público Brasileiro. São mais de 25 soluções livres, desenvolvidas no país por órgãos públicos, centros de pesquisa e iniciativa privada. O link: http://www.softwarepublico.gov.br/

Realmente falta massa. É um tanto difícil criar uma comunidade, um ecossistema de colaboração, já observado em projetos como Drupal e WordPress. No desenvolvimento do i-Educar, no qual participo, basicamente essa tarefa tem sido feita por 2 pessoas, num universo de 5.500 pessoas cadastradas na comunidade do projeto.

A missão é difícil. Muitos prestadores de serviços nesses softwares são despreparados e não possuem ainda a consciência de que é necessário contribuir aos projetos, nem que sejam pequenas contribuições. (…)”” [referência: colunistas.ig.com.br]


• Publicado por Augusto Campos em 2009-12-17

Comentários dos leitores

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    Alexandre Mulatinho (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 2:20 pm

    É óbvio, a burocracia e complicação que se tem para poder participar de um projeto deles é horrível! Lembro-me de ter contribuido com um código do CACIC (acho que já falecido) que ajudava a obter quase todas as informações de um PC linux para o projeto, mandei as submissões in loco e eles nem olharam porque: eram em C, eu nao fazia parte do grupo de programação, a linguagem oficial era Delphi (mais morto que isso!?) e para ser autorizado a participar eu deveria enviar centenas de emaisl e passar por centenas de pessoas.

    Como é que alguém vai contribuir desse jeito? Se é LIVRE, DEIXE LIVRE para contribuir, NAO CONTROLE. Controle o código..

    segurança (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 2:28 pm

    É dificil encontrar pessoal qualificado até na iniciativa privada, que dirá em para projetos abertos.

    Kid Bengala (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 2:53 pm

    A receita é simples: basta deixarem de palhaçada e colocar o código fonte dos projetos no GoogleCode/SourceForge/Savannah e pronto.

    Uma vez assisti uma palestra sobre CACIC onde o cara falava “Temos mais de 10 mil membros na comunidade do CACIC”. Quando fui baixar o tal software descobri que tinha de criar uma conta para ter acesso ao código e foi aí que eu entendi de onde saíram os 10 mil membros. É vergonhoso.

    Ricardo Carvalho (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 2:53 pm

    O portal do software público pede que o usuário se cadastre pra pegar o código do software, é só por esse motivo que alguns projetos de lá tem muitos usuários, eu mesmo já usei o OASIS do projeto, vindo a optar por outra ferramenta (o RT da Best Practical no que a empresa precisava), mas só me cadastrei para baixar o código do software e não para fazer parte da comunidade do OASIS.

    Paulo (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 2:57 pm

    Pois é, vc tenta conhecer o software mas esbarra com burocracias. Tem que ter login pra tudo lá.

    Se ao menos fosse possivel fuçar no código sem que tenha que fazer login, tal como no sourceforge. Este negócio de cadastro e login era só pra quem já contribue.

    Eu que não vou fazer cadastro… e depois vou estar passeando na 25 de março e vai ter uma camelo vendendo DVDs para mala-direta com meus dados – isso se o DVD do IR a venda no camelo já não tem meu nome :-D

    olh (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 3:01 pm

    Claro, é só plantar bananeiras que, do nada, macaquinhos virão codificar de graça.

    Igor Cavalcante (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 3:16 pm

    Agora me diz, pra um indivíduo querer participar de um projeto destes tem que ter um motivo. Pra que raios vou gastar meu tempo que poderia estar gastando investindo na minha carreira codificando um software que nunca usarei? Acho que eles deveriam fazer uma campanha focando um público alvo que tem um interesse específico no software.

    Olivier (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 3:34 pm

    @Igor

    Software é aquilo que voce desenvolve e é remunerado para tal. Com este modelo de negócio, voce paga suas contas e sobrevive pode até ficar rico. Acaba depois da 5 e não acontece no fim de semana que voce aproveita pra ir à praia com a patroa e a criançada.

    Software livre é aquilo que voce desenvolve por que gosta, por que quer participar, por que ama desafios, por que quer mostrar pra todos o quanto voce é bom nisso, pela busca do código perfeito, sem patrão ou patroa te cobrando. Ai voce vive a *sua* vida.

    Pinguim (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 4:13 pm

    Apesar de o portal do software público ter uma aparência de site criado por quem fez cursinho de html em escola de esquina, a filosofia do software público supera esse aspecto negativo.

    Particularmente penso que os controles deveriam ser repensados, para não impor um cadastramento para acesso público.

    Os idealizadores estão de parabéns!

    foobob (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 4:38 pm

    Código livre é algo orgânico e ver algo orgânico crescendo e se espalhando fora de controle é o terror de qualquer governo. Ainda mais os velhos que ainda não entenderam como distribuição digital mudou tudo.

    Se querem ajuda, que comecem a aceitar patches, anônimas ou não, com ou sem cadastro. De pequena patch em patch é que software livre cresce.

    @foobob, não é bem assim. Não acredito que o motivo de não haver colaboradores seja a exigência de cadastro e que se tirar essa exigência a coisa pode mudar.

    A verdade é que muita gente fala, mas poucos podem por a mão na massa. Eu digo ‘podem’ porque quem tem interesse nesse tipo de software não são os que tem tempo e recursos disponíveis pra investir neles.

    A iniciativa do governo é louvável no sentido de transparência, mas pra conseguir colaboradores, só se eles mesmos fossem atrás das instituições que usam e negociar com elas. Caso contrário, infelizmente, é difícil conseguir público.

    ThOR27 (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 7:13 pm

    @foobob,

    Imagino que você nunca deve ter enviado um patch para um software livre qualquer! Todo e qualquer projeto de software livre não aceitam patches facilmente, precisa ser mto bem escrito e ser da vontade da comunidade que o desenvolve.

    Já ajudei desenvolvendo alguns softwares do Portal do Software Público Brasileiro e não encontrei muita resistência em aceitar patches.

    Inclusive meu projeto final de graduação foi em cima de um software do portal (no caso o InVesalius)

    Corinto Meffe (usuário não registrado) em 17/12/2009 às 10:54 pm

    Sobre o cadastramento

    Este debate sempre surge quando o tema retorna para listas de discussão ou blogs. Considero oportuno para fazermos o eslcarecimento de que não existe nenhum impedimento na GPL que tenha relação direta com cadastro.

    Estudamos durante 3 anos (de 2003 a 2005) licenças e modelos de disponibilização e somente tomamos tal decisão depois do adequado amparo legal. Quero lembra rque boa parte das soluções são desenvolvidas por instituições públicas e os cuidados são necessários para que o modelo não mingue no futuro.

    Um espaço público é acompanhado de perto por órgãos de controle, como o TCU, a CGU e a AGU. O cadastramento é uma das formas de proteger o modelo de disponibilização, pois além dos números de interessados, chegamos rapidamente aos usuários e tal movimento nos ajuda na prestação de contas. Fato que já aconteceu com o CACIC. Que ao contrário do mencionado continua cada vez mais forte, com um coordenador de desenvolvimento que veio da comunidade e divide responsabilidades com um órgão público.

    Uma segunda questão é que no conceito de web 2.0 o contato com os usuários é fundamental, pois o usuário de hoje pode ser o prestador de serviço ou desenvolvedor de amanhã. Jamais o cadastro foi usado para se dizer que existe “x” desenvolvedores. Sempre é usado o termo cadastros válidos, que são pessoas interessadas pelos projetos.

    Terceiro, qualquer um pode se cadastrar com qualquer correio “fajuto” (inventando mesmo xxx@xxx.com.br) baixar o software e colocar no sourgeforge, pois os projetos são livres.

    Ao contrário do que se imagina a taxa de crescimento do cadastro é cada vez maior (inclusive é uma tendência) e o número de pessoas que pedem para sair do Portal tende a zero (cerca de duas pessoas por mês).

    As questões expostas acima têm feito muitos projetos ao redor do mundo refletir sobre a produção de bens intangíveis e neste quesito estamos servindo como referência. Muitas comunidades de software livre da América Latina e Caribe nos procuram pedindo para replicarmos o modelo em seus governos nacionais. Tenho mensagens sobre o assunto e vocês podem me pedir em separado que envio sem problemas.

    O fato de ter acesso ao código livremente não impede que mais de 50% de projetos do Source Forge sejam órfãos. Além disto alguns projetos que estão lá pedem cadastramento ou te dirigem para uma lista de discussão(que seria um cadastro do mesmo jeito). Inclusive muitos projetos não são nem livres. No nosso Portal todos devem ser livres, com a licença GPL (trata-se de uma garantia).

    Uma pessoa depois de se cadastrar pode analisar qualquer um dos projetos. Estamos estudando formas de como melhorar o acesso ao código, mas ao contrário dos argumentos apresentados ter contato com o usuário será cada vez mais comum. Tratam-se de cadeias de produção de bens intangíveis.

    O cadastro hoje em dia é defendido por quase todos os projetos que estão no Portal. Todos perceberam a vantagem de ter contato direto com o usuário.

    Sobre a preocupação com os dados é importante que a gestão é pública e as informações não podem ser apropriadas. Até o presente momento não surgiu nenhum caso de uso indevido de nossa base de dados.

    Por último, vale registrar que o Portal SPB ajudou muito o avanço do SL no país, pois ao baixar um software o usuário é convidado a instalar GNU/linux, apache, tomcat, PostGres, BrOffice e um conjunto de outras soluções livres. Estamos ajudando o software livre na prática e não com discursos soltos.

    Ao contrário do colocado aqui as soluções tem um giro de 20 vezes em dois anos. Dados de pesquisa. Ou seja se temos 34 soluções, com certeza existem mais de 680 instalações em produção espalhadas pelos país. Algo que colabora muito para o software livre na prática.

    Me coloco a disposição de todos para tratar deste assunto com mais profundidade.

    Corinto Meffe

    André Caldas (usuário não registrado) em 18/12/2009 às 12:15 am

    @Corinto Meffe,

    É… você só vê o que quer, mesmo! Esse cadastro é uma droga e só serve pra “mentir” com estatística.

    Recebo e-mails do software público, mas nunca baixei nada por que não quero me cadastrar em cada comunidade só pra ver o código fonte. No começo eu recebia e-mails com “você ainda não está em nenhuma comunidade…” Agora, felizmente, não recebo mais.

    Sobre a relação da GPL com o cadastro… não vi ninguém argumentando que a GPL permite ou não cadastro. O argumento é: o cadastro é um capricho que nem mesmo os pais da criança sabem pra que serve. Só que não vão voltar atrás por que admitir o erro é mais difícil.

    Pra mim, a grande utilidade do portal do Software Público é eu poder dizer pro meu chefe que o sistema será livre e que o governo federal apoia essa decisão. Se não tivesse o Software Público, o chefe não aceitaria isso facilmente.

    Outra bobagem é fazer o cara “concordar” com a licença. É uma mentalidade EULA que não traz nenhum benefício. Não faz sentido isso, se o software é livre e eu posso passar pra frente sem fazer o próximo receptor “concordar” com a licença. Aliás, essa mentalidade de tratar os usuários como ignorantes é realmente uma pena… eu prefiro quando os cidadãos são tratados como pessoas inteligentes.

    André Caldas.

    Eriksen Costa (usuário não registrado) em 18/12/2009 às 1:27 am

    Esse título distorceu um pouco a minha opinião no blog do Nassif.

    Vamos dar contexto a história, antes que o debate torne-se uma flame war =)

    Primeiro, o comentário original foi postado no post “O avanço do software livre”, no blog do Nassif: http://miud.in/JB

    No post do Nassif, ele disse que havia uma área do “Ministério do Planejamento tem uma área destinada a essa disseminação (do software livre)” e que “Na prática, o sistema padece de alguns problemas. Pouco mais de 50 prefeituras de todo o país estão aparelhadas para trabalhar com TI (Tecnologia da Informação). Não há mão-de-obra ou empresas especializadas na maioria dos municípios. O Planejamento tenta contornar esse empecilho envolvendo no programa as CEFETS (rede federal de escolas técnicas). Mas ainda há pouca massa crítica.”.

    Então, foi a partir daí que fiz o comentário aqui transcrito.

    Parece que muita gente interpretou de forma totalmente contrária, muito por causa do título aqui no BR-Linux.

    Voltando ao modelo, o Portal é muito novo e a proposta é muito boa. Tanto que já está sendo exportada para os países da América Latina e do Caribe.

    O desafio que eu mencionei é o de criar o ambiente para que esses projetos tenham comunidades que contribuam de fato. Esse ecossistema é benéfico pois dissemina o conhecimento e cria oportunidades de negócios para os prestadores de serviço. O resultado da equação é a geração de empregos, desenvolvimento e independência tecnológica para o país.

    Outro ponto importante é que o Portal do Software Público trabalha pela sustentabilidade dos projetos, por isso o modelo é diferente do Source Forge e do Google Code. Existe uma equipe dedicada que está sempre trabalhando para fazer com que os projetos tenham sucesso.

    A experiência já é bem sucedida. Em outubro tivemos um evento do Portal em Brasília, com mais de 1,5 mil pessoas de todo o país (http://softwarepublico.gov.br/news-item71). Uma pesquisa confirma os benefícios do modelo criado pela SLTI do MPOG: http://www.ufrb.edu.br/cpd/index.php/noticias/51-software-publico

    O Corinto tem bem mais representatividade que eu para falar do assunto, mas acho que ele esqueceu de mencionar que os dados referentes aos usuários cadastrados é consolidada. Os cadastros “lixo” não são contabilizados.

    Tarcísio (usuário não registrado) em 18/12/2009 às 1:39 am

    Corinto Meffe,

    Parabéns pelo belo trabalho desenvolvido no Portal do Software Público Brasileiro, e de minha parte não vejo problemas em fazer um cadastro para participar de um projeto de que tenha interesse.

    A minha opinião é que temos no Brasil poucos profissionais tecnicamente qualificados que possam contribuir de forma efetiva com os projetos mantidos pelo Portal. Como disseram lá em cima, é difícil encontrar pessoal qualificado até na iniciativa privada, que remunera, imagine em projetos abertos.

    Ozzy (usuário não registrado) em 18/12/2009 às 9:35 am

    O problema é que, pelo jeito, o governo quer o trabalho voluntário para fazer propaganda, afinal 2010 é ano eleitoral…
    Ouvi chamadas no rádio propagandeando o portal do software público apenas como um reposítório de soluções mágicas e de baixo custo. Ora, sabemos que implantar um software não é só baixar o pacote, clicar no executável e dar “next, next, ok”. Quero ver uma empresa, com o tipo de propaganda que está sendo feita, concordar em pagar alguém capacitado para implantar ou até mesmo financiar um treinamento para um funcionário (sim, isso também é um problema da mentalidade de grande parte dos empresários infelizmente, mas a divulgação do governo só apóia esta idéia). Aí depois a coisa não funciona e a culpa é do Software Livre / Open Source. Lamentável.

    O.O.

    poi (usuário não registrado) em 18/12/2009 às 10:16 am

    Político-babble.

    ThOR27 (usuário não registrado) em 18/12/2009 às 10:36 am

    Outra bobagem é fazer o cara “concordar” com a licença. É uma mentalidade EULA que não traz nenhum benefício. Não faz sentido isso, se o software é livre e eu posso passar pra frente sem fazer o próximo receptor “concordar” com a licença. Aliás, essa mentalidade de tratar os usuários como ignorantes é realmente uma pena… eu prefiro quando os cidadãos são tratados como pessoas inteligentes.

    Bem, a pessoa tem que saber da licença do software e aceita-la, e quem não respeita leva ferro

    Pessoal,

    Essa questão do cadastro é uma das coisas que eu, como estudioso do assunto das redes sociais, defendo firmemente. Acho que é muito importante, e auxilia em muitas das coisas já ditas pelo Corinto. Mas tem dois pontos que eu gostaria de acrescentar:

    1 – Augusto, conforme informado pelo autor do comentário que gerou a notícia, o título distorce a informação que ele quis passar. Assim, gostaria de pedir que alterasse o título para o título correto.

    2 – No Portal SPB exigimos o cadastro. Contudo, se após baixar o software você quiser sair do Portal (e isso inclui parar de receber e-mails) clique sobre a aba Painel de Controle e depois em Fechar a Conta. Você será automaticamente descadastrado, não será mais contabilizado e nem importunado pelo Portal.

    3 – Em reposta ao comentário de Ozzy, concordo com tudo o que você disse. Toda a coordenação pediu que fosse alterado o termo de “gratuito” para “livre”,e que não fosse dada ênfase à gratuidade do software. Esse pedido foi encaminhado à agência de comunicação, que pelo jeito não atendeu nossa solicitiação, muitas vezes pelo fato que simplesmente não entende a diferença. Vamos ter que reforçar para o futuro.

    4 – @André Caldas: pelo visto você não conhece a lei brasileira. A lei é dura, mas é a lei. Sugiro que você leia o estudo da FGV intitulado “Software Livre e a Adminsitração Pública”, que diz exatamente o contrário do que você disse. É preciso sim informar a todos, ainda que aqueles que não forem informados não se livram de aceitar em tácita concordância tudo o que a licença diz. Aliás, a única garantia legal da GPL no Brasil é esse estudo e o modelo do Portal SPB, porque não havia garantias na lei brasileira que a GPL pudesse ser utilizada. Mas isso é assunto para outra discussão.

    Acho que é isso. Coloquei mais material sobre o Software Público no meu blog, e todos que quiserem conhecer mais sintam-se à vontade pra acessar.

    Esclareço que o título foi composto por mim, a partir da situação de Recursos Humanos (ou de Pessoal, ou de Gestão de Pessoas em um sentido restrito), incluindo quantitativo e capacitação, narradas no texto publicado, que destaco novamente para clareza:

    Realmente falta massa. É um tanto difícil criar uma comunidade, um ecossistema de colaboração, já observado em projetos como Drupal e WordPress. No desenvolvimento do i-Educar, no qual participo, basicamente essa tarefa tem sido feita por 2 pessoas, num universo de 5.500 pessoas cadastradas na comunidade do projeto.

    A missão é difícil. Muitos prestadores de serviços nesses softwares são despreparados e não possuem ainda a consciência de que é necessário contribuir aos projetos, nem que sejam pequenas contribuições.

    A questão do registro ou contagem de colaboradores também fica evidenciada aí: se é necessário se registrar até mesmo para fazer download e dar uma primeira olhada, é meio que um salto de fé afirmar, a partir do registro, que a comunidade do projeto é composta de 5.500 pessoas e só duas delas se interessam o suficiente para mantê-lo.

    Não acho que seja ERRADO obrigar o registro, mas se o objetivo é concluir qual o tamanho da comunidade *participante* do projeto, como o texto acima (de um mantenedor de projeto) parece indicar, me parece que não há possibilidade de funcionar.

    Kid Bengala (usuário não registrado) em 18/12/2009 às 3:18 pm

    Imagine se todo mundo que faz Software Livre fizesse como esses caras…

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 18/12/2009 às 5:32 pm

    @Eriksen Costa

    Primeiro, o comentário original foi postado no post “O avanço do software livre”, no blog do Nassif: http://miud.in/JB

    Mas o próprio Nassif pegou o comentário e fez um post com ele (conforme pode observar no link acima). Isso não tira a validade das informações postadas.

    Elias Amaral (usuário não registrado) em 19/12/2009 às 8:12 am

    A iniciativa eh boa, mas esta cheia de ideias ruins.

    Posso entender que ser governamental mais atrapalha que ajuda, nesse estagio do desenvolvimento. Eh importante experimentar as coisas e ver o que funciona e o que nao. Ficar fechado com suas proprias conviccoes nao ajuda. E o governo eh a plataforma certa pra se fechar: ele te da seguranca e estabilidade, e as coisas sao sempre mto incertas quando vc esta comecando algo por conta propria.

    Um exemplo do que quero dizer:

    “Obrigar a pessoa a aceitar o contrato” e “Exigir cadastro pra baixar” sao coisas inerentemente contra o espirito da comunidade da internet. Pra vcs que nao sabem, a GPL nao obriga que vc aceite (tem uma clausula dizendo que o uso em si nao eh restrito, e que vc nao precisa aceitar nada pq vc nao assinou nada… mas que se vc nao aceitar a licenca, nao tem nenhum dos direitos que ela prove, alem do de usar o programa). O firefox tem um eula, isso eh mto ruim — mas o do ubuntu nao tem.

    As licencas nao deveriam ser relevantes para o usuario final. Nao eh algo a se preocupar, nao eh algo pra gastarmos nossa atencao. O software eh livre, se eh livre, posso baixar e compilar, pra mim esta otimo.

    Ja ouviu falar do bug me not? Se seu site fosse popular, certamente a maior parte dos downloads se originariam dele. E eu falo serio. Bloquear downloads para nao-cadastrados nao eh mto sabio.

    Sobre comunidade: rola um darwinismo ai. Os projetos mais sexies levam a maior parte dos hackers. Open Source nao eh magica, e a maturacao normalmente eh mto lenta. O Mozilla em si demorou anos pra deslanchar. Abrir o codigo em si nao garante que vai chegar ninguem. Muito provavelmente nao vai. A maior parte dos programas abertos passam despercebidos na multidao.

    E alias, estar em portugues eh um grande impeditivo. A maioria dos projetos bem sucedidos sao escritos em ingles, com traducoes. Mesmo pessoas do brasil podem preferir contribuir para um projeto internacional, talvez por saberem que eles sao mais valorizados e normalmente possuem uma comunidade mais solida. Eh importante frisar que vc pode receber contribuicao de 1, 2, 3, 10 pessoas, ou nenhuma, mas o que vc quer atrair sao hackers — o tipo de pessoa que o google summer of code atrai, vamos definir assim. Da uma olhada nos projetos do summer of code pra ter uma ideia. Voce pode te-los de graca, se oferecer um bom projeto, uma boa comunidade, uma boa oportunidade.

    Qdo vc demonstra que ira pedir um cadastro ate mesmo para um download, vc nao esta so causando danos a comunidade da internet — vc esta afugentando quem mais precisa.

    O kurumin teria tido mais contribuicoes se nao fosse atrelado ao brasil. Talvez ainda estivesse vivo. Vc viu o nivel das remasterizacoes? Agora veja o nivel do GoboLinux. Com certeza nao eh soh uma mexida no papel de parede, neh?

    De uma olhada no site deles. Note que o fato de ter sido criado por um brasileiro pode ate nos orgulhar, mas que, no tocante ao projeto, eh um detalhe irrelevante. Eu acho que os outros projetos brasileiros deveriam seguir esse exemplo.

    Eu gostaria mto de torcer pelo portal de software publico, mas, nao da.

    Elias Amaral (usuário não registrado) em 19/12/2009 às 8:25 am

    No fundo, eu acho isso bonito: A massificacao do software livre descriminalizou o ato de dar 2 cliques em um programa. Mesmo que vc esqueca as licencas e queira so clicar. Algumas outras licencas sao mais restritivas que a GPL, mas nenhum software livre criminaliza alguem que baixa e roda o programa sem se preocupar mto com essas coisas. A internet precisa, realmente, eh desse espirito, ela respira isso. A implementacao do software livre na forma de copyright eh apenas um hack, que, apesar de util, nao codifica corretamente os verdadeiros valores da comunidade que criou esse conceito.

    Marcos (usuário não registrado) em 19/12/2009 às 1:47 pm

    A iniciativa está de parabéns e no caminho certo. Não vejo como a exigência de cadastro pode aumentar o número de colaboradores. No máximo o número de downloads e de um ou dois neguinhos que acham que cadastro é coisa do outro mundo.

    Eriksen Costa (usuário não registrado) em 19/12/2009 às 5:32 pm

    @Augusto

    Seria o mesmo salto de fé dos mais de 100 mil membros cadastrados no Joomla.org.

    O que eu quis expor é que não é simples criar um ecossistema de desenvolvimento de software livre e que estamos trabalho para tal, mostrando a disparidade entre contribuidores e interessados.

    A comunidade do projeto, acredito eu, engloba *todos*, dos desenvolvedores aos usuários finais. Temos diversos usuários finais cadastrados e as dúvidas/sugestões que estes geram são valiosas.

    Também não seria tolo de acreditar que um grande número de pessoas/prestadores iriam colaborar aos montes, sei que não funciona assim e que a maioria dos projetos são mantidos por uma fração minúscula de desenvolvedores se comparado a comunidade do projeto.

    É uma questão de cultura, tanto dos mantenedores dos projetos quanto dos prestadores de serviço.

    Uma prova disso são minhas contribuições, realizadas na maior parte do tempo no meu trabalho diário na Cobra Tecnologia, que é uma prestadora de serviço.

    Apesar do esclarecimento, o título tabela com os números, ressaltando mais o quantitativo. Mas a discussão foi boa, deu novas ideias, possíveis novos colaboradores (http://miud.in/JX) e um ponto de reflexão (http://miud.in/JY).

    @Tercio

    Eu só acho que o título aqui acabou desviando a ideia do comentário do contexto original, o que pode ter prejudicado a interpretação das pessoas que comentaram. Mas qualquer discussão do assunto é sempre válida.

    @Elias

    Existem muitos softwares lá que são específicos para a legislação brasileira. Acredito que só com o amadurecimento deles nos moldes atuais (pt_BR apenas) um dia poderemos pensar em i18n.

    Internacionalizar também não é uma tarefa simples. Os softwares que tem relação com gestão pública tem que começar a serem desenvolvidos com uma arquitetura modular e com um core simples, aplicando as regras de negócio (legislação, impostos, etc) como módulos (ou extensões, como preferir).

    Existem softwares no Portal que já estão em inglês (KyaPanel, por exemplo: http://www.kyapanel.com/) e nem por isso conseguiram um grande número de colaboradores.

    Não é tão trivial criar uma comunidade. Muitos softwares simplesmente acontecem (Drupal, Kernel Linux, WordPress) enquanto outros precisam de muita organização (Mozilla, Apache, JBoss.org) por trás. Usar asserções simples para dizer como criar uma comunidade, sem conhecer a realidade de cada projeto individual (são 34 hoje no SPB) é como dar um tiro no escuro. Nem todo projeto tem o potencial de atrair hackers. Isso depende muito da identificação da pessoa com o projeto. Concordo com você, darwinismo puro.

    O que acho mais fácil atrair é a pessoa que implanta o software e ganha dinheiro com isso, pois isso a motiva a contribuir com a solução. Isso é muito verdadeiro no ramo dos frameworks (Zend Framework, Ruby on Rails, entre outros). Embora acredito que muitos possam programar pelo prazer de aprender, certos projetos podem não possuir esse atrativo, principalmente quando falamos em aplicações corporativas (http://en.wikipedia.org/wiki/Enterprise_software).

    Outro ponto importante é que não acredito na massificação extrema de contribuidores. Acredito que um projeto como o i-Educar possa alcançar de 10 a 20 contribuidores, o que é um número razoável. Para ter mais que isso, precisamos rever a aplicação e torná-la mais flexível, para que possa ser mais atrativa para as empresas privadas (faculdades, escolas particulares) e terceiro setor.

    A modularização também ajuda nesse aspecto, já que ajuda a criar as *pequenas inovações*, encapsuladas em módulos que provêm funcionalidade adicional ao software. O Drupal, por exemplo, tem cerca de 30 core contributors mas milhares de pessoas que contribuem via patches ou com módulos (são mais de 3 mil módulos).

    Quem está na comunidade não se preocupa muito com o fato de ter que se cadastrar e, quem o faz, está interessado no software. O fórum do i-Educar hoje é muito usado e o ambiente está cada vez mais divertido. Não posso falar dos outros 33 projetos com precisão mas acredito que esse o cadastro não é o problema, afinal, um hacker poderia simplesmente criar um GitHub, usando a sua conta no Portal e criar um fork se não concordasse isto.

    @Marcos

    Também acredito que essa discussão de cadastro é como procurar pelo em ovo em relação aos reais desafios enfrentados pelos projetos.

    Eriksen, acho que seria um salto de fé bem diferente. Repito que não tenho nada contra nem a favor de você exigir cadastro prévio até mesmo para quem só quer consultar o site ou fazer download do projeto nele.

    Acredito até que esta decisão é irrelevante para todos os projetos cuja demanda ocorra fora de um nicho muito específico – quando existe demanda maior por um software livre, é comum que ele esteja disponível em grande variedade de repositórios além do oficial, seja incluído em distribuições de softwares, etc. Mas quando é o caso de a demanda ser insuficiente para gerar este efeito, não tenho dúvida de que o autor pode ficar à vontade para colocar as barreiras que quiser no caminho de quem quiser chegar aos links de download ou de documentação providos por ele, sob a razão, justificativa, pretexto ou alegação que bem entender.

    Mas agora vou ser mais claro no que estou afirmando: acredito que o “número de pessoas que se cadastraram no site” não é sinônimo, neste caso, do “número de pessoas que fazem parte da comunidade”. Agir como se um fosse igual ao outro é um salto de fé sem amparo nos fatos, ou uma redefinição do que significa fazer parte da comunidade (para que passe a significar o mesmo que “ter um dia se cadastrado no site da comunidade que exigia isso para que eu pudesse fazer um download de um software livre”).

    E explico: para fazer um primeiro download do i-Educar em seu site oficial, ou mesmo para dar uma breve olhada nas suas notícias, documentação e outros recursos da “página da comunidade”, eu não encontrei nenhuma opção por lá que não seja dizer que “quero fazer parte da comunidade i-Educar”, mesmo que eu não queira, e que tudo que eu queira seja dar uma olhadinha no software.

    E isso é assumido pelo projeto, tanto que para quem não é registrado fica sendo exibida em destaque a frase “Acesse a comunidade e baixe o software i-Educar” – ou seja: para “baixar”, é requisito acessar a comunidade, e para acessar a comunidade é necessário fazer parte dela, e ser contabilizado igual a quem de fato queria participar, e não apenas baixar.

    É diferente do que ocorre com os “100 mil membros cadastrados no Joomla.org” que você menciona. Eles não precisaram dizer que queriam ser membros da comunidade, para ter acesso ao download no site oficial, ou a outros recursos disponibilizados pelo mesmo.

    Para mim parece claro que o número de membros da comunidade computado a partir do método do portal do SPB expressa algo diferente do que o número de membros de alguma comunidade em que a pessoa não precise dizer que quer se cadastrar como membro antes de ter acesso aos recursos mais básicos providos por ela.

    E a conclusão derivada também é clara: quando surge a afirmação de que uma “tarefa tem sido feita por 2 pessoas, num universo de 5.500 pessoas cadastradas na comunidade do projeto”, mas sabe-se que o cadastramento ocorre da maneira exposta acima, esse número de 5.500 significa algo bem diferente do que significaria se o cadastro ocorresse em uma base mais voluntária, e não como condição até mesmo para dar uma breve olhadinha nos recursos básicos do site.

    A razão, em suma, é que esse número de 5.500 pessoas inclui no mesmo balaio as pessoas que de fato queriam “participar da comunidade” em um sentido amplo (incluindo a possibilidade de contribuir com ela), e aquelas que só queriam fazer um download, como foi o meu caso, e tiveram que mentir dizendo que queriam fazer parte da comunidade, porque não havia outra forma de ter acesso ao software em seu site oficial se não o fizessem.

    Como vejo que esse número impreciso é usado simultaneamente, pelas mesmas pessoas, para 2 afirmações bem diferentes (“vejam como nossa comunidade cresceu” e “vejam como a proporção de pessoas que contribuem é pequena”), sugiro que, em prol da precisão, a segunda afirmação passe a ser feita a partir de um número de usuários que exclua quem só fez logon no site uma única vez, ou quem tem na tabela do CMS a “data do registro” igual à “data do último acesso”.

    Corinto Meffe (usuário não registrado) em 20/12/2009 às 4:40 pm

    Prezado Augusto,

    Ao ler a sua mensagem fiquei na dúvida de por onde deveria começar. Se respondia ao editor do Br-linux ou ao comentário pessoal que fizeste, como colocar ,”como foi o meu caso, e tiveram que mentir”

    Em primeiro lugar o autor do início do debate, e pelo que eu saiba respeitar direito do autor é fundamental – inclusive na Lei, Eriksen Costa já afirmou que sentiu, sem maiores subterfúgios, que a colocação dele foi distorcida. Mas respeitamos a condução do processo de debate.

    Sendo assim, como o próprio Eriksen colocou, uma parte das discussões foi retorcida em sua origem. Tenho que concordar com ele que não perdemos nessa discussão, pois surgiram fatos e ideias novas que podem nos ajudar a aprimorar o modelo. Tal modelo pela sua própria novidade ainda é premido por ajustes e melhorias constantes.

    Eu fiquei surpreso com seu comentário, não pela parte editorial que lhe cabe, mas pelo tom pessoal que colocou na resposta. Mas ela pode servir para outras reflexões e esclarecimentos.

    Nós não entendemos como mentira o fato de você ter dado um clique com o seu usuário de correio no Portal. Ao contrário, em todas as nossas respostas deixamos claro que o uso de informações verdadeiras é um critério do usuário. A intenção cabe a cada uma das pessoas.

    Ou seja, o usuário primeiro tem liberdade de escolher se vai se cadastrar ou não. Segundo, ele escolhe se as informações que vai passar serão verdadeiras ou não. Temos inúmeros colaboradores famosos de software livre que estão no Portal. Se cadastraram, usaram informações verdadeiras e entram quando lhes convém.

    O cadastro é inerente ao modelo. Para você ter uma ideia isto foi muito discutido com a equipe – e todos trabalham com software livre – e depois com cada comunidade de cada software. Neste caso até hoje não temos consenso – o que é salutar. Em decorrência disto, estamos aprimorando o modelo. Elementos que vou registrar ao final.

    Com a equipe debatemos uma pergunta: preferimos 10 milhões de downloads ou 10.000 pessoas que podemos conversar? Foi unânime a segunda opção. A internet está mudando e o locus de produção de software livre é a internet. Eu fiquei surpreso com a unanimidade – até pelos conselhos de Nelson Rodrigues, mas o dado importante que foram pessoas acostumadas faz alguns anos com o universo do software livre. Lembrando algo importante que é um modelo desenvolvido pelo setor público.

    Veja bem, diversos sites tiveram que passar por alguma identificação mínima, e até moderação, como o caso do Br-linux e do Softwarelivre.org. Para que fazer isto? Uma das respostas é bem simples: melhorar a qualidade dos posts, do que é discutido e da origem. Será que colocaríamos como somente uma questão de liberdade ? Algumas pessoas aqui postam e estão com seus nomes verdadeiros. Eu não deixei de participar do debate por causa disto. Algumas pessoas não participam porque acham que a identificação as inibe. Ou seja, o próprio Br-linux construiu o seu modelo. Isto o tornou mais forte,mas conhecido e respeitável. Entretanto, preparou a sua lógica de ecossistema. Aliás o Portal Br-linux tem também os nossos contatos e pode fazer o que pretende com esta informação… Estou certo :-)

    Aliás foi criado um Termo de Uso neste estimado ambiente, que assino depois de preparar meu comentário. Uma lógica parecida com a nossa. Inclusive Augusto lhe passei uma mensagem elogiando o Termo de Uso de vocês e estamos aproveitando para o nosso modelo. Lembrando que será modificado pela diferença da natureza que existe em cada bem. Cada um possui a sua particularidade em modelos de produção.

    Um elemento importante, estamos tratando de bens diferentes: conteúdo, informação e software. Mas todos tem uma característica em comum: são intangíveis. Justamente esta é a grande mudança dos últimos cinco anos. Se vamos olhar o software livre como a 20 anos atrás, sem problemas, mas as coisas estão mudando. Uma destas mudanças trata das redes sociais.

    Justamente aqui encontramos uma outras vantagem (olha que temos muitas outras ainda). Nas redes sociais não existe uma diferença entre desenvolvedor, usuário e prestador de serviço. No Orkut, você tem uma comunidade dos adoradores do Linux. São usuários, desenvolvedores, etc. , etc. etc. Nem por isto deixou de ser uma comunidade.

    Importante deixar claro que o Portal também tem a intenção de ser uma rede social, mas uma rede social de produção colaborativa, onde todos os agentes são importantes. O que entrou uma vez e o que entra todo dia. Assim o argumento é importante – tanto que acompanhamos a diferença entre o que entra um dia e o que entra vários, mas não atinge o modelo, pois tratamos todos da mesma forma, um princípio de universalização.

    Temos mais de dois anos de atuação onde as discussões em cada comunidade rolam somente em torno do software. ou seja, estamos também imprimindo ritmo de qualidade de evolução da comunidade. Todas as comunidades são mais participativas que antes. Por incrível que pareça a redução de participação surge naquelas que a coordenação se encontra menos presente.

    Aqui surge o problema, que foi objeto do seu comentário, eu menti ao aderir a comunidade. Com todo respeito que tenho a você Augusto, seu comentário foi no mínimo inadequado. Não pela questão do software livre, mas pela posição que ocupas de se manifestar como editor (aliás que lhe fornece um espaço diferenciado – onde todo nós respeitamos).

    O termo comunidade hoje é completamente difuso, confuso e de apropriação vasta. O que seria então a tal comunidade? Talvez pelos comentários de alguns seriam os “desenvolvedores”. Mas se começarmos somente por aqui. Quem são desenvolvedores ? Eu sou de uma época que desenvolvedor era aquele que tinha um user privilegiado e podia acessar no mainframe o ambiente de desenvolvimento e transferir jobs para área de produção. Para outros seriam as pessoas que corrigem bugs, que fazem commits, pacotes, que desenvolvem documentação.

    Somente aqui deixo claro como pode variar o termo comunidade de desenvolvedores. E como é amplo o tal termo comunidade…

    Assim como respeitamos o uso da palavra comunidade em qualquer tipo de manifestação, gostaríamos que nosso termo comunidade fosse respeitado. Ninguém tem o crivo do conceito comunidade para dizer algo que é o não comunidade. A origem da palavra vem de “comum”. Se temos algo em comum podemos fazer parte de uma comunidade, e cada uma delas é autônoma para definir a sua abrangência e objeto.

    A definição que adotamos é “Do ponto de vista da ecologia, comunidade – também chamada biocenose – é a totalidade dos organismos vivos que fazem parte do mesmo ecossistema e interagem entre si”. Extraída com facilidade dos buscadores.

    Como explicamos nosso interesse pelo cadastro surge da questão acima. O desinteressado de hoje é o grande desenvolvedor de amanhã. Nossa missão é estimular a capacidade de desenvolvimento. Temos inúmeros exemplos no Portal de pessoas que eram usuárias de uma solução e se tornaram desenvolvedoras. Uma delas Adriano Viera, do CACIC. Desenvolvedor brasileiro de uma solução nacional, que foi para outros países. Internacionalização é um caminho de duas vias, senão é o chavão de um modelo de dominação superado, onde tudo ter que ser em inglês. Nosso país fala português, alguns gostem ou não. O Portal tem revelado cada vez mais capacidades nacionais que não tem o devido destaque porque participam de um projeto “do governo”. Eduardo Santos, Tatiana Martins, Eriksen Costa, Marcelo Moreno, Edmar Costa, Rainer Kruger, Daniel Ruoso, Paulo Henrique, Regiane e tantos outros são exemplos de que o convívio existe e este trabalho coletivo tem gerado resultados concretos para todos.

    Conviemos com projetos de comunidades livres também, como o OpenAcs e o KyaPanel, mantemos a parceria desde o início do Portal e convivemos com total tranquilidade. Inclusive somos procurados cada vez mais pelos projetos da comunidade de software livre. recebemos todos com muita transparência e deixamos claro como funciona o modelo. A adesão também é uma escolha.

    Agora, não vejo as reclamações aqui acompanhadas de uma desligamento em massa do Portal. Ninguém é obrigado a ficar. Olha que interessante. Toda discussão caminha para um lado que parece existir uma camisa de força no Portal. O Eduardo e o Eriksen já explicaram com muita clareza. A pessoa pode entrar e sair, fazer o que quiser, colocar todos os 34 softwares livres do Portal aonde lhe convier. Isto é total liberdade. Aliás, Augusto, você pode fazer isto aqui no Br-linux, sem problemas.

    E para evitarmos confusões futuras, quero deixar claro que jamais usamos os números do Portal SPB para dizer que temos 60.000 desenvolvedores, usuários, etc. Sempre usamos o termo cadastros válidos, ou pessoas cadastradas nas comunidades.

    Um problema que convivemos, como qualquer outro ambiente convive são das interpretações. Espero que todos os debatedores aquitenha clareza sobre isto. O Source Forge tem milhões de projetos, quando se coloca isto parece que existem milhões de ações, com início, meio e fim (uma das definições de projetos). O Orkut tem milhões de pessoas nas comunidades, será que são milhões de pessoas que acessam?

    São distorções comuns de quem comenta sobre o assunto. Em nossas notícias oficiais sempre colocamos usuários válidos. Vocês podem verificar isto no Portal.

    Aqui surge um outro item importante. O usuário válido é aquele que interagiu com o ambiente. Ou seja, para ser considerado assim, confirmou a adesão (por que assim desejou) e depois ainda vez uma adesão a uma comunidade (também por seu desejo). E pode sair no dia seguinte.

    O que nós fazemos é ofertar soluções dentro de um modelo. A todos os debatedores aqui, jamais, em momento algum, colocamos que este é o único modelo ou que as pessoas precisam concordar. Não temos tal arbitrariedade, até por isto, estamos aqui debatendo com a comunidade. Acreditamos que projetos sérios, como o nosso, não precisam se esconder da sociedade.

    Por último, até porque já estou sem fôlego (rs…rs…) este contato nos interessa demais, pois nos faz tomar atitudes dentro do projeto.

    Primeiro estamos em parceria com o Banco do Brasil para criar um ambiente demonstração das soluções. Um usuário antes de aderir a comunidade poderá navegar pela solução.

    Estamos fortalecendo os grupos de interesse, como os já criados de municípios e qualidade, para que uma grande parte de conteúdos seja externo.

    Como o ambiente foi projeto com foco no usuário, estamos criando em 2010 mais mobilidade para os desenvolvedores, pois temos consciência que o Portal SPB dificulta tal interação.

    O debate sobre acesso total ao software nunca esteve encerrado. Para deixar claro para todos, sempre é tema das reuniões de coordenação. Importante que coordenação não são membros do ministério do planejamento. Cada software tem direito a um assento. Ou seja, se trata de uma coordenação coletiva (sem similar em outros governos). A questão sincera, é que apenas não estamos ainda seguros. Boa parte dos argumentos aqui apresentados passam pela nossa reunião. Quando comparamos com a evolução do ambiente, na verdade as teses que encontramos nos livros reforçam o cadastramento. Fato que explicitei acima para o próprio Br-linux por exemplo – decisão que concordei pois deu mais qualidade para discussão.

    Por último, fico feliz por dedicar parte do meu domingo para tão importante debate, que na minha análise se encontra somente em seu começo. Augusto, viu o que você faz, não recebo hora extra :-)

    ps.: hoje circula em 12 jornais no país uma campanha nacional do Software Público. A palavra “livre” divulgada pelo governo como ainda não tínhamos alcançado antes. Se a palavra “fé” surgiu no início deste debate, eu tenho fé que a comunidade cada vez mais vai perceber o papel do Portal na difusão das tecnologias livres e abertas, de forma contínua e permanente, como uma política pública com “P” maiúsculo.

    Abraço a todos.

    Corinto, obrigado pela longa manifestação, mas eu tenho que começar minha resposta a ela lembrando que meu questionamento é a um método de contagem, apenas. Fico feliz em ter te gerado a oportunidade para fazer uma defesa bem mais ampla de vários aspectos do SPB, mas o meu ponto é bem mais específico.

    Dito isto, preciso também manifestar meu temor de que tenhas me entendido mal, e assim tenhas te referido a algo que não falei, e sobre um ponto no qual não discordo de você.

    Imagino que você entendeu que quando falei sobre mentir ao se cadastrar, eu estava me referindo a informar dados pessoais errados. Mas eu não estava – eu estava me referindo à mentira praticada na intenção, ou seja, ao ato de quem, como condição para ter acesso a informações públicas, aceita ser incluído no cadastro dos integrantes de uma comunidade, mas não tem, de fato, intenção de ser parte dela.

    Vou tentar esclarecer melhor a partir do meu próprio exemplo, e da mentira que eu pratiquei ontem: Eu quis saber mais detalhadamente o que era este i-Educar, quais os licenciamentos envolvidos (tinha mais coisa além da CC-GPL mencionada no portal, pelo que pude perceber), e que recursos havia no site da comunidade dele. Mas tudo isso estava inacessível para mim na condição de mero interessado: o único caminho para este acesso, até onde pude perceber, era aceitando o convite para se cadastrar como integrante da comunidade, participação esta que não tenho interesse em desenvolver, ao menos de forma específica.

    Mas como era o único acesso oferecido a mim, aceitei o convite sim (e preenchi meus dados de identificação corretos, naturalmente), e pude ter acesso às informações que me interessavam. Preferiria que houvesse outra forma de ter acesso a elas em seu site oficial, mas não parece ser o caso (e concordo que é direito da comunidade proceder assim).

    Mas isto conduz ao ponto em que quero chegar, e venho repetindo: como a aceitação deste convite para fazer parte da comunidade é requisito para que se tenha até mesmo o acesso de consulta a ela, se possa ver os detalhes sobre o software, a documentação do mesmo, etc. eu tenho pouca dúvida de que não fui o único a aceitar, pro-forma, o convite de cadastrar-me como membro, só para ter acesso à informação, e sem desejo de ser, de fato, parte da comunidade.

    Embora tenha minha opinião sobre este tipo de barreira no caminho dos interessados, não questiono o seu direito de proceder assim. Todo autor pode colocar as condições que bem entender no caminho de quem quiser ter acesso à sua obra ou aos serviços que provê, na minha opinião.

    O que questionei inicialmente, e o Eriksen aparentemente respondeu como se a questão fosse outra (como se eu estivesse colocando em dúvida a boa-fé de quem forneceu o número, e não o método da sua obtenção), é o uso deste número de pessoas cadastradas como se correspondesse, de fato, ao número de integrantes da comunidade, e o seu emprego para fazer comparações como a que foi mencionada pelo Eriksen lá no site do Nassif (sobre só 2 colaborarem, em um universo de 5.500 cadastrados).

    Por isso que fiz, e repito, a sugestão de que o número seja aparfeiçoado, adotando um critério mais estrito. Proponho como primeiro passo uma operação bem simples: obter na tabela do CMS do site o quantitativo das pessoas que fizeram apenas um logon ao site, ou o quantitativo daquelas cuja data do último logon é a mesma data do seu cadastramento – para poder remover do total geral aqueles que, como eu, só queriam dar uma olhadinha, e acabaram se cadastrando pro-forma, porque não havia outro caminho sendo oferecido para ter acesso a estes dados.

    Assim você não precisará mais se contentar em mencionar apenas o potencialmente viciado “número de cadastros válidos”, que incluem todos aqueles que, como eu, precisaram aceitar um convite sem intenção de honrá-lo. E quando alguém como o Eriksen for se referir à disparidade entre o tamanho da comunidade e o número de desenvolvedores, estará lidando com um número muito mais adequado ao que ele quer expressar, na minha opinião. E que certamente mostrará também uma disparidade, mas aí com um número que se aproximará mais do quantitativo real de pessoas que tinham ou tenham interesse real em ser integrantes desta comunidade.

    Finalizando, não tenho dúvida de que você pode usar a expressão “comunidade” na acepção que bem entender. Mas creio que estaria em erro, exceto sob o aspecto formal, se considerasse que o “quantitativo de integrantes da comunidade do i-educar” corresponde diretamente ao “quantitativo de pessoas que algum dia já se cadastraram no site do i-educar”, nas condições descritas acima.

    Abraço,
    Augusto

    elias (usuário não registrado) em 21/12/2009 às 4:40 am

    @Eriksen Costa

    concordo que criar uma comunidade nao eh trivial. realmente, depende da realidade de cada projeto, e nao tentei expor uma formula magica: apenas disse o que, pra mim, melhoraria as chances de projetos no geral. mas, sim, alguns dos meus comentarios (ou todos) sao inuteis para certos softwares.

    sobre cadastro: com certeza quem se cadastra eh pq esta interessado, mas o contrario nem sempre eh verdadeiro: alguem pode estar minimamente interessado, mas sem vontade de se cadastrar. mas tudo bem se o governo federal nao esta interessado em prover software publico a pessoas minimamente interessadas; eu sou so mais um contribuinte.

    eu ultimamente tenho me frustrado um pouquinho com software livre que nao esta acessivel da forma que me eh conveniente, por mais egoista que isso possa ser. o ultimo deles foi o wiggle: depois alguma procura, o mais simples foi baixar os sources dos repositorios ubuntu. outro caso, um pouco mais desagradavel, foi o chromium, que oferecia um codigo fonte .tar.gz de 700mb, ou acesso ao repo git – e eu que me virasse pra filtrar o que nao preciso (no fim, baixei o codigo fonte do repositorio ppa do ubuntu com 71mb, mas ainda nao tentei compilar)

    cada um tem o direito de oferecer o software que desenvolve (livre ou nao) da maneira que mais achar conveniente. obviamente, eu nao exijo que ninguem disponibilize o seu proprio trabalho da forma que eu preferir. o meu ponto era que essa atitude eh anti-social e contra-produtiva, tanto por si soh como por seus efeitos posteriores. um termo bom para isso eh “net lose”.

    (falar em contribuinte me fez pensar em outro ponto: exigir cadastro muitas vezes torna nao trivial baixar usando clientes nao interativos, como wget. eu sei disso pq ja brinquei com –load-cookies, e as vezes eh um pouco frustrante – poderia-se afirmar que essa politica publica discrimina contribuintes que preferem nao realizar downloads usando um browser, e isso prejudica a acessibilidade do site em si, que, por ser publico, deveria ser universalmente acessivel. mas isso ja esta ficando cansativo)

    Eriksen Costa (usuário não registrado) em 21/12/2009 às 5:11 am

    Overdose de informação. Vou demorar um pouco para responder =)

    De primeira, acho que podemos trabalhar em algo para evitar frustrações ou dificuldades como estas que o Augusto mencionou.

    Estou tentando fazer de nosso Trac (http://svn.softwarepublico.gov.br/trac/ieducar) uma das portas de entrada, já que a documentação que temos hoje está toda lá, no TracWiki, sem necessidade de login (necessário para o code browser, timeline e tickets). Precisa de um bom trabalho para que seja efetivo e esclareça o que é o software antes que o usuário decida ir de fato a comunidade.

    Quanto as colocações do Elias, são bastante válidas.

    Já o Corinto… esse sabe usar o –verbose, rs.

    Marco (usuário não registrado) em 21/12/2009 às 5:45 am

    @Eduardo e @Corinto, vou dar um exemplo da vida real.
    Há muito eu procurava uma GUI para o mencoder. Achei o DeVeDe. Um bom projeto.
    O baixei do site do autor, sem cadastro algum. Experimentei e gostei.
    Notei que não havia tradução em português brasileiro. Baixei o código-fonte, ainda sem cadastro algum. Fiz a tal tradução e apenas a enviei ao autor, por e-mail, sem nenhum cadastro. A tradução já estava disponível numa revisão do software alguns dias depois, sem nenhum cadastro.
    Ao baixar a nova versão, novamente sem cadastro, observei que havia problemas com acentuação em sistemas que usam a codificação ISO8859-1.
    Baixei novamente, e sem cadastro, o código-fonte e consegui localizar o problema. Corrigi, testei, gerei o patch e enviei ao autor, sem nenhum cadastro. O autor não estava ciente porque usava uma localização UTF8. As correções foram feitas, ainda sem nenhum cadastro.

    Pessoal,

    Só para colocar um pouco mais de lenha na fogueira: apesar de vocês estarem dizendo que o cadastro é ruim e contra producente, não é o que mostram os números. Há muito materia de estudo sobre os dados do usuário no novo ambiente 5CQualiBr (http://www.softwarepublico.gov.br/5cqualibr/), e sugiro que vocês deem uma olhada nos artigos que estão lá para ter uma ideia do que estamos falando.

    A dinâmica de redes do Software Público Brasileiro: http://www.softwarepublico.gov.br/5cqualibr/6-publicacoes-e-artigos/view/vetor-ecossistema/artigos-do-vetor-ecossistema/IADIS_2008_SP01_Dinamica_do_SPB.pdf

    Brazilian Public Software and its Impact on Brazilian Society: http://www.softwarepublico.gov.br/5cqualibr/6-publicacoes-e-artigos/view/vetor-ecossistema/artigos-do-vetor-ecossistema/ICEG_2009_-_Impacts-1.pdf

    E alguns outros mais por lá.

    Eduardo Santos, não sei quem são os “vocês” a que você se refere, mas o meu ponto certamente não poderia ser resumido pela afirmação de que “o cadastro é ruim e contraproducente”.

    De qualquer forma, os adjetivos “ruim” e “contraproducente” só podem ser usados propriamente se considerados dentro de uma realidade subjetiva, que varia de acordo com o observador, e com seu paradigma do que seria a forma ideal de oferecer acesso a softwares livres, ou a informações públicas, via Internet. E também de acordo com a valoração que o observador dá ao objetivo de quem colocou em prática o referido cadastramento.

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