Em outubro de 2005, a Xara anunciou seus planos de abrir o código de seu pacote gráfico vetorial Xara Xtreme, e portá-lo para o Linux com a ajuda da comunidade. Até 2006 foram lançadas diversas versões,
cada vez mais completas, da versão GPL do produto, mas ainda no final do mesmo ano a empresa já buscava
explicar por que o progresso estagnou. A
compra da Xara pela Magix AG, em 2007, não contribuiu para a melhora da situação.
Segundo o Linux.com, hoje o projeto Xara Xtreme GPL está estagnado e à beira da irrelevância primariamente porque a empresa não soube lidar com a comunidade de desenvolvedores. A empresa tinha a intenção de fazer com que o Xara open source dependesse de uma biblioteca (a Cdraw) de código fechado e sob o controle da empresa, mas logo descobriu que a comunidade preferia abri-la, reimplementá-la ou substitui-la, e não havia como forçá-la a agir diferente. Logo a Xara retirou seus próprios desenvolvedores do projeto, dizendo que ela tinha feito a sua parte ao ceder a parte do código que lhe interessava, e que a comunidade não estava fazendo a parte dela.
Segundo a análise, é comum que as empresas assumam que as coisas funcionarão desta forma, ao se envolver pela primeira vez com o código aberto. Mas elas logo corrigem o rumo, e o erro da Xara foi insistir neste mesmo posicionamento até o fim, apesar de todo o feedback que recebeu - e acreditar que de alguma forma ela poderia controlar o que os participantes voluntários deviam ou podiam fazer com o código liberado e suas demandas.
Resultado: em fevereiro de 2007, quando finalmente abriu mão e aceitou criar uma árvore de desenvolvimento no Subversion, dependendo de bibliotecas livres e não do seu Cdraw, era tarde demais, todos os desenvolvedores interessados já haviam desistido.
Hoje o código continua disponível, embora não esteja mais sendo atualizado. Os desenvolvedores encontram muito mais incentivos em participar de outros projetos gráficos com comunidades mais ativas e com condições favoráveis. A Xara liberou seu código pela metade, e acabou não ganhando nada com isso, mas a comunidade e outras empresas interessadas em liberar código de seus sistemas podem ganhar algo importante: as lições aprendidas.
Saiba mais (linux.com).
a Xara queria apenas desenvolvedores de graça, não entenderem como funciona um projeto de código aberto. As empresas e a comunidade deve ter uma relação de mutualismo, não de parasitismo, como a Xara tentou implementar.
Será positivo, como dito na nota, se a Xara e outras empresas tirarem uma lição valiosa disso tudo.