A Novell, distribuidora de Linux, recentemente assinou um acordo controverso com a Microsoft. Qual sua visão sobre isto?
A Microsoft argumenta que o Linux viola suas patentes e que a Novell está pagando pelo privilégio de usar esta propriedade intelectual, e ela ainda diz que todo mundo deveria fazer o mesmo. Assim que a Microsft disse isso, a Novell disse: "Espere um minuto, nós nunca aceitamos nada assim". As duas partes não entraram em acordo nem mesmo sobre o que foi o objeto do acordo delas.
A Microsoft está pedindo que as pessoas paguem por patentes, mas ela não diz quais são. Se um cara entra em uma loja e diz "Você está em uma vizinhança perigosa, por que você não me paga 20 pratas e eu me encarrego de garantir que você ficará bem", isso é ilegal. É extorsão. O que a Microsoft vem fazendo com propriedade intelectual é a mesma coisa. É uma grande empresa e eu tenho muita admiração por ela, mas esta não foi uma posição bem considerada.
Então você não faria um acordo?
Não, absolutamente não. Mas chegará o momento em que as pessoas na Microsoft que têm uma visão clara da companhia como participante nesta comunidade, ao invés de um antagonista hostil, vencerão. Neste ponto, eu gostaria muito de trabalhar com a Microsoft. Ela não é um império do mal, é apenas uma companhia com os pés firmemente plantados nos anos 80. Novas lideranças e novos pensamentos podem fazer dela um parceiro mais efetivo para nós.
Mais importante, as pessoas precisam entender que o risco de um processo de patentes associado ao Linux, que é um risco real, é muito maior quando se considera alguém que não seja a Microsoft. Assinar um acordo com a Microsoft não resolve o problema de nenhuma forma. Isto não lhe dá imunidade contra patentes. Só lhe dá imunidade contra processos da Microsoft, e eu não acho que esta seja a ameaça. A Microsoft não vencerá uma guerra de patentes, então não acho que começarão uma.
Quem seria o agressor?
Tipicamente seria uma pequena empresa que não faz nada além de ter patentes.
1. Descaso pelos sentimentos alheios.
2. Incapacidade de manter relações duradouras.
3. Descaso total pela segurança e bem estar alheios.
4. Falta de caráter: mentiras e trapaças para obtenção de lucros.
5. Incapacidade de sentir culpa.
6. Incapacidade de seguir normais sociais de conduta dentro da lei.
Já não é a primeira vez que ele comenta que a Microsoft não é um inimigo do software livre. Concordo com ele. A Microsoft pode não ser um parceiro do linux, pode até mesmo ser um concorrente, mas não é um inimigo. A Microsoft tem muito a ensinar ao mundo livre. Não estou falando quanto a códigos ou esses detalhes. Estou falando sobre cultura, organização, sobre como colocar os interesses dos clientes e seus usuários na frente de ideologias descabidas no mundo corporativo. Talvez essas ideologias sejam interessantes quando se fala de academia, de programadores frustrados e etc. Mas quando a história muda e os homens vestem os ternos, ideologias e "paixonites" não podem ter vez sobre o que realmente importa para uma empresa: atender seu cliente.
Por que o Ubuntu (que o Mark fundou e é um dos pilares orientadores) é hoje a distribuição que mais cresce em adoção? Pretensão demais responder essa pergunta por definitivo. Mas posso deixar meu comentário. O Ubuntu, graças a visão do Mark, entregou aquilo que as pessoas esperavam de um software: ser barato e funcionar (não importando se usa programas livres ou proprietarios). Isso o Ubuntu faz até agora.