“A Free Software Foundation, entidade que está conduzindo o processo de criação da GPLv3, divulgou hoje um comunicado sobre recentes declarações divulgadas a respeito da nova licença - provavelmente eles estão falando do documento conjunto sobre a GPLv3 assinado por um conjunto de desenvolvedores do Linux.
O comunicado da FSF se divide em 3 argumentos principais: (I) A FSF não tem o poder de forçar ninguém a mudar da GPLv2 para a GPLv3 no licenciamento de seus próprios softwares; (II) As cláusulas sobre DRM não impõem nenhuma restrição ao uso de softwares, apenas à sua distribuição; e (III) A GPLv3 não fará nenhuma empresa perder todo o seu portfólio de patentes.
Nenhuma palavra sobre a questão da compatibilidade (ou não) de código sob a GPLv2 com código sobre a GPLv3 - que na minha opinião é algo mais crucial do que o primeiro ponto mencionado pela instituição, foi apresentado a ela de forma clara e direta, e merece uma resposta pública.
Quanto aos pontos sobre os quais a FSF topou divulgar um posicionamento, de fato é uma leitura interessante, e leva a esperar pela próxima salva.”
É uma luta no lugar errado, que pode dificultar o futuro de sistemas livres ameaçando a sua integração com sistemas proprietários que sim, a despeito da filosofia social do RMS vão continuar a existir e a ter seus clientes.
Ela tira do usuário final a liberdade de integrar esses sistemas caso ele deseje.
Para quem está interessado apenas no "free beer", isso não importa, pq se não encontra o conteúdo desejado de forma livre, ele rouba, de qualquer forma.
Se os garotos da escola proprietária querem colocar restrições em seus produtos, deixem-nos fazer a corda para sua própria execução. Nesse meio tempo, estaremos conscientizando as pessoas para boicotarem seus produtos, ao invés de as forçarmos a isso.
Acho natural que comentaristas como vc, que eu creio que não trabalham fornecendo software, ponham a filosofia acima das necessidades do usuário.
Nós, que ganhamos nosso pão trazendo soluções a eles (e não somos pagos em caso de não conseguir), colocamos o cliente acima disso. Damos aos clientes aquilo que eles precisam e não vamos boicotá-los.
Por isso, a luta está no lugar errado e mirando no inocente. É como uma luta entre lobos e leões em que cada um, para vencer, ataca as zebras para que o outro morra de fome.
Ela cria problemas para usuários que gostariam de ter o direito de aceitar essa política em determinados casos específicos.
Uma realidade triste, que depõe contra nosso modo de ver as coisas e não é normal em usuários do Linux, mas isso existe e eu já vi. Gente que grita na rede pela "ética do SL", mas pratica o mesmo desrespeito de outras formas.
Quem deve definir se o controle é ridículo ou não, se a patente é idiota ou não, é o usuário (que já tem feito isso e fará cada vez mais) e não os técnicos.
Nós podemos e precisamos aconselhá-los, mas é anti-ético tirar a liberdade de escolha deles.
A FSF não tem muito o que falar, um programa GPLv3 não poderá se linkar a uma lib GPLv2, nem o oposto. Quanto a inclusão de código de um programa em outro, é possível que seja possível incluir código GPLv2 num programa GPLv3, não o oposto.
Agora tem um problema, não adianta a FSF se pronunciar agora e amanhã a GPLv3 modificar-se. A FSF deve se preoculpar com como vai ficar a GPLv3, e não com o que ela vai ou não ser compatível.
"Be realistic, ask for the impossible."
Leonardo Lopes Pereira