“Um grande grupo de desenvolvedores do kernel Linux (incluindo figurões como Andrew Morton, Greg Kroah-Hartman e Dave Jones) divulgou publicamente hoje a sua posição quanto à GPLv3 em elaboração. O documento fala sobre o relacionamento entre as liberdades específicas da GPLv2 e o sucesso do Linux (e, por conseqüência, da expansão do código aberto) nos últimos 15 anos, sobre a inexistência de 'bugs' na versão atual que levem à necessidade de uma reescrita profunda, e vários outros temas interessantes.
Um dos aspectos que mais me chamou a atenção em todo o texto foi a menção ao combate à proliferação de licenças, e o sucesso que a GPLv2 vem obtendo em alcançar uma posição dominante que inclusive facilita a vida de quem empacota ou distribui software livre, pois aí tem de lidar com menor quantidade de licenças diferentes e às vezes incompatíveis entre si.
Mas o núcleo da argumentação apresentada, na minha opinião, foi a lembrança do compromisso que a FSF mantém com todos os que licenciam softwares sob a GPL, de que o espírito da licença será mantido em versões posteriores. A possível 'incompatibilidade de espírito' entre a GPLv2 e uma nova versão que acrescente restrições adicionais incompatíveis com os seus próprios termos é algo que merece ser debatido e investigado.
A posição de James E.J. Bottomley, Mauro Carvalho Chehab, Thomas Gleixner, Christoph Hellwig, Dave Jones, Greg Kroah-Hartman, Tony Luck, Andrew Morton, Trond Myklebust e David Woodhouse aponta outras questões sobre a versão atual dos rascunhos da GPLv3, e elas não se restringem ao velho debate sobre DRM e patentes.
Como o tema foi exposto publicamente, torço para que o debate destas idéias no âmbito da FSF e da comunidade como um todo seja elevado e mantenha o foco na busca de uma licença livre que atenda aos interesses de todos os envolvidos.”
"Be realistic, ask for the impossible."
Leonardo Lopes Pereira