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Como lidar com a expansão de popularidade do Ubuntu, preservando a diversidade de distribuições

Nas aulas de biologia todos aprendemos sobre a importância da diversidade genética para o sucesso continuado de qualquer comunidade, e dos perigos associados à ausência dela. O professor de sociologia também recorria a este mesmo argumento para ajudar a explicar a decadência de dinastias ou grupos sociais que adotavam o costume de casar-se apenas ou principalmente entre si, eliminando assim a necessária diversidade. Nenhum geek, mesmo que tenha faltado a todas as aulas de biologia, ignora o assunto, abordado até em um episódio (o segundo da quarta temporada) da série cult Arquivo X.

Mercados equilibrados também apresentam diversidade, e tanto para o consumidor quanto para a cadeia de valor é sempre mais saudável que haja diversidade do que concentração de opções.

Mesmo assim, estamos em uma situação curiosa: se as tendências permanecerem constantes, provavelmente logo teremos uma distribuição comunitária de Linux assumindo posição de líder inconteste de popularidade, sendo vista pelo público em geral (os “não iniciados” e neófitos) até mesmo como sinônimo de Linux no desktop.

Eu vejo vários aspectos positivos nisto, e certamente é mérito dos envolvidos na distribuição por saber o que fazer para atingir a uma fatia cada vez maior dos usuários e interessados em Linux no desktop. Sob o ponto de vista de crescimento do Linux no mercado, a consolidação também é positiva, mas creio que seria mais vantajosa se houvesse a dominância de 2 ou 3 fornecedores, e não de apenas um. E note que não estou me referindo ao desktop corporativo, e sim ao meu e ao seu.


Infelizmente não dispomos de grande riqueza estatística nos dados históricos que podem ser consultados publicamente. Mas a reflexão pode partir até mesmo da pouca informação isenta que se pode obter – uma das minhas preferidas é a do Google Trends, que mostra a popularidade das buscas por determinados temas ao longo dos anos. Visite e compare o interesse despertado pelas principais distribuições em anos recentes.

Outra fonte para análise é a pesquisa dos Favoritos da Comunidade Linux Brasileira, que promovo anualmente no BR-Linux.org. Até 2005, havia alternância entre os vencedores na categoria Distribuição Desktop, que obtinham sempre menos de 25% dos votos totais. Mas no final de 2005 foi a primeira edição da pesquisa após o surgimento do Ubuntu, e a partir daí ele sempre ganhou – e em 2007 obteve a primeira maioria absoluta nesta categoria.

Tenho algo contra o Ubuntu? Não, pelo contrário. Aprecio e uso diariamente. Mas tenho visto cada vez mais reações por parte dos entusiastas das distribuições cujo percentual de participação está se reduzindo, e noto que estas reações freqüentemente apontam para o lado errado, e impedem sua efetividade.

Fica portanto a minha dica: no meu entender, para reagir a esta expansão de uma forma que todos ganhem, é necessário promover e divulgar o uso de outras distribuições – e não fazer o oposto, que é combater ou criticar o sucesso da distribuição mais popular. Diversidade é bom, mas já temos adversários suficientes, não precisamos criar disputas adicionais entre nós mesmos.

(reproduzido da minha coluna na edição 38 da Linux Magazine, leia também ” Ubuntu: Distrowatch critica o fenômeno das críticas à mais popular das distribuições Linux).


• Publicado por Augusto Campos em 2008-05-26

Comentários dos leitores

Os comentários são responsabilidade de seus autores, e não são analisados ou aprovados pelo BR-Linux. Leia os Termos de uso do BR-Linux.

    rafa (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 2:43 pm

    artigo fraco.

    Augusto, darei uma opinião como desenvolvedor que persegue melhorias e também a promoção do sistema que iniciei… Não me refiro ao Br-linux e a alguns outros sites de maior seriedade, mas hoje em dia não é nada fácil promover distribuições, ao menos não sem ajuda de terceiros.

    Na minha opinião pessoal, o Ubuntu atrapalha mais do que ajuda, contudo tenho inimigos que mais me desagradam, e encabeçando a lista estão os que vendem cdroms de distribuições.

    Coloco Ubuntu, Mandriva, Xandros, Linspire e algumas mais na lista de distribuições de empresas, e com empresas por trás estas distribuições usam força menor em poder, mas equivalente em inspiração à usada pela Apple e Microsoft.

    As distribuições de comunidade – não as que tem forte comunidade e sim as desenvolvidas por comunidades, além das desenvolvidas por pequenos grupos ou indivíduos sofrem demais com o opressor marketing das distribuições de empresas, e raramente terão condições de crescerem.

    E mesmo distribuições já estabelecidas há muito tempo tem sofrido.
    Espero realmente que o avanço das grandes distribuições não elimine uma das mais marcantes características do Linux, a multipluralidade.

    GoblinX, um livecd brasileiro com base Slackware

    snif. Agora me emocionei… ;-)

    Brincadeira Augusto. Concordo quando diz que devemos divulgar mais as distros que utilizamos, procurando não denegrir o Ubuntu a distribuição dominante.
    Sou totalmente a favor da diversidade – dentro de seu limite, é claro – e também contra qualquer tipo de monopólio, assim como quase todo “linuxer” que “fugiu” do Windows ;-)

    O que não gosto do Ubuntu – falei, uff – é aquela mania de alguns de seus usuários o encararem como o espírito do Linux encarnado. Mas isto já deu discussão demais, tendo se mostrado não levar à nada.

    Também gosto do Ubuntu, mesmo não o utilizando (já utilizei). Ele tem vários pontos positivos e negativos, como todas as outras distros. Ela fez muito pelo Linux, mas todas as outras distros não podem ser demerecidas ou desconsideradas.

    Ricardo Cardim (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 3:07 pm

    Dificilmente alguém iria criar soluções para end-users como dizem.

    O sucesso do Ubuntu se dá ao procurar um nicho específico. Se eles fazem dinheiro com isso que sejam felizes.

    Se você discorda, aproveite o código aberto e utilize ele na sua distribuição favorita.

    Essa é a real liberdade. Afinal, a GPL não proibe ninguém de ganhar diheiro com ela.

    Paulino Michelazzo (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 3:13 pm

    Hmmm, assunto polêmico hein Augusto ;)

    Existem dois pontos a verificar na diversividade. O primeiro é até onde podemos chegar com ela sem que ela mesma entre em colapso devido a grande quantidade de elementos em sua cadeia e o segundo, que tem a ver com o primeiro é, até quanto a diversividade se retroalimenta para ser mantida coesa?

    No primeiro pode ser observado que existe na biologia um ponto de equilíbrio tanto na fauna quanto na flora. Espécies somem, outras sofrem mutações, outras aparecem mas o número varia muito pouco hoje do que tínhamos há alguns milhares de anos. Será que se mantém assim para que não extrapole determinado número de elementos e com isso sua organização não quebre? Será que não é este o efeito que estamos vendo dentro das distros onde finalmente algumas se sobressaem, eliminando aquelas que não fazem parte do “ecossistema”?

    O segundo ponto é mais interessante ainda pois como na biologia, as espécies existem em tal número porque elas se alimentam entre sí criando uma cadeia alimentar coerente (o que nos leva para o ponto um novamente). Será que aquelas que “morreram” ou “vão morrer” não são aquelas que estão fora desta retroalimentação?

    Finalmente, para pensar na cama: sempre se falou em distros que pudessem fazer frente ao Windows e MacOS/X. E agora?
    Abraços

    Marcelo Minholi (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 3:16 pm

    Acho que está havendo um equivoco ao acreditar que a existência de muitas distribuições desconexas propiciam algum tipo de melhoria real para o GNU/Linux ou qualquer outro software que componha tais distribuições.

    O que vem acontecendo já há algum tempo é que a grande maioria das distribuições são praticamente idênticas, diferindo apenas por causa do sistema de empacotamento de softwares, do ambiente gráfico / gerenciador de janelas / tema.

    Uma distribuição nada mais é do que um punhado de softwares agregados em uma mídia e organizados e estruturados segundo uma lógica advinda do(s) seu(s) criador(es), que muitas vezes não tem qualquer impacto direto na forma de utilização dos softwares abrangidos pela distribuição, imagine então, propiciar algum tipo de melhoria real.

    Se há necessidade de se preocupar com diversidade que seja então no ambito da quantidade de softwares disponíveis para cada finalidade, já aí sim se encontra a verdadeira necessidade de diversidade.

    Aos que “AINDA” acreditam que uma distribuição, seja ela qual for, pode oferecer algo realmente diferente daquilo que é possível ter em outra qualquer, recomendo verificar quais softwares são realmente exclusidos da distribuição e que tipo de recurso lhe seria privado caso viesse a utilizar alguma outra.

    Palavra de quem já passou por várias distribuições e continua achando tudo muito parecido.

    Marcelo Minholi (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 3:24 pm

    O que vejo de diferenças reais entre distribuições hoje, baseado no critério de que “para ser diferente é preciso oferecer algo diferente” são coisas como:

    * YaST
    * Pequenos utilitários de configuração e instalação de softwares do Ubuntu integrados ao Gnome
    * Integração com o SELinux e AppArmor do Fedora
    * e algumas pequenas coisas para as quais me reservo o direito de não listar explicitamente.

    Ademais é tudo “mais do mesmo”:
    * GNU/Linux + Gnome/KDE/XFCE/etc. + OpenOffice.org + Gimp + etc.

    Bom, para falar a verdade eu vejo a diversidade necessária e inevitável em um conceito bem mais amplo.
    Uma distribuição Linux não tem como ser ‘hegemônica’ nos moldes atuais (O que seria do Ubuntu sem o OO, sem o Firefox, sem o gnome?) isso aliado a GPL protege na prática o usuário (qualquer um pode fazer uma distribuição baseada no Ubuntu pex).
    Eu vejo que o desktop combina para um quase-monopólio, com as alternativas ocupando pequenos ninchos de mercado, mas sendo uma eterna espada que pende sobre a cabeça da distribuição dominante, isso acontece com o Linux em relação ao windows, pex. Do ponto de vista da participação no mercado o Linux é um anão, do ponto de vista tecnológico é uma ameaça considerável a Microsoft.
    O fato de ‘ter uma empresa por trás’ somente fará diferença se a Canonical faturar o suficiente para ter lucro e se esse modelo se mostrar eficiente com certeza surgirão outros interessados (Para a IBM pex 25mi para abrir uma empresa para finalmente marcar presença de fato no desktop seria uma ninharia) Shuttleworth chegou na frente, o tempo dirá se ele acertou ou não.
    Na prática a diversidade só faz sentido se houver competição, e com certeza as outras distribuições estão tendo que ‘se virar’ para poder competir com as facilidades do Ubuntu.

    tiaggs (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 3:36 pm

    O autor só esqueceu de citar a Seleção Natural
    http://pt.wikipedia.org/wiki/Sele%C3%A7%C3%A3o_natural

    a unica coisa que eu não sabia era que existia choradeira entre os não adptados…..

    Vagner Rodrigues (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 3:44 pm

    Olá

    Até agora não falei nada para ver como as coisas seguiam sobre o “Ubuntu Fenomeno” e gostaria de enumerar algumas coisas que tenho observado desde o aparecimento do “Fenomeno”

    Primeiro o problema não é em si apenas o Ubuntu pois como distro ele tem e teve os mesmos problemas que todas as outras distribuições tem, o que fez ele subir ao topo e este para mim foi o maior problema foi a Canonical

    Porque ?

    Eu como todos os outros mantenedores não temos condições de ter varios mirros ou mesmo dar CDs pelo correio, antigamente vender o CD oficial ajudava a pagar os custos de hospedagem da pagina do projeto hoje isso é inviavel graças a Canonical. Todos preferem esperar o CD gratuito do Ubuntu chegar pelo correio do que esperar fazer download de sua ISO madrugadas a dentro, comprar o CD oficial então é perda de recursos atualmente se quer dar o trabalho de comprar as midias, imprimir as capinhas etc.

    A Canonical tem o Shuttleworth com uma grande conta bancaria para financiar, duvido que a Canonical pague suas contas sozinha.

    Quanto ao artigo do Augusto na LM, tem fundamento se fosse biologia mas não é, no mercado quem sobrevive não é o melhor e sim quem tem mais dinheiro e mais marketing agressivo, o windows sempre foi ruim e nem por isso desapareceu o Steve Jobs e a IBM pensaram que a microsoft não ia longe e viu no que deu. Se a divulgação de outras distribuição é a solução é a saida então o Br-linux deveria ser mais justo quando esta divulgação acontecer, se observar vai ver que os post para outras distribuições são bem menores e ficam menos tempo no ar do que as do Ubuntu, se existe alguma parceria ou preferência então coloque num banner seila. quer um exemplo o Litrix 8.5 saiu e a nota no Br-linux foi tão pequena que a quantidade de acessos se devem por merito a divulgação do Distrowatch, e em termos de feedback recebi até do Netcraft no Canadá e de usuários europeus.

    Seu artigo me soa como “Se o ubuntu esta atrapalhando seu projeto a culpa não é minha”

    Ai eu digo

    Você fez algo para ajudar as outras distribuições ?

    O Distrowatch em uma epoca se negou a adicionar variantes de slax que apareceram na sua lista e o br-linux tem uma politica deste tipo ?

    O br-linux realmente trabalha em prol da diversidade do SL ? ou apenas amplifica o problema ?

    Marcelo, pois este é o ponto. Hoje em dia o que diferencia as distros, em minha opinião, não são os programas que as constituem. É a forma como cada programa, cada utilitário, cada característica como inicialização do sistema, gerenciamento de pacotes, etc. interagem, são construídos e distribuídos, ou até coisas mais humanas, como a forma que seus usuários e desenvolvedores agem.
    Tanto que, pelo fato de a maioria dos softwares serem livres, não ficam restritos à uma ou outra distro. A questão deixou de ser tão técnica há um bom tempo. Passou a ter mais sentido “filosófico”.

    Vagner, o BR-Linux atualmente mantém 10 notícias na capa, e todas as notícias ficam na capa pelo tempo que leva até publicar outras 9.

    Se você quiser ver mais notícias sobre sua distribuição favorita, é só enviar. Costumo publicar quase todas (as exceções são raras, muitas vezes publico até mesmo lançamento de versões pré-alpha e novo layout de fóruns – mas nem sempre), embora às vezes eu acabe tendo de cortar bons pedaços do texto enviado, por não atenderem às recomendações que constam logo abaixo do formulário de envio.

    É natural que mais gente envie mais notícias sobre as distribuições mais populares, entretanto. O surgimento de cada vez mais notícias sobre o Fedora parece exemplificar isso muito bem. A comunidade Mandriva também vem se agitando ultimamente, e acho isso ótimo.

    Quem sabe se a comunidade da sua distribuição favorita publicar ainda mais tutoriais, realizar ainda mais eventos, contribuir com ainda mais projetos upstream, etc., ela não terá mais fatos a noticiar por aqui? E certamente isso fará bem à comunidade mais ampla, como um todo.

    Paulino, note que não advogo a diversidade sem limites – e também nem chego perto de tentar definir qual seja o limite ideal. Meu ponto é que a diversidade é natural e positiva.

    Constato que a possibilidade de hegemonia em popularidade é uma novidade, e proponho uma forma de lidar com ela de maneira positiva.

    Mas concordo com você integralmente quanto a haver um ponto de equilíbrio a partir do qual a diversidade deixa de causar impacto positivo relevante sobre o ecossistema como um todo, e sobre a questão (quase termodinâmica) dos problemas de coesão após um determinado nível de dispersão.

    Márcio H. Ferreira (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 4:05 pm

    Resisti o quanto pude a deixar um comentário sobre esse assunto. Não o fiz no outro post sobre o ubuntu, mas não consegui. Segue o tal comentário abaixo. Está longo, e poucas pessoas vão ler, mas enfim, também é um desabafo, e alguma função ele cumpriu.

    A canonical está plantando o que colheu.

    Por muito tempo a Canonical investiu o tempo dela (e o própio Mark também) em pura propaganda e em episódios desagradáveis com as outras distribuições, como os emails do Mark para a lista do opensuse e do debian clamando que os desenvovedores “abandonassem o navio”.

    O uso desse marketing excessivo denegrindo a imagem das outras distribuições provocou uma alienação em massa que são a maioria dos usuários de ubuntu. Quem já não ouviu essas pérolas:
    - “Ubuntu é melhor porque tem drivers da nvidia”
    - “Ubuntu é melhor porque toca mp3″
    - “Ubuntu é melhor porque o instalador de pacotes resolve dependência”

    Como se outras meia dúzia de distribuições (pelo menos) não fizesse mexatamente a mesma coisa. Sem falar nos sem número de “artigos” focando o ubuntu do tipo “como dar ls no ubuntu”, “como configurar o X no ubuntu”. Como se não fosse exatamente a mesma coisa em qualquer otura distribuição. Já vi gente falando “ah, é assim no ubuntu, mas e no linux?”. Isso não é por acaso, muito marketing existiu para criar essa discriminação que linux é difícil, mas no ubuntu é fácil.

    Creio que hoje depois da extrema superexposição de mídia impulsionada pela Canonical, que paga por marketeiros mas não paga desenvolvedores, tenha finalmente baixado a poeira e algumas pessoas começam a ver a realidade.

    Criou-se uma situação que por mais que você tentasse explicar para um usuários de ubuntu que várias das supostas vantagens doo ubuntu estão presentes a muito tempo em outras distribuições, eles inconscientemente se esquivavam e davam alguma desculpa para não acreditar. É uma situação de lavagem cerebral, na maioria das vezes.

    As ações do Mark e da Canonical parecem coisa de lobo em pele de cordeiro. Vivem criticando outras empresas e distribuições para depois vir com as próprias idiossincrasias. Nunca vejo as ações dos mesmos como em prol do Linux, mas em prol somente deles mesmos.

    A Canonical não é um bom membro do ecossistema Linux, eles não contribuem com patches, não participam do upstream, mais e mais vejo os mesmos como os sanguessugas do sistema. A justificativa oficial deles é que eles são muito pequenos para conseguir fazer isso, que eles não podem contratar desenvolvedores para tal e etc. Eu fico pensando se é tão difícil assim… para propaganda não parece faltar dinheiro.

    Além disso, sem desenvolvedores, como a Canonical pode trazer avanços para o linux? A única maneira é se aproveitando do trabalho feito por desenvolvedores pagos por outras empresas. Eles não possuem poder para falar “então, gnome, implementem tal coisa”, “time do kernel, desenvolvam suporte para tal hardware”.

    Um sistema tão frágil pode fornecer uma distro enterprise,que compete com SLES e RHAS? Eu duvido. Se eles não conseguem repassar patches e bugreports upstream, por falta de gente e recursos, como acreditar que eles vão manter uma distro que eles chamam de LTS. Utópico, realmente.

    E o papo que o ubuntu era o Linux para seres humanos, desktop fácil de usar. Agora é uma versão server? Era uma versão desktop do debian. E agora temos uma versão server da versão desktop do debian? Sinceramente, é difícil acreditar na Canonical, a opinião muda, os focos mudam, como uma empresa, como ter confiança nela? Como já li várias vezes, a brincadeira só continua porque tem um milionário injetando dinheiro. Agora, todo o circo está armado, de se aproveitar do trabalho do debian e do marketing da comunidade ubuntu para impulsionar a distro enterprise sem desenvolvedores da Canonical. Um oportunismo, na minha opinião.

    Não gosto das ações do Mark e da Canonical, que tentam se aproveitar do marketing para manipular o ecossistema Linux. Eles nunca são claros em suas ações, e muitas delas são completamente antiéticas. Mar não tem moral nenhuma para falar mal do fedora, opensuse e outros, como já fez no passado, com freqüência.

    Acho plenamente justificável críticas ao ubuntu e aos atos discutíveis da empresa e do dono por trás da empresa. Os atos discutíveis, o modelo de existência discutível dos mesmos sempre existiram, e o pessoal do marketing tenta sempre fazer uma operação abafa, varrer para debaixo do tapete as sujeiras que existem no ubuntu e na canonical.

    Não compro esse argumento que tem que promover o ubuntu, porque promover o ubuntu é promover o linux, isso é ridículo. Posso citar, no mínimo, que a última versão do opensuse e do fedora sem sombra de dúvida fazem absolutamente tudo tudo tudo que o ubuntu faz, igual ou melhor. Quem não acredita, baixe o CD e confira.

    A menos que você seja um daqueles xiitas do ubuntu, que vão continuar espalhando que o ubuntu é “muuuuuuito melhor”… por exemplo, porque dá pra tocar vídeo nele. Claro que ninguém nunca tocou vídeo em outras distros né…

    Paulino Michelazzo (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 4:19 pm

    Na veia Augusto!

    Como você, tenho plena convicção que a diversividade é boa e faz os milagres que vemos todos os dias com a evolução das espécies. Mutações são apresentadas em diversos seres que se recriam para atender a diversas necessidades, sejam físicas ou biológicas.

    Neste ponto, penso que algumas distribuições (e seus seguidores) leram muito bem a obra de Darwin que trata deste assunto. Aprenderam a se modificar, se mutar e se tornaram “alguma coisa a mais” dentro do ecossistema. Outras, como o próprio estudo prega, vão ficar na história da evolução. Se isso aconteceu por causa de investimentos ou por causa de iluminação de algum ser, não importa.

    Partindo deste pressuposto que concordamos, lidar com a popularidade do Ubuntu é simplesmente deixá-lo evoluir ou perecer, nada mais que isso. Se outras distros terão força para alcançá-lo ou ao menos se manter dentro deste ecossistema, cada uma sabe dela. O que não podemos é interfirir e inferir neste processo pois estaríamos colocando o dedo de deus em algo que poderia ser considerado “natural”. Se existem quem pensa em barrar o crescimento do Ubuntu, este é que certamente seria capaz de dar um tiro no pé.

    By the way, lembra-se do Altavista? O medo que tínhamos que ele se tornasse a “raça dominante” dos buscadores? Pois é, agora o medo é do Google e pelo visto teremos medo das “castas superiores” durante toda a vida. Temíamos o Internet Explorer e este já está bem crescido, tomando seu lugar ao sol e daqui há pouco aparece algum iluminado que cria uma distro imperceptível para o usuário e esta atropela as demais. Assim, nada melhor que a “evolução das espécies” para resolver isso.

    Abs

    patito (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 4:23 pm

    O ubuntu é bom,muita gente gosta e ponto final.
    Quem não gosta não instala e pronto.
    Não precisam ficar chorando pela sua distribuição favorita,use-a.
    Mas que o ubuntu veio para ficar isso sim ele veio.

    1 – Só corrigindo: a primeira versão do Ubuntu não saiu no final de 2005 e, sim, em Outubro de 2004. Foi a versão 4.10, cognominada Warty Warthog;

    2 – Se o Ubuntu virou esse fenômeno, a mídia tem uma grande parcela de “culpa”:
    a – se você folhear a Linux Format nos últimos dois anos, você vai ver que a quase totalidade das telas mostradas, exemplificando alguma aplicação, mensagem etc, é do Ubuntu
    b – A Linux Magazine brasileira, no tempo em que eu a comprava, também quase só mostrava telas do Ubuntu em artigos do tipo “como instalar o Banshee”
    c – A INFO, que tem dedicado algumas páginas ao Linux, quando mostra algum tutorial ou alguma dica, diz claramente “como fazer isso no Ubuntu”, não no Linux.

    Quer dizer: a mídia só fala do Ubuntu porque ele é (quer dizer, está) dominante OU o Ubuntu está dominante porque a mídia só fala dele?

    resumindo (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 4:31 pm

    Inveja é uma merda!

    Beco (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 4:35 pm

    Parce-me claro que o problema são os fanboys, que alardeiam as suas distribuições serem a salvação da lavoura. Isto vem acontecendo em maior escala ultimamente com o Ubuntu, o que é bem lógico ao tomarmos como referência a maior base de usuários.

    Sim, existem várias distribuições que são tão boas ou melhores que o Ubuntu, não há dúvida. O Fedora para mim é uma das distribuições mais importatentes no mundo Linux, pela excelência de inovação e contribuição direta a diversos componentes do Linux (kernel, GCC, Gnome, etc.). Mas nem por isso desprezo o trabalho do Mark. Ele é um empresário, que está conseguindo ganhar dinheiro com o Ubuntu sem violar nenhuma licença, ao mesmo tempo que ofereçe um sistema muito bom à comunidade. Mesmo os programadores da Cononical não sendo os reis das contribuições ao upstreams, tem gente muito boa lá, muitos ex-desenvolvedores do Debian, com um longo histórico de trabalhos voltados ao mundo Linux.

    As distribuições com empresas por trás estão entre as mais usadas, Ubuntu, Fedora, openSUSE, Mandriva. No meu ponto de vista isto é excelente!

    Mas qual teria sido o pulo do gato do Ubuntu? É claro que é seu visual!!!! Tão combatido, achacado, xingado e torpedeado, mas IMEDIATAMENTE RECONHECÍVEL!!! É como a Coca-Cola, o Banco do Brasil e o Ponto Frio: há uma identidade total entre produto e marca. De quantas outras distros se pode dizer o mesmo? A maioria é mostrada nos diversos tons de azul. Você olha e não consegue dizer que distro é.

    edempoa (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 4:44 pm

    Não compro esse argumento que tem que promover o ubuntu, porque promover o ubuntu é promover o linux, isso é ridículo. Posso citar, no mínimo, que a última versão do opensuse e do fedora sem sombra de dúvida fazem absolutamente tudo tudo tudo que o ubuntu faz, igual ou melhor. Quem não acredita, baixe o CD e confira.

    A menos que você seja um daqueles xiitas do ubuntu, que vão continuar espalhando que o ubuntu é “muuuuuuito melhor”… por exemplo, porque dá pra tocar vídeo nele. Claro que ninguém nunca tocou vídeo em outras distros né…

    Sem trolisse, eu sempre baixo as novas versões do OpenSuse e o Fedora, e estou inclusive muito curioso para ver o OpenSuse 11, mas o Ubuntu é mais prático do que esta distribuições.

    O Fedora investe muito pouco em facilidades e o OS 10.3 eu achei muito instável.

    Você pode não gostar do Ubuntu, mas não venha me dizer que eu prefiro Ubuntu por não conhecer nada mais, porque esse argumento só mostra o quanto você desconhece o que critica.

    interessante é que até o final do ano passado o demônio era o Open Suse por causa do Mono. Qual será a próxima vítima?

    Você tem razão, ceti – o que ocorreu no final de 2005 foi apenas a primeira edição da pesquisa após o lançamento do Ubuntu. Vou corrigir o texto para não ficar confuso.

    Márcio, não vejo nenhuma forma de entender em meu artigo um argumento a favor de que as pessoas devem promover o Ubuntu. Pelo contrário, o chamado à ação que faço é no sentido de que promovam as demais distribuições.

    edempoa (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 4:56 pm

    Tenho uma teoria. Uma parte da comunidade se acostumou a viver de criticar o Windows. Agora que o Windows já tá quase condenado a médio prazo esse pessoal ficou carente e precisa desesperadamente de alguém para aliviar a tensão.

    Eu ia distribuir o ultimo cd que gravei do Ubuntu 8.04, queria colocar ate uma capinha e legal e tal para fazer mais um nerd que usa Xp feliz, mas acho que não….com a caça as bruxas(Ubuntu) que tenho visto por aqui acho que vou esconder muito bem o cd, vai que algum fanático resolve queimar o cd e o meu pc junto….
    ” Ha você fez um artigo de como configurar o xorg.conf no Ubintu, agora voce vai morrer queimado vivo”

    E depois dizem que existe LIBERDADE na comunidade de Software Livre…..

    Márcio H. Ferreira (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 4:58 pm

    Augusto,

    Sim, correta a sua análise. Tive essa impressão que comentei no texto da distrowatch.

    Edempoa,

    “O Fedora investe muito pouco em facilidades e o OS 10.3 eu achei muito instável.”

    Ta vendo como é vago?

    “Só corrigindo: a primeira versão do Ubuntu não saiu no final de 2005 e, sim, em Outubro de 2004. Foi a versão 4.10, cognominada Warty Warthog”

    Pois isso eu não sabia.. O Ubuntu tem a mesma idade do GoblinX… WOW!!
    Quer dizer que se eu fosse rico estaria hoje a frente da mais usada das distros? hehe;;

    Provavelmente não, porque vejam as listas das distribuições mais usadas… entre as dez mais não existe nenhuma base Slackware… por causa de preconceito… O Ubuntu era uma simples remasterização do Debian que investiu e investe milhões para crescer.

    Márcio H. Ferreira (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 5:06 pm

    tiaggs

    ” Ha você fez um artigo de como configurar o xorg.conf no Ubintu, agora voce vai morrer queimado vivo”

    Engraçado você comentar justamente disso, porque me lembra de um “causo” de muito tempo atrás, na época que estávamos começando com esse negócio de configurar o X automaticamente nos instaladores e ferramentas, o que hoje é praticamente padrão, não deve causar problemas a quase ninguepm no linux.

    O artigo era sobre configurar duas telas (xinerama, ou twinview) no ubuntu. E o cara explicava como fazer editando o xorg.conf. E os comentários no site, lógico, adorando o ubuntu e o artigo, dizendo que é “muito fácil demais” configurar no ubuntu e etc, que é bom pra caramba. É muito estranho, se você parar para pensar, configurar um xorg.conf na mão não é nada amigável, e fácil e etc.

    Agora eu me perguntei na época, se fosse o mesmo artigo explicando como fazer isso no debian, tenho certeza absoluta que ia começar uma malhação total do tipo “ai, tinha que ser debian mesmo, configurar na mão, que absurdo, ai editar xorg.conf, como o debian é atrasado”

    Vale lembrar que o suse fazia isso automaticamente já, na época. Creio que usei algo parecido num red hat, então nesse ponto era o ubuntu que estava atrasado nessa facilidade. Mas o fanatismo causa cegueira…

    a – se você folhear a Linux Format nos últimos dois anos, você vai ver que a quase totalidade das telas mostradas, exemplificando alguma aplicação, mensagem etc, é do Ubuntu

    Não precisa ir muito longe não, basta acessar o br-ubun….ops, br-linux.

    Acho que o pelo que tenho visto o Linux nunca vai dominar os computadores pessoais, é só lembrar do Império Romano, sendo assim não precisamos de concorrentes nós mesmos vamos nos destruir….

    Raramente incluo telas geradas por mim mesmo, Miranda. Se alguma distribuição estiver predominando nelas, isto será um reflexo de uma predominância nas fontes ou autores dos artigos. Quando incluo telas produzidas por mim mesmo, acredito que elas não permitem identificação de qual o ambiente ou sistema em que foram geradas.

    Além disso, se você quiser ver a sua distribuição mencionada por aqui mais freqüentemente, não deixe de continuar a enviar estes artigos pelo link lá no alto da página, que contém instruções.

    Augusto geralmente os que mais reclamam são os que menos enviam notícias, ele´s não estão nem ai para que noticia saiu ou não, só querem que não tenham noticias do Ubuntu!
    Desculpe pessoal, querendo ou não o Ubuntu é a DISTRO MAIS POPULAR não podem fazer nada contra,….e vou parar de comentar já estou cansado com tanto flame….

    “Inveja é uma merda!” [2]

    Leandro (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 5:53 pm

    Sinceramente… estava começando a usar o ubuntu pois nas tentativas anteriores (usei o kurumin e o kalango) não me sai muito bem, como sempre usei windows achava meio complicado… agora com um pouco mais de experiência comecei a usar o ubuntu e estava gostando (isso mesmo estava, e até usei novamente o kalango por que tinha gostado dele na época que usei) e estava incentivando outros amigos a usar o ubuntu também… mas com toda essa briga e reclamação acho que vou voltar a usar o windows mesmo, sempre pensei que a melhor distribuição para meu uso fosse a que eu me sentisse bem usando e suprisse todas as minhas necessidades diárias no desktop (criar documentos, editar fotos, ouvir música, navegar), mas pelo jeito é diferente, se eu não usar a distro tal eu sou um maldito que quer acabar com a comunidade, já que todas são praticamente a mesma coisa (edita foto, navega e tals) mesmo não sendo a distro que me atrai e me faz buscar mais informação e ter interesse no Linux.
    Bem, reino dividido não prospera…

    MaxRaven (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 5:55 pm

    Na minha visão, a maioria dos problemas Ubuntu x Resto do Mundo é causado por:

    1- Propaganda enganosa da Canonical, essa historinha de Linux para Humanos não cola para a maioria, pelo menos para aqueles que já tinham usado outras distribuições e já conheciam a grande maioria “das novidades”

    2- Por conta do hype, imprensa e midias em geral (blogs inclusos) dão um destaque danado para o Ubuntu, ver a mesma noticia em 10 ou 20 sites diferentes sobre o mesmo assunto acaba cansando e irritando, sem contar que para muitos veículos Linux é uma coisa, Ubuntu é outra totalmente diferente.

    3- Usuários chatos da distribuição.

    Eu por exemplo tenho uma birra com o Ubuntu (e sempre deixo isso claro para mostrar que minha opinião não é totalmente imparcial), desde o 6.06 que meu mouse só passa a funcionar após atualizar o kernel, não sei se o mesmo vai acontecer no 8.04 pq ainda não chegou o CD, sempre que falo mal explico os motivos, que vão desde esse bug chato (devidamente relatado por vários outros usuários em todas as versões desde a 7.04, pelo menos) até com sintomas estranhos com o passar dos dias, coisas que não acontece com outras distribuições.

    Então (entrando um pouco na questão da outra postagem referente ao artigo do distrowatch) acho válido as criticas e digo mais, acho útil para o usuário final, principalmente aquele que ouviu falar nesse tal de Linux e queira usar, vamos supor que ele também teve diversos problemas com o Ubuntu, se não ver que há alternativa, que não é “só com ele”, vai acabar largando mão, como já vi ocorrer algumas vezes. Inclusive mandei um DVD do Mandriva 2008.1 para um que, como eu, teve sérios problemas com o mouse no Ubuntu, diferente de mim ele não sabia se virar sem o mouse e fazer a atualização, então iria desisti, até que, após testar o Fedora e o Mandriva, acabou optando pelo Mandriva (Rafael, se ler isso confirma ai para não ficar chato hahha) e estava muito feliz e satisfeito, coisa que o Ubuntu, distro que, digamos, mostrou que existe vida além do Windows, não conseguiu fazer.

    Xis (usuário não registrado) em 26/05/2008 às 5:56 pm

    Minha opinião sobre o Ubuntu/Canonical já foi dada no outro tópico. Para quem não leu, acho justa a malhação p/ cima do Ubuntu e concordo em grande parte com o que o Marcio disse.

    Mas, vou aproveitar para mostrar outro ponto de vista:

    Antigamente usavamos (enquanto comunidade em que me encaixo) Slackware pois era mais dificil. Hoje a comunidade utiliza Ubuntu pq é mais fácil.

    Só o exemplo acima já deixa claro: A comunidade é quem mudou.

    Atraímos os usuários Windows que não querem pagar licenças, e não apenas os usuários avançados.

    Porém, isso nos trás prejuízos, pois antigamente ninguém se importava em qual formato estava um software. Em geral, todos baixavam o fonte. Hoje em dia é discussão corrente aqui no Br-Linux padronizar, e pasmem: A maioria quer padronizar em .DEB !!!

    Claro, eles vieram do Windows.

    ” Um .exe do 98 funciona no XP. Pq no linux é tão complicado ? ”

    Obs: Falaram do Litrix, e o RHEL 5.2 que nem foi noticiado ?

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