Libras: App permite traduzir voz em linguagem de sinais para surdos

Via idgnow.uol.com.br:

Foi lançado nesta terça (2) o primeiro aplicativo para smartphones capaz de traduzir fala para a língua brasileira de sinais - Libras. Desenvolvido pela companhia pernambucana ProDeaf, o projeto é fruto de um investimento de 500 mil reais feito pelo ProDeaf – com financiamento do Sebrae e do CNPQ –, e do patrocínio do Grupo Bradesco Seguros.

(...) O ProDeaf Móvel chega ao mercado para a plataforma Android. Nos próximos meses, haverá iOS e Windows Phone . A versão atual está disponível no Google Play ou no site da companhia.

(...) O app reconhece a voz do usuário e traduz para Libras, executada por um personagem na tela do celular. Para isso, usa como base um dicionário de cerca de 3,7 mil sinais. Está nos planos do ProDeaf o aumento do número de sinais e a regionalização de sua base, permitindo o uso de sinais específicos de regiões do Brasil.

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Comentários arquivados

Comentário de Lauro César em 03/04/2013 às 11:15:35

Legal! A informática tem esse dever social, que é importante e relativamente simples de se implementar.

Comentário de Patola em 03/04/2013 às 13:38:02

Se contou com participação da comunidade, espero que o código seja livre - a reportagem nada especifica. Um software desses só cumprirá um dever social digno se não for código proprietário.

Comentário de Stauffen em 03/04/2013 às 13:59:29

Ótima notícia, e como disse o @Patola esperamos que seja livre.

Comentário de Stiloso em 03/04/2013 às 16:14:27

Patola, o software é proprietário (inclusive conheço os fundadores da empresa, todos estudaram comigo). Inclusive o processo de desenvolvimento foi voltado para o windows phone, só agora portarem para o Android. Fiquei feliz por ver a notícia por aqui, os caras se garantem demais!

Comentário de diogo em 03/04/2013 às 16:40:35

trazer o protugues para a libras nao é soh traduzir, há a expressao facial e corporal, há uma cultura (surda) que pouquissimos ouvintes conhecem. a LIBRAS não é soh substituir palavras por sinais, existem regras gramaticais a serem respeitadas muito diferem das do portugues! excelente propósta. mas sinceramente inrreal!

Comentário de Stauffen em 03/04/2013 às 19:53:20

diogo, Concordo que não é tão simples assim mas creio que eles levaram isso em conta. 500.000,00R$ para fazer algo que o surdo não entenda direito????? (Possível, mas eu creio que seja improvável).

Comentário de Joaquim Mariano em 03/04/2013 às 23:22:19

Também acho bastante razoável que o código fosse livre, já que a comunidade contribuiu e continua a contribuir para o seu desenvolvimento. No entanto, por mais que a comunidade tenha participado, a contribuição que cada um faz a um código fechado depende da própria consciência. Nesse sentido, embora eu também desejasse que fosse livre, vejo as contribuições a esse código fechado (conforme Stiloso afirmou) como opção de cada participante. Por outro lado, a administração pública deveria ser o primeiro e maior interessado em exigir dos desenvolvedores a liberdade do código em troca do financiamento público. Essa é, no meu entender, a pior parte: dinheiro público foi empregado no desenvolvimento de um código fechado, que, apesar dos óbvios benefícios que garantirá aos usuários do software, não pode ser livremente aproveitado pela comunidade e (ai, ai, ai, meu ufanismo...) pela nação. (É óbvio que um código livre pode ser aproveitado por qualquer nação, mas, para mim, o ponto mais controverso desse financiamento é a origem estatal brasileira do dinheiro.) A liberdade do código de softwares cujo desenvolvimento recebe dinheiro público é questão estratégica. E o CNPq aparentemente não atentou para isso.

Comentário de Gilberto Gil em 04/04/2013 às 08:44:10

Olha, eu estou testando o aplicativo aqui no meu celular, e parece que infelizmente o @diogo está certo. O programa mostra a sinalização em LIBRAS das palavras exatamente na mesma ordem em que foram digitadas, ou seja, não obedece a gramática da língua. Pior ainda, ele não consegue reconhecer verbos em português conjugados. Por exemplo, ele reconhece o infinitivo "testar", mas não reconhece o gerúndio "testando". Reconhece "estar", mas não reconhece "estou". E o que ele faz com as palavras que ele não reconhece? Simples, ele usa os sinais de letras do LIBRAS, que servem para "ditar" palavras do português que a pessoa não conhecer a tradução. Sim, eu admiro o esforço que eles tiveram com a modelagem 3D e com para montar um dicionário de palavras do português para LIBRAS, mas isso não pode ser considerado um tradutor. É um dicionário, e nada mais. E duvido que consigam fazer um tradutor sem ser com anos de pesquisa e desenvolvimento. Eu não achei nenhum artigo no Google Scholar nessa área de tradução para LIBRAS por ninguém da UFPE. Tem outros grupos no Brasil que fazem pesquisa nisso, mas não estão envolvidos nesse projeto. É complicado, acho que vai uns 10 anos para terem algo que possa ser chamado de tradutor experimental.

Comentário de Gilberto Gil em 04/04/2013 às 08:49:54

@Stauffen, Pesquisa é caro e demorado. No Brasil, tem muito pouco recurso humano para pesquisa. Você tem que pegar os estudantes de graduação que não sabem nada e treinar, ensinar um monte de coisas. Tem que pagar anos de bolsa para o cara ficar vinculado no projeto. Muitas vezes você acaba treinando uma pessoa por 4 ou 5 anos, e no final das contas só dá tempo de ela desenvolver um pequeno aspecto do projeto, e já tem que se desvincular da instituição para trabalhar em outro lugar. @Joaquim Mariano, Infelizmente não é esse o pensamento e a política das entidades financiadoras de pesquisa do governo. Muito pelo contrário, você sempre vê essas entidades incentivando o registro de patentes e restrição da propriedade intelectual com objetivo de levar ao lucro. Isso ocorre pois essas entidades tem direito, por exemplo, a 1/3 dos royalties de patentes registradas sobre pesquisas financiadas por elas.

Comentário de Enzo Telles Poeta em 04/04/2013 às 09:24:20

Dia povo ! Estou trabalhando com pesquisa exatamente nesta ... Gostaria de de dizer que tem bastante gente concentrando esforços para produzir tecnologias que em um futuro próximo podem ser integradas para construir uma boa alternativa livre para a tradução portugues / libras. O escopo do meu trabalho de mestrado envolve a revisão e eventual aprimoramento da especificação de uma notação de representação de sinais da LIBRAS para avatares 3d proposta no trabalho da Doutora Wanessa Machado do Amaral e do Prof José Mario de Martino da Fac. de Engenharia Eletrica da Unicamp ( O foco é a aprimoramento e implementação da parte da especificação que trata das expressões faciais do avatar 3d). Já temos um protótipo bastante funcional da tecnologia desenvolvido em linguagem JAVA e que utiliza várias ferramentas livres... Na questão da tradução da estrutura gramatical da Lingua portuguesa para a LIBRAS existe uma ferramenta fantástica desenvolvida pelo pessoal da UFAL ( ate onde eu sei, quem está tocando o projeto por lá é o prof. Dr. Patrick Brito ) chamada FALIBRAS. O que posso dizer no momento é que são tecnologias que podem trabalhar muito bem em conjunto para obter uma tradução mais fiel do portugues para LIBRAS. Assim que tiver um tempinho crio um vídeo com o protótipo e peço para o Augusto publicar aqui no br-linux... Até...

Comentário de Joaquim Mariano em 04/04/2013 às 11:44:21

Gilberto Gil, além do CNPq, não podemos nos esquecer do SEBRAE (também financiador do mesmo projeto), que, embora não seja uma entidade estatal, tem funções públicas e deveria ter uma visão ampla sobre a questão: em vez de apoiar e financiar uma única pequena empresa que desenvolve um código fechado, deveria exigir código livre como contrapartida ao financiamento e assim fomentar o trabalho de outras empresas e empreendores que queiram criar e desenvolver sobre aquele código.

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