Decisão da Suprema Corte dos EUA reduz restrições baseadas em direitos autorais
Medidas tecnológicas e comerciais para tentar restringir a comercialização de obras fora dos países especificamente autorizados pelos detentores dos direitos autorais não são novidade, mas uma editora norte-americana que tentou agir juridicamente contra um estudante que vendia "sem autorização" nos EUA livros adquiridos na Tailândia teve uma surpresa: o caso chegou à Suprema Corte de lá, que decidiu colegiadamente que essas obras adquiridas de forma legítima no exterior não estão sujeitas a restrições de comercialização exercidas pelo detentor dos direitos de autor.
Via info.abril.com.br:
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu nesta terça-feira que detentores de direitos autorais não podem bloquear a revenda dentro do país de produtos [legitimamente adquiridos] fabricados em outros lugares, uma questão importante que afeta a importação anual de dezenas de bilhões de dólares em bens.
Por seis votos a três, a corte mais alta dos Estados Unidos afirmou que a chamada "doutrina da primeira venda" se aplica a cópias de trabalhos sob direito autoral legalmente fabricadas em outros países.
(...) O caso veio à tona após Supap Kirtsaeng, um tailandês que estudou matemática na Cornell University e na University of Southern California, ter ajudado a pagar por seus estudos revendendo livros pelo eBay, os quais foram adquiridos por sua família e amigos na Tailândia e enviados para ele.
Oito livros vieram da unidade asiática da John Wiley & Sons, que processou Kirtsaeng por infração de direitos autorais e conseguiu obter 600 mil dólares em indenização concebidos por um júri federal.
Um corte de apelações em Nova York manteve a indenização em agosto de 2011, dizendo que cópias estrangeiras não podem ser revendidas nos EUA sem a permissão de detentores dos direitos. A decisão da Suprema Corte anula a dessa corte de apelações.
Mas Kirtsaeng argumentou que a doutrina da "primeira venda" protegia a ele e a outros donos de cópias "legais" que as vendem sem a permissão dos detentores dos direitos.
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