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ZTOP pergunta: você teria um netbook com Android?

Sim, em 2009.

Segue trecho do post do Henrique no Ztop, que investiga um cenário alternativo ao que o mercado parece ter em mente para a “era Windows 8″, agendada para daqui a alguns meses.

Via ztop.com.br:

Em uma observação rápida nos sites das fabricantes, dá para perceber que a oferta é cada vez menor (ou disfarçada de “mini-notebooks”). Pouca gente continua vendendo netbooks no mercado brasileiro (exemplos: LG e Lenovo não oferecem mais esse tipo de máquina, Samsung ainda tem um em catálogo, HP também só tem um, assim como a Positivo; fora da curva estão CCE e Asus, com mais de um modelo).

Além disso, os tablets híbridos (Asus Transformer e seus parentes, estou falando com vocês) mostraram que uma alternativa ao netbook convencional, em um equipamento portátil modular, com teclado com portas de expansão e bateria adicional + tela sensível ao toque removível, se transformam em uma máquina de produtividade: com um navegador e editor de textos/planilhas, o escritório pode acontecer em qualquer lugar.

Então fica aqui minha ideia doida de futurologia. E se existisse (viajando aqui na teoria) um equipamento como um netbook, com tela fixa (mas sensível ao toque) e rodando uma variante de Android: isso faz sentido? Afinal, o Android roda em plataforma x86 sem muito problema.


• Publicado por Augusto Campos em 2012-03-27

Comentários dos leitores

Os comentários são responsabilidade de seus autores, e não são analisados ou aprovados pelo BR-Linux. Leia os Termos de uso do BR-Linux.

    Eu utilizo um netbook (Acer AspireOne ZG5) com Xubuntu 11.10 e sinceramente ele é perfeito para qualquer atividade computacional simples como digitar textos, navegar na internet, e até programar, ele não tem nem demoras nem travamentos. Dificilmente eu trocaria meu Netbook por um notebook, ainda por que em tarefas mais pesadas como edição de vídeo eu utilizo meu desktop.
    Como utilizo o Xubuntu que é com XFCE que é altamente configurável eu pude personaliza-lo de uma forma a otimizar o espaço na tela ao máximo.
    Acredito que os netbooks são uma categoria de dispositivos que poderia ser útil para muita gente mas não teve tanta penetração no mercado por falta de um sistema operacional tão bom como o Xubuntu bem configurado para essa função (como o meu) e também por falta de campanhas de divulgação mais eficientes.

    Mario (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 10:42 am

    Jamais. Na verdade, meu sonho é que aquele android dos smartfones seja substituido pelo arm linux.

    Thiago (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 10:48 am

    Qual a razao de usar um netbook com tela sensível se é possível usar um tablet com doca que dá muito mais mobilidade de usar hora sem a doca, hora com, sem contar que a bateria dura muito mais? No Asus transformer dura mais de 15 horas usando direto. Confesso que não entendi.

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 10:52 am

    Em primeiro lugar, eu já tenho um netbook com Android! :) Isto é, da forma como o artigo exemplifica: tenho um Asus Transformer com docking/teclado.

    Com isso, a minha produtividade é igual ou maior do que um netbook com tela de toque, com as seguintes vantagens:

    a) Óbvia: A tela se destaca quando é necessário mostrar algo a alguém, quando eu quero ler o conteúdo como faria com um livro ou quando quero usar o aparelho como se fosse um caderno (com a canetinha capacitiva).

    b) O carregador é bem menor e mais portátil do que o da maioria dos netbooks que eu conheço, sem que a autonomia de bateria sofra com isso.

    c) O Android é bem mais focado em multimedia que os outros sistemas.

    d) O Android foi construído em cima da ideia de compartilhamento de dados entre aplicativos. É muito mais confortável e divertido trabalhar um conteúdo em vários apps do que usando a área de transferência ou alguma velha tecnologia de compartilhamento entre programas, como OLE ou dbus.

    Em suma, eu não teria um netbook com Android porque já tenho melhor q

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 10:55 am

    Em primeiro lugar, eu já tenho um netbook com Android! :) Isto é, da forma como o artigo exemplifica: tenho um Asus Transformer com docking/teclado.

    Com isso, a minha produtividade é igual ou maior do que um netbook com tela de toque, com as seguintes vantagens:

    a) Óbvia: A tela se destaca quando é necessário mostrar algo a alguém, quando eu quero ler o conteúdo como faria com um livro ou quando quero usar o aparelho como se fosse um caderno (com a canetinha capacitiva).

    b) O carregador é bem menor e mais portátil do que o da maioria dos netbooks que eu conheço, sem que a autonomia de bateria sofra com isso.

    c) O Android é bem mais focado em multimedia que os outros sistemas.

    d) O Android foi construído em cima da ideia de compartilhamento de dados entre aplicativos. É muito mais confortável e divertido trabalhar um conteúdo em vários apps do que usando a área de transferência ou alguma velha tecnologia de compartilhamento entre programas, como OLE ou dbus.

    Em suma, eu não teria um netbook com Android porque já tenho melhor que isso. Mas talvez eu tivesse um Ultrabook com Android.

    Estou curioso para ver como vai ficar a próxima versão (Jelly Beans, focada em desktops)… Android com janelas? Será?

    Eu também usaria tranquilamente o Ubuntu4Android. Já está disponível? Alguém já usou?

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 10:56 am

    Opa! Desculpem o comment repetido. Estar num desktop e teclado grande não me libera de teclar a tecla errada… :-

    bala@juquinha.com.br (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 11:29 am

    “você teria um netbook com Android?”

    não!

    meu SO é linux e ponto final! N tenho nada contra os outros, que tb s muito bons. É apenas minha preferência…

    Paulo Celso (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 11:30 am

    Queria um netbook com GPU AMD Fusion E-350/450, com bateria que durasse, ao menos, umas 5h, tela de 10″ com resolução de 1366 x 768 e que fosse touchscreen, com modem 3g embutido, wifi draft-n de 300 mbits, 3 portas USB (uma delas 3.0), bluetooth, saída HDMI e SEM VGA !. E, quem sabe, um hd ssd de 256 gb já daria pro gasto!

    Taí… com uma configuração dessas, jamais pensaria em tablet ou qualquer coisa similar.

    Peterson Silva (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 11:49 am

    1) Acho que hoje em dia preferiria gastar meu dinheiro num tablet do que num netbook.

    2) O conceito do Ubuntu for Android também é beeem interessante.

    3) Android roda bem em x-86? Esse cara nunca usou o Android-x86, né? Ele precisa de muuuita coisa, ainda.

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 12:06 pm

    “meu SO é linux e ponto final!”

    @Bala, só estamos falando de Linux aqui. Nenhum outro SO entrou na conversa. Vc. pode não gostar do Android como distro, mas ele é uma distro Linux. Tanto que é compatível com as outras.

    @Peterson, vc. está certo: o x86 ainda é amador. Eu o vejo apenas como um POC (prova de conceito). Mas a próxima versão do robô vem aí e eu espero que com isso tenhamos uma versão bem acabada pra Desktop.

    Eu estou realmente entusiasmado com a ideia de rodar Ubuntu e Android no mesmo dispositivo, com um interagindo com o outro. E, no dia que um app do Android conseguir trocar dados (share) com um aplicativo do Ubuntu e vice-versa… Cara, vai ser d+!

    Spif (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 12:46 pm

    Balas Juquinha: Esse nome saudoso da minha juventude não deixou passar uma idéia que é sempre enxotada pelos outros: Android não é Linux.

    Tristemente, quem estimula essa idéia são pessoas dentro da própria comunidade Linux que, por razões de ego, gostam de dizer que “O Linux está derrotando a [Microsoft|Apple]“. Claro, eles não estão à par da armadilha oculta nesse “oba! oba!” do Android: O fim do Linux puro, principalmente nos desktops, causados por ele mesmo.

    Oras, existe muita diferença entre Android e Linux, a começar pelo desenvolvimento, que é praticamente feito somente pelo Google.

    É sempre bom abrir o olho, e não deixar o ego empurrar a comunidade pra uma armadilha sem volta.

    linuxer (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 1:08 pm

    Leiam isso

    Why Rolling Android into Linux is a Failure for Desktop Linux

    http://www.linuxtoday.com/infrastructure/2012032700141OPDT

    Ironmaniaco (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 1:50 pm

    Num NETBOOK, eu colocaria qualquer distro, e não o Android.

    Lucas R. Martins (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 1:58 pm

    Tava até pensando em usar um build x86 do Android no meu netbook, desde que ficasse em dual boot com o Ubuntu

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 2:42 pm

    Rs…

    Ok, voltamos aos velhos tempos.

    “O fim do Linux puro”

    O Linux puro é somente o kernel do Linus. O kernel do Linus não funciona sozinho. Fim dessa ideia.

    “existe muita diferença entre Android e Linux, a começar pelo desenvolvimento, que é praticamente feito somente pelo Google”

    O Red-Hat corporativo é desenvolvido quase exclusivamente pela Red-Hat. O Ubuntu é desenvolvido quase inteiramente pela Canonical. Quem suporta o SUSE mesmo?

    E daí?

    Quem tenta provocar cisões em projetos abertos baseados em Linux, quem tenta inserir incompatibilidades e tropeços e, principalmente, quem de forma confessa trabalha junto com os inimigos do sistema, obviamente tem segundas intenções. E ainda tem a cara-de-pau de usar o nome da comunidade.

    Afe, verdadeiramente farto de discutir esse assunto novamente.

    erico (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 3:03 pm

    sim android é linux, ainda que não seja o linux que é vendido nas praças…

    canonical desenvolve só o Ubuntu!? não diga isso perto de ninguém da comunidade debian, idem os dois ou três malucos que se “sujeitam” no board do fedora aos funcionários da red hat, por vezes eles próprios exportadores de chapeús vermehos de camurça.

    sobre a pergunta, sim, porque os apps funcionam melhor em telas pequenas, repetindo o que faz o @porfirio, usar o tablete com um dock ou tecladinho bluetooth.

    No passado eu também tratava o Android como se fosse uma distribuição Linux, até que alguém familiar com sua arquitetura apontou para o fato de que ele não satisfaz à definição usual, que é a até hoje apresentada na Wikipedia e que tem entre seus elementos o requisito de ser “Unix-like”.

    Me parece que o Android, mesmo não apresentando nem afirmando buscar compatibilidade plena com o POSIX, até tem várias características Unix-like (incluindo no âmbito da libc criada especificamente para ele, no kernel e mais), mas o que eu verifiquei a respeito da arquitetura do Android, mesmo sem conhecê-la profundamente, até o momento me permite acreditar em quem me disse. Se eu fosse descrever sua arquitetura, Unix-like não é o termo que eu escolheria…

    Da mesma forma acredito na apresentação feita na conferência Google IO, pelo engenheiro Patrick Brady, do Google, ao falar sobre as diferenças entre o Android e um sistema Linux, categoria na qual ele não estaria incluído (apesar de usar o kernel). Este slide é particularmente ilustrativo do ponto de vista exposto pelo representante da empresa sobre o que o Android não é, apesar da possível ambiguidade sobre o significado do nome Linux usado de 2 formas diferentes (o kernel ou o sistema baseado no kernel).

    Além disso, percebo que ele não é classificado como distribuição Linux por seus autores na descrição que publicaram (o que não é suficiente para removê-lo do rol, já que várias distribuições populares não se descrevem assim), e ao mesmo tempo não é elencado entre as distribuições em várias das listas a respeito que já consultei, incluindo a do Distrowatch, que o inclui na categoria “Other Operating Systems”, ao lado do Chromium OS (que também usa um kernel descendente do Linux), QNX, ReactOS e outros.

    De uma forma ou de outra, me parece que ser fora de dúvida a questão de que o Android é um sistema operacional que usa um kernel descendente da linhagem do Linux, bem como a de que a sua arquitetura (incluindo as interfaces API e ABI) é bastante diferente da existente nas distribuições Linux.

    miranda (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 3:29 pm

    Jamais!!
    Sou da época antiga, venho dos tempos do “Xconfigurator” e não gostei nada da modinha android. Sem falar da velha maxima da falta de privacidade “powered by Google” que quer saber até pra quem eu ligo, to fora!

    Eu tenho um netbook Acer AspireOne ZG5, com openSUSE 11.4, KDE 4.7.4, kernel recompilado e esse nunca me deixou na mão em nada. Digito meus textos, leio meus emails, assisto meus filmes (do servidor doméstico), uso direto como servidor samba para instalação de arquivos em rede de clientes, enfim, perfeito pra mim.

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 3:47 pm

    Poxa, que análises complicadas… Respeito o @Augusto, a DistroWatch, piriri-pororó. mas pra mim a questão é tão simples e tão transparente que chega as raias do óbvio.

    Quando o Linus criou o kernel dele, liberou pra comunidade e disse: “galera, faltam ferramentas…”. Daí arrumaram as ferramentas no projeto GNU e pediram pro Finlandês dar um nome pro sistema. Depois de alguns serem propostos, ficou o nome de Linux.

    Então a noção pra mim de que Linux com GNU é GNU-Linux (sim, o Bom Doutor está certo com isso com precisão acadêmica, mas nem por isso tenho que aturar os flames chatos) e Linux com qualquer outra coisa é “qualquer-outra-coisa” Linux. Então que me desculpem as autoridades que vão arrumar, mas pra mim é bastante simples por si só.

    @erico, discordo. A Ubuntu já é uma distro com repositórios próprios, o que pra mim é garantia de que ela já tem idade pra namorar, casar e deixar a casa dos pais (coisa que a Mint, por mais que eu goste dela, por exemplo não é ainda). Se Ubuntu usa uma enorme quantidade de contribuições da Debian, isso é normal. Toda distro usa contribuições de todas as outras, é isso que faz esse ecossistema tão legal e bem sucedido.

    Por último, pessoal, sem guerra. Cada um usa o que gosta. Eu gosto de Android e de Ubuntu e uso as duas, em todo lugar que aparecerem. Eu não me importaria de usar Ubuntu no tablet e Android no desktop, por exemplo (embora a primeira tenha anos de experiência em desktop e a segunda tenha nascido para as telas pequenas).

    Sim, assim realmente fica bem simples definir: o autor do sistema não o chama de Distribuição Linux e nega ser um sistema Linux, a definição usual de Distribuição de Linux não se aplica, o site que mantém a lista mais referenciada de distribuições Linux não inclui este sistema nela, mas você os descarta a todos, e acha que é distribuição Linux mesmo assim.

    No que diz respeito à sua convicção, a questão está resolvida, mas aparentemente já esteve desde sempre, pois você considera sua própria opinião como óbvia, e a mera busca de referências sobre o ponto que está em discussão como “análises complicadas” e “piriri-pororó”.

    Fico feliz de ter participado oferecendo as demais referências que apontam para a conclusão contrária e podem ser úteis a quem forma suas análises por outros critérios.

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 4:26 pm

    @Augusto, por mais que você fique satisfeito discutindo nomenclatura, eu não. Eu sou um cara simples nesse sentido. Se parece um pato, anda como um pato, grasna como um pato, então é um pato e não um forma rara de ornintorrinco branco.

    Outra característica minha é que não levo em consideração a falácia do apelo à autoridade. Pra mim não existe autoridade e sim razão.

    E a razão no meu entender é não apoiar a inferência falaciosa de que, se tem X pessoas “importantes” dizendo que Android não é Linux, ele não deve ser adotado e defendido como eu faço com o Linux. Tem muita gente “do lado de lá” tentando forçar essa ideia que na minha opinião nos enfraquece a todos, mas eu simplesmente não engulo. Não sou manipulável nem por eles e nem por blogueiros como você.

    Fico feliz que vc. tenha dedicado um pouco de seu tempo em conversar comigo, mas nessa linha de argumentação eu não sigo porque a considero quebrada em seu fundamento. Mas não me preocupo, pq sei que nem por isso sua vida vai mudar, nem a minha.

    Porfírio, agora você diz que não gosta de “discutir nomenclatura”, mas para mim a importância da questão começou quando vi que 3h antes você “discutiu nomenclatura” quando veio aos comentários do BR-Linux na intenção de corrigir o que outro usuário disse, e para isso se baseou neste seu conceito pessoal de que o Android é uma distribuição Linux.

    Eu trouxe informações adicionais sobre este tema que você mesmo colocou em pauta, e espero que sejam úteis aos usuários que possam ter se sentido corrigidos pelas suas palavras tão carregadas de convicção (com negrito e tudo) de que o Android é uma distribuição Linux, como se fosse um fato inconteste, e não uma opinião pessoal que não encontra amparo nem mesmo junto ao mantenedor do produto ou à definição clássica e corrente do que é uma distribuição Linux.

    Assim eles podem escolher se preferem acreditar no seu conceito pessoal ou nas referências que você classifica como “piriri-pororó”, e que estão identificadas.

    Quanto às inferências que você menciona, relacionadas a você dever ou não defender algum sistema, destaco que nem mesmo as mencionei, e nem sei se alguém além de você está apto a analisar as razões pelas quais você deve preferir ou não algum software. Não vejo relação entre um sistema ser (ou não) distribuição Linux e você poder (ou não) escolher preferi-lo. Nem o inverso: não é porque você o prefere que ele deveria ser visto como uma distribuição Linux.

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 5:37 pm

    “para mim a importância da questão começou quando vi que 3h antes você “discutiu nomenclatura” quando veio aos comentários do BR-Linux”

    @Augusto, na ocasião eu, pelo menos, mas acredito que não só eu, não estava comentando o assunto colocando o Android como “um sistema alienígena que nada tem a ver com Linux” e sim na qualidade de Linux. Sendo assim, não creio que seja nomenclatura e sim que um dos conceitos que baseiam a minha visão.

    Não é questão de nome, pra mim: as inovações do kernel Linux usado no Android estão disponíveis para usar nas outras distros, os apps nativos que rodam no Android podem ser portados sem dificuldade nas outras, o pessoal da Canonical adaptou o Android ao Ubuntu sem quase nenhuma emenda graças ao fato de que o kernel é compatível (e qualquer outra distro pode fazer o mesmo), etc. Se alguém quiser pegar os códigos do Android e fazer outra distribuição Linux móvel com a arquitetura que bem entender, pode. Então não é filosofia e sim uma questão técnica.

    Já que estamos falando de questões técnicas, vamos nos aprofundar nelas então:

    a) A referência da Wikipedia que vc. deu começa a conceituar assim: “A typical desktop Linux distribution comprises a Linux kernel, GNU tools and libraries”. Bem, observe a palavra que eu grifei.

    b) A organização do sistema de arquivos é tipica do Linux. O tratamento de acesso a dispositivos é típico do Linux. O procfs é suportado. Android monta file systems do Linux.

    c) Me baseando em um trabalho que entreguei ano passado, eu estudei que o Android não troca mensagens de forma compatível com a arquitetura POSIX, mas o System V é suportado.

    d) Android não tem busybox, mas Linux já era Linux antes dela. E ela funciona bem ao ser instalada.

    e) Algumas apps de sucesso no Android são aplicações nativas do Linux, portadas ao novo ambiente.

    f) Mais importante de tudo, não quero parecer repetitivo, mas o Android usa um kernel Linux com a mesma licença. Melhorias nele podem (e deveriam) ser aproveitadas em outras distros.

    Não sei quanto a você, mas eu ouço um pato grasnando.

    Mas obrigado pelas informações que vc. citou. Elas não foram diretamente úteis para mim, mas não tenho dúvidas que podem ser para outros.

    Ah, eu uso negrito porque em itálico fica fraco visualmente… Ênfase é um recurso da língua portuguesa (e HTML!) e qualquer coisa que expresse meu tom de voz ao escrever eu considero bem-vindo. Só evito usar caixa alta porque é pode ser visto como falta de educação.

    Outra coisa importante: a primeira inferência que vem a cabeça de muita gente, como o @Mario, o @Bala e o @Miranda é que o Android prejudica as distros Linux de alguma forma. Não é o caso pra mim, porque ele está tão inserido no contexto como qualquer outra distro.

    Quanto às outras inferências que eu mencionei, realmente não foi você quem as citou. Mas elas foram sugeridas, como aliás são levantadas repetidamente, sempre pela mesma pessoa.

    Não pretendo insistir muito em um debate que considero infrutífero, mesmo porque quero evitar a acusação de “caixa de ressonância” e “piriri-pororó”. Mas aqui fica a minha contribuição. :)

    KDE rulez (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 5:39 pm

    Usar android num smartphone ou tablet ainda vai, mas tem que ser uma pessoa que NÃO GOSTA de computadores e informática para depender somente de android ou mesmo do iOS dos iPhones e iPads.

    Talvez a MAIORIA DA POPULAÇÃO realmente seja apenas usuária de internet e esteja pouco se lixando sobre usar mais a fundo e aprender informática, mas para mim e a maioria dos geeks que frequentam sites de tecnologia como esse, não ter um PC com um sistema operacional pleno (ou quase pleno como um windows :-) ) é inviável.

    Android não é uma distribuição linux e nem pode ser considerado um unix like. É apenas uma GUI feita em java, com uma API própria, um navegador integrado e pouco mais. É um sistema limitado.

    Sou do tempo em que computadores vinham com interpretadores BASIC para os usuários fazerem seus programas. O windows passou a não vir com nenhuma linguagem de programação, tornando o usuário um comprador de programas, mas pelo menos permitia que instalasse um compilador.

    Sistemas como o iOS e Android, com suas “lojas” de aplicativos, parecem querer levar a alienação dos usuários um pouco mais adiante, transformando-os em consumidores de lojas virtuais de aplicativos.

    Se acabarem com o PC um dia, eu vou fazer que nem os pioneiros da década de 80 e construir o meu PC do zero na garagem.

    De fato, a presença da palavra “typical” ali na definição de distribuições desktop da Wikipedia é importante no contexto dela, porque (se estivéssemos falando de distribuições Linux desktop) poderia permitir aceitar o Android como integrante de um grupo de distribuições Linux desktop atípicas. Não me parece ser o caso, nem mesmo me parece ser o que você (ou alguém mais – ao menos não encontrei referências) acredita. Nem mesmo me parece que a classificação do Android, se fôssemos inclui-lo entre as distribuições, recairia hoje no subgrupo distribuições desktop.

    Mas a definição a que eu me referia não era essa que você reproduziu (que diz respeito a distribuições Linux desktop), mas sim à que abre o artigo, e que se refere ao que estávamos comentando, que são as distribuições Linux: “A Linux distribution is a member of the family of Unix-like operating systems built on top of the Linux kernel.” E é uma família grande e variada, sem dúvida. Como curiosidade, note que a lista referenciada no artigo inclui o Ubuntu for Android, mas – assim como na lista da Distrowatch – não inclui o Android.

    Quanto ao restante, alguns aspectos bem observados, e sobre os quais estamos de acordo: há pontos em que o Android tem características Unix-like, bem como há pontos em que ele se assemelha a distribuições Linux.

    bala@juquinha.com.br (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 6:13 pm

    @ Porfírio, concordo com o augusto. pelo que li na www tb não considero o android linux, nem um unix-like. desculpe de “des-inglês”, mas acho-o um “unix-unlike” (se isso existe).

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 6:34 pm

    “Nem mesmo me parece que a classificação do Android, se fôssemos inclui-lo entre as distribuições, recairia hoje no subgrupo distribuições desktop”

    Ah, vc. observou bem, hoje. Mas não era isso mesmo do que estávamos falando on-toppic? Da possibilidade de rodar o Android no desktop (netbooks)? Quando eu estou conversando aqui, já tenho a cabeça no Jelly Beans e no Ubuntu4Android.

    “Android como integrante de um grupo de distribuições Linux desktop atípicas. Não me parece ser o caso, nem mesmo me parece ser o que você (…) acredita”

    Opa, então eu me expressei mal. Desculpe. Eu nunca disse textualmente que o Android seria uma distro Linux típica. Ela seria atípica, até porque (chutando) uns 80% ou mais das opções de Linux (nos 20% penso nas versões que rodam em dispositivos que não são exatamente computadores completos) são GNU.

    ejedelmal (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 6:41 pm

    Cadê o Wayland? A quantas anda?

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 6:45 pm

    Ops, @Bala…

    Acho que “unix-unlike” seria “nada a ver com Unix”, “Não-Unix” e isso não é verdade.

    “Unix-Like” seria “semelhante (mas não idêntico) ao Unix”. Coisa que o Linux GNU, o Android (hum… Linux Dalvik?) e mais uma variante de SO para cada cadeira no maracanã são também.

    Do ponto de vista técnico (leia aquilo do qual consegui me lembrar acima), eu creio que o Android tem um número de características suficientes do Unix para ser “unix-like” some isso ao fato de que usa o kernel Linux, pronto: “Linux-like”. Tecnicamente, sou pouco exigente com isso: se dá pra servir com laranja, é pato e eu levo pra casa pro jantar.

    Do ponto de vista “político”, o que eu acho muito mais importante, o Android é benéfico ao Linux-GNU. E vice-versa.

    Porfírio (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 7:08 pm

    Oi @KDE-Rulez, achei estranhas algumas coisas que vc. disse:

    “Android não é uma distribuição linux e nem pode ser considerado um unix like. É apenas uma GUI feita em java, com uma API própria, um navegador integrado e pouco mais. É um sistema limitado”

    Não, cara. Ele é bem mais do que isso. Não sou especialista no sistema nem nada, mas talvez eu saiba um pouco mais do que vc. está demonstrando saber.

    O Android é, potencialmente, capaz de fazer tudo o que qualquer Linux pode.

    Conforme gosta de dizer um professor meu, não nada verdadeiramente java no SO Android. Apenas os apps são escritos nessa linguagem. A máquina virtual é inteiramente outra. E boa parte das APIs que vc. fala são meramente “cascas” para o sistema.

    Absolutamente nada impede que vc. instale e use um terminal de comando (eu uso), a glibc e o gnucc no Android. E na faculdade tem um pessoal usando IDEs que rodam em tablets para fazer programas Android, em Java, em C++…

    “transformando-os em consumidores de lojas virtuais de aplicativos”

    Usuários já são consumidores de aplicativos a muito tempo, o chamado mercado de software já era uma realidade desde a década de 80. As lojas virtuais só tornaram os apps mais acessíveis e mais baratos.

    “Se acabarem com o PC um dia”

    Várias discussões aqui no BR-Linux já aconteceram sobre esse tema desde que eu comecei participar por aqui no ano passado. E todas elas concluem mais ou menos da mesma forma:

    Ninguém vai acabar com os PCs. É que hoje em dia existem outros tipos diferentes de PCs concorrendo pela preferência dos usuários. Telefones, óculos, relógios, TV, veículos… Todas essas coisas que no século passado eram “burras” hoje estão virando PCs. E essas máquinas estão em rede, coisa que no século passado era cara e um privilégio de poucos.

    A sua afirmação que me motivou a intervir e, espero, oferecer detalhes adicionais aos interessados, é uma que se refere ao presente, em que você disse simplesmente que o Android é uma distribuição Linux.

    Quanto à hipótese levantada no post, se considerarmos que o Android que rodaria no futuro netbook em questão poderia ser classificado como distribuição Linux, eu não sei dizer se o mais próprio seria classificá-lo como distribuição desktop, mobile ou embarcada. Se a pergunta do Ztop um dia vier a se referir a um caso concreto, creio que poderemos ter uma resposta.

    NordFX (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 7:46 pm

    Eu tenho um Tablet PC chinês com Android. Posso dizer-lhe – é coisa muito conveniente, para o futuro de dispositivos semelhantes)

    Weber Jr. (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 8:06 pm

    Qual o sentiodo de alguém afirmar que um software livre como o Kernel Linux, e distros, vai acabar porque uma empresa o utiliza junto de outros softwares livres?

    Isso é um FUD sem tamanho. Nem *tenta* exibir alguma lógica. FUD dos piores, daqueles que tentam convencer pela repetição e espaço que ocupam nos fóruns.

    Xinuo (usuário não registrado) em 27/03/2012 às 10:46 pm

    Achei incrível ler que o Augusto errou (é difícil encontrar blogueiro que admita errar), entretanto discordo dele quando diz que errou ao chamar o Android de distro Linux, pois ele estava claramente certo antes, pois o Android é uma distribuição do kernel Linux.

    O problema eu já apontei em diversos outros posts, e outros já apontaram antes: chamar o SO composto pelo kernel Linux + ferramentas GNU + etc. pelo nome de Linux, está matematicamente errado:

    Linux = Linux + Ferramentas do GNU + etc.

    Em português pode-se usar a figura de linguagem “parte pelo todo”, mas deve-se se atentar para o contexto, coisa que num ambiente técnico seria melhor evitar, pois torna dúbias as afirmações. No presente caso o uso da figura coloca no mesmo conjunto SOs que se quer distinguir (Android x SOs GNU/Linux).

    Notem que o Linux, é usado por diversos SOs e não deveria ser usado para nomear nenhum deles, visto que é um componente, importante, eu sei, mas que não distingue esses diferentes SOs.

    Além do Android, especulou-se que uma nova encarnação do AmigaOS, o traria também, só mais um dado para mostrar que o Linux é bem versátil e é parte de diversos SOs distintos. Mas esse kernel, que antes poderia ser uma característica necessária e suficiente para tipificar SOs que têm a base GNU/Linux, hoje não serve mais para isso.

    O resumo dos meus argumentos:

    1 – distro Linux = todo SO que trás o Linux como kernel
    2 – errado chamar uma distro Linux (um SO completo) pelo nome de Linux, que é apenas um componente, o kernel, o núcleo do SO.
    3 – Android é uma distro Linux, pois trás esse kernel como componente (vide 1)
    4 – Android não é Linux (vide 2), mas Linux sem dúvida é um dos componentes importantes do atual Android

    Sim, não há dúvida de que se você considerar que a definição de “distribuição Linux” é “todo sistema operacional que traz o Linux como kernel”, o Android para você será uma distribuição Linux.

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