Visite também: Currículo ·  Efetividade BR-Mac

O que é LinuxDownload LinuxApostila LinuxEnviar notícia


Nova polêmica no caminho da adoção do Ginga nas TVs digitais: abaixo-assinado acadêmico a favor do Java

Deve ser dura a vida de quem tem expectativa de ver um padrão aberto baseado em software livre tornar-se predominante nas TVs brasileiras.

Separei o trecho conclusivo sintetizando a opinião da DeLuca: “Convém também ao Fórum SBTVD refletir se é hora de continuar discutindo a arquitetura do middleware. Foram mais de dois anos até a aprovação do padrão na ABNT. Foram grandes os esforços para a padronização internacional na UIT. É legítimo jogar tudo isso fora? Não estaria na hora de unir esforços para criar aplicações de usem bem o Ginga-NCL e, no caso de aplicações mais elaboradas, o Ginga-J? Não há muito mercado para quem queira desenvolver aplicações? Na toada que vamos, corremos o risco de perder o Ginga, qualquer que seja a sua arquitetura, por puro descrédito internacional.”

A descrição da situação começa assim:

Via idgnow.uol.com.br:

Integrantes dos módulos técnicos do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital tomam conhecimento hoje de detalhes do licenciamento do Java e do apoio da comunidade de desenvolvedores Java, incluindo vários representantes da comunidade acadêmica no Brasil, à permanência do módulo Java na arquitetura padrão do middleware brasileiro de TV Digital, o Ginga.

Nos últimos meses, o grupo de usuários SouJava, um dos mais importantes do mundo, com influência direta no desenvolvimento do padrão Java e suas políticas de licenciamento (desde a época da Sun, e agora, na Oracle), com assento no Comitê Executivo (EC) do Java Community Process, se mobilizou na organização de um abaixo-assinado em defesa do Ginga-J e “em repúdio a uma tentativa de virar as regras do jogo depois de 2 anos de investimentos em produtos Ginga”.

Explico: o Fórum SBTVD discute, desde a publicação do decreto para o PPB (Processo Produtivo Básico) que detalha as regras para os fabricantes de TVs LCDs/Plasma incluindo o Ginga completo (Ginga-J + Ginga-NCL) como requerimento oficial, a exclusão do das normas que tratam do Ginga-J do padrão formal, aprovado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas há 2 anos e referendado pela União Internacional de Telecomunicações como parte da arquitetura de um único middleware padrão, harmonizado, com características comuns ao padrão americano (ATSC), ao europeu (DVB) e ao próprio ISDB).

O motivo? Parte dos fabricantes de equipamentos de recepção (televisores e conversores) não conseguiu desenvolver o middleware completo para seus produtos, tendo implementações apenas com o módulo Ginga-NCL. Quem tem o Ginga completo? A Totvs e a Samsung, por exemplo. A Totvs tem sua implementação do middleware embarcada em mais de 3 milhões de televisores e receptores já no mercado. A Samsung, por sua vez, é hoje uma das líderes de mercado de televisores.

Pequenos fabricantes alegam que a obrigatoriedade do Ginga-J na arquitetura padrão do middleware daria a essas duas empresas supremacia no mercado, prejudicando aqueles que gostariam de ingressar nesse mercado. Entre eles, alguns membros da academia, que passaram embasar sua argumentação em defesa da exclusão do Java em questões sobre licenciamento da máquina virtual Java por parte da Oracle. (…)


• Publicado por Augusto Campos em 2012-08-07

Comentários dos leitores

Os comentários são responsabilidade de seus autores, e não são analisados ou aprovados pelo BR-Linux. Leia os Termos de uso do BR-Linux.

    Marcos (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 3:13 pm

    Está mais do que correto querer retirar isso, Java não é uma técnologia livre e a oracle vai ficar ganhando dinheiro em cima do povo brasileiro em um padrão nipo-brasileiro, simplesmente não vejo necessidade de uma linguagem cheinha dessa em uma tv, Lua tecnologia 100% tupiniquim dá conta fácilmente do recado, fora outras dezenas de vantagens como runtime pequeno e portável, só bastando ter um compilador c…

    Porfírio (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 3:13 pm

    Em letras gerais, se argumenta que aqueles que investiram mais e geraram mais empregos não podem ter supremacia sobre aqueles que estão dispostos a investir menos.

    Parece um pouco injusto, daqui do meu ângulo de visão.

    Quem planta mais, colhe mais. E quem ara a terra mas não semeia (ou seja, faz o trabalho pela metade) não merece colher nada.

    Carlos Kurumin (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 3:38 pm

    Nunca vi necessidade de duas linguagens no padrão Ginga. Vamos valorizar Lua, que é uma linguagem nacional, de extrema qualidade, e muito mais adequada ao contexto do Ginga.

    Rombo (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 3:44 pm

    Marcos disse tudo. Sem mais. J é o kct!

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 3:45 pm

    @Porfírio:

    Quem planta mais, colhe mais. E quem ara a terra mas não semeia (ou seja, faz o trabalho pela metade) não merece colher nada.

    Continuando a metáfora, o problema não é plantar, e sim ser obrigado a plantar pagando royalties pelas sementes (especialmente se elas forem da linhagem EJB).

    Porfírio (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 4:16 pm

    @Tércio Martins e prezados:
    Pessoal, sei que a briga entre as linguagens de programação e plataformas de desenvolvimento é uma coisa comum (e eu tenho muito poucas esperanças de entender um dia os motivo pelos quais ela acontece, sinceramente…), mas a questão aqui é bem diferente disso.

    A questão é que todos os prós e contras já foram discutidos e um padrão já foi definido. A razão de ser dos padrões é eles definirem procedimentos e sim, efetivamente obrigarem quem segue o padrão a… Bem, seguir o padrão!

    No entanto o que eu vejo é um grupo de entidades arranjando desculpas para não seguir um padrão cuja definição foi aberta a todos os interessados. É o velho “jeitinho brasileiro” de burlar a regra tentando ganhar espaço.

    Não. Padrão é padrão. A maioria necessária concordou com ele e agora não está mais em votação. Se cada um fizer o que quiser, não há padrão.

    Em toda decisão há gente insatisfeita, mas esse fato não deve diminuir a força da determinação.

    Porfírio (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 4:16 pm

    @Tércio, sei muito pouco sobre a tecnologia EJB que vc citou, mas li o seu link e “pedi ajuda para os universitários”.
    Mesmo assim, não consegui entender a relação entre essa tecnologia EJB e o Ginga-J e também não consegui chegar aos royalties que vc sugere que o Ginga-J tenha de pagar à Oracle.
    Quanto à sua citação agrária, acho que vc levou a minha metáfora longe demais. É o risco das metáforas…

    Porfírio (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 4:20 pm

    Senhores, estava postando outro texto mas confesso que estou falhando em entender porque ele não está passando no anti-spam.

    @Augusto Campos, se há algo ofensivo em meu texto bloqueado, eu ficaria feliz se a parte em questão fosse removida ou editada. Se for esse o caso, agradeço e peço perdão antecipado.

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 4:31 pm

    @Porfírio:

    (…) e também não consegui chegar aos royalties que vc sugere que o Ginga-J tenha de pagar à Oracle.

    Isso é mencionado na notícia, como uma das justificativas que os fabricantes “pequenos” deram para não adotarem o Ginga-J:

    Pequenos fabricantes alegam que a obrigatoriedade do Ginga-J na arquitetura padrão do middleware daria a essas duas empresas supremacia no mercado, prejudicando aqueles que gostariam de ingressar nesse mercado. Entre eles, alguns membros da academia, que passaram embasar sua argumentação em defesa da exclusão do Java em questões sobre licenciamento da máquina virtual Java por parte da Oracle.

    Carlos (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 4:42 pm

    Alguns programadores Java eu tiro o chapeu pela qualidade tecnica (me fazem ver as qualidades de uma linguagem que de modo geral eu nao gosto), mas a grande maioria é muito cheia de “mi mi mi”. O mundo esta cheio de oportunidades para programadores Java e eles vao logo encher o saco do Ginga que tem um módulo feito em Lua, produto nacional! ORRA! DEEM UM TEMPO!!

    Porfírio (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 5:03 pm

    Mas @Tércio, eles não precisam licenciar a VM da Oracle, podem usar o OpenJDK, de livre distribuição. Esta queixa não procede.

    @Carlos, o foro para essa discussão já passou, cara. Eu não vejo o motivo dessas contendas entre linguagens de programação, pra mim são todas boas.

    Mas o fato é que tem gente que quer burlar um padrão que já foi avaliado, discutido, rediscutido e aprovado. Isso não é legal.

    arthas_dk (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 5:59 pm

    Com o histórico invejável que java tem na parte de segurança, quem vai ser louco de querer ter isso em uma tv?? Claro, só se a tv não tiver conectividade kkkk

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 6:22 pm

    @Porfírio:

    Mas @Tércio, eles não precisam licenciar a VM da Oracle, podem usar o OpenJDK, de livre distribuição. Esta queixa não procede.

    O OpenJDK é uma implementação livre do J2SE (para aplicações “desktop”). O Ginga, por sua vez, utiliza o J2ME (para dispositivos móveis). Se uma empresa quiser utilizar o J2ME em seus produtos, precisa obrigatoriamente comprar as licenças da Oracle — ou de um fornecedor parceiro da empresa.

    Cláudio Martinelli (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 6:46 pm

    Traduzindo, criaram um padrão aonde tem que se usar J2ME (diga-se armadilha Java, ei Stallman você viu isso?).

    Que eu me lembre padrões devem ser abertos e todos podem ter disponibilidade.

    Porfírio (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 7:07 pm

    Pessoal, eu acho que está havendo alguma confusão.

    Qualquer pequena pesquisa sobre o assunto mostra que a Ginga-J é baseada na Java DTV, não no JMe (pois é, não tem mais o “2″).

    Por sua vez, a Java DTV é um padrão aberto.

    E olha que eu não sou desenvolvedor como vcs, né? :

    José Neto (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 8:54 pm

    @Porfírio

    Java TV is a Java ME-based technology that provides a performant, secure, and easy to implement solution for developing Java applications that run on TV and set top box devices.

    http://www.oracle.com/technetwork/java/javame/javatv/overview/getstarted/index.html

    Não achei nada relacionado a Java DTV no site da Oracle. Presumi que Java TV = Java DTV

    Jorão (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 10:22 pm

    Sou a favor de se utilizar tecnologia brasileira e livre na TV digital, mas convenhamos a linguagem NCL é um PORCARIA, a lua é espetacular mas deveria ter sido utilizado o HTML ou outra coisa(como desenhar direto no canvas do FB) e não NCL como linguagem de apresentação(Que é uma *****)

    André (usuário não registrado) em 7/08/2012 às 10:36 pm

    Em um fórum sobre HDTV, a maioria dos participantes acha o Ginga totalmente desnecessário pois, além de não haver ainda interesse sério por parte das emissoras, o símbolo de interatividade polui a imagem do programa.

    Se bem que, opinião pessoal, não deveriam acabar apenas com o Ginga mas, também, com a televisão aberta.

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 8/08/2012 às 3:21 am

    @Porfírio:

    Qualquer pequena pesquisa sobre o assunto mostra que a Ginga-J é baseada na Java DTV, não no JMe (pois é, não tem mais o “2″).

    Olhando um pouco o link acima, que aponta para o tópico do Ginga na Wikipedia:

    O Ginga é uma especificação aberta e de fácil aprendizagem. É também livre de royalties para qualquer programador que produza conteúdo interativo.

    Quando uma coisa é livre de royalties para programadores, é porque outras pessoas pagarão a conta… Mas, como a Wikipedia em português não equivale à verdade absoluta, vamos para o outro link:

    Por sua vez, a Java DTV é um padrão aberto.

    A página acima possui um bocado de referências, entre elas a página oficial do Java TV. Na parte de baixo dela, há um atalho para baixar o Java DTV (criado especialmente para o sistema brasileiro de TV digital, segundo o site).

    Pelo site da Oracle, não é possível baixar agora o pacote — dizem que disponibilizarão o mais rápido possível. Entretanto, o site do Fórum SBTVD possui o tal arquivo. Quando fui abrí-lo, movido de uma emoção radiante, só achei arquivos HTML com a documentação de uma API. A emoção sumiu na hora :(

    Sim, o Java DTV é só a especificação da API que a Sun/Oracle desenvolveu com a Universidade Federal da Paraíba. Só documentação, nada mais. Mas a licença da documentação é clara ao permitir que qualquer um faça e distribua implementações da API, sem cobrança de royalties ou coisas do tipo. E aqui o Ginga-J entra na jogada, como uma implementação livre do padrão Java DTV.

    Isso tudo é muito bom, até porque o padrão concorrente GEM não possui uma política tão benevolente em relação a cobranças pelo uso de sua API.

    Entretanto, essa isenção de pagamento só vale para o middleware em si, e não para o licenciamento de todas as dependências do Java e de tecnologias de terceiros para executar o Ginga-J.

    Apesar do compromisso firmado, a própria Sun anunciou em 2009 que cobraria uma taxa pelo uso do Ginga-J em cada equipamento fabricado (como está no último link). Atualmente, a Oracle cobra royalties sem definir uma regra clara em relação ao preço, levando vários fabricantes à beira do desespero.

    Mas, de qualquer forma, padrões não são eternos. Devem acompanhar as mudanças da sociedade e as necessidades de quem o utiliza. Se a versão atual do Ginga é prejudicial à maioria dos fabricantes, que seja feita uma versão 1.1 ou 2.0, melhorando o que já existe. Se vibramos com as atualizações do protocolo IP ou do padrão para documentos ODF, por que teríamos resistência contra melhorias no Ginga? Se o padrão precisa de mudanças, então que venham o mais rápido possível!

    Paulo Pontes (usuário não registrado) em 8/08/2012 às 1:42 pm

    Pelo que eu entendi a Oracle não cobra Royalties, mas não garante que não vá cobrar no futuro.

    Então é questão de provisionar como plano B uma possível substituição do SDK pela sua contraparte Open.

    Carlos E. Silva (usuário não registrado) em 8/08/2012 às 2:57 pm

    De novo essa porcaria do Java, aff, isso pede update todo o dia nos terminais, deve estar cheio de bugs essa cocha de retalhos, já pensou, a gente vendo Playboy na tv e de repente aparece o ícone, Java Update 666, install now, aí sua smartv começa baixar uma tonelada de megabytes para atualizar o parasita, larga mão.

Este post é antigo (2012-08-07) e foi arquivado. O envio de novos comentários a este post já expirou.