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Lançado sistema verificável de votação pela Internet

“Cientistas da computação anunciaram o desenvolvimento do primeiro software de votação pela internet que permite que o usuário verifique se seu voto foi corretamente computado.

O programa, chamado Helios, foi testado durante a eleição para reitor da Universidade Católica de Louvain, na Bélgica, onde o sistema foi desenvolvido, com a colaboração de pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

“O Helios permite que qualquer participante verifique se seu voto foi capturado corretamente, e que qualquer observador verifique se todos os votos foram contados corretamente,” explica Ben Adida, idealizador do programa.

“Nós o chamamos de eleição de auditoria aberta porque o processo completo de auditagem agora está disponível para qualquer observador. Esse enfoque revolucionário para eleições tem sido descrito na literatura há mais de 25 anos, mas esta é a primeira eleição de auditoria aberta no mundo real,” diz Adida.

O sistema de votação pela internet foi disponibilizado como software livre (open source) e pode ser baixado gratuitamente.

A chave para a segurança do sistema está em avançadas técnicas de criptografia que mantêm o sigilo do voto ao mesmo tempo que fornecem uma prova matemática de que cada voto foi contado corretamente.

A técnica é chamada de criptografia de chave homomórfica, um método onde uma chave pública é usada para criptografar uma mensagem – neste caso, um voto. As mensagens podem ser combinadas sob uma camada de criptografia – neste caso, a contagem dos votos. E, finalmente, são necessárias múltiplas chaves públicas independentes para decriptar a mensagem – neste caso, a contagem final dos votos e o resultado da eleição.

O resultado da eleição contém uma prova matemática da contagem que não pode ser forjada nem mesmo com o uso de poderosos supercomputadores.”

Enviado por Avelino de Almeida Bego (abegoΘig·com·br) – referência (inovacaotecnologica.com.br).


• Publicado por Augusto Campos em 2009-03-15

Comentários dos leitores

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    Peterson Espaçoporto (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 11:42 am

    Demais! Caramba, parabéns aos desenvolvedores.

    Leonardo Peixoto (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 12:06 pm

    Infelizmente esse sistema possui uma falha grave, inerente a qualquer sistema que permita que cada eleitor verifique se o seu voto foi corretamente computado: ele permite a compra de votos com “garantia”.
    Se o eleitor puder confirmar que seu voto foi realmente para “fulaninho”, então fulaninho pode, ao comprar seu voto, pedir a confirmação do mesmo, como condição para liberar o pagamento.
    Hoje em dia,por mais que haja compra de votos, é impossível para fulaninho saber se os votos que ele comprou realmente foram para ele. Ele passa a obter maior retorno pelo dinheiro gasto na compra de votos – estaríamos beneficiando o mau político.
    Talvez (vejam bem, TALVEZ) essa confirmação só seja desejável em uma sociedade onde existam outros fatores inibindo a compra de votos, como por exemplo uma comunidade de eleitores em que a maioria esteja acima da linha de pobreza, e portanto tenham maior probabilidade de ter maior consciência política, e o do valor do seu voto.

    Peterson Espaçoporto (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 1:06 pm

    Mas Leonardo, se eu bem entendi, votos individuais não podem ser descobertos. O político vai no máximo ver que não foi tão votado quanto “deveria”, mas não vai saber quem não votou nele. Bem, fui isso que entendi, veja:

    “A chave para a segurança do sistema está em avançadas técnicas de criptografia que mantêm o sigilo do voto ao mesmo tempo que fornecem uma prova matemática de que cada voto foi contado corretamente.”

    Gabriel Rezende (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 1:14 pm

    “Eu tenho medo”

    joaozinho (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 1:19 pm

    Peterson,

    Acho que o que o Leonardo quis dizer é que o candidato pode exigir que o eleitor que vendeu o voto forneça sua chave privada a ele, de forma que ele possa verificar se o eleitor realmente votou nele, e só depois realizar o pagamento pelo voto. Isso seria possível pois “o Helios permite que qualquer participante verifique se seu voto foi capturado corretamente”, e o eleitor é identificado justamente pela sua chave privada.

    Mesmo assim, eu acho que valhe a pena a implantação de um sistema desses nas eleições aqui do Brasil, por exemplo, pois na prática o povo vota mesmo em quem comprou o voto, mesmo que o candidato que vendeu o voto não possa conferir isso.

    E isso já compensa por 1000x mais seguro que o sistema atual de votação do Brasil, no qual o mesário confere porcamente a sua identidade verificando seu título eleitoral e RG (ou outro documento com foto) e depois você assina um papel. Uma assinatura digital adicionaria uma segurança adicional nesse processo.

    Além disso, esse sistema do Helios permite um processo de auditoria público, o que é bastante interessante.

    Mas provavelmente precisaríamos introduzir um sistema de smartcards ou similar para que esse processo se tornasse adequado ao uso em eleições aqui no Brasil. O motivo é que se a chave privada se localizasse em um arquivo em um computador usado diariamente, um malware conseguiria facilmente roubar essa chave. Mesmo que o arquivo fosse criptografado simetricamente por uma senha, poderia ser usado um keylogger (ou mesmo força bruta, pois quantas pessoas usam senhas decentes?). Portanto, o melhor é armazenar a chave privada em um meio externo.

    Esse cartão poderia ser usado para votar em escolas (como é feito hoje), nas urnas, ou até mesmo em casa, com o uso de um leitor especial instalado no computador.

    Fábio Prudente (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 3:21 pm

    Talvez na Suiça, esse sistema funcione muito bem, mas não aqui. Em um país onde ainda há escravidão, não é apenas a compra / venda de votos, mas o “voto de cabresto” que mais preocupa.

    Temos que admitir: o Brasil ainda não é uma democracia plena, e não pode se dar ao luxo de certas modernidades, como votar pela internet, ou mesmo pelos correios. Muitas pessoas nesse país ainda precisam da proteção da “cabine de votação”, para terem direito a um voto secreto.

    Nosso atual sistema de urnas eletrônicas não é auditável e, por isso, jamais deveria ter sido aceito por nossa sociedade(*). Acredito que, para nossa realidade, o melhor sistema seria o seguinte:
    (1) O eleitor registra os votos em cédula de papel, e a deposita em urna equipada com scanner, que lê, reconhece e exibe os votos para a confirmação do eleitor, tudo em cabine secreta.
    (2) Ao pressionar OK, o voto é registrado, e a cédula é automaticamente depositada na urna, caso contrário,
    (3) a cédula é automaticamente destruída, o eleitor pega nova cédula, e repete o processo.

    Isso traria o melhor dos dois mundos: o resultado seria computado rapidamente, porque o registro dos votos continua sendo eletrônico, mas havendo suspeitas sobre o resultado, haveria a possibilidade de recontagem manual.

    (*) Embora o hardware e o software das urnas possam ser auditados antes da eleição, o resultado da eleição, em si, não pode ser auditado.

    Job (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 3:31 pm

    vi uma discusssao sobre e-voting no slahsdot, em um dos comentários, teve uma explanação muito interessante. O comentario dizia,
    que o papel e caneta ainda é o melhor método, pois as pessoas entendem e sabem como conferir. No entanto quando se envolve algo eletronico, isso passa a ser uma caixa preta compreendida por poucos,
    e as pessoas passam a acreditar nisso sem duvidar, pois nao compreendem. E no caso de nosso E-vote, é pior, pois o sistema é inauditável.

    mas, no Brasil, enquanto o eleitor puder votar apenas com o titulo de eleitor, sem foto, que tipo de segurança temos?

    Gustavo Tondello (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 4:11 pm

    A votação em papel também tem seus problemas.

    No entanto, eu acho que o interessante desta matéria não tem nada a ver com isto poder ser utilizado imediatamente no Brasil ou não. Sempre se falou que o grande problema de eleições eletrônicas era a impossibilidade de auditoria, muitos países consideraram a adoção, porém desistiram por este motivo. Agora, pela primeira vez, se conseguiu fazer um sistema de votação que pode ser auditado e que, além de eletrônico, permite o voto a distância.

    Agora todas as decisões em favor do voto em papel poderão ser revistas.
    Vislumbro que esta novidade pode fazer grande diferença para as eleições no futuro, a longo prazo, no mundo todo – mesmo que não seja adotada imediatamente ou exatamente da forma como foi desenvolvida.

    Além disso, nem só para cargos da administração pública existem votações e este sistema pode ser usado para qualquer tipo de votação que precise ser confidencial e auditável. Portanto, não podemos já pensar em restringir o uso de uma ótima solução que foi criada, por que talvez em uma determinada situação ela não seja indicada por fatores sociais.

    Peterson Espaçoporto (usuário não registrado) em 15/03/2009 às 4:54 pm

    joaozinho, agora entendi a questão de “poder conferir se o cara votou mesmo”, obrigado =)
    E concordo com você, smartcards ou similares seriam os melhores meios de armazenamento, pois.

    Votar pela web não necessariamente significa votar em casa. Pode continuar existindo a votação em zonas eleitorais, mas essas estariam conectadas via web (onde é possível, claro). Com isso o processo de apuração da votação seria muito mais rápido, principalmente nas cidades com maior estrutura.

    Quando fiz doutorado na Inglaterra conheci o sistema de votação deles: eles mandam a cédula por correio, se você quiser votar, vota e coloca no correio. Apesar do Brasil pensar que eles fazem isso porque são “evoluídos” e “no primeiro mundo não tem fraudes”, vocês não imaginam o tanto de gente que fazem rolo.
    O Brasil, com todos os problemas, ainda tem uma das votações mais confiáveis do mundo, mas não perfeita.

    Na minha cidade, onde voto já vi mesário ajudando a pessoa a votar e sugerindo pra ela em quem votar.

    Em uma cidade de Pernambuco, quando termina a votação, os mesários pegam as pessoas que faltaram, rubricam o nome e votam no candidato deles. Dá 0% de falta e o cidadão (que hoje é deputado) ganha umas centenas de votos extras.

    Com as novas urnas com leitura de digital, pelo menos esse último caso vai acabar.

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