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Forum Internacional de software livre, piratarismo e carregamento de bandeiras alheias

O desenvolvedor e palestrante do FISL Eduardo Habkost publicou no blog dele o artigo “Forum Internacional de anti-capitalismo, petismo, e anti-copyright“, criticando a forma como o evento associa, em seus posicionamentos públicos, mesas de debates e palestras centrais, o software livre a posições e bandeiras ao sabor da escolha de seus organizadores, e em detrimento de toda a gama de participantes que se interessam pelo software livre mas não compartilham as mesmas bandeiras partidárias e posicionamentos “radicais”.

Tão interessante quanto o texto dele em si são os 25 comentários de leitores que já estão lá no blog dele, apresentando mais testemunhos e casos relacionados – inclusive o de outros filiados à FSF, como é o meu caso, que não chegam nem perto de compartilhar das mesmas idéias professadas e divulgadas pela organização do evento.

Pessoalmente não gosto de me ver associado a bandeiras que não sejam de minha escolha, e nem de participar de movimentos como massa de manobra, para fazer número e acabar legitimando algo que não apoiei. Neste sentido, compreendo a manifestação do Eduardo e de vários outros nomes conhecidos meus que comentaram no post dele; se o fórum tem mais bandeiras e elas serão destacadas nas principais mesas e nas comunicações oficiais com o grande público, é bom que todos os participantes em potencial saibam disso de antemão, e reflitam sobre isso após.

E desta vez não vou publicar um trecho. O texto dele é curto, recomendo a leitura: Forum Internacional de anti-capitalismo, petismo, e anti-copyright (raisama.net).


• Publicado por Augusto Campos em 2009-07-01

Comentários dos leitores

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    poise (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 2:25 pm

    Té que fim alguém com bom senso …

    Garanto que mais da metade dos participantes pensa da mesma forma …

    Eu mesmo já nao vou mais no FISL por ser 98% governo …

    jUniOr (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 2:45 pm

    Deus do céus, quanta bobagem, me impressionou mais ver algumas pessoas que pareciam sérias falando asneiras sem tamanho. O camarada ali parece que defende o copyright, pois acha a defesa contrária do FISL um absurdo. Certamente jamais escreveu ou participou da criação de um SL. Se o fez foi porque foi pago para isso.

    Gente se o FISL é ruim, não apareçam lá não, não submetam palestras. Porque fazem isso? Só para se aparecer de depois ficar criticando. Bem disse o Arnaldo nos comentários, querem fazer algo melhor que organizem seu prórpio evento não é mesmo.

    Bom dos mais de 8 mil participantes vi ali uns 10 descontentes, qual será mesmo o percentual que eles representam?!

    Quer dizer que o governo não é importante, que o resultado das empresas públicas em relação ao SL no Brasil não vale nada. Será que muitos deles ali já não se beneficiaram disso? não receberam dinheiro para prestar serviços para essas mesmas empresas de governo que criticam?!

    Teve campanha lá no dia do lula, teve sim, mas todos os jornais do pais falaram dele, do evento e de SL. Vamos pesar os prós e contras disso? Ou só vale um lado da moeda?

    Weber Jr . (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 2:48 pm

    Política está entre os males necessários.

    Concordo que não deveria se colocar bandeiras para palestrantes que nem sabe do que se trata. Fica parecendo aquela pataquada de dar camisa do flamengo pra gringo chegando no aeroporto.

    Mas propor esvaziar o evento, como um dos comentários, é infantilidade. Achar que vai organizar algo puro e imaculado com público tão grande e diverso é bobagem.

    Político indo a evento com grande público fica sempre tentado a se promover, ruim, mas faz parte. Por parte de quem organiza, faz parte aproveitar para promover e pedir atenção para seu interesse, no caso, Software Livre.

    Mas considero positivo criticar esse tipo de atitude, até para que não se repita, ou pelo menos diminua bastante.

    Eduardo Habkost (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 2:48 pm

    jUniOr: eu sou quase radicalmente anti-copyright. Só que acho falta de respeito usar o FISL para defender uma bandeira que não é de todo mundo.

    Eduardo, como você pode ser anti-copyright e defender o software livre? Toda a questão do software livre e da GPL (e todas as outras licenças livres) esta fundada JUSTAMENTE nas leis de proteção ao direito autoral, que através da GPL são co-optadas para defender o direito do autor de exigir que o código continue livre (o chamado copyleft.) Engana-se quem pensa que copyleft é inimigo do copyright!
    O que é o Creative Commons e suas licenças senão uma maneira de se usar a legislação existente de direitos autorais para promover a liberdade de uso? Usa-se o direito de autor para se especificar o compartilhamento e exigi-lo, ao invés de proibi-lo.
    Por essas e outras confusões que eu lamento a discussão em volta do Pirate Bay. Lógico, p2p e BitTorrent são aplicações mais do que legítimas. Por outro lado, a chamada “pirataria” é a maior inimiga do software livre, algo que MadDog e outros já vem falando há bastante tempo. Ou seja, compartilhamento, sim! Lógico! Infração de direitos autorais é outra questão, e cada um se posiciona como deve (acho a questão complexa demais para esmiuçar aqui.)
    Em resumo, eu defendo o direito do produtor de qualquer obra definir como ela deve ser usada. E uso este direito para garantir que minhas contribuições ao KDE permaneçam livres, portanto devo respeitar a maneira como outros especificam o que deve ser feito com as suas criações. Se a MS não quer que eu copie o Windows, acho correto respeitar essa decisão (e não usá-lo.) Eu não gostaria que eles desrespeitassem o GPL e copiassem o código do KDE, contrariando o meu direito de autor.

    Eduardo Habkost (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 3:22 pm

    Mauricio: a GPL depende do copyright, mas existem maneiras de liberar código aberto que não dependem de copyright.

    Eu posso liberar meu código em domínio público ou com uma licença liberalíssima, e ele vai ser software livre e código aberto, e ao mesmo tempo não vai depender das leis de monopólio de cópia.

    Nhanho (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 4:49 pm

    Diga-se de passagem que o PL do Azeredo está seguindo o mesmo caminho: veículo de auto-promoção de alguns opositores.

    Eduardo: já lancei software na SourceForge sob o domínio público. Mas note que acho que você talvez esteja enganado: ainda assim estamos falando de direito do autor, certo? Muitos países consideram que se você não coloca sob alguma licença, ele está automaticamente protegido pelo copyright. Não existe muita saída: criou, escreveu, está protegido. Inclusive em algumas discussões se coloca o domínio público como questionável, uma vez que existem visões que colocam o direito de autor como algo irrenunciável. Seria interessante alguém bem familiar com essas particularidades (como o pessoal da FGV) postar um esclarecimento.

    Não digo se isso (a existência do direito de autor) é bom ou ruim, mas é como funciona na nossa sociedade, e acho interessante refletir sobre isso e usar a nosso favor.

    Mais um esclarecimento, Eduardo. Eu, provavelemente como você (pelo que intui), também dou preferência a licenças do tipo MIT/BSD ou Public Domain, ao contrário da GPL, por razões pessoais. Prefiro compartilhar a liberdade de uso sem criar nenhuma condição para isso. Mas mesmo uma licença MIT/BSD ainda se “apóia” na legislação de propriedade intelectual existente, não tem muita saída.

    JCCyC (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 5:46 pm

    Esse artigo é flamebait, a começar pelo título.

    Eduardo Habkost (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 5:52 pm

    Mauricio: eu também prefiro a licença MIT. O meu ponto é que se a legislação de copyright sumisse instantaneamente, as condições para uso e distribuição de código sob a licença MIT não mudariam em quase nada.

    Supondo que encontremos uma licença liberalíssima (eu ainda estou à procura de uma), ela faria sentid hoje porque o copyright está implícito em todo trabalho. Mas ela simplesmente deixaria de ser necessária caso a lei de copyright sumisse do mapa. Com ou sem a lei de copyright, o software liberado sob essa licença liberalíssima continuaria sendo software livre.

    João Marcelo (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 6:27 pm

    tinha alguém do MST por lá? afinal, tem tudo com software livre, não sei como vocês não enxergam que é a mesma luta, os mesmos ideais.

    http://www.youtube.com/watch?v=VKpcr0EtZZg

    rightleft (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 6:52 pm

    Maurício

    os direitos de autor englobam direitos morais e patrimoniais. O que é irrevogável são os direitos morais. Outra coisa, muita gente é da opinião que o copyleft só é necessário porque existe o copyright. Se não existissem leis para proteger direitos sobre bens intangíveis, outros poderiam copiar livremente as suas obras, mas veja que nada te impediria de fazer o mesmo.

    Juliano Bittencourt (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 8:11 pm

    Apesar de achar válida toda a discussão sobre críticas contrutivas a um evento como o FISL, devo admitir que me sinto desapontado com a divulgação de um post de tal nível em um site como o BR-Linux. Mesmo que o post levante uma discussão que possa ser esclarecedora para muitos, acho que ele está totalmente abaixo dos padrões das outras publicações usualmente divulgadas aqui.

    Falo isso não em tom de arrogância, muito pelo contrário, mas por considerar que ao levantar críticas tão pesadas e ataques pessoais a organização do evento, o autor do post pelo menos deve tomar o cuidado de analisar e justificar suas críticas. Tais afirmações carecendo de discussão analítica são, na melhor das hipóteses, levianas. Realmente deprimente e desrespeitoso a todos que fizeram algo admirável como o FISL acontecer.

    Marcos Alexandre (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 8:54 pm

    O FISL nunca foi um evento exclusivamente técnico. Para atrair empresas (e dinheiro) é preciso ter um caráter comercial e político, com uma boa abrangência. Por isso dá tanta gente!
    Se a pessoa quisesse ver um evento essencialmente técnico ou científico, deveria procurar um evento com esse perfil, que teria muito menos pessoas, mas não fugiria de assuntos técnicos.

    ShellScott (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 10:19 pm

    Eu achei o post do cara bastante equivocado. No fundo, no fundo, ele só escreveu aquilo porque é antiLula e não engoliu a visita do Presidente ao FISL. O cara já não mostra o mesmo rigor, por exemplo, com o representante do Pirate Bay, que também representava uma ideologia (talvez até perniciosa).

    Os comentários também não são grande coisa, quase todos na base do ressentimento ideológico, inclusive os do autor, cheios de antilulismo e antipetismo, o que invalida seus argumentos (há ótimas exceções, no entanto).

    Cansei daquilo, tem muita xaropada e criancice.

    Tarcísio (usuário não registrado) em 1/07/2009 às 10:48 pm

    Que é isso Juliano Bittencourt, seu tom foi bastante arrogante sim, o que é isso de falar que isso ou aquilo deve ou não ser publicado? Ou mesmo de tentar diminuir a opinião do nosso colega Eduardo Habkost, muito sensata e isenta na minha opinião.

    O interessante é que você achou que “o post levante uma discussão que possa ser esclarecedora para muitos”, mas como foi contrário ao seu pensamento deve ser extirpado. Caramba! onde nós estamos!

    Fico pasmo quando vejo pessoas tão jovens sendo descaradamente contra a liberdade de expressão e opinião, isso me faz lembrar um período sombrio de um passado recente do nosso país. Afinal de contas, somos ou não somos defensores da tal liberdade, que não deve estar resumida apenas ao código fonte de um software.

    Sou um entusiasta e usuário dos Softwares Livres e, dentro do possível, tento dar a minha colaboração para a comunidade, mas detesto essas atitudes arrogantes de algumas pessoas que se acham acima de tudo e de todos. Levianas foram as suas palavras meu caro.

    Cadu (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 3:59 am

    Aqueles que acham o post equivocado provavelmente não acompanharam a (des)evolução do FISL… cada ano tendo mais politicagem, defendendo a visão dos organizadores, e no fim das contas não contribuindo em nada para o software livre no Brasil. Na maioria das vezes, até atrapalha, com a maioria das palestras principais associando o software livre com anarquia, socialismo, comunismo, pirataria e por aí vai… coisas que não tem nada a ver com software livre.

    Parafraseando o Aurélio, enquanto os faladores, e anarquistas, e politiqueiros estão aí falando, discordando, se revoltando, gritando, esperneando, reclamando, destruíndo as coisas dos outros e chorando, os que realmente desenvolvem o software estão lá, fazendo.

    Aqui vai o texto original do Aurelio, sempre apropriado:

    “Software Livre: Desenvolvedores e os outros

    Muito antes da onda recente de politização do Software Livre, inclusão digital, liberdade tecnológica, ONGs digitais, certificação em Linux, representantes oficiais, porta-vozes da comunidade, paladinos, comitês, movimentos e comissões parlamentares, os desenvolvedores já estavam lá, sentados e produzindo códigos.

    Muito antes do Software Livre ser sexy e estar na moda, virar buzzword, aparecer na mídia, virar bandeira política, ganhar revistas especializadas, sites, fórums e listas de discussão, os desenvolvedores já estavam lá, sentados e produzindo códigos.

    Muito antes das intermináveis discussões de qual a melhor distro, da fragmentação de comunidades, das ofensas pessoais em canais públicos, da batalha de egos, das brigas internas de um mesmo time e da crítica gratuita, os desenvolvedores já estavam lá, sentados e produzindo códigos.

    O mundo vai continuar girando e o sol vai nascer todos os dias, assim como continuarão os ruídos, as brigas e as modas. Enquanto isso, aqueles que fazem, continuarão fazendo.”

    Juliano Bittencourt (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 6:31 am

    Caro Tarcísio, obrigado pelo tão jovem, mas realmente já estou na estrada faz algum tempo. Se meu comentário soa arrogante é porque nele quero enfatizar o meu ponto de vista que, esse sim, é radical em certas perspectivas.

    Acho que se deve fazer uma reflexão sobre o que exatamente significa “liberdade de expressão”. Como enfatisei, acho que a discussão é válida e pode ser extremamente esclarecedora para muitos. Entretanto acho que a forma como ela foi feita no blog (e não no br-linux) é mais ofensiva do que construtiva e, por sua forma e não por seu tema, não deveria ter sido passada a diante. Penso que devemos agir de forma responsável pelas coisas que escrevemos, nos momentos de críticas e de elogios. Fiquei muito curioso quando li o texto do Augusto, mas decepicionado quando li o post no blog.

    Em suma, eu acho que o BR-Linux é um dos meios de comunicação mais confiáveis que leio desde 1997. Mesmo morando fora do Brasil, é minha leitura diária. Confio na isenção de pessoas como o Augusto. Entretanto queria sim deixar meus 2 centavos de idéias aqui como forma de marcar essa insatisfação. Meu objetivo é apenas ser construtivo, mas cabe a quem prepara a edição concordar ou não. Finalmente, alguém já se perguntou como quem “ralou” um monte para organizar o evento pode se sentir ao ler essas críticas?

    Tarcísio (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 7:07 am

    Juliano, estamos em uma democracia, graças a Deus!!!

    Juliano Bittencourt (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 7:53 am

    Tarcísio, seu comentário é uma celebração a nossa diferença de idéias e discussão ou existe nela um tom de ironia? espero que seja a primeira

    Rafael (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 8:00 am

    Juliano,

    Discorde abertamente do que foi escrito e não porque foi escrito.

    Juliano Bittencourt (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 8:12 am

    Rafael,

    Primeiramente as duas coisas não são interconectadas? Segundo, postei minhas reflexões sobre o conteúdo do post nos comentários do mesmo.

    Harry (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 9:00 am

    O conceito de Software Livre surgiu pela primeira vez por motivos políticos. Muito antes de existirem os primeiros desenvolvedores que produziam código para gerar um Sistema Operacional portável livre, tiveram que existir pessoas que assumiram a vanguarda de iniciar o trabalho motivadas por convicções políticas. Vide toda a história do Projeto GNU. Essa é a minha resposta ao texto do Aurélio.

    Decisões técnicas são essenciais para fazer uma atividade corretamente. Mas discussões técnicas não nos dizem qual deve ser o nosso objetivo final e o porquê. A resposta para estas perguntas estão na política e na filosofia.

    Existe uma tendência em áreas tecnológicas de menosprezar a política e a filosofia tomando como importante somente a parte técnica da coisa. Acho isso um erro. Não gosto de navegar seguindo a corrente. Isso é coisa de peixe morto. Eu quero navegar tendo um rumo, um objetivo claro e se para isso eu tiver que navegar contra a corrente e contra o vento, que assim seja.

    Neste último FISL, eu participei mais foi justamente das palestras políticas, não indo em quase nenhuma técnica. Mesmo não compartilhando das mesmas convicções políticas da maioria das pessoas e de algumas coisas do evento. Mesmo sendo contrário à imensa maioria das medidas do governo Lula e mesmo discordando radicalmente do papinho de “livre mercado” do palestrante da Open Source Initiative.

    Para mim, o espaço de discussão política é fundamental para o evento e é um dos motivos para eu participar.

    MarcusJabber (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 9:03 am

    @Cadu

    Muito bom seu post. :)

    Na boa, de tanto que esse pessoal vive criticando tudo e a todos que muitos ja nem o levam a sério mais.

    Abs!

    Joe Doe (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 9:03 am

    Participo do fisl há 7 anos. É evidente a decadência. Para quem vai pela primeira e até segunda vez, pode achar muito bom. Mas para quem conheceu as primeiras edições, nem comparação.

    No começo pagavam para os palestrantes, mesmo os nacionais. As melhores palestras avaliadas recebiam ajuda de custo para transporte, hotel, etc. Detalhe, naquela época o evento não recebia tantos recursos como hoje. A estrutura era a mesma, na PUC-RS.

    O foco era muito mais a comunidade, os GUs, as caravanas. Naquele tempo, ao final de cada palestra todos tinham uma ficha para preencher sobre a qualidade da palestra. Faziam controle de qualidade. Hoje, nem se cogita falar nisso.

    Naqueles tempos os organizadores eram muito mais atenciosos, educados. Hoje, vc pára um organizador (camisas da ASL) para perguntar algo, os caras são pouco simpáticos.

    Gostaria de ver um fisl sem palestras, será que daria público ?
    Pois bem, digo que as palestras são o principal motivo para a grande massa visitar o evento.
    Vários palestrantes têm reclamado que não são tratados como uns poucos. Além de dar a palestra de graça, não recebem ajuda de custo, nem todos os palestrantes são convidados para os eventos de confraternização que rolam entre os palestrantes e a organização, etc.

    Como palestrante paga do bolso, o cancelamento de palestras fica como prejuizo para os palestrantes. Será que a ASL reembolsa alguém que foi no fisl apenas para ver uma palestra cancelada ? Será que eles pagam os custos do palestrante que foi lá e não teve sua palestra realizada ? Na visita do presidente, algumas palestras foram canceladas, e ai ?

    Se a turma que realmente atrai o publico com suas palestras simplesmente nao enviasse proposta para a proxima edicao do fisl, quem sabe seria um alerta para a organizacao voltar a valorizar quem contribui para o evento. Tem umas figurinhas carimbadas que vem dos US e outros paises, como o cara do LTSP e outros, que já nao é mais novidade… Muito palestrante brasileiro atrai mais gente do que esses caras, mas não recebem nenhuma ajuda de custo para participar.

    Não sei não, talvez seria o caso de pensar na criação de um outro evento, em outro local mais central, que privilegie muito mais o conteúdo e não a forma. Hoje o fisl está totalmente voltado para a forma e não o conteúdo.

    @Joe Doe

    A visão de evento que tu conheces existe e se chama Linux.Conf.Au:

    http://lca2009.linux.org.au/

    O evento é conhecido por ter um excelente nível técnico e cada ano é realizado num lugar diferente na Austrália e países que ficam ao redor.

    Se tivéssemos uma comunidade mais atuante certamente teríamos algo assim por aqui.

    s/A visão de evento que tu conheces/A visão de evento que tu tens/

    Rafael (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 10:02 am

    Juliano.

    Não são a mesma coisa. Uma coisa é ser contra divulgação de um ponto de vista, outra é discordar de um ponto de vista. O texto que você escreveu tem bons exemplos que eu tomo liberdade de utilizar.

    Apesar de achar válida toda a discussão sobre críticas contrutivas a um evento como o FISL, devo admitir que me sinto desapontado com a divulgação de um post de tal nível em um site como o BR-Linux.

    O trecho acima não é de agrado de um debate democrático. Ok, você escreveu desapontado e não contra. Mas isso já vale para a conotação negativa quanto liberdade de imprensa e fere sociedades democráticas.
    Tem coisas que não devem ser divulgadas mesmo, por exemplo, prontuário médico sem autorização do paciente. Mas aí outra discussão sobre direitos de privacidade.
    Voltando ao texto da notícia, o autor defendeu o ponto de vista dele, que você pode concordar ou não. Eu mesmo não tomo partido porque eu desconheço os lados. Você pode até questionar a pobreza de idéias de um debate, mas nunca o debate. É esse o ponto do seu texto que soa autoritário (não arrogante). Não sei se esse é seu ponto de vista – refiro-me ao autoritário.

    Abaixo, você questiona a pobreza do artigo na sua opinião. Eu, pessoalmente, discordo de você, mas o texto está ok.

    Mesmo que o post levante uma discussão que possa ser esclarecedora para muitos, acho que ele está totalmente abaixo dos padrões das outras publicações usualmente divulgadas aqui.

    Bom, é isso.

    @Harry

    Software Livre pode até ter surgido como um movimento político, mas código não é gerado espontâneamente, precisa que pessoas escrevam e infelizmente pessoas que gastam tempo demais com política acabam não fazendo isso.

    Ricardo (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 10:29 am

    Incrivel como esta sendo gerado tanto drama pq o presidente foi lah prestigiar o evento…

    Se nao aparecesse ninguem, ninguem desse atencao e nao houvesse apoio de politicas publicas, estaria o mesmo drama, da galera chorando pq ninguem apoiava…

    Agora os que ficam putos com politica partidaria me digam entao, quando que um politico do PSDB apareceu para dar apoio? Ate agora, os unicos exemplos da relacao partidaria do PSDB sao os projetos canhotos do Eduardo Azeredo, cujo teor de censura faz inveja a censura da China…

    Juliano Bittencourt (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 11:04 am

    Obrigado pelas observações Rafael. Como apontaste em tuas observações, não sou contra a publicação ou manifestação de toda e qualquer opinião ou a favor de qualquer tipo de censura. Entretanto advogo veementemente (e essa é uma das poucas coisas que sou veemente) que as pessoas sejam responsáveis pelo que escrevem/falam. Ser responsável não é só arcar com as possíveis consequências de um texto, mas aceitar a responsabilidade de tentar ser mais reflexivo e profundo em suas argumentações. Liberdade não é constuída apenas pelos direitos de pensamento e ação, mas também pelos deveres que esses direitos implicam. Esses direitos podem serem encarados apenas como responsabilização pelo ato, mas eu realmente prefiro pensar que o melhor caminho ainda passa pela educação a reflexão.

    O que a discussão presente mostra é que existem muitas pessoas insatisfeitas com certo perfil do FISL. Entretanto tal constatação só se torna realmente conhecimento após certa investigação/reflexão (porquê? quantos? exatamente com o que? é representativo da maioria?).

    O que advogo, é a profundidade do debate das idéias, e não a investida pessoal e grosseira como certas partes do debate se tornaram. Muitos de nós questionamos a forma pobre e alienante como no passado o movimento SL foi tratado pelas grandes agências de notícias. Apesar de não aplicar de forma tão contundente os mesmos rótulos ao post em questão, realmente acho que devemos encontrar formas de ser mais reflexivos sobre o nossa própria opinião em relação a comunidade. Talvez seja uma batalha perdida e provavelmente eu seja contraditório nessa idéia na maneira como refutei o post em questão, mas acredito que seja uma questão válida.

    Joe Doe (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 12:49 pm

    Alguém aqui se lembra da trajetória da Fenasoft ?

    No início, as palestras eram excelentes, os estandes tambem. Autores de livros tecnicos participavam do evento para conversar com o pessoal.

    Depois, virou um feirao e acabou…

    Infelizmente, o fisl está indo na mesma direcao, mais voltado para a forma do que o conteudo. ASL, preste atencao:
    O publico do fisl e’ voltado para conteudo. A manutencao da alta audiencia nas ultimas edicoes vem do historico bem sucedido do evento. Se continuar assim, esse historico bem sucedido comeca a dar lugar a uma sucessao de eventos sem graca, o que vai culminar na decadencia do evento. Uma vez nessa trajetoria dificil reverter.

    O fisl, ainda conta com um publico mais fiel. Antes, o encerramento era no auditorio, empolgante a ponto de fazer o povo jah pensar no proximo… Olha como foi esse ano, um total descaso com o publico…

    Quem esta’de fora tem uma melhor visao do que o pessoal de dentro…. Eles trabalham muito e tem o seu merito. Mas, de novo, voltem a valorizar o conteudo que o evento voltara’ a ser o que era.

    Harry (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 1:05 pm

    @Leonardo Menezes Vaz

    Eu tento fazer as duas coisas. Uma discussão política aqui, algumas linhas de código acolá. ^^

    Enfim, o meu comentário foi apenas a minha opinião de que não se deve menosprezar temas como política e filosofia. Por mais polêmicos que eles sejam.

    Sergio José Dias (usuário não registrado) em 2/07/2009 às 2:10 pm

    Senhores, gostem ou não, o SL tem sim um grande potencial anticapitalista. Qualquer ação desenvolvida pelo homem que caminhe no sentido do antivalor, ou seja, na negação do seu valor de troca de um bem é anticapitalista. O SL nasceu deste jeito, cresceu com tal premissa e vem se desenvolvendo a partir desta ideologia. Para aqueles que se recusam a enxergar este fato, devo deixar minhas condolências e reafirmar a importância da cultura e do conhecimento livre para a humanidade.

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