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Há cerca de duas semanas recebi o convite, assinado pelo CEO da Datasul (uma das maiores empresas de desenvolvimento de software nacional) para o BR-Linux participar do evento de lançamento da Comunidade para o Desenvolvimento Colaborativo de Ergonomia de Software (CDES) Brasil, para definir os papéis dos participantes, a forma de organização e os procedimentos.

A Comunidade sendo formada pela Datasul já conta com código-fonte sobre licença livre (MPL), disponibilização de tempo de profissionais da empresa, projetos selecionados (utilizando basicamente Java e Flex. Os títulos são: Wizard, ERA, GridTools, SimpleComposer, Plugin Maven), e ferramentas como blogs e wikis. A intenção é que haja 3 diretores, cada um de uma empresa diferente, para garantir maior independência da Comunidade. Ainda há lugar para interessados em acompanhar ou participar, portanto fique ligado!

Embora o foco não seja o Linux, trata-se claramente de uma iniciativa que busca aproveitar o modelo de desenvolvimento comunitário do código aberto em proveito dos participantes (Datasul e demais interessados), gerando código livre no processo. Não sei avaliar, entretanto, o quanto esta proposta é interessante para outras empresas, organizações e indivíduos, nem se a Datasul está realizando uma aproximação com as comunidades nacionais de desenvolvedores de código aberto nas tecnologias que ela considera relevantes. Pelo resultado anunciado até o momento, a impressão que me deu é que faltou esclarecer de forma definitiva qual é a vantagem ou o interesse que uma organização pode ter em participar destes projetos, especificamente – ou tomar a frente deles.

O evento ocorreu na manhã de 13 de maio, e o BR-Linux se fez presente, representado pelo Prof. Marco André Lopes Mendes, que já fez várias coberturas de eventos para nós antes (a mais recente foi da Bossa Conference 2008, promovida pela Nokia). Veja abaixo o breve relato do Prof. Marco, e vamos torcer para que os responsáveis pelos diversos projetos e pela comunidade nos mantenham abastecidos de notícias sobre o andamento, participando ativamente da comunidade!

Veja também o blog Datasul Open Source.

Primeira reunião da Comunidade Brasileira Colaborativa de Ergonomia de Software

Por Marco André Lopes Mendes

A reunião iniciou com um breve histórico, informando que a idéia surgiu na Datasul na forma de um blog, depois criou-se uma comunidade com o objetivo de compartilhar conhecimento. Ficou evidente que a Datasul afirma não esperar manter o controle, e espera que outras organizações, parceiros e franquias assumam partes do processo.

Em seguida o advogado e especialista em TI Marcus Silva apresentou ao público a Licença Mozilla (MPL), explicou o surgimento do conceito de Software Livre e as quatro liberdades associadas ao termo. Explicou também o conceito de Open Source, e a sua visão sobre as implicações da GPL para uma organização comercial, apresentando a MPL com sendo uma alternativa de licença livre que retém mais aspectos da propriedade do autor. Foi definido que a licença utilizada na Comunidade será a MPL e que todos os envolvidos terão que assinar um contrato concordando com esses termos.

Rodrigo Bernardi, que participou da construção da infra-estrutura da comunidade, apresentou o estado atual desta área:

• Ferramentas: wiki, controle de chamados, fórum.
• Próximos passos: repositório de códigos
• Componentes disponibilizados:
  1. Wizard Flex
  2. Plugin Maven – Flex
  3. GridTools – Flex
  4. SimpleComposer – Flex
  5. ERA – Flex e Java

Seguiram-se breves exposições:

• Fábio Dippold, moderador do projeto Wizard, mostrou-se empolgado com a criação da comunidade e convidou os presentes a participarem do projeto.
• Diogo Wink falou sobre o ERA, um componente que permite a manipulação de expressões matemáticas dentro dos sistemas de ERP.
• Alvacir Schulze apresentou uma proposta de criação de uma diretoria para a comunidade, de forma a organizar o processo.
• Glauco Scheffel explicou melhor sobre as implicações de ser membro da diretoria da comunidade, deixando claro que a Datasul quer interagir com a comunidade que está sendo criada, ouvindo, acatando decisões e devolvendo à comunidade.

Após as apresentações passou-se à escolha dos membros da diretoria e dos moderadores e comitters de cada projeto.

Esses projetos iniciais utilizam Java e Flex, mas foi assegurado o interesse da comunidade em projetos desenvolvidos em outras tecnologias.