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Boot do Linux nas urnas eletrônicas: mais fotos, e um vídeo

Atendendo a uma sugestão do leitor Luiz Angelo de Luca, e após o interesse despertado pela matéria da semana passada com uma foto do Linux dando boot nas urnas eletrônicas no primeiro turno, procurei a Secretaria de Tecnologia da Informação do TRE de Santa Catarina e pedi permissão para fotografar de perto o boot.

Recebi permissão, e fiquei durante meia hora, acompanhado por um especialista na aplicação do equipamento, entendendo como ele é operado e fotografando – sem qualquer restrição – o boot do equipamento. Foram vários reboots, executados pelo especialista, a meu pedido, para permitir tirar meia dúzia de fotos em que dá para ler as mensagens sendo exibidas pelo kernel durante a inicialização.

A urna disponibilizada para as fotos é a mesma disponibilizado para a imprensa em geral em situações similares, embora a imprensa costume estar bem mais interessada em fotografar os aplicativos do que o boot do kernel. Ela tem suporte a identificação biométrica, e é exatamente o mesmo equipamento – e o mesmo software – empregado no primeiro turno, na semana passada.

Publicarei as fotos amanhã de tarde, em tamanho normal e em tamanho reduzido. Se vocês tiverem alguma pergunta sobre o uso do Linux em si na urna, podem inseri-la nos comentários, e eu procurarei encaminhar à Secretaria da Tecnologia da Informação, informalmente, e depois publicarei a resposta que receber. Mas já aviso: vou me restringir às questões relacionadas diretamente ao Linux, ok?


• Publicado por Augusto Campos em 2008-10-13

Comentários dos leitores

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    Que legal! Agora vou poder ver as mensagens de boot =) No dia da foto não consegui ler =(
    Será que agora vai dar para ver qual é a distro?

    InFog

    Rodrigo Reis (usuário não registrado) em 13/10/2008 às 4:51 pm

    Acho extremamente valido ter Linux nas urnas. Simples, gratuito e transparente, mas ainda não me convenço no transporte das informações para o TRE :S

    Rodrigo, antes de a unidade removível ser retirada da urna, no próprio local de votação, são emitidos relatórios impressos da votação de todos os candidatos, sendo que uma cópia é entregue aos partidos, e outra é afixada à porta do local, para consulta pelo público.

    Assim, independente de qualquer questão tecnológica, creio que não restaria maneira de alterar estas informações durante o transporte, a não ser que todos os partidos e a população presente fossem cúmplices!

    Kevin-Moc (usuário não registrado) em 13/10/2008 às 5:07 pm

    Eu gostaria de saber quais foram os pontos que mais contaram contra e a favor do Linux espeficamente no caso das urnas, basicamente a economia?

    Anderson (usuário não registrado) em 13/10/2008 às 5:08 pm

    Prezado Augusto,

    Ate onde lembro voce eh funcionario do TRE de SC.

    http://www.tre-sc.gov.br/site/fileadmin/arquivos/institucional/contas_publicas/contratos/033_manutencao_software_aleph.pdf

    http://www.tre-sc.gov.br/site/fileadmin/arquivos/institucional/contas_publicas/contratos/002_conab_mov_estoques.pdf

    http://ist.sociesc.com.br/index.php/SemanaInformatica#A_TI_dentro_do_TRE

    Entao, porque voce teve de procurar a secretaria de informatica, se voce esta lotado na mesma ?

    Abracos

    Anderson

    Flávio Raphael Barcellos (usuário não registrado) em 13/10/2008 às 5:20 pm

    Anderson,

    Não tenho procuração do Augusto para responder por ele.

    Mas vou fazer um esclarecimento. Mesmo como funcionário de uma instituição ele não tem previamente autorização de disponibilizar informações dessa instituição sem a devida autorização.

    Isso vale para qualquer um que seja empregado de qualquer empresa ou órgão seja esse público ou não.

    Saudações,

    Flávio

    Anderson, você está enganado quanto a eu estar lotado na Secretaria de Informática do TRE/SC, embora tenha atuado nela nos anos correspondentes aos documentos que você mencionou.

    Eu de fato solicitei à Secretaria, por escrito, a permissão para fotografar a urna durante o boot.

    Creio que eu teria que solicitar a mesma permissão mesmo se eu trabalhasse lá, entretanto.

    Muito legal a iniciativa, Augusto.

    Você me (nos) faria o favor de perguntar ao especialista que irá te acompanhar se mais pessoas tiveram problemas com o tal do “savd” ?

    Nunca havia visto esse daemon antes, e pelo pouco que consultei no Google, parece ser do Sophos Antivirus (posso estar falando abobrinha, como vira e mexe eu faço).

    Lá na minha zona, cerca de 3 urnas travaram, a minha sendo uma delas. E como eu disse no post do InFog, no primeiro reboot deu a mensagem do tal do savd (que até pode ser que não tenha relação com nada).
    No próximo reboot (e nos seguintes) dava Kernel Panic :P

    Fiquei curioso a beça pra saber a razão, mas é difícil quando só temos o teclado numérico, um enter e outros 2 botões que não servem pra nada..

    Abraços !

    (edit) Consultei a Justiça Eleitoral e recebi prontamente a resposta de que SAVD é o Sistema de Autenticação e Verificação e tem como função assinar e verificar a assinatura digital de programas e dados da urna.

    Kevin, essa tua o TSE já respondeu.

    isaac (usuário não registrado) em 13/10/2008 às 7:07 pm

    Qual Ruindow$ era usado na urna anteriormente?

    E (usuário não registrado) em 13/10/2008 às 7:57 pm

    Perdoem a pergunta imbecil:

    Se for digitar algum comando no “terminal”, o funcionário pode digitar diretamente comandos do Linux (tipo “ls”, para listar arquivos), ou os comandos estão “apelidados” para os correspondentes do MS-DOS (tipo “dir”, primo pobre do “ls”)?

    isaac, não posso te dizer com certeza, mas – confirmem por favor – acredito que era o Windows CE, aquele para portáteis, handhelds, etc (o mesmo usado, dentre outros, no console Dreamcast!).

    Tércio Martins (usuário não registrado) em 13/10/2008 às 10:27 pm

    Só uma dúvida: dava para identificar alguma distrô na urna, pela seqüência de boot?

    Fernando P Silveira (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 12:10 am

    isaac,

    grande parte das urnas utilizava OS/2, mas não eram 100% das urnas.

    E (usuário não registrado),

    os mesários possuem apenas um terminal com teclado similar ao teclado da urna, com exceção da tecla “Branco”, que inexiste nesse terminal. assim, não é possível digitar nenhum comando unix ou DOS, a não ser que ele seja numérico.

    leonardoav (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 12:11 am

    Alguém sabe aonde ficam os repositórios
    do código-fonte da distro usada nas urnas?

    Seria legal, para quem estiver interessado,
    poder analizar e propor melhorias no sistema.

    Valeu.

    Fernando P Silveira (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 12:16 am

    Ops, me enganei.

    Não era OS/2, e sim VirtuOS.

    André Felício (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 12:27 am

    Claro que roda Ubuntu! brincadeira…

    Respondendo algumas perguntas:

    Que sistema operacional era usado?
    - Windows CE e VirtuOS

    Qual distro linux esta sendo usado?
    - A distro é uma “from Scratch”.

    Pessoal, vou ver se esta semana ainda posso passar maiores informações sobre as Urnas (fotos e vídeos também). Posso passar para seu e-mail Augusto?

    João Dalvi (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 12:27 am

    É Augusto, o problema é entre a urna e o papel impresso também, que pode não ser o mesmo impresso pela urna, e isso não é nada difícil pelo que me parece…
    Aqui no Rio de Janeiro soube de casos de adulteração, candidatos muito populares com 0 votos, soube de um candidato que no colégio onde sua campanha foi mais forte, onde boa parte de seus familiares e amigos haviam votado, ele ter apenas 1 voto!
    Eleição é isso meu amigo, um jogo de cartas marcadas, onde ganha quem tem mais dinheiro, seja em parte pela corrupção, que é inegável, em parte pelo poder de “persuasão” que ele proporciona – campanhas milionárias, compra de votos etc.
    Saudades do voto no papel quando dava para votar no macaco tião =D

    João Dalvi

    Sim, André! augustoΘaugustocampos.net

    André Felício (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 1:08 am

    João Dalvi,

    Existe um dia no calendário de eleição chamado de “lacração da urna”, onde o código auditado é compilado na frente do pessoal e assinado digitalmente com as chaves privadas de cada auditor. Este software é o mesmo para todas as Urnas do pais.

    Os auditores são todos os partidos, OAB, secretario de info do TSE e mais algumas pessoas.

    Se um partido desconfiar de algo em alguma Urna, basta verificar se a assinatura dos arquivos “batem” com a chave do partido.

    Para quem é da area de TI e trabalha em algum TRE, pricipalmente TSE, sabe que tecnologicamente a eleição eletrônica foi muito bem bolada.

    André Felício (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 1:24 am

    Só complementando o comentário anterior.

    A algum tempo atrás nossos políticos, sabendo que era impossível fraudar as Urnas eletrônicas, queriam que para cada vota da Urna tive-se um registro em papel. Este registro paralelo em papel era para depois de finalizado a eleição fosse contado cada voto e comparado o total com o total da Urna.

    Alguem se arrisca a “chutar” o motivo?
    - É muito fácil alguem jogar fora alguns votos de papel e com a diferença dos totais querer invalidar a Urna.

    Antonio Costa (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 7:43 am

    Cade o link, referência do vídeo no post??

    Rodrigo P Matias (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 9:09 am

    Quanto o transporte das informações, posso garantir que o processo é seguro, trabalho no polo de transmissão a 4 eleições. O processo é bem simples. Todas as urnas tem um certificado digital único por urna, o disquete é gravado em raw sem sistema de arquivo e já criptografado, no polo de transmissão tem uma especie de receptor deste disquete que apenas extrai os dados da urna e assim o transmite para DF através de uma VPN, quando os dados chegam em Brasilia é checado se a assinatura pode ser daquela urna mesmo confirmado, urna apurada, caso haja algum erro a informação é extraida diretamente da urna na presença dos fiscais de partido e do juiz eleitoral. O transpor da urna é feita pelo administrador do predio até o local de apuração, geralmente o translado é feito com escolta da PF de forma não caracterizada e pela PM de forma caracterizada. Como alguns colegas falaram, só há fraude se a sociedade for conivente e se ela for ser conivente com a fralde e melhor nem fraudar pq é a sociedade que escolhe.

    R.Oliveira (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 10:22 am

    O que acontece se o disquete apresentar problemas? Existem planos para mudar a mídia de gravação das informações de disquetes para algo que apresente menos problemas, por exemplo, cartões de memória?

    Antonio, recomendo leitura atenta do último parágrafo da notícia.

    R.Oliveira, os dados são gravados em duas unidades Compact Flash, e o disquete é utilizado apenas para transporte destes dados. Se houver problema com o disquete, há um procedimento de regeração dele a partir da urna (pois os dados continuam nos Compact Flash).

    Os detalhes sobre a presença de fiscais dos partidos durante esse procedimento, a lacração da urna e outros podem ser melhor explicados por alguém da área, ou consultando as normas respectivas.

    Anderson Machado (usuário não registrado) em 14/10/2008 às 1:52 pm

    Pela primeira vez em minha cidade (desde que eu me lembro) tivemos uma votação bem limpa (na medida do possível), onde o Prefeito foi escolhido pelo povo e não pelo dinheiro, mesmo havendo alguns votos comprados outros tirados a força entre outros, para se ter uma idéia, o prefeito era da oposição e os 2 outros candidatos eram, um ex-prefeito bicheiro e que ameaçava qualquer concorrente, cheio de processos (o típico, Rouba mas faz!) o segundo era vereador há 18 anos e gastava uma fortuna a cada eleição, mas não se via muita ação.
    O prefeito eleito foi escolhido pelo povo, com ajuda da policia federal e da juiza da cidade que no dia da eleição saiu às ruas, detendo inclusive a filha e a esposa de um desses candidatos a prefeito. Fico feliz pela forma como ocorreram as eleições esse ano!
    Não ouvi falar de problemas de fraude com urnas nesse ano coisa que na eleição anterior se falou bastante na cidade!
    Abraço!

    Obs: Cadê as fotos e os videos?

    Antonio (usuário não registrado) em 18/10/2008 às 7:40 pm

    Caro João Dalvi,
    Sobre o comentário canditados populares com Zero votos.
    A resposta do TRE em resumo foi, candidato indeferido que recorreu vai para urna, mas seus votos serão considerados nulos, se posteriormente ele conseguir uma decisão positiva os votos serão revertidos.

    No boletim da urna os votos estarão lá, mas como a situação dele é de indeferido com recurso esse status vai para o totalizador por isso ele aparece com Zero votos.

    Ou seja, o cara foi indeferido e tá empurrando com a barriga, desta forma pelo menos ele tah tirando voto do outro partido.

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