Notícia publicada por brain em outubro 26, 2004 10:36 PM
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O colaborador Djames Suhanko (djames.suhanko*ig.com.br) enviou uma bastante completa análise das novidades do Mandrake 10.1 - Community Edition. O foco são as aplicações e o ambiente gráfico. Se você não viu esta edição do Mandrake ainda, não deixe de conferir. E se você já viu, leia o texto mesmo assim: o Djames pode ter encontrado algum detalhe ou recurso que escapou à sua observação ;-)
Mandrake 10.1 - Community Edition
por Djames Suhanko
Tenho por companheira a distribuição Mandrake desde o tempo em que a PC Master distribuiu seu primeiro CD preto de Linux (embora tenha usado outras distribuições,antes e depois da PC Master) advertindo: "use por sua conta e risco". Afirmo seguramente que não tenho visto desde então uma distribuição tão ousada. Em alguns casos encontrei bugs decepcionantes, porém as novidades antecipadas pela MandrakeSoft me tem feito mais alegrias do que tristezas.
Citarei nesse artigo as novidades, sem uma ordem específica.
1 - Ksplash
O interessante é que isso não é novidade desta versão, porém não havia em momento algum encontrado vestígios desse ksplash, que é padrão apenas em instalações em inglês. Nesse ksplash, além da tradicional janela de entrada, há uma barra na base, com ícones animados que vão surgindo conforme a carga do ambiente, mas não é uma animação tão simples quanto as demais; são ícones saltitantes ! Para instalá-lo, procedi da seguinte maneira ( e que se dane o ksplash padrão português :-) :
mkdir ~/.kde/share/apps/ksplash/Themes
cp -rfv /usr/share/apps/ksplash/Themes/Standard /home/usuário/.kde/share/apps/ksplash/Themes/
chown -R usuario.usuario /home/usuário/.kde/share/apps/ksplash
Depois, use o kcontrol. Vá até "aparência e comportamento" » "Splash Screen".
Clique em adicionar, indique o caminho e, ao chegar no nível de diretório, escreva Theme.rc e dê enter.
Aplique a alteração, apesar de nada se ver a princípio. Feito isso, use Alt+F2 e digite:
ksplash --test
Voi-lá !
A estrutura de diretório foi mudada nessa versão, sendo que os rpms não se encontram mais em ../Mandrake/RPMSx, mas sim em ../mainX, onde "x", em ambos os casos faz menção ao número do CD (1, 2, 3...).
A instalação gráfica é a padrão, sem novidades. A gigantesca vantagem é que o bug da série 2.6.0 à 2.6.6 em placas asus (pelo menos na A7N-8X-X, que é a minha :) não travará mais as instalações, pois a versão do kernel atual é 2.6.8. Anteriormente necessitáva-se fazer uma "quick instalation" e torcer para não haver travamento durante o referido processo e, posteriormente à instalação, aplicar a versão 2.6.7 ( que foi a primeira versão corrigida da série para esse bug), porém ainda haveria de se alterar a entrada no lilo, afim de excluir a opção de fb.
Outra maravilha é o servidor gráfico, que atualmente é o xorg e, pasmem; contém parte do código do servidor gráfico da Metron, que doou generosamente alguns recursos (por favor, leiam a documentação).
Uma coisa que poderia vir a ser preocupante de início seria a possibilidade de mudança da estrutura de diretório que se referem ao servidor gráfico, tal como seus respectivos arquivos de configuração, impossibilitando ao proprietários de aceleradoras gráficas da NVidia configurarem seus dispositivos com o drive original, mas o arquivo XF86Config foi mantido tanto em nome quando em estrutura. Inclusive, para a primeira configuração do servidor gráfico, existe um comando do xorg que gera o primeiro arquivo XF86Config. Não pelo servidor gráfico, mas por causa do kernel, um procedimento um tanto árduo foi necessário para habilitar o driver da nvidia em uma GForce 4:
É um caso que se fará padrão a todos os proprietários da tal placa de vídeo, portanto:
Certifique-se de ter instalado o kernel-source, ou então use urpmi kernel-source para instalá-lo, pois agora será necessário recompilar o kernel.
cd /usr/src/linux
make menuconfig
Entre em DEVICE DRIVERS > GRAPHICS SUPPORT e desmarque nvidia Riva support
Salve a alteração e compile o kernel:
make &&make modules && make modules_install
Ao término desse demorado processo, uma nova entrada será adicionada ao lilo. Agora, reinicie o computador, usando essa nova entrada.
Tente instalar o driver da nvidia, porém se ocorrerem erros (sem que se refira a qualquer coisa em relação a fb), pode ser necessário a extração do fonte da nvidia e uma modificação no arquivo nv.c. Esse processo pode ser encontrado na internet, mas para evitar o problema, apanhe uma versão do driver que seja inferior a 6xxx. Apenas isso já lhe poupará um sofrimento maior. No caso das Gforce FX, o problema é aberrativo e totalmente diferente; infelizmente o driver instala, mas a placa se desconfigura após o reboot. Em ambos os casos, deve-se incluir a linha "alias char-major-195* nvidia" no arquivo /etc/modprobe.conf, que é o substituto do modules.conf. Talvez o problema possa (e deva ser) resolvido extraindo o fonte do driver e lendo qualquer arquivo que possa conter informações do processo do sistema após a instalação do driver; cargas de módulos, scripts, ou qualquer coisa que seja. Para sanar o problema, por ter uma maquina rápida, não fiz questão de procurar uma soluçã
o limpa - incluí em /etc/rc.d/rc.local as linhas:
/etc/init.d/dm stop
./NVIDIA-installer*run -s -q -a --no-network
/etc/init.d/dm start
Com isso, ao terminar o carregamento do arquivo rc, o splash descarrega, o console é rapidamente exibido mas em seguida é iniciado o display manager, exibindo assim o logo da nvidia e iniciando a carga do kde (no caso de se ter escolhido esse ambiente gráfico como padrão).
Outro problema que encontrei foi em relação ao som - o som se deteriora em poucos minutos ou, no máximo, em alguns boots. Os aliases que carregam os módulos da placa nvaudio estão como intel-8x-qualquer-coisa. Ao tentar optar pelo módulo nvaudio, obtém-se um erro dizendo que os módulos para nvaudio não foram encontrados, portanto, acaba sendo necessário manter o som desabilitado. Não está relacionado ao arts, para os que suspeitarem. Esse problema ocorreu em uma asus a7n-8x-x. Em uma abit com a mesma placa de som, cheguei quase a derrubar lágrimas (hipérbole faz parte das nossas figuras de linguagem, oras) ao ouvir o harmonioso e fantástico som dos canais "separadíssimos", portanto recomendo fortemente; ao comprar uma placa-mãe, opte por uma da abit, que custa pouca coisa a mais porém preza pela qualidade do produto.
Um cat /proc/interrupts me mostrou a placa de vídeo no irq 5. Subi até a BIOS e redirecionei o midi ( que não funcionou em hipótese alguma) para o irq 5, conseqüentemente redirecionando a placa de vídeo para o irq 10.
Continuando o tour pelo Mandrake, pode-se já nesse momento apreciar os softwares.
O OpenOffice.org está com um visual mais bonito, mais colorido, mas quanto às suas funções, nada posso dizer, pois não uso profundamente seus recursos, apenas escrevi este texto usando o oowrite e usei seu corretor ortográfico.
O Gnumeric está como deveria - agora, além da compatibilidade total com o MS Excell, é possível salvar em formato excell, o que até sua versão anterior (dentro da distribuição referida) não o era. Para os amantes de latex, tex, tetex, lyx, também é possível tirar uma cópia em *.tex, para depois editá-lo em outro aplicativo, caso se deseje.
Alguns bugs que estavam intrínsecos no LyX estão corrigidos nessa versão, além de que o LyX está altamente customizável.
Scribus e Sketch suprem a necessidade de um programa para diagramar artes para saída gráfica, mas ainda se faz necessário um programa que possa salvar em formato *.cdr, pois as gráficas constantemente usam Corel Draw.
Já que falamos de gráficos, para a criação e tratamento de imagens, eis o renascido Gimp-2.0, com um pecaminoso suporte a CMYK, sem uma palheta conhecida (e nem desconhecida) CMYK, sem um alarme de gamout, apenas uma aba CMYK em relação a RGB e hexa. Seu redesenho está bonito, seus menus mais inteligentes e mais bem-distribuídos, mas o suporte a CMYK é realmente entristecedor. Apesar de salvar em formato .*psd, ele não interpreta muitos dos efeitos aplicados em camadas. Já no caso de se criar um arquivo .*psd a partir do Gimp, não haverá posteriormente problema algum ao abrí-lo em versões do Photoshop.
Em multimídia, delirem os remasters! Temos o Audacity, super-dotado de plugins, inclusive para noise-reduction, transporte sem alteração de tempo, inserção de ruído e muito, muito mais. Em Windows, o top de linha é o Sound Forge, até o momento inalcançado em recursos. Ainda assim, o Audacity merece muito respeito, afinal já é uma ferramenta qualificada para uso profissional.
Não é um Cake Walk, mas é o Rosengard. Ele é tão único quanto o Cake, já que seus recursos não são comumente vistos em outros programas. Pode-se criar midis e/ou gerar partituras a partir da música, para cada um dos instrumentos nela contida, em clave fá, sol e dó na terceira (pelo menos foram essas as claves que pude ver). Em Linux, a esse nível de trabalho com midi, deve ser o primeiro programa e, de certo será o consagrado, tal como o Audacity se consagra em tratamento de som e como o gimp em criação de imagem.
A amostragem de som em preview está fabulosa, pois ao clicar em uma música, o amaroK exibe apenas um título, sem chamar a janela gráfica a cada clique, possibilitando uma navegação cômoda entre os arquivos de som sem a necessidade de se alternar entre janelas.
Não é novidade também, mas como vi há pouco tempo na capa de uma revista a liberação oficial do ipv6, decidi fazer uma simples configuração de ip em minha placa de rede. Para tal, vasculhei a máquina em busca de algum documento que pudesse me orientar; nada encontrei no modo de busca tradicional, onde usei urpmi ipv6. Apenas instalou-se o xinetd-ipv6 (claro, necessário), mas não havia até então uma documentação que pudesse me orientar na configuração básica. Acabei vasculhando dentro dos pacotes, criando uma espécie de db, seguindo o procedimentoo:
mkdir pacotes
cd pacotes
mount /mnt/cdrom&&cd /mnt/cdrom/../mainX
rpm -qlip * >1
Alternando X ao respectivo numero de CD, excluso a primeira mídia, já que escreve-se apenas main em sua pasta de rpms. Alterar também o final 1 para 2 e 3, respectivamente.
Depois disso, use o comando:
grep "ipv6" * |more
Encontra-se no CD uma documentação ampla (mas não completa) sobre ipv6, que é um howto em inglês. Esta minha explanação é apenas para mostrar alguma coisa sobre ipv6 e não é um tutorial de rede, portanto, se você já conhece ipv6, pule essa parte.
O documento está no pacote howto-html-en (apenas chame-o com urpmi) e o caminho para a pasta é /usr/share/doc/HOWTO/HTML/en/Linux+IPv6.
O protocolo IPV6 é composto por até 39 caracteres, tem 128 bits de comprimeto e tem a seguinte notação:
2^128-1: 340282366920938463463374607431768211455
Ele é representado em hexadecimal:
2^128-1: 0xffffffffffffffffffffffffffffffff
A representação é feita com dois pontos como separador a cada 16 bits:
2^128-1: ffff:ffff:ffff:ffff:ffff:ffff:ffff:ffff
Para simplificação, a direção de zeros pode ser omitida:
3ffe:ffff:0100:f101:0210:a4ff:fee3:9566
3ffe:ffff: 100:f101: 210:a4ff:fee3:9566
Uma representação de 16 bits preenchidas com zeros pode ser "::", mas não mais de uma vez.
Apenas menciono esses detalhes para que haja uma compreensão mínima desse protocolo que, apesar de "novo", é o futuro próximo e certo dos endereçamentos ip.
No caso, fiz uma configuração ipv4-to-ipv6, usando o ip 192.168.0.1 na forma hexa, com a ajuda de ifconfig:
ifconfig eth0 inet6 add 2002:c0a8:0001:5::1/64
O programa ipv6calc é um programa de conversão para auxiliar na configuração, mas para passar um endereço ipv4 para ipv6 pode-se usar o kcalc, digitar separadamente cada parte do endereço ip e depois convertê-lo para base hexadecimal ou, fazer a conta manualmente:
base decimal:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
base hexadecimal:
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 A B C D E F
16^0 =1
16^1 = 16
16^2 = 256
Em binário:
11000000.10101000.00000000.00000001
O valor máximo de 4 números binários é 15, portanto pode-se separar de 4 em 4 esse endereço de rede e e substituir seu valor pela representação em hexa:
1100 = 8+4 = C
0000 = 0 = 0
Então: 192 = C0, ou 12x16
1010 = 10 = A
1000 = 8
Então: 168 = a8, ou 10x16+8
0 é 0 e 1 é um mesmo. :-)
Pretendo posteriormente escrever um artigo bem elaborado sobre ipv6. Aqui estou apenas mostrando ipv6 em Mandrake, além de que tenho apenas 1 cpu (caso alguém queira doar uma CPU velha, ficarei muito grato e escreverei rapidamente um artigo sobre como configurar redes com ipv6, incluindo firewall).
Para experimentar:
ping6 ::1 para localhost ou
ping6 2002:c0a8:0001:5::1 para o ip configurado manualmente
Um scan...
nmap -sT -6 2002:c0a8:0001:5::1
Pronto, brinquei ! :-)
Mas entre outros, é necessário que se tenha o módulo ipv6 carregado, em /etc/sysconfig o arquivo network precisa receber uma linha ( descrito no arquivo /etc/sysconfig/network-scripts/ifup-ipv6). Também se encontram parâmetros essenciais nesse arquivo. E quanto ao firewalll, uma parte superficialmente negativa - não está contido em nenhum dos primeiros 3 cds o iptables-ipv6, que é fundamental para configuração de regras com ipv6 (salvo a possibilidade das funções ipv6 estarem contidas no iptables, mas não testei). Na documentação citada anteriormente existem algumas dicas básicas.
Por fim, tendo fechado todas as janelas e olhando para o desktop,ainda assim se tem uma novidade - no kicker há um ícone para o ajuste da resolução de tela on-the-fly !
Ao que parece, Linux tem se modelado ao padrão desktop de tal forma que já é possível citar programas para determinada tarefa, para lazer e tudo de forma simples; alias, mais simples do que em alguns outros sistemas operacionais.
Só uma pequena correção... est "voilà", très bien mon ami?
Eu testei o Share de NET dele, e me surpreendi... até postei uma mini-analise do que ele faz (colocando o ICS no chinelo :-) mas não tive tempo de coloca-lo em forma de artigo e espalhar por ae:
http://www.linuxrapido.org/modules.php?name=Forums&file=viewtopic&t=1062
Sobre o LyX não consegui usar a acentuação do pacote da distribuição, só conseguindo acentuar depois de baixar o fonte e compilar com xforms, pois com Qt não funfou.
De resto a distribuição está muito boa.
a cada versão me impressiono mais com o mandrake, o 10.1 está realmente excelente.
vale lembrar que o 10.1 OFFCIAL já foi lançado.
ótima notícia, gosto muito do mandrake mas ta mais que na hora de não só o mandrake mas como todas as distros linux adotarem uma postura melhor em relação a testes, fazer algo como é feito no Debian, diminuindo assim o número de bugs. Infelizmente oque vejo é a seguinte coisa: compilou, joga no mercado, não é a toa que ficam sugindo tantas vesões 1.1.1, 1.1.2 e assim vai.
valeu
desculpa,mas no mandrake não é assim não.é um esque ma um pouco parecido com o do debian, só que menos rigoroso, para evitar que vc utilize versões muito antigas de pacotes como no woody.
o community que vc está vendo não a versão final, a qual será empacotada e distribuída oficialmente.
após feito os testes é lançado o community que equivale aos lançamentos oficiais de todas as outras distros (exceto debian),mais ou menos como é feito no debian unstable. depois de um tempo é que lançam a versão OFFICIAL com possíveis correções, e isto não tem em distro nenhuma (exceto debian).
isso faz na minha opnião que o mdk seja a distro redhat-like menos bugada, na minha opnião.
henrique,
o que falo vem do que vejo e do que ouço falar, por exemplo o problema de menu do mandrake 9.2 ou como tenho visto em alguns sites linux o triste sporte a dispositivos sb por parte do mandrake, mas isto não presenciei ainda. Sem falar qe ele não reconece minha placa de video(trident tgui 9440), a instalacao é por modo texto mesmo. coisas deste tipo.
henrique,
o que falo vem do que vejo e do que ouço falar, por exemplo o problema de menu do mandrake 9.2 ou como tenho visto em alguns sites linux o triste sporte a dispositivos sb por parte do mandrake, mas isto não presenciei ainda. Sem falar qe ele não reconece minha placa de video(trident tgui 9440), a instalacao é por modo texto mesmo. coisas deste tipo.
henrique,
o que falo vem do que vejo e do que ouço falar, por exemplo o problema de menu do mandrake 9.2 ou como tenho visto em alguns sites linux o triste sporte a dispositivos sb por parte do mandrake, mas isto não presenciei ainda. Sem falar qe ele não reconece minha placa de video(trident tgui 9440), a instalacao é por modo texto mesmo. coisas deste tipo.
henrique,
o que falo vem do que vejo e do que ouço falar, por exemplo o problema de menu do mandrake 9.2 ou como tenho visto em alguns sites linux o triste sporte a dispositivos sb por parte do mandrake, mas isto não presenciei ainda. Sem falar qe ele não reconece minha placa de video(trident tgui 9440), a instalacao é por modo texto mesmo. coisas deste tipo.
rivo,
correto, essa nova filosofia foi incorporada apartir da versao 10.
na 9.2 era o velho esquema comum de todas as distros.
quanto a sua tridente é realmente estranho, porque o mdk é famoso pelo seu poder de detecção de hardware. :(
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