Arquivos históricos do BR-Linux.org apresenta:

Mandrake fecha um contrato de 1 milhão de Euros

Notícia publicada por brain em setembro 24, 2004 12:56 AM | TrackBack


Paulo Junqueira da Costa (pjunqueira@hotmail.com) enviou este link e acrescentou: "A Mandrake fechou um contrato de 1 milhão de Euros por 3 anos para a construção de um sistema Linux de alta segurança (com certificação CC-EAL5) para o governo Francês. A estratégia da Mandrake para mercados corporativos e governos começa a dar frutos."

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» navix () em 24/09 07:22

Essa é pros que falam que software livre não dá dinheiro


» Ricardo Gonçalves () em 24/09 08:00

E é só no Brasil que não valorizamos o que é feito aqui !


» rivo () em 24/09 08:14

fico feliz em saber disto, minha distro preferida é a mandrake, epero que com isto o mandrake passe a ter mais testes e menos bugs.


» liquidslave () em 24/09 08:55

Quase rolou uns lance do governo com a conectiva, mas os caras julgaram que seria trocar um monopólio por outro e a história deu pra trás.
Sem tirar que pra muitos do governo eletrônico, software livre e empresas é como água e óleo, e são contra contratar empresas especializadas em linux para fazer qualquer coisa... Solução, alguém indica um amigo que conhece um hacker que sabe fazer distro, montam uma empresa/cooperativa e sem licitação ganha um contrato para fazer uma dsitro para 10.000 salas, então ele muda o papel de parede do Knoppix e zaz!
Heis mais uma distro, mas oficial do governo... e livre !!!!


» MediaSonic () em 24/09 08:55

Não é que o SL, não dê dinheiro, o negócio é que ainda não atingiu a massa. E outra, o modelo de negócios é *MUITO* diferente.


» liquidslave () em 24/09 08:57

Quase rolou uns lance do governo com a conectiva, mas os caras julgaram que seria trocar um monopólio por outro e a história deu pra trás.
Sem tirar que pra muitos do governo eletrônico, software livre e empresas é como água e óleo, e são contra contratar empresas especializadas em linux para fazer qualquer coisa... Solução, alguém indica um amigo que conhece um hacker que sabe fazer distro, montam uma empresa/cooperativa e sem licitação ganha um contrato para fazer uma dsitro para 10.000 salas, então ele muda o papel de parede do Knoppix e zaz!
Heis mais uma distro, mas oficial do governo... e livre !!!!


» henrique paiva () em 24/09 09:01

desculpa, rivo
mas o mandrakeé uma das distros quetembem menos bugs. com certeza, das "redhat-like" é a que menos possui bugs.
O sistema de testes deles é excelentes, e bate qq um (exceto o do debian stable).
O mandrake acabou de lançar a versão community, que pra outras distros seria já uma versão final, mas neste caso, ainda será lançado a versão official.


» rivo () em 24/09 09:33

henrique paiva, nao é o que tenho presenciado. tenho o mandrake 9.2 e o bicho ja me apresentou diversos erros, tanto é que nem lembro. e o pior é que o mandrake 10 nao roda muito legal no meu pobre k6/2 500 com 64m ram. mesmo assim ainda acho o mandrake uma boa nao so pra quem ta comecando. tb achei legal a atitude da França, é como se ela estivesse valorizando o que é seu.


» Wconserta () em 24/09 09:52

rivo eu tenho k6 500 com tudo onboad e roda mandrake 10 e conectiva 10 numa boa , é só acrecentar 128 de ram


» Job () em 24/09 10:21

A Mdk ta precisando de grana mesmo, os usuários ajudam, mas a grana não tem sido suficiente.
A mdk tb é a distro que mais cresce e tem a maior quantidade de pacotes para desktop.
Devido a sua opção por manter as ISOs abertas mesmo depois de lançar o oficial, tem recebido mais e mais usuários.
Tenho pesquisado sobre o assunto "Distro P Desktops", e em resumo (logo publico um texto completo sobre as análises), hoje as melhores opçoes, são Mdk, Suse e algums devirados do Debian.
Na minha analise algo fundamental numa distro é a quantidade de pacotes disponíveis.
A Fedora (Distro Enternamente Beta), tem perdido mais e mais atenção, pois é muito bugada, e o pessoal que fazia os pacotes extras, estão largando de usar essa distro. Percebendo isso e a importância dos pacotes, a Fedora (leia-se RH), esta pensando em adotar um esquema de pacotes multi-distro da Mdk.

bem é isso.

Longa vida Mdk

Porem, acho que tem espaço para muitas inovações.
Entre elas o reiserfs4 simplesmente d+


» 6L6GC () em 24/09 10:33

> Quase rolou uns lance do governo com a conectiva, mas os caras julgaram que seria trocar um monopólio por outro e
> a história deu pra trás. Sem tirar que pra muitos do governo eletrônico, software livre e empresas é como água e
> óleo, e são contra contratar empresas especializadas em linux para fazer qualquer coisa... Solução, alguém indica
> um amigo que conhece um hacker que sabe fazer distro, montam uma empresa/cooperativa e sem licitação ganha um
> contrato para fazer uma dsitro para 10.000 salas, então ele muda o papel de parede do Knoppix e zaz!

Sem querer ser chato, já sendo, mas o governo francês tão-somente confirmou a tese de longa data advogada aqui mesmo neste fórum de que a verdadeira política industrial consiste em o governo contratar preferencialmente as empresas nacionais, como faz qualquer país de sucesso. Não bastassem os argumentos, agora há um fato notório para derrubar de vez qualquer disposição contrária.

Recentemente fui a um debate aberto promovido pelo PT com integrantes do Governo Federal--entre eles, o próprio Sérgio Amadeu--sobre inclusão digital. O nível do debate foi altíssimo, e os panelistas demonstraram absoluta lucidez sobre o tema. Porém, fiquei decepcionado com uma ala dentro do partido, representada por alguns participantes da platéia, que odeia qualquer inciativa privada, mesmo as nacionais. Está certo que o PT em sua história enfrentou muitos interesses privados; mas agora eles estão por cima da carne seca: então não faz mais sentido nutrir sentimentos irracionais de ódio. Os panelistas, todos do PT, procuraram dissipar esses sentimentos mostrando que essas mesmas empresas nacionais são as que têm todo interesse em apoiar as iniciativas governamentais de promoção de cultura e conteúdo intelectual, um dos itens do debate, por exemplo.

O Sérgio Amadeu lançou recentemente seu livro "Software Livre, A luta pela liberdade do conhecimento". Nele, faz um retrato preciso do momento sobre tecnologia, informação e cultura e suas perspectivas e conseqüencias para a sociedade e a economia. Fico feliz que alguém de prestígio internacional tão grande, ocupando uma posição chave no governo, tenha tamanho entendimento sobre a importância desses assuntos para o Brasil. O que me deixa com aquela sensação de que faltou pouco pra chegar lá é que o livro usa como exemplo maior do sucesso do Software Livre o uso de uma distro não comercial, cuja marca não é brasileira, chegando a promovê-la no livro.

É claro que a promoção dessa distro não comercial cuja marca não é brasileira é apenas reflexo da mentalidade que permeia nosso governo. E é aí que está o problema. Ao usar essa distro não comercial cuja marca não é brasileira, nossos digníssimos e dedicados funcionários públicos pensam economizar dinheiro para o povo e chegam a se orgulhar disso. Mas dinheiro não foi feito para economizar, foi feito para circular. Não compro pãozinho com poupança, compro com moeda circulante. Se o governo não contrata empresas nacionais para fazer o serviço que cabe a iniciativa privada, simplesmente mata o mercado que é o que lhe gera a renda, via impostos. Ao usar essa distro não comercial cuja marca não é brasileira, o governo barra as empresas estrangeiras, mas barra também a empresa nacional, sufocando o desenvolvimento tecnológico.

Ainda tem o problema dos impostos, já abordada uma vez, mas que reforço aqui. O dinheiro dos nossos impostos continua sendo nosso, mesmo que entregue na mão do governo. O dinheiro está lá para fazer não o que o governo quer, nem o que o PT quer, mas o que nós queremos. O governo não pode usar o dinheiro dos nossos impostos para promover uma marca não nacional. A iniciativa privada nacional é o "braço armado" de qualquer governo. O governo é sócio de todas as empresas que produzem desenvolvimento local. Indispor-se contra elas é matar a galinha dos ovos de ouro. Isso vai contra qualquer política industrial e de promoção de marcas que o governo tenha planejado e pretenda implantar. E como já disse um certo cara muito hippie um tempo atrás: "Um reino dividido contra si mesmo não subsiste".


» henrique paiva () em 24/09 10:33

Acho que nenhuma das distros redhat-like rodam confortavelmente em 64mb de ram, a nao ser q vc use um window manager bemleve.
mas eu tenho usado o kde com 128 muito bem.

eu tenho usado o mdk em servidores, firewall, desktop corporativo, notebook e em casa e nao tenho tido dor decabeça com nenhum dos casos.


» Emilio Wuerges () em 24/09 12:01

Pessoal, acredito que a noticia nao foi postada para introduzir discussoes do tipo:
Qual a distro menos bugada?

Mas sim discussoes sobre politica e nosso governo, ou mesmo sobre o governo da Franca.
Como, por exemplo, a otima colocacao do 6L6GC.

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Venho lembrar que, hoje, a Franca eh um dos unicos paises europeus com presidente esquerdista.

Agora:
Nosso pais se recupera do trauma que viveu desde 1500.
Pessoalmente, acredito que o avanco feito nesse governo eh mil vezes maior que o feito em governos passados.
Eh natural ainda nao ter uma posicao definida sobre "como" adotar o software livre,
basta ter nocao de que enquanto andarmos em direcao ao software livre, mesmo cambaleando, estaremos no camino correto.


» rivo () em 24/09 13:29

Emilio,
"Pessoalmente, acredito que o avanco feito nesse governo eh mil vezes maior que o feito em governos passados."

espero que esta frase não seja pq o governo Brasileiro esta adontando livre. Tb acho que este governo esta melhor do que o do enterra Brasil do governo passado, mas não pq esta dando vazão ao software livre.


» rivo () em 24/09 13:30

Emilio,
"Pessoalmente, acredito que o avanco feito nesse governo eh mil vezes maior que o feito em governos passados."

espero que esta frase não seja pq o governo Brasileiro esta adontando software livre. Tb acho que este governo esta melhor do que o do enterra Brasil do governo passado, mas não pq esta dando vazão ao software livre.


» Wconserta () em 24/09 13:51

Olha pessoal eu discordo quando falam que o Governo escolheu o Debian apenas por não ser uma empresa, na verdade o Governo escolheu analizando varios pontos, uns deles foi
-a experiencia da Prefeitura de São Paulo com debian.
-o fato do debian ser bem falado testado e considerado estavel
-não ficar amarrado a apenas um fornecedor , no caso a conectiva,
e tambem pela fama negativa que a conectiva tinha e esta conseguindo com o conectiva 10 diminuir

assim e tem impresa do brasil dando surpote sim , como a www.4linux.com.br que é a responsavel junto com a ibm de fazer a migração de alguns ministerios alem de dar treinamentos

enfim foi algo bem planejado sim do governo do Brasil e no caso o remaster do kurumin é usado apenas para demonstração para os novos usuarios do governo


» Emilio Wuerges () em 24/09 14:25

"espero que esta frase não seja pq o governo Brasileiro esta adontando software livre. Tb acho que este governo esta melhor do que o do enterra Brasil do governo passado, mas não pq esta dando vazão ao software livre."

Rivo, desculpe se não fui claro. Estava falando especificamente na área de informática:
O brasil avancou na área de informática porque o governo está adotando software livre.

Mas, também acredito que o governo Lula está sendo melhor que o de FHC em vários aspectos. Comentaria mais num fórum de política.

Um dos exemplos que eu posso apontar é o programa GESAC. Tive contato (prestei suporte) à uma escola onde foi implantado o projeto:

A escola recebeu 10 computadores novos, 2 impressoras, ar condicionado, scanner e internet via satélite (StarONE).
É uma escolhinha no interior do estado, ou seja, foi algo muito importante. 95% das criancas lá tem acesso a um computador somente na escola.

O problema, ao meu ver, é que são 10 máquinas com Windows XP. Ela esteve fora de operaçao durante 2 semanas (até que cheguei lá) por causa do MS-Blaster.

Outro problema é que existe somente DUAS contas de usuário em cada micro.
O administrador e uma conta "aluno".
Um dos computadores está como "servidor": Tem uma pasta compartilhada, onde os alunos deixam seus trabalhos: SEGURANCA ZERO.

Isso sem contar o fato de estarmos ensinando nossas crianças a usar um sistema fechado e estrangeiro.

Aparentemente, hoje, o programa GESAC está usando linux. Mas este não foi o caso.

Se eu fosse responsável por uma sala dessas, eu tenho total certeza do que faria.
Colocaria debian, faria um repositário de pacotes numa máquina da rede (tipo um cache) e colocaria as outras máquinas a pegar os pacotes de lá.
Prepararia para as todas as máquinas montarem o /home no mesmo lugar (via nfs) e criava uma conta para cada aluno.

Ahhh, tem mais uma coisa:
O sistema via satélite é bastante instável (cai a toda hora).

Todos os micros lá tem IP válido.
Imagino a FORTUNA paga por isso. Imagino ainda se foi superfaturado.


» 6L6GC () em 24/09 16:45

> -o fato do debian ser bem falado testado e considerado estavel
> e tambem pela fama negativa que a conectiva tinha e esta conseguindo com o
> conectiva 10 diminuir

Desde quando governo toma decisões baseado em fama? Isso é um absurdo!!!! E tem mais, como é que uma Prefeitura como a de São Paulo adota uma posição tão passiva quanto essa? O produto Conectiva não está adequado? Chame a Conectiva e combine com eles uma estratégia de desenvolvimento baseado em requisitos mínimos de desempenho. Pow! O Governo ficou CARECA de tanto fazer isso com empresas estrangeiras, por que não faz com empresas nacionais?

Na realidade, apenas uma das secretarias da Prefeitura de São Paulo, que tinha optado pelo Red Hat antes, se arrependeu e migrou pro Debian. Mas as razões apontadas foram puramente ideológicas. Uma outra secretaria da Prefeitura tinha optado pela Conectiva.

> -não ficar amarrado a apenas um fornecedor , no caso a conectiva,

A Conectiva deixa e sempre deixou seu código amplamente disponível sob GPL, portanto esse é um argumento inválido. O pessoal da Prefeitura na época, que são os mesmos hoje no ITI, sabiam disso, o que me faz desconfiar de outros motivos. Na melhor das hipóteses, a turma do governo que conduz o Brasil rumo ao Software Livre ainda não captou a real dimensão do que o Software Livre significa.

> assim e tem impresa do brasil dando surpote sim , como a www.4linux.com.br que é a
> responsavel junto com a ibm de fazer a migração de alguns ministerios alem de dar
> treinamentos

Com todo o respeito à 4linux, para a qual há espaço, não só para ela, mas para outras empresas nacioanais no governo, a Conectiva produz desenvolvimento fundamental e absolutamente estratégico para o Brasil. Se o governo não consegue enxergar o real diferencial da Conectiva é porque tem uma visão míope de sua aplicabilidade.

Por que o governo dos EUA homologou a Red Hat e a parte estadunidense da SuSE. Por que a prefeitura de Frankfurt preferiu SuSE? Por que o governo francês optou por Mandrake, em vez de adotar a fórmula Debian+empresa de suporte? Por que a China, que é um país comunista, não fez o mesmo?

Conseguiu ver aí uma série de coincidências? É claro! Todo mundo está usando Software Livre como política industrial investindo em DESENVOLVIMENTO de software. Os desenvolvedores são a parte mais criativa fundamental de qualquer software e é imprescindível que qualquer governo seja o instrumento para criar, fomentar e manter um mercado nacional de empresas que os abrigam.

Nós somos os unicos "ESPERTOS" que estamos fazendo o contrário deles, na ilusão absurda de que estamos fazendo o certo só porque estamos adotando software livre a torto e a direito. Software Livre não é um fim em si mesmo. Ele é uma ferramenta para o Brasil alcançar sua independência tecnológica. E está sendo usado da maneira mais contrariamente possível a isso.

> enfim foi algo bem planejado sim do governo do Brasil e no caso o remaster do
> kurumin é usado apenas para demonstração para os novos usuarios do governo

O desastre também pode ser planejado.


» rivo () em 24/09 16:56

cara acho que ainda falta muito pro linux ficar facil como o win, mas hj ate que tive uma surpresa: sou estagiário do serpro, este por sua vez possui o serviço que permite a pessoas de baixa renda, sem condições de possuir uma máquina usar o computador para seus trabalhos, seja pesquisar algo na internet o editar documentos. nunca liguei muito para isso, achei qenas máquinas havia win instalado, digo isto pq sempre via as pessoas trabalhando sem problemas lá, mas hj tive a chance de dar uma olhada mais de perto, logo quando vi o browser pensei que bom, eles instalaram o firefox, tão deixando o IE de lado. olhando um pouco melhor, vi o painel do kde. Nunca pensei mesmo que naquelas maquinas havia linux instalado.


» Wconserta () em 24/09 17:32

6L6GC vc trabalha na Conectiva ?

tipo tirando a perguntar meia sacastica, eu não penso desta forma de que o governo deve investir a tudo custo numa empresa privada que visa lucro para si ao inves de optar por uma solução mais de acordo com a gpl , que eu saiba o debian por ele não ser uma empresa, e ter um foco em estabilidade e social é motivos para sua adoção pelos governos, fora que assim o governo não corre riscos que teria em uma empresa privada


» rivo () em 24/09 17:59

mas wconserta por mais qe não se queira o 6L6GC tem um pouco de razão, bem que poderiamos dar chance as nossas empresas.


» Leidson (PopolonY2k) () em 24/09 18:14

Rivo,

A Conectiva só está situada no Brasil, mas pelo que sei o grupo que é proprietário da mesma é estrangeiro. Se não me engano o majoritário é o HSBC.


Leidson
PlanetaMessenger.org


» Leidson (PopolonY2k) () em 24/09 18:17

Rivo,

A Conectiva só está situada no Brasil, mas pelo que sei o grupo que é proprietário da mesma é estrangeiro. Se não me engano o majoritário é o HSBC.


Leidson
PlanetaMessenger.org


» 6L6GC () em 24/09 18:22

> 6L6GC vc trabalha na Conectiva?

Só se a Conectiva usar pentodos termiônicos de potência!

> eu não penso desta forma de que o governo deve investir a tudo custo numa empresa privada que
> visa lucro para si

Então o governo não serve pra nada. Como é que o Governo pretende desenvolver a economia se não investe nas empresas? TODA empresa visa lucro. Obter lucros não é ilegal. Você conhece algum país desenvolvido em que suas empresas andam sempre caídas? E mais, você conhece algum país desses em que o governo não defende a ferro e fogo sua indústria local? Eu não conheço, nem hoje, nem em toda a história da humanidade!

> ao inves de optar por uma solução mais de acordo com a gpl,

Como assim, mais de acordo de acordo com a GPL? Ou a distro é GPL ou não é. Você viu alguma cláusula da GPL proibindo o governo de adotar uma distro comercial nacional?

> que eu saiba o debian por ele não ser uma empresa, e ter um foco em estabilidade e social é
> motivos para sua adoção pelos governos,

Que governos? Os principais governos do mundo estão dando mostras inequívocas de que NÃO estão adotando Debian, preferindo investir pesadamente em suas distros comerciais locais. Eu não tenho nada contra o Debian, mas isso é um fato. Você não viu isso?

> fora que assim o governo não corre riscos que teria em uma empresa privada

Que riscos? O risco de desenvolver uma indústria nacional de software? O risco de ter vez e voz no mercado internacional de tecnologia? O risco de gerar empregos através de uma política industrial? O risco de criar a atrair os melhores profissionais? O risco de desentrincheirar os profissionais que conseguem sobreviver de desenvolvimento de software dos projetos puramente acadêmicos que não alcançam as ruas e transformam o Brasil numa potência? O risco de arrecadar mais impostos, promovendo a indústria?

Governo que tem medo da iniciativa privada numa república democrática não tem nenhuma legitimidade! Simplesmente não sabe governar!


» 6L6GC () em 24/09 18:35

> A Conectiva só está situada no Brasil, mas pelo que sei o grupo que é proprietário da mesma é
> estrangeiro.

O maior investidor é ABN-AMRO. Isso não faz da Conectiva uma distro holandesa (sede mundial do ABN), do mesmo modo que se você buscar capital no exterior para sua empresa, isto não faz dela uma empresa estrangeira.

Veja o que a Conectiva diz a respeito dela mesma em seu site:

http://www.conectiva.com.br/cpub/pt/conectivaelinux/index.php

"A Conectiva é uma empresa brasileira, com sede em Curitiba"


» Manoel Pinho () em 24/09 18:56

Olhem o que diz a constituição federal:

http://legis.senado.gov.br/con1988/CON1988_25.08.1992/art_171_.htm

Art. 171. São consideradas:

I - empresa brasileira a constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País;

II - empresa brasileira de capital nacional aquela cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou de entidades de direito público interno, entendendo-se por controle efetivo da empresa a titularidade da maioria de seu capital votante e o exercício, de fato e de direito, do poder decisório para gerir suas atividades.

§ 1º A lei poderá, em relação à empresa brasileira de capital nacional:

I - conceder proteção e benefícios especiais temporários para desenvolver atividades consideradas estratégicas para a defesa nacional ou imprescindíveis ao desenvolvimento do País;

II - estabelecer, sempre que considerar um setor imprescindível ao desenvolvimento tecnológico nacional, entre outras condições e requisitos:
a) a exigência de que o controle referido no inciso II do caput se estenda às atividades tecnológicas da empresa, assim entendido o exercício, de fato e de direito, do poder decisório para desenvolver ou absorver tecnologia;
b) percentuais de participação, no capital, de pessoas físicas domiciliadas e residentes no País ou entidades de direito público interno.

§ 2º Na aquisição de bens e serviços, o poder público dará tratamento preferencial, nos termos da lei, à empresa brasileira de capital nacional.

A Conectiva é antes de tudo uma empresa brasileira. Se é de capital nacional eu não sei dizer, mas alguns dos sócios moram no país (e também são brasileiros natos, mesmo isso não importando pela Constituição) e isso é melhor do que nada.

O parágrafo segundo diz que o governo DEVE dar tratamento especial às empresas brasileiras de CAPITAL NACIONAL nas aquisições...

Pelo porte do governo federal como cliente eu sou contra a idéia de aquisição de distribuições linux de qualquer empresa, mas sou favorável à contratação de uma ou mais de uma empresas para tocar a migração, porque se for esperar que o pessoal saia da inércia e as ações sejam feitas de forma coordenada e consistente sem alguém controlando a coisa não sai mesmo, ficando somente com casos isolados de sucesso. O governo poderia encomendar a criação de uma distribuição governamental própria (mesmo que fosse baseada em outras existentes), para não ficar restrita a um fornecedor, pois os contratos não são eternos e não pode haver prejuízo na passagem do contrato de uma empresa para outra.

Particularmente acho a Conectiva uma das empresas brasileiras (vide definição acima) que tem o maior jnow-how em linux. Empresas como IBM e outras até tem pessoal de alto nível, mas não são tão especializados em linux como eles, especialmente nas filiais brasileiras.


» Eu () em 24/09 19:12

"Ou a distro é GPL ou não é."

Muito errado. As licenças se aplicam sobre os programas. Um programa pode ser GPL ou não ser.

A distribuição é formada por um conjunto de programas, sendo que cada um deles pode ter uma licença diferente.

A GPL não é a única licença presente no Debian, nem no Conectiva. Existem programas com a licença BSD, X11, MIT, LGPL, programas em domínio público, etc.

Nem o Debian, nem o Conectiva e nem qualquer outra distribuição é 100% GPL. (nem precisam ser. Existe software livre além da GPL)


» liquidslave () em 24/09 19:12

Concordo com o 6L6GC, enquanto o governo não tomar uma posição diante de empresas que querem investir em tecnologia NACIONAL para o desenvolvimento da NAÇÃO brasileira, e ficar de tititi com cooperativas do irmão do porteiro, software livre vai ser inútil.
É questão estratégica e não look n feel, o importante não é dar apt-get na ultima versãp instável do debian pra ter o kde mais novo, é migrar as soluções proprietárias usando de empresas já consolidadas no mercado, como a conectiva e outras para desenvolvimento de software. Vcs sabiam que o Brasil é exportador de software, e um dos grandes, que maravilha seria se o governo desse trabalho pra essas empresas, pois assim elas investiriam capital em desenvolvimento, contratando gente pra fazer software.

Acho a comunidade linux legal, mas vale citar que quem constroe o software livre está no primeiro mundo, e a maior parte dos caras que trabalham em programas grandes são empregados de EMPRESAS (não comunidades) de software livre. É só olhar nos créditos de programas como kde, gnome e o próprio kernel.
Temos que tomar vergonha na cara de deixar de ser um país de tradutores de SL, injetar grana em empresas para que essas desenvolvam software mais complexos e não apenas front-ends para programas turcos em linha de comando.

Só espero que o amigo do vizinho do primo que trabalha em uma dessas cooperativas/empresas que levam SL para o governo (sem licitação), não fique chateado com esse ponto de vista.


» 6L6GC () em 24/09 19:52

> Muito errado. As licenças se aplicam sobre os programas. Um programa pode ser GPL ou não ser.

Obrigado pelo esclarecimento, Eu. É isso mesmo. Minha resposta ao Wconserta tinha sido um pouco irônica (Wconserta, nada pessoal). Ou a licença de um programa é GPL ou não é. Não consigo conceber uma distro "mais de acordo" com a GPL. Como assim, mais de acordo? A única coisa que você pode fazer é respeitar ou não a licença. Pelo que sei, a Conectiva _respeita_ todas as licenças de software, a GPL e as outras.


» 6L6GC () em 24/09 21:48

Parabéns, Pinho. Finalmente alguém resolveu investigar esse assunto e não partir para o troll, como das outras vezes.

> Art. 171. São consideradas:

Infelizmente, o artigo 171 da Constituição foi revogado em 1995:

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc06.htm#art3

A revogação desse artigo, promovida para acomodar os interesses da administração da era FHC (não estou emitindo nenhum julgamento), apenas retira o caráter automático da preferência de uma empresa considerada nacional de capital nacional, o que não significa que o governo não possa praticá-la.

Veja o que diz os artigos 218 e 219, ainda em vigor, da Constituição:

Capítulo IV - Da Ciência e Tecnologia

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas.

§ 1o A pesquisa científica básica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem público e o progresso das ciências.

§ 2o A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.

§ 3o O Estado apoiará a formação de recursos humanos nas áreas de ciência, pesquisa e tecnologia, e concederá aos que delas se ocupem meios e condições especiais de trabalho.

§ 4o A lei apoiará e estimulará as empresas que invistam em pesquisa, criação de tecnologia adequada ao País, formação e aperfeiçoamento de seus recursos humanos e que pratiquem sistemas de remuneração que assegurem ao empregado, desvinculada do salário, participação nos ganhos econômicos resultantes da produtividade de seu trabalho.

Art. 219. O mercado interno integra o patrimônio nacional e será incentivado de modo a viabilizar o desenvolvimento cultural e sócio-econômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do País, nos termos de lei federal.

Veja também:

http://www.mct.gov.br/legis/leis/8248_91.htm#Art.%205%BA
http://www.mct.gov.br/legis/pareceres_notas/082_2002.htm
http://www.mct.gov.br/legis/pareceres_notas/268_95.htm
http://www.mct.gov.br/legis/leis/10176_2001.htm
http://www.mct.gov.br/legis/leis/10664_2003.htm

> Pelo porte do governo federal como cliente eu sou contra a idéia de aquisição de
> distribuições linux de qualquer empresa,

Eu não entendi isso. O Governo Federal é GIGANTE! Tem poder de barganha tendendo à casa do chapéu, por isso pode mandar e desmandar na empresa que quiser. Falou que vai contratar, qualquer empresário metido a besta vem arfando e abanando o rabinho. O GF é o cafetão de todos nós, é o macho-alfa dos mamíferos que vivem entre o Oiapoque e o Chuí. Adquirir o Linux de uma empresa nacional é quase um gesto de nobreza: do que os órgãos do governo têm medo?

> O governo poderia encomendar a criação de uma distribuição governamental própria
> (mesmo que fosse baseada em outras existentes), para não ficar restrita a um
> fornecedor, pois os contratos não são eternos e não pode haver prejuízo na passagem
> do contrato de uma empresa para outra.

Isso é o fim da picada. Quando o governo desenvolve tecnologia internamente, gasta dinheiro do mesmo jeito, afinal, funcionário público, até onde eu saiba, recebe salário e ainda é preciso criar uma infra-estrutura para ele. O que o governo faz com toda essa base de conhecimento adquirido, depois de resolvido seu problema? Nada! O governo não pode sair por aí vendendo produtos e serviços como se fosse uma empresa, porque esse é o papel na iniciativa privada! Assim, o governo desperdiçou dinheiro e oportunidades para os brasileiros de duas maneiras: uma porque gastou dinheiro mesmo. Outra porque não pode transformar esse gasto em receita, vendendo o que sabe para o mercado.

Qual é o jeito inteligente, usado pelos países desenvolvidos, de o governo abordar esse assunto? Chama-se a incitiva privada para desenvolver a tecnologia. O governo vai gastar? Vai. Mas não ia gastar de qualquer jeito se fizesse internamente? OK. Depois que a iniciativa resolveu o problema que o governo tinha, agora marombada pelo contrato com o governo, tem músculo para competir com qualquer empresa do mundo. Vendendo o know-how adquirido no contrato com o governo, não só aquecem a economia, como arrecadam impostos para o governo.

É o que o governo francês está fazendo com a Mandrake.

Na sua proposta, o governo só gasta. No modo como fazem os outros países, o governo investe na indústria nacional e obtém retorno na forma de soluções, aquecimento da economia e arrecadação de impostos. Quer um exemplo de que isto dá certo? A Oracle, que nem era empresa nem nada, era só o Larry Ellis, começou assim. Hoje domina o mundo dos bancos de dados. A Oracle foi uma inciativa do governo dos EUA. Não do Larry Ellis, e hoje nosso governo é obrigado a pagar uma grana sem par, que os brasileiros suam para ganhar, para eles. Então está na hora de partir de vez para a estratégia.

Estamos perdendo tempo preciosíssimo discutindo se a Conectiva merece ou não ser considerada empresa nacional, se merece ou não ter preferência nos contratos com o governo, se as empresas nacionais merecem ou não uma chance, se o governo vai ficar dependente das empresas nacionais. Enquanto esses itens devam receber alguma consideração, os outros países já superaram esse questionamento e estão agindo e se beneficiando de uma postura prática em relação ao Software Livre.


» Manoel Pinho () em 24/09 22:23

[ Parabéns, Pinho. Finalmente alguém resolveu investigar esse assunto e não partir para o troll, como das outras vezes.]

Você está de sacanagem comigo, não ? Que "outras vezes" ?


[ > Art. 171. São consideradas:

Infelizmente, o artigo 171 da Constituição foi revogado em 1995: ]


Falha minha... Não sou advogado e não estava com uma Constituição atualizada na mão.


[ A revogação desse artigo, promovida para acomodar os interesses da administração da era FHC (não estou emitindo nenhum julgamento), apenas retira o caráter automático da preferência de uma empresa considerada nacional de capital nacional, o que não significa que o governo não possa praticá-la.]

O FHC foi o maior entreguista que eu já vi. Não sei como não fez uma lei dando preferência para empresas estrangeiras.

[ > Pelo porte do governo federal como cliente eu sou contra a idéia de aquisição de
> distribuições linux de qualquer empresa,

Eu não entendi isso. O Governo Federal é GIGANTE! Tem poder de barganha tendendo à casa do chapéu, por isso pode mandar e desmandar na empresa que quiser. Falou que vai contratar, qualquer empresário metido a besta vem arfando e abanando o rabinho. O GF é o cafetão de todos nós, é o macho-alfa dos mamíferos que vivem entre o Oiapoque e o Chuí. Adquirir o Linux de uma empresa nacional é quase um gesto de nobreza: do que os órgãos do governo têm medo? ]


De ficar dependente de alguma forma de um só fornecedor.

Note que eu sou favor à contratação de empresas para consultoria, treinamento, migração de aplicativos e sistemas legados, etc, não como fornecedora de softwares.


[ > O governo poderia encomendar a criação de uma distribuição governamental própria
> (mesmo que fosse baseada em outras existentes), para não ficar restrita a um
> fornecedor, pois os contratos não são eternos e não pode haver prejuízo na passagem
> do contrato de uma empresa para outra.

Isso é o fim da picada. Quando o governo desenvolve tecnologia internamente, gasta dinheiro do mesmo jeito, afinal, funcionário público, até onde eu saiba, recebe salário e ainda é preciso criar uma infra-estrutura para ele. O que o governo faz com toda essa base de conhecimento adquirido, depois de resolvido seu problema? Nada! ]


Se não me engano o governo de alguns países pensam diferente:


http://br-linux.org/noticias/000897.html

[ O governo não pode sair por aí vendendo produtos e serviços como se fosse uma empresa, porque esse é o papel na iniciativa privada! Assim, o governo desperdiçou dinheiro e oportunidades para os brasileiros de duas maneiras: uma porque gastou dinheiro mesmo. Outra porque não pode transformar esse gasto em receita, vendendo o que sabe para o mercado.]

Não estou defendendo uma linuxbrás não, embora a Cobra (ex-estatal) esteja fazendo uma distribuição linux com licenciamento estranho, a Freedows.


[ Na sua proposta, o governo só gasta. No modo como fazem os outros países, o governo investe na indústria nacional e obtém retorno na forma de soluções, aquecimento da economia e arrecadação de impostos. Quer um exemplo de que isto dá certo? A Oracle, que nem era empresa nem nada, era só o Larry Ellis, começou assim. Hoje domina o mundo dos bancos de dados. A Oracle foi uma inciativa do governo dos EUA. Não do Larry Ellis, e hoje nosso governo é obrigado a pagar uma grana sem par, que os brasileiros suam para ganhar, para eles. Então está na hora de partir de vez para a estratégia.]


Na minha estratégia o governo injeta dinheiro na economia nacional contratando não apenas uma mas muitas empresas de consultoria, treinamento, programação, etc e fica com a propriedade do produto final, que seria uma distribuição governamental padronizada. Essa distribuição poderia ser usada também por escolas, estados, municípios, empresas e pessoas físicas que quisessem.

A minha idéia de não usar nenhuma distribuição comercial diretamente seria mais para não dar uma vantagem comparativa para a empresa que ganhasse o primeiro contrato, só isso.

Na sua proposta, faria alguma empresa felizarda tornar-se rica do dia para a noite como fizeram com a Oracle, que não pode ser considerada uma empresa americana mas multinacional. Basta querer para, por exemplo, transferir sua sede para o Canadá e acabar com a arrecadação de impostos para os EUA.


[ Estamos perdendo tempo preciosíssimo discutindo se a Conectiva merece ou não ser considerada empresa nacional, se merece ou não ter preferência nos contratos com o governo, se as empresas nacionais merecem ou não uma chance, se o governo vai ficar dependente das empresas nacionais. Enquanto esses itens devam receber alguma consideração, os outros países já superaram esse questionamento e estão agindo e se beneficiando de uma postura prática em relação ao Software Livre. ]

E o exemplo Chinês, japonês e coreano ? Pelo que eu li rapidamente devem entrar várias distribuições comerciais desses países como a Red Flag Linux, TurboLinux e outras, mas para haver cooperação muito provavelmente vão definir algum denominador comum e isso é função típica de governos: normatizar e estabelecer padrões. Se deixar pela vontade de uma única empresa sem nenhuma intervenção ela sempre vai optar pelo caminho mais fácil, que é usar o seu produto de prateleira, sem nenhuma customização.


» marcos melo () em 24/09 23:21

Ué..
Não era para o Estado tirar as patinhas da economia? Não é isso que o Governo anterior tratou de fazer valer, e que o atual está intensificando?
Pois então, as empresas nacionais que tratem de encontrar seu mercado.
O Governo Federal adotar o SL, contratando ou não (de preferência não) o serviço de empresas especializadas, vai é servir de exemplo para o mercado. É aí que ganham as empresas de SL.


» 6L6GC () em 24/09 23:30

> Você está de sacanagem comigo, não ? Que "outras vezes" ?

Quanto aos trolls, não me referia a você, obviamente. Mas você é o primeiro que eu vejo tentar discutir, investigando objetivamente o assunto. Beleza.

> Falha minha... Não sou advogado e não estava com uma Constituição atualizada na mão.

Mas foi bom você tê-lo apontado. A lei vem do direito, o que significa que, se aquele artigo estava lá, é porque fazia, e ainda faz, parte dos nossos interesses. Foi revogado, mas seu espírito continua vivendo em outras disposições da nossa legislação.

> De ficar dependente de alguma forma de um só fornecedor.

Ué! Por que o governo tem de comprar só da Conectiva? E as outras distros, não estão aí como alternativa? Não consigo entender por que na cabeça dos funcionários públicos há essa idéia de que se fizer uma contratozinho merreca que seja com a Conectiva está assinando automaticamente um contrato de exclusividade com ela! Isto é uma falácia muito bem propalada pelos que têm interesses contários ao nosso desenvolvimento e que, infelizmente, vejo encontrar guarida nos cérebros dos integrantes de nosso governo. Enquanto estão dando ouvidos a essa lorota, estão assolando nosso mercado, isso sim.

> Se não me engano o governo de alguns países pensam diferente:
> http://br-linux.org/noticias/000897.html

Pelo contrário, leia a notícia original:

http://www.japantoday.com/e/?content=news&cat=4&id=293936

"According to the reports, the three countries WILL HELP THEIR PRIVATE SECTORS DEVELOP LINUX [...]

Certíssimo! Governo não tem desenvolver distro. Governo tem de apenas de fomentar e coordenar esforços, apoiar as iniciativas e definir as especificações e os parâmetros de qualidade. O Japão, a China, a Korea, os EUA, a Alemanha e agora a França, estão fazendo exatamente o que eu estou propondo e derrubando sua tese.

> Na sua proposta, faria alguma empresa felizarda tornar-se rica do dia para a noite como fizeram
> com a Oracle,

Você não acha muito melhor uma Conectiva faturando 10BUS$, empregando milhares de pessoas? Nem precisa fazer continha para chegar à resposta! Sua proposta ainda tem um problema grave: pulverizando o trabalho em um monte consultorias, você não ganha em escala, aumentando os custos para o governo. Se você acha que a Oracle é única empresa de banco de dados, saiba que os EUA têm várias empresas de empresas de bancos de dados. Há a Oracle, a Sybase, a Informix, a Microsoft, a IBM, etc. Todas grandes, ricas, arrecadando polpudas quantias para seu governo, dando vantagem competitiva aos EUA que nenhum país tem.

> que não pode ser considerada uma empresa americana mas multinacional. Basta querer para,
> por exemplo, transferir sua sede para o Canadá e acabar com a arrecadação de impostos para os EUA.

Isso simplesmente não vai acontecer. No dia em que a Oracle resolver trair seu governo, eles põem outra no lugar no dia seguinte.

> Se deixar pela vontade de uma única empresa sem nenhuma intervenção ela sempre vai optar pelo
> caminho mais fácil, que é usar o seu produto de prateleira, sem nenhuma customização.

Pinho. Isso é outra falácia. Quem está propondo deixar o governo na mão da Conectiva? Porra, mano, vocês no governo não mandam em nada? Tão com medo da Conectiva? É isso? O Brasil tem outras distros. A Conectiva é a mais preparada. Mas o governo pode se valer, além da Conectiva, de qualquer outra alternativa. O governo não tem desculpa nenhuma para não contratar a Conectiva. E a cada argumento contrário só expõe o quanto estão longe de saber governar um país deste tamanho e qual sua real vocação e importância.


» 6L6GC () em 24/09 23:44

> Ué..
> Não era para o Estado tirar as patinhas da economia?

Era. Mas não deixando as distros comerciais nacionais participar das licitações, estão tomando o lugar delas. O Estado tem de interferir na economia, sim senhor, mas de outras formas. Nenhum país responsável deixa o barco correr. Veja o Greenspan, que controla a economia dos EUA fria e calculisticamente à revelia até do próprio presidente. Greenspan é um funcionário do Estado, não do governo.

Vou repetir. Os EUA, o Japão, a Coréia, a China, a Alemanha e a França estão investindo pesado nas suas distros comerciais nacionais. Não vamos ser os diferentinhos e ficar vulneráveis, como já ficamos no passado, inventando estratégias baseadas em argumentação filosóficas. Tenho dito. Taí a notícia do Mandrake para derrubar os argumentos contrários.

>Pois então, as empresas nacionais que tratem de encontrar seu mercado.

E vender para seu próprio governo não é mercado?

O governo não compra papel-higiênico, café, açucar , móveis, computadores, arroz, feijão, impressoras, ar-condicionado, roupas, carros, energia elétrica, avião, água, serviços, etc? Por que o governo não pode comprar serviços das distros nacionais comerciais? Por que só as distros nacionais devem ser penalizadas?

O que está faltando é lógica nesse raciocínio!


» Manoel Pinho () em 25/09 10:35

[[ > De ficar dependente de alguma forma de um só fornecedor.

Ué! Por que o governo tem de comprar só da Conectiva? E as outras distros, não estão aí como alternativa? Não consigo entender por que na cabeça dos funcionários públicos há essa idéia de que se fizer uma contratozinho merreca que seja com a Conectiva está assinando automaticamente um contrato de exclusividade com ela! Isto é uma falácia muito bem propalada pelos que têm interesses contários ao nosso desenvolvimento e que, infelizmente, vejo encontrar guarida nos cérebros dos integrantes de nosso governo. Enquanto estão dando ouvidos a essa lorota, estão assolando nosso mercado, isso sim. ]]

Não estou falando isso. O problema é que seria muito difícil para o governo federal ter que trabalhar com mais de uma distribuição linux. Provavelmente teriam que ou padronizar em uma única ou então definir detalhes de compatibilidade mínima entre as que fossem adotadas.

É por isso que eu sou a favor de:

- Criar um consórcio de empresas brasileiras e universidades/institutos de pesquisa, de preferência nacionais, para estabelecer critérios mínimos de compatibilidade entre as diversas distros comerciais que fossem adotadas, como ferramentas de configuração, ementa dos treinamentos oficiais, etc.

>>> OU Na sua proposta, faria alguma empresa felizarda tornar-se rica do dia para a noite como fizeram
> com a Oracle,

Você não acha muito melhor uma Conectiva faturando 10BUS$, empregando milhares de pessoas? ]]

Eu sempre torci para a Conectiva ter sucesso e volto a repetir que ela tem uma grande chance de ser líder por ter sido pioneira e ter resistido a tantas dificuldades, mas não gostaria que ela ganhasse esse dinheiro todo sem cumprir o que disse anteriormente.


[[ Nem precisa fazer continha para chegar à resposta! Sua proposta ainda tem um problema grave: pulverizando o trabalho em um monte consultorias, você não ganha em escala, aumentando os custos para o governo. Se você acha que a Oracle é única empresa de banco de dados, saiba que os EUA têm várias empresas de empresas de bancos de dados. Há a Oracle, a Sybase, a Informix, a Microsoft, a IBM, etc. Todas grandes, ricas, arrecadando polpudas quantias para seu governo, dando vantagem competitiva aos EUA que nenhum país tem. ]]


Você mesmo deu a resposta: há VÄRIAS empresas americanas fornecedoras de bancos de dados e é isso que eu gostaria que o Brasil tivesse em termos de software livre e distribuições linux comerciais.

Lógico que o mercado brasileiro é muito menor e talvez esse VÄRIAS tivesse que ser apenas duas empresas, mas de qualquer jeito é melhor do que UMA.

Também concordo que o goveno PODE e DEVE estimular a indústria nacional com grandes contratos e preferências em licitações, mas deve ter muito cuidado em fazer isso para não criar monstros como a Telemar, empresa nacional ligada à família Jereissati.

O Japão e vários países asiáticos fomentaram diversas grandes empresas nacionais como Mitsubishi, Honda, Yamaha, etc mas não uma delas somente.

[[ > Se deixar pela vontade de uma única empresa sem nenhuma intervenção ela sempre vai optar pelo
> caminho mais fácil, que é usar o seu produto de prateleira, sem nenhuma customização.

Pinho. Isso é outra falácia. Quem está propondo deixar o governo na mão da Conectiva? Porra, mano, vocês no governo não mandam em nada? Tão com medo da Conectiva? É isso? O Brasil tem ]]


Eu não mando em nada como falei. Não me trate por "vocês". Aqui eu falo como usuário linux, até porque o meu emprego público nem sequer é na área de informática.


[[ outras distros. A Conectiva é a mais preparada. Mas o governo pode se valer, além da Conectiva, de qualquer outra alternativa. O governo não tem desculpa nenhuma para não contratar a Conectiva. E a cada argumento contrário só expõe o quanto estão longe de saber governar um país deste tamanho e qual sua real vocação e importância. ]]


Eu uso Conectiva pessoalmente em em várias soluções que implementei, participo da comunidade de usuários da distribuição (CCL-BR) e torço para o sucesso da empresa de coração mesmo, justamente por já ter trocado muitos emails com o Arnaldo, um dos sócios da Conectiva, brasileiro, profundo conhecedor do linux e softwares livres e uma pessoa extremamente simpática e acessível.

Na minha opinião pessoal a política de TI governamental até hoje sempre foi mal-feita, para não dizer ridícula. O governo sempre ficou na mão de contratos leoninos com fornecedores como Microsft, IBM, Sun, etc sem nunca ter exigido alguma contrapartida pelo "privilégio" de aquisição de produtos dessas companhias. Sempre agiu como um comprador que se acha pequeno quando vai comprar numa grande empresa: aceita contratos vantajosos unilateralmente (para eles).

Sempre achei absurdo, por exemplo, um governo armazenar milhões de informações importantes em formatos proprietários e fechados como os do MS Office. Um governo que estivesse preocupado com esse problemas o que faria ? Exigiria a abertura dos formatos, criaria formatos padrão e entregaria para as empresas implementarem ou ainda faria as empresas fornecedoras se reunirem e chegarem a um acordo de formato comum.


» tux ms () em 25/09 22:03

Vamos escrever um livro ?


» rivo () em 25/09 22:32

acho a ideia boa tux mas mesmo que o povo lê-se(como vc sabe boa parte dos brasileiros tem o bom hábito da leitura), ignorariam e continuariam a viver como estão. mas pelo menos estou vendo pessoas que não são tão alienadas. Embora ja não se esteja tratando do tema desta noticia, mas fico legal de qq forma. E só pra ainda lembrar da noticia, espero que a mandrake continue a evoluir e tb espero que a conectiva consiga ganhar confiança não só do governo mas tb dos brasileiros.


» 6L6GC () em 27/09 09:44

> O problema é que seria muito difícil para o governo federal ter que trabalhar com
> mais de uma distribuição linux. Provavelmente teriam que ou padronizar em uma única
> ou então definir detalhes de compatibilidade mínima entre as que fossem adotadas.

A tecnologia de telecomunicações é infinitamente mais complexa que a que há nas distros e nosso governo consegue lidar tranqüilamente com questões de padronização. A desculpa, portanto, de que o governo não é capaz de lidar com varias distros não pode ser usada para destruir nossa indústria de software.

> Também concordo que o goveno PODE e DEVE estimular a indústria nacional com grandes
> contratos e preferências em licitações, mas deve ter muito cuidado em fazer isso
> para não criar monstros como a Telemar, empresa nacional ligada à família
> Jereissati.

Se você não contratar nenhuma, não vai chegar a várias. Antes de criar a Oracle, o governo dos EUA tinha sondado a IBM, sua opção primeira. A IBM, que tinha criado a tecnologia, não se interessou muito, ou não conseguiu criar um produto a contento do governo. O fato é que o governo não se fez de rogado. Chamou o Larry Ellis e criou a Oracle. Depois articulou esforços para fomentar o aparecimento de outras, inclusive a própria IBM. Mas teve que começar com pelo menos UMA. Se ficassem preocupados com Larry Ellis se tornando rico da noite para o dia, os EUA não teriam dado o primeiro passo, e não estariam dominando a tecnologia de banco de dados. Enquanto nós, que colocamos essa preocupação acima dos nossos próprios interesses, não dominamos nada. Repare que no modelo adotado pelos EUA, e por outros países do mundo, há de fato a preocupação em evitar que um setor da economia fique inteiramente na mão de um indivíduo ou família. Uma das soluções é o incentivo à pulverização das ações em bolsa, retirando o controle majoritário da mão de um único indivíduo. Lá tudo é coordenado. Aqui tudo é disperso, estanque, mental e visionariamente estreito.

> Aqui eu falo como usuário linux, até porque o meu emprego público nem sequer é na
> área de informática.

Estou me referindo à mentalidade que permeia órgãos públicos. Se você que não manda pensa assim, imagina quem manda?

> Na minha opinião pessoal a política de TI governamental até hoje sempre foi
> mal-feita, para não dizer ridícula.

O testemunho do liquidslave, lá em cima, é desesperador:

"Solução, alguém indica um amigo que conhece um hacker que sabe fazer distro, montam uma empresa/cooperativa e sem licitação ganha um contrato para fazer uma dsitro para 10.000 salas, então ele muda o papel de parede do Knoppix e zaz!"

Eu quero estar errado sobre minha análise e minhas conclusões, mas se esse testemunho for verdadeiro, então o governo está adotando Software Livre de maneira desastrada, passando por cima das normas mais básicas de aquisição de serviços, alijando os interesses nacionais legítimos do processo, abrindo flancos para o ataque de todos os interesses contrários. O que me faz lembrar o bem intencionado, mas figadalmente atacado, projeto ANCINAV do Ministro Gilberto Gil. A não contratação da Conectiva é apenas um sintoma de que, parafraseando Shakespeare, há algo de "fundamentalmente errado" nas iniciativas do governo em adotar software livre. Uma pena!

O que falta ao ITI e à inteligentsia governamental nacional em relação ao SL são estrategistas. Nota-se que o PT, que sempre foi um partido de militantes, não consegue ceder à estratégia. Um exemplo claro disso é ter um José Dirceu na Casa Civil. Lá só produziu desastres porque não é um estrategista, é um militante, e estaria fazendo muito melhor pelo governo, e até pelo partido, lotado na linha de frente, não na articulação das forças. A presença de estrategistas no Ministério da Cultura teria evitado que o Ministro Gilberto Gil tivesse de declarar, surpreso, que os participantes do debate sobre a criação do órgão agora atacavam a minuta das intenções. Será que seus assessores não perceberam que os que participaram do debate ficaram calados só ouvindo, sondando os argumentos, esperando o momento certo para execrar o projeto, o Ministério e o Ministro, atacando-o quase mortalmente? Um estrategista teria visto isso. O mesmo ocorre no ITI. As intenções parecem boas, mas a prática dá munição para os que são contra.


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