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Governo e indústria: pontos de vista diferentes sobre software livre

Notícia publicada por brain em setembro 9, 2004 12:45 AM | TrackBack


Evandro Pastor (tigre-de-bengala@.bol.com.br) enviou este link do IDG Now e acrescentou um trecho: "'As políticas para a implantação do software livre nos órgãos públicos brasileiros continuam a gerar polêmicas com a indústria e também dentro do próprio governo. De um lado, defensores dos sistemas de código-fonte aberto alegam que tais soluções permitiriam ao País economizar cerca de US$ 1,1 bilhão, conforme destacou recentemente o presidente do Instituto de Tecnologia da Informação (ITI), Sérgio Amadeu. Por outro, a indústria alega que a implantação exclusiva do código aberto diminuiria a competição e comprometeria a inovação no mercado de software. Ao que parece, entretanto, os debates estão mais perto de um ponto comum. Boa parte dos grupos - a favor ou contra a adoção do software livre - já aceita que a transição gradual seria a melhor solução para não comprometer a indústria, ao mesmo tempo em que colaboraria para a redução nos custos com licenças.'"

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» bebeto_maya () em 09/09 02:04

__Trocando em miúdos, o medo da indústria é ter que voltar aos robustos e bons padrões do POSIX, depois de anos de acomodação ao oligopólio da Microsoft. . .Eles têm medo, porque uma empresa como Corel, por exemplo, lança produtos para Windows, e tem menos trabalho. . .Mas se o software Livre pega nas massas, eles vão acabar tendo que criar versões para Linux. . .Imaginem os fabricantes de hardware, obrigados pelo mercado, a lançarem drivers para duas plataformas. . .E aquelas empresas de soluções em Business, que desenvolvem em Visual Basic, vão ter que abrir os olhos e largar as mamatas . . .

__O S.L é uma revolução que causa calafrios em muitos empresário.Eles não querem ouvir ''não'' de seus cientes, por não darem suporte a plataforma que eles usam. . .Então preferem abafar o Linux/SL, porque assim evitam a sarna e a coceira. . .

__Isso é bem caracterítico de um mercado doente, de leito mesmo. . .O remédio está em cima do criado mudo, mas ele está tão moribundo que não tem forças para esticar o braço e curar sua moléstia!Acho que se não fosse o Linx/SL, eu já teria dado o fora do ramo de informática e afins a muito tempo. . .


» Gafanhootoo () em 09/09 02:25

É o pessoal do deixa disto tentando abafar.
O normal para a índústria do software é o que acontece aqui, windows 98 emulando terminais tb27 Unisys e administrando impressão por um software em java = uptime máximo de 30 minutos no mínimo 12 reinicializações de sistema em 6 horas de trampo.
É para acabar.


» Manoel Pinho () em 09/09 07:49

Indústria nacional de software ?! Essa era windows acabou com as poucas que faziam softwares bons. Hoje só temos pequenas software-houses fazendo sisteminhas VB, Delphi, etc para pequenas automações e tarefas.

Corel, Microsoft e todas essas empresas multinacionais mantém no máximo um escritoriozinho de vendas na Av. Paulista e empregam advogados, marketeiros e secretárias...

E as grandes empresas de consultoria teriam plenamente condições de prestar seus serviços para softwares livres, tal como fazem com softwares proprietários.

A verdade é que estão fazendo lobby porque já enterraram muito dinheiro fazendo programas para "aquela" plataforma proprietária e não querem ter o custo de portar seus programas.

E em nenhum momento o governo exclui a possibilidade de participação da M$ ou de outras empresas. Basta que elas façam programas livres também... É tão difícil de entender ? Essas multinacionais já não fazem programas em português do Brasil exclusivamente para atender o nosso mercado ? Por que não podem fazer softwares livres para o Brasil também ?


» Cassio Eskelsen () em 09/09 08:40

"sisteminhas de controle de tarefas" ou "sistemões". Não importa. O que importa é que geram emprego.
Ninguém liga para isso até o momento em que o seu emprego estiver na ponta da faca.

Temos de ter cuidado de criticar mercados que só vemos de fora ou só atuamos por hobby e/ou ideologia.


» Marcos Alexandre () em 09/09 09:24

Na verdade o que eles temem é um descontrole, já que migrar uma aplicacao para outra plataforma leva tempo e uma mudança abrupta para Linux geraria transtornos se os aplicativos não forem portados há tempo.

O fato da indústria ter que migrar os produtos é positivo para eles, já que é daí que eles estão ganhando mais dinheiro, já que podem revender.

Mas como o artigo diz, é consenso que seria muito vantajoso para todos, se livrar das licenças de Sistema Operacional e Office, já que essa economia poderia ser investida na própria indústria.

Não resta dúvida que o Linux pisou no acelerador no avanço dentro do mercado corporativo. hehehe


» anonymous () em 09/09 09:48

Isso é matéria comprada pela CompTIA (um dos muitos nomes pelos quais a Microsoft responde). FUD total: fazem uma entrevista com um cara do Software Livre só para dizer que ele está errado. Lamentável isso vindo do IDG Now!... eu costumava respeitá-los.


» eje del mal () em 09/09 09:48

Não creio que o governo queira exterminar as software houses nacionais (que tem como opções o freepascal e o HBasic para desenvolver), e sim eliminar a supremacia da M$FT. Imagine um ministério que não pode ver uma licitação porque está em WordXP e eles só tem Word97, sendo assim forçado a comprar licença por um problema pequeno.


» Flavio Moreira () em 09/09 10:15

Quem quiser vencer no futuro, qualquer que seja o cenário, terá que desenvolver soluções multiplataforma (proprietárias E livres) e que possam ser executados à semelhança de uma estrutura "web". Isso será uma vantagem competitiva!

é só pensar assim :
"Minha solução tem que rodar em qualquer hardware e com qualquer sistema operacional" - exemplo ? : Internet !


» santo () em 09/09 10:37

A grande questão do mercado nacional de software é o fato dele tambem ser constituido de software propietario e migra-los para o software livre pode sim quebrar muitas empresas.

Isto é preocupante.


» povoacaoção () em 09/09 11:23

Existe em algum lugar que é proibido fazer software de codigo fechado(ex: um ERP) pra linux ?
acho que não. O que querem mesmo com essas noticias e "zuar" o linux.
O kernel é livre e gratis e tem que ser assim. O resto tanto faz. É logico que livre é melhor, grátis melhor ainda, mas, todo mundo quer comer o pão de cada dia.


» santo () em 09/09 11:37

Eu sei que se pode produzir softwares propietarios para linux, mas isto tem algumas implicações por exemplo se você tem um kernel livre e toda base de software acessorios propietarios o seu sistema esta mais para um sistema propietario do que para um sistema livre, e no caso das empresas de software nacionais elas terão sim que migrar para software livre uma vez que o governo o principal comprador na teoria somente ira aceitar softwares livres.


» CWagner () em 09/09 12:13

Não creio que as produtoras de software nacionais seriam tão prejudicadas, visto que a maioria desenvolve sistemas especializados e pouquíssimas se aventuram no ramo de suítes Office.

Acho que a questão principal do Governo seria: Como podemos economizar na área de Informática? Com licenciamento, suporte? R = Ótimo então vamos utilizar software livre, já que as FUNÇÕES dos programas são equivalentes, e não precisamos pagar mais para ter um texto impresso numa folha de papel que será arquivada depois de um ou dois carimbos.

Se precisarem ler um edital, uma licitação, ou outro documento digital, utilizem PDF, criptografado, com chaves de 128 bits, ou coisa parecida.

Se tem uma coisa que aprendi no curso de Computação, é que sempre existe mais de uma maneira para se resolver o mesmo problema. Qual a melhor? Acho que para o Governo e, principalmente, para o povo, o ideal seria o Software Livre.

Qual seria a mudança na vida de um parlamentar se o governo adotasse Software Livre? Quais interesses eles defendem? O do povo, que eles dizem representar, ou de alomerados de uma minoria que fica mais rica a cada novo mandato de certas personages carimbadas da nossa, já podre política(gem)?

Será que o tio Bill já não está rico o suficiente? Deixem nosso país em paz e vão procurar vender o Windows e as idéias "revolucionárias" da M$ em Marte. Lá, pelo menos, seria novidade.


» nicolau () em 09/09 12:30

Se uma empresa de software quiser mudar de M$ para Linux no primeiro passo ela irá necessitar de gente especializada (oportunidade de trabalho).
Se as empresas e os usuários caseiros megrarem para Linux, serão necessárias novas escolas de informática, ou adaptação das existentes (mais opt).
Fora as muitas outras opções que irão surgir, porque mudanças sempre acabam com algumas coisas ruins em benefício de outras melhores.
Mudar para melhor é preciso. O capitalismo prega que o capital deve estar sempre em movimento, mudando de mão, se ficar parado ou concentrado em um só local isso leva ao fim do sistema.


» paralelepípedo () em 09/09 12:43

santo,

isso de que "empresas proprietárias vão quebrar" é papo de preguiçoso. Como o nicolau colocou acima, os benefícios de uma cadeia renovada de produção são incontáveis.

outra falácia nos seus argumentos é que as empresas terão de mudar para software livre porque "o maior comprador só vai aceitar formatos livres". Ora, o OpenOffice grava em formato .doc, e aidna exporta para PDF se for necessário!!!

A essência é que continuamos com um mercado livre (o que significa que você, individualmente, pode optar pelo que quiser), mas o governo pode priorizar o que bem entender para comprar... Para entender melhor, você sabe porque nossas estradas são de "piche" e não de "concreto"? Tem centenas de explicações técnicas, mas a principal explicação é "porque o governo quer". Se o governo quiser software livre, não é reserva de mercado, é uma opção de um dirigente que ficou convencido de que era a melhor opção... (P.S.: As empresas de concreto não reclamaram... ao invés de vender para o governo, vendem para outros setores - mercado livre!)


» Olivier () em 09/09 13:19

A pergunta que ninguém faz é sobre os desenvolvedores:

Quantos desenvolvedores brasileiros estão sendo pagos para desenvolver um servidor de banco de dados, um sistema operacional, uma suite office, um servidor web?

Quantos desenvolvedores brasileiros estão desenvolvendo sistemas sob demanda?

A resposta parece ser
a) quase ninguem
b) quase todos

Assim Cwagner tocou no ponto. Tem coisas que não é mais pra mexer.

Voce pode desenvolver seu sistema em plataforma livre ou proprietária. Seu cliente decide se quer pagar mais caro pelo conjunto.

E ninguém falou que seu sistema feito sob demanda deve obrigatoriamente ser livre...


» Roger de Almeida () em 09/09 19:55

"Por outro, a indústria alega que a implantação exclusiva do código aberto diminuiria a competição e comprometeria a inovação no mercado de software."

Quem disse isso????? Diminuir??? DESDE QUANDO ALGUMA EMPRESA BRASILEIRA COMPETE COM A MICROSOFT OU A ORACLE???????

DEEM NOMES AOS BOIS. Essa de dizer "a indústria" é generalizar a idiotice.

São mentores do capitalismo selvagem que se escondem atrás dessas palavras-paredes

[]
Roger



» santo () em 09/09 20:22

O que eu quis dizer foi que se o governo entrar em uma de aceito somente software livre em qualquer setor, todos os softwares feitos para o governo inclusive os sob demanda terão que ser livres.
E isto pode cair em um problema que é o seguinte ou o governo vai deixar de comprar estes softwares e prodizir eles propios estes produtos, que neste caso prejudia a industria de software nacional, ou então as empresas de software propietario vão acabar vendendo os seus produtos com o codigo fonte para o governo o que é muito mais caro para o governo.

Respondendo as questões acima é obvio que as empresas podem mudar na forma de administrar seus negocios, mas lembressem que estas mudanças são vistas com muita resistência pelas empresas por que muitas delas acabam indo a falencia ao inves de se adptarem, e segundo o modelo de negocio do software propietario permite aos criadores de um produto extrair o lucro maximo do mesmo enquanto o software livre não permite os mesmos niveis de retorno e portando nenhum empresario do setor de software vai migrar do seu modelo de negocio para o software livre sem bon$ motivo$.

E por ultimo software livre é uma ideia ligada a liberdade e não uma guerrinha de windows x linux para ver qual é o melhor, portanto se você tem o linux como seu SO mas a sua principal aplicação é propietaria você não esta muito melhor do que quem utiliza o windows você somente economizou um troco na compra do SO nada mais.


» eje del mal () em 09/09 22:50

"Se uma empresa de software quiser mudar de M$ para Linux no primeiro passo ela irá necessitar de gente especializada"

Isto significa melhorar o nível de programação, e se livrar da SPPA (Sindrome da Professora Primária Adquirida), com esta maldita queda de salários...


» Leidson (PopolonY2k) () em 09/09 23:15

Manoel Pinho escreveu
"Indústria nacional de software ?! Essa era windows acabou com as poucas que faziam softwares bons. Hoje só temos pequenas software-houses fazendo sisteminhas VB, Delphi, etc para pequenas automações e tarefas.

Corel, Microsoft e todas essas empresas multinacionais mantém no máximo um escritoriozinho de vendas na Av. Paulista e empregam advogados, marketeiros e secretárias..."

Falou tudo Manoel.

Roger de Almeida completou,

"Quem disse isso????? Diminuir??? DESDE QUANDO ALGUMA EMPRESA BRASILEIRA COMPETE COM A MICROSOFT OU A ORACLE???????

DEEM NOMES AOS BOIS. Essa de dizer "a indústria" é generalizar a idiotice."

Roger, a "Industria" que a imprensa "paga" se refere é a Microsoft Brasil, Oracle Brasil e outras que nem tem desenvolvimento no Brasil e sim a meia duzia de funcionários que o Manoel se referiu acima. Enaquanto isso o dinheiro voa "pros" States.

Leidson Campos
PlanetaMessenger.org


» Henrique Vicente () em 09/09 23:17

Queda de salários? Poxa, eu fico sem entender uma coisa.. por um lado atacam dizendo que profissionais que mexem com GNU/Linux costumam cobrar mais, já por outroa "atacam" dizendo que há queda de salário...
uma coisa, desde quando esse povo que trabalha com softwares proprietários como ruwindows, ruoffice... ganham muito bem? Quem ganham são as empresas que fazem essas joças e os seus patrões... mas com o capitalismo do jeito que tá realmente esse povo que desenvolve software proprietário não vai entender fácil que da para viver com software livre..


» Cassio Eskelsen () em 10/09 08:28

Acho que muita gente aqui não ouviu falar em Microsiga, Logocenter, RM, Datasul, Starsoft, Benner, Senior, etc, etc, etc. Isso só para ficar nas grandes. Só essas aí já geram alguns milhares de empregos diretos e indiretos. O suficiente para se chamar de indústria.


» Cassio Eskelsen () em 10/09 08:28

Acho que muita gente aqui não ouviu falar em Microsiga, Logocenter, RM, Datasul, Starsoft, Benner, Senior, etc, etc, etc. Isso só para ficar nas grandes. Só essas aí já geram alguns milhares de empregos diretos e indiretos. O suficiente para se chamar de indústria.


» Emílio Wuerges () em 10/09 08:51

Estas empresas, desenvolvem apenas utilizando soluções prontas. A Datasul, por exemplo, utiliza "Progress" (alguém conhece??).

O que eu acho ser uma "boidebotiçe" é o governo comprar um software proprietário (estrangeiro ou brasileiro), como, por exemplo, o programa do imposto de renda, em vez de custear o desenvolvimento de um Software Livre (por brasileiros).

Outra coisa que simplesmente não engulo é esse troço de urna eletrônica.
Não é nem software livre o que roda naquilo!!!


» Manoel Pinho () em 10/09 09:43

Já trabalhei numa indústria que usava o ERP Magnus da Datasul.

O Magnus rodava num SCO Unix (!) com banco de dados Progress como foi citado. Depois de alguns anos avisaram que teriam que migrar para algum Windows Server pois a nova versão só rodava em NT.

A Datasul realmente é uma empresa de porte grande para a realidade brasileira, mas o que ela perderia se usasse linux em vez de SCO (aquela poorcaria não vinha nem com um compilador C, que era cobrado à parte) e Postgresql/Firebird/etc em vez de Progress ? Só teria a ganhar, pois poderia cobrar mais barato dos clientes por não ter que pagar licenças de software.

Uma das principais queixas era que os campos eram de tamanho ou tipo inadequado e, como o código do Magnus era fechado e alterações no produto padrão eram cobradas (e caro) à parte, o pessoal usava de modo tosco o sistema.

Não sou contra software-houses não, mas não vejo nenhum motivo para que as software-houses nacionais não usem softwares livres sempre que possível, mesmo que continuem vendendo softwares proprietários e fechados sobre plataforma livre. Pensando como cliente, acho muito justo ter em mãos o código de um software que comprei. Se a Datasul falisse, quem iria dar manutenção no ERP da empresa ? Um ERP é um sistema vital para uma indústria e nesses casos o sistema ser livre é uma vantagem e tanto para o cliente.


» Cassio Eskelsen () em 10/09 10:19

Manoel,

A Datasul iniciou suas atividades em meados da década de 80. Na época provavelmente o Linus ainda era um aborrecente e não existia nenhuma alternativa free.

Com certeza é mais barato para uma software house usar linguagens e BD's free, mas desenvolver um novo produto e substituir toda uma base instalada não é tarefa fácil (nem barata). Eu sei pois passamos por isso(claro, em escala infinitamente menor que a Datasul).

Pelas últimas notícias que tive, a Datasul estava migrando para Java.

Mas existem outros exemplos. A Logocenter, que pode ser considerada uma das 5 maiores no Brasil, usava uma linguagem do Informix (4GL, 4L, sei lá). Agora estão migrando tudo para Linux pois encontraram um framework que permitia migrar o que já existia.Dificilmente teriam condições de começar tudo do zero.

Nem sempre é possível ou viável o cliente ter acesso ao fonte do sistema. Atualizações de versão ficam praticamente inviáveis. Sem contar a co-responsabilidade que a legislação fiscal exige do desenvolvedor de software. Com isso alguns módulos jamais poderão ser abertos. Por mais que se queira.

abraços

cássio


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