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Microsoft critica a política de software livre do governo federal

Notícia publicada por brain em junho 4, 2004 10:03 AM | TrackBack


FatTux (mmaldonado_at_terra.com.br) disse: "Deu no Terra: Microsoft ataca excesso de ideologia do governo. Mais um FUD da máquina MS, do presidente da Microsoft Brasil, Emilio Umeoka, dessa vez comparando a política do governo para o Software Livre com a antiga reserva de mercado dos anos 80. Uma pérola do discurso de Umeoka é: "Tinha um chefe meu que falava: a irrelevância é o começo do fim." Para mim o homem compara banana com maçã, mas leiam e tirem suas conclusões..."

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» Armando () em 04/06 10:18

Essa noticia é sem comentarios, essa microsoft acha que é dona do mundo ?


» Theneus () em 04/06 10:22

O cara ta falando da entrega da Declaracao de Imposto de Renda em Java que foi entregue por um pequeno nomero de pessoas.....claro que sim... foi liberada um mês depois da versão em Windows e tinha algumas restrições (somente um certo tipo de pessoa podia declarara)....


» Daniel Dantas () em 04/06 10:29

Um dado importante para quem não viveu nos anos 80 e não viu as consequências do fechamento do mercado a produtos de informática importados, a dita reserva de mercado. Nos anos 80, a produção de hardware dentro do país teve um impulso gigante, originando diversos equipamentos de grande qualidade, considerando a limitada capacidade de investimentos do país.
Para os mais céticos, foi nessa época que a apple quase comprou um dos projetos nacionais para ser o Mac.
O mercado não se desenvolveu por falta de políticas mais consistentes de incentivo a industria nacional. Mercado esse que morreu depois que foram abertas as importações em 1990.
É lamentável ver um brasileiro criticar uma coisa que foi muito importante para o Brasil na época, desconsiderando que todos os paises desenvolvidos tiveram a sua época de "reserva de mercado". Quando ficaram com a indústria forte, abriram os seus mercados. Esse tipo de coisa para mim, é um tiro no pé.
Claro, que se faça as críticas habituais sobre o software livre não garantir o desenvolvimento do país.


» Cassio Eskelsen () em 04/06 10:59

Tambem acho que as compras governamentais devem ser isentas de ideologias, optando sempre pela solucao mais barata para o contribuinte, seja proprietario ou livre.

Mas os argumentos do Umeoka beiram ao terrorismo:

"Ele admite que a intenção do governo brasileiro de abrir o setor público a programas de computador que não cobram licenças de uso, os chamados softwares livres, possa afetar a comunidade Microsoft no país. Em torno da empresa, gravitam 10 mil parceiros e 45 mil trabalhadores indiretos, gerando impostos de R$ 1 bilhão, segundo Umeoka."

(...)

"Não sei se essa é a melhor maneira de atrair investimentos para o país. Sei que essa não é a melhor maneira de criar um pólo de desenvolvimento para exportação porque não gera receita com algo que é grátis, a não ser em serviços", afirmou Umeoka."


» Brasileiro, trabalhador, maior, vacinado e reservista () em 04/06 11:02

> Uma pérola do discurso de Umeoka é: "Tinha um chefe meu que falava: a irrelevância é o começo
> do fim."

Umeoka tem razão. A Microsoft é uma empresa irrelevante. Quem precisa dela hoje, quando você pode fazer tudo usando software livre e outras tecnologias como o Java?

É o começo do fim para a Microsoft.

Se fosse o Umeoka, punha meu currículo no http://www.apinfo.com.


» CWagner () em 04/06 11:14

Com certeza as declarações do Sr. Umeoka espelham a opinião da M$, em relação ao Software Livre, ao esforço do governo Lula, e mesmo do mercado de software nacional. Contudo a visão míope que eles defendem é totalmente criticável, já que o país não está se fechando, pelo contrário. Com a adoção de software livre, mais e mais profissionais poderão adquirir, de forma legal, ferramentas de alta qualidade que possibilitarão o desenvolvimento de soluções específicas para os problemas das empresas nacionais, e por que não, de outros países.

Temos pessoal de qualidade inquestionável, empresas que já fazem um ótimo trabalho, inclusive no mercado exterior, algumas são referência na área onde atuam.

Não concordo quando dizem que a adoção do Software Livre pelo governo vai fechar o mercado de informática, mesmo porque não existe solução em software livre para todos os problemas, e também não sou obrigado a usar software livre só porque todos estão usando. Se eu quiser usar o M$ Windows e o M$ Office eu usarei. Claro, depois de pagar mais de R$1.500,00 pelos programas.

Segundo o artigo do Terra, o gasto com programas da M$ representam apenas 6% do lucro total da empresa. Esses 6% representam parte dos R$950.000.000,00 do lucro da empresa no país. Imaginem isso voltado para projetos como a Inclusão Digital, pesquisas científicas e aeroespaciais!

Creio que esse é o medo maior da M$. O Brasil aplicar de maneira inteligente o dinheiro que gasta com programas ineficientes, pesados, instáveis e inseguros.

Creio que os profissionais de informática que têm uma visão maior, que alcance um pouco além do próprio umbigo, devem se manifestar junto aos representantes oficiais da sociedade junto ao governo. Apesar de não ser muito a favor dos políticos, mas nos últimos anos a questão Informática tem recebido um pouco de atenção por parte dos que realmente decidem sobre as vidas de todos nós. E acho que não devemos ficar calados pra sempre, vamos encher as caixas postais dos deputados, senadores e até mesmo do presidente com sugestões, opiniões e críticas sobre as políticas de aplicação de recursos públicos na Informática.


» _simmons_ () em 04/06 11:26

Realmente o Linux está colocando medo na MS.

Agora mais do que nunca o governo deveria investir em projetos nacionais para o desenvolvimento de software livre. Eu acho que a MS está com tanto medo assim porque ela sabe que se o governo investir em SL , daqui 5 ou 10 anos vamos ter praticamente qquer tipo de solução e teremos autonomia em relação a software.

E Cassio, porque o governo tem que ser isento de ideologia ??? Porque o nosso governo não pode optar por ser mais "nacionalista" e investir em tecnologia que possa ser produzida aqui e principalmente que dê emprego para as pessoas daqui ? E quando você diz "..optando sempre pela solucao mais barata para o contribuinte.." O que sai mais barato ? Uma licença do Windows + Office ou o Kurumin + Openoffice ... Acho que é só.. Abraço.

André Michi


» Deivid Bitti () em 04/06 11:40

Como disse Eric Raymond:
"..mais um macaquinho da Microsoft".

É claro que todo mundo quer proteger o seu bolso, mas para termos um crescimento tecnológico estratégico, e não sermos apenas "usuários" da tecnologia alheia, alguns ovos devem ser quebrados.
O Sr. Bill Gates está aprendendo na marra que é muito fácil ganhar dinheiro em um mundo onde a concorrência não existe.Mas ela está crescendo quase que exponencialmente, e os anos de comodismo da Microsoft causarão uma inércia muito grande para acompanhar o mercado, pois agora existe o parâmetro de comparação e a exigência é muito maior.
E, sem muito sentimentalismo, vale lembrar um trecho da música "a lista" de Oswaldo Montenegro que denota a democratização do conhecimento:
“Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber”

O legal é quando não existe segredo...

=O)


» crítico[Comunidade Critica os Críticos] () em 04/06 11:40

CWagner, muito coerente. Só uma adição: com a inclusão digital, a especialização da mão de obra informatizada irá aumentar, o mercado no setor sofrerá um aquecimento que poderá levar empresas grandes, como Macromedia e Adobe, a rever a possibilidade de portar seus programas para Linux, principalmente à medida em que as próximas gerações começarem a usar softwares para Linux (cada vez mais frequentes e melhores) e determinarem umA mudança nos hábitos da sociedade em relação ao uso da informática. As empresas que não estiverem antenadas a essas mudanças, arcarão com uma concorrência muito maior no futuro. Quanto à M$, usando o termo do Sr. Umeoka, é irrelevante. Será complicado para eles sobreviverem mediante a um SO de qualidade e acessível. Talvez seja caso para eles fazerem a sua própria distribuição Linux, pular a janela e portar seus programas para a plataforma do pinguim. Será que vão dar o braço a torcer?


» Charles Bambineti () em 04/06 11:41

Não vejo nada de errado em o governo dar preferencia a software livre, afinal ele não esta dando preferencia a uma empresa e sim para uma metodologia,tecnologia ou filosofia seja la que for, o que era uma pouca vergonha era o que acontecia antes como a Microsoft obrigar o governo a comprar de um unico fornecedor ... Quando o beneficiario era eles não tinha problema nenhum em se ter um unico fornecedor.
Isse artigo so faz distorcer os fatos, comparar coisas diferentes...


» Marcelo Vivan Borro () em 04/06 11:43

Estranho o argumento do Sr. Emilio Umeoka referente à ideologia.
A reportagem do Terra mostra exatamente o ponto de vista extremo da "ideologia" da Microsoft.

Ideologia esta que prega o uso único de produtos Microsoft, sob alegação de alguns milhares de empregos gerados e de 1 bilhão em impostos (dados altamente suspeitos, uma vez que foram fornecidos pelo próprio Umeoka sem a apresentação de nenhum estudo formal).

E quanto aos vários bilhões que seriam gastos com licenças Microsoft? E quanto às dezenas de milhares de empregos que seriam gerados para instrutores e técnicos em Software Livre? E que podem formar o seu conhecimento de forma livre, através da comunidade, ao invés de ser obrigado a pagar por cursos caríssimos da Microsoft.

E todos sabem para onde vai todo este dinheiro arrecadado pela Microsoft, não? Deixam as migalhas por aqui e a maior parte vai para fora do país.

Lógico que transferir conhecimento e tecnologia, investir o dinheiro brasileiro no Brasil, gerar milhares de empregos, não ser dependente de um único fornecedor de software é pura ideologia (sem falar na qualidade superior do software livre).
Para quem tem como ideologia aumentar cada vez mais a margem de lucro e dominação do mercado à qualquer custo, qualquer outra coisa é um absurdo.

Tenho certeza que se um dia a Microsoft do Brasil fechar, o Sr Umeoka mudaria o seu discurso radicalmente (principalmente se tivesse que trabalhar em uma empresa de software livre).


» Flavio Moreira () em 04/06 11:43

CanTe CoMiGo :

AH QUE ISSO "ELES" ESTÃO DESCONTROLADOS
AH QUE ISSO "ELES" ESTÃO DESCONTROLADOS
ELA SOBE ELA DESCE ELA DÁ UMA RODADA
"ELES" ESTÃO DESCONTROLADOS

Prá não dizer que não tem nada de bom nisso tudo, apoio fortemente o "fim da pirataria" !! Quanto menor a pirataria , melhor para o Software Livre !! :-P

Então a M$ tá em "sinuca de bico" : se combate a pirataria, aumenta a participação do SL na sociedade. Se não combate, perde dinheiro ...
Quem não lembra do "merchandising" na novela das 8 - com empresário preso e tudo mais - naquela época tivemos um "boom" de instalação de linux e staroffice (até com edição "extra" de revistas com os CDs). A ação deve ter sido considerada tão desastrosa que nunca mais se fez alguma iniciativa destas ... somente alguns casos pontuais da Abes que, de tempos em tempos, espalha o "terror" escolhendo alguma empresa grande para ser "boi de piranha" em alguma autuação e depois divulgar na imprensa ou mesmo fazer com que a informação "circule" no meio empresarial - já com as devidas "promoções" de regularização engatilhadas.


» crítico[Comunidade Critica os Críticos] () em 04/06 11:45

Ah! Quanto ao nome: crítico[Comunidade Critica os Críticos] é em homenagem a um pentelho que temos entre nós que adora rechaçar o futuro com base em argumentos tolos.


» Rafael-Santos () em 04/06 11:49

Na minha opinião, quase tudo que ele disse pode ser questionado. Mas vejo razão em um ponto:

"Falta disposição do governo federal, da receita federal, de fechar a fronteira. A lei existe, a questão é fazer ela acontecer", afirmou o executivo, reconhecendo que a CPI da pirataria no Congresso foi um avanço.

Nas projeções de Umeoka, se a pirataria caísse de 55% para 45%, geraria de 12 a 15 mil empregos e mais R$ 1 bilhão ao ano em impostos. A desarticulação do governo, segundo o executivo, afeta até projetos sociais, que a Microsoft acaba desenvolvendo sozinha.”

O governo tem que se aplicar em acabar com a pirataria por motivos óbvios. Será bom para a MS e também para o SL. Acho que quanto mais a concorrência aumentar entre os dois, digo, o software proprietário em geral e o soft livre, melhor será. Para se manter no mercado a própria MS será obrigada a desenvolver soluções estáveis e seguras para continuar na competição. Este negócio de dizer que a MS tem que acabar é uma grande bobagem. Não tem e nem irá, o que tem que acabar é a competição desleal e o monopolismo.
Tem espaço para todos e que o SL encontre o seu, pois não exise ‘monopólio do bem’.
Viva a liberdade de escolha!!!

Abraços,
Rafael Santos


» Mauricio CN () em 04/06 11:51

Não acho que a ideologia deva prevalecer. A análise técnica e financeira já revelaria que ao final o uso de software livre é mais interessante. Mesmo nos casos onde ele não atende integralmente e seja necessário o investimento do governo para que se atinja a funcionalidade necessária, esse gasto não chegaria ao montante que ele despende atualmente com licenças, além do fato que o modelo colaboracional do software livre dispersa o custo de desenvolvimento enquanto potencializa o resultado (desde é claro que o projeto obtenha uma certa comundade).
Quanto às perdas para o país, não sei como foi feito o cálculo; o número de empregos perdidos é um chute risível, dado que se não for fornecido suporte para produtos Microsoft ele será fornecido para outro substitudo (Não são eles que dizem que o Linux precisa de mais horas-homem de suporte? Então vai gerar mais emprego).
No quesito de impostos é neutro; se as pessoas não gastarem com software vão comprar outra coisa (ou a Microsoft acha que elas vão guardar o dinheiro economizado debaixo do colchão?)
Quanto a balança comercial é positivo, uma vez que deixa de haver o consumo de divisas para bancar o envio de dinheiro para a matriz.
A questão da venda de softwares nacionas não deve ser uma preocupação. Não é possível vender produtos nacionais para as mesmas funções que os produtos da Microsoft, enquanto que o desenvolvimento de produtos diversos ou inéditos não sofreria restrições, desde que ele não seja desenvolvido sobre uma base GPL, o que de todo modo seria infração de direitos.


» O fantasma de Alexis de Tocqueville () em 04/06 12:12

O discurso de Umeoka tem a mesma carga de retórica e falácia de muitos defensores da Microsoft--acredito até que isso seja uma escola--discurso que pode ser facilmente debelado usando fatos e conceitos simples de lógica.

> Num tom de voz constante, mas com discurso cortante, o presidente da Microsoft
> Brasil, Emilio Umeoka, enfrenta abertamente o governo federal, que está em defesa do
> software livre no país. Para o executivo brasileiro, o governo peca ao ideologizar a
> questão, falha na implementação de projetos e na interlocução com o setor.

Correto. Software Livre não é uma questão ideológica. É uma questão estratégica. "Strategos", do grego, quer dizer "coisas de general". Ou seja isso é uma guerra, e como todas as guerras, esta é movida por razões puramente econômicas.

O governo, se quer vencer a Microsoft, tem de abandonar a ideologia e pensar na estratégia, porque é assim que a Microsoft pensa.

> "Se o país se fechar de novo - como fez na reserva de mercado da informática - para
> algo específico, daqui a 10 anos a gente vai acordar e vai estar disputando não sei
> com qual país a hegemonia de alguma coisinha mínima", disse Umeoka. "Tinha um chefe
> meu que falava: a irrelevância é o começo do fim."

Umeoka aposta na falta de memória de uns ou na ignorância de outros quanto à história recente do desenvolvimento tecnológico brasileiro.

O país nunca esteve aberto. Antes estava fechado à empresas estrangeiras, hoje está fechado às empresas nacionais. A afirmação de Umeoka se aplica ao presente. Há mais dez anos ouvimos essa mesma lorota que afirmava que estaríamos atrás dos outros países se não "abríssemos" nosso mercado. Passada mais de uma década, estamos tão atrás quanto estávamos. Se dermos ouvidos ao que Umeoka diz, daqui a dez anos vamos acordar e estar simplesmente no mesmo pé de hoje ou mais atrasados ainda.

> Na década de 1980, o Brasil praticou uma política de reserva de mercado que inibia a
> importação de equipamentos de informática com o objetivo de estimular a indústria
> nacional. Avaliação cada vez mais corrente é que o país perdeu naquela época
> oportunidades de atração de investimentos estrangeiros.

O bordão "Investimentos Estrangeiros" são outra falácia sem proporções. Os investimentos estrangeiros que vieram depois da reserva de mercado não alavancaram nossa indústria. Pelo contrário, a destruiu. As empresas foram compradas e depois sucateadas (uma técnica conhecida como asset-striping) para que dessem espaço para as indústrias de fora que levam todo o lucro para o exterior.

Eu não conheço ninguém que fica rico exportando lucro. Só acumulando.

O Brasil recebe XBUS$ de investimento mas exporta 3xBUS$ em dividendos, lucros, royalties, licenças de software etc. Não sou contra empresas estrangeiras, desde que os números dessa balança sejam favoráveis ao nosso saldo bancário. Porque doutra sorte, ninguém fica rico vendo mais dinheiro sair de sua conta que entrar.

Compare isso com os investimentos estrangeiros que entram nos EUA. Lá os investimentos são usados para alavancar e criar novas indústrias. Aqui são usados para comprá-las e sucateá-las. Lá as indústrias engordadas pelo investimento estrangeiro tem condições de criar e distribuir produtos em todo o mundo atraindo o dinheiro para dentro das fronteiras dos EUA. Aqui os investimentos estrangeiros são usados para que mais dinheiro vaze para fora.

> Hoje o Brasil integra, nas discussões estratégicas de investimentos da Microsoft, o
> grupo Bric, que inclui ainda a Rússia, Índia e China. "A gente não está disputando um
> real ou um dólar, está vendo como a empresa consegue alocar de maneira mais correta o
> seu investimento em relação ao seu retorno", disse Umeoka, que participa do comitê.

O único interesse da Microsoft é saber o quanto eles vão lucrar com o Brasil e não quanto o Brasil vai lucrar com a Microsoft. Estão certos, e eu não pensaria de outro jeito. Mas isso não convence os brasileiros que estão do lado de cá do balcão.

Se Umeoka mostrar com números o quanto o Brasil vai acumular a mais de lucro com os produtos Microsoft comparado com a adoção de Software Livre, então podemos até considerar suas palavras. Por enquanto, o que temos visto é tão-somente o dinheiro ir embora.

> Embora aponte o Brasil - onde faturou R$ 925 milhões no último ano fiscal - como um
> dos mercados com maior potencial de crescimento para a gigante do software, o
> executivo disse que decisões governamentais estão tirando o país do caminho certo.

O caminho certo para o Brasil é aquele que faça o Brasil acumular mais dinheiro que gasta. Não conseguimos enxergar a Microsoft nessa estratégia.

> Ele admite que a intenção do governo brasileiro de abrir o setor público a programas
> de computador que não cobram licenças de uso, os chamados softwares livres, possa
> afetar a comunidade Microsoft no país. Em torno da empresa, gravitam 10 mil parceiros
> e 45 mil trabalhadores indiretos, gerando impostos de R$ 1 bilhão, segundo Umeoka.

Este argumento é direcionado para as pessoas que não entendem de economia. O dinheiro que os parceiros ganham e o dinheiro dos impostos foi gerado aqui mesmo e vai reverter para o mercado interno. Os impostos não são gerados do nada. Alguém teve de trabalhar para gerá-los.

O que Umeoka não conta é que o trabalho desenvolvido em torno dos produtos da Microsoft dá direito a ele de exportar uma gorda parte do valor desse trabalho para a conta de Bill Gates pelos royalties das licenças de uso.

Isso não acontece com software livre. Com SL, o Brasil pode ter os mesmos 10 mil parceiros, os 45 mil trabalhadores indiretos, coletar R$1 Bilhão e não dever nada mais a ninguém. O dinheiro é gerado e gasto aqui mesmo dentro de nossas fronteiras.

> Pelas contas da empresa, o governo gastou R$ 300 mil para desenvolver o programa e só
> conseguiu adesão de 3 mil dos 18 milhões de contribuintes neste primeiro ano.
>
>"Não sei se essa é a melhor maneira de atrair investimentos para o país. Sei que essa
> não é a melhor maneira de criar um pólo de desenvolvimento para exportação porque não
> gera receita com algo que é grátis, a não ser em serviços", afirmou Umeoka.

> A determinação do governo Lula em incentivar o uso do software livre ainda não pesa
> sobre o resultado da Microsoft. As compras governamentais representam apenas 6 por
> cento das receitas da empresa e devem permanecer nesse patamar, segundo Umeoka.

Essa falácia é ótima. Se poucas pessoas estão realmente usando software livre, como alega Umeoka, e não produzem prejuízos para a Microsoft, então por que se preocupar com ele?


» CWagner () em 04/06 12:26

O BRasil é um mercador tão importante para a M$ que mesmo antes dos resultados das eleições. O Bill Gate$ se reuniu com Lula, acho que foi lá nos EUA.

Lembram disso?

O que teriam conversado?


» Klaatu () em 04/06 12:56

O que falaram não sei, se eu fosse o Lula saberia muito bem o que dizer. (@#!!%&@)

Lembram do representante americano no fórum de Genebra? Aquele que levantou-se irritado e disse: "Isto é inadmissível!" Quando o representante brasileiro disse que o Brasil não quer mais só importar tecnologia, mas sim produzir e exportar.

Se deixarmos, se aceitarmos a propagação deste império desvairado e cara-de-pau como temos visto, daqui a pouco estaremos todos falando inglês, comendo no Mc Donalds, usando o window$ e rezando para o dólar. (Ou já estamos?)

Longe de ser xenofobia o que eu digo, apenas desejo de justiça não só para o Brasil, mas para todo o planeta.

E como dizia Ghandi e foi muito bem colocado por outro leitor do BR_Linux: Primeiro eles te ignoram, depois riem de você, aí eles decidem lutar e você os vence.


» Ambulante da Praça () em 04/06 12:57

Claro!!! A M$ tem todo o direito de reclama, fla mau, inventá casos de $ucesso e divulga blasfémias comtra o SL...

Eles tão perdendo dinheiro com o SL.
Se eles mentem, o meio de comunicação que divulga em pro do que eles disserem, tb mente.

Eles querem que o governo dê $$ pra eles.
Mas como o governo é do povo, o negócio é a comunidade SL se manifesta.

Valeu.


» Deyson Thomé () em 04/06 13:02

Os discursos da M$ e equipe já chegaram ao ridículo, deixando transpareçer as ridículas razões desta empresa, que se torna cruel ao se apresentar como uma empresa que se preocupa com o social. Ela está preocupada é com o que está acontecendo hoje. Já existem muitas localidades em que dar cursos M$ se tornou inviável porque não há mais mercado de trabalho para M$user's. qUEIRAM OU NÃO, LINUX JÁ é realidade, na minha lan 100% linux, as pessoas usam o Kurumin, ficam as vezes 5 horas em bate-papos e elogima e muito o LInux. M$ já era, e o lInux, ao contrário do que falam, já é desktop.


» Klaatu () em 04/06 13:02

Outra coisa, não existe monopólio do bem neste caso, porque temos muitas versões de linux ao gosto do cliente. Qualquer administrador de TI que pense em adotar SL em sua empresa certamente fará um estudo criterioso para decidor se vai usar o conectiva, Red hat, Debian, Kurumin, Mandrake, Suse, Kalango, Fedora....etc etc etc.
Haveria monopólio????


» Deyson Thomé () em 04/06 13:06

Deixa eles falarem, só não vamos é deixar eles precionarem o governo, eles podem precionar como empresa estrangeira, nós precionaremos como comunidade nacional, defendendo interesses nacionais. Quer mais do que isso ? Comunidade, pessoas unidas. A força é essa. M$ tem mais é que combater a pirataria dos produtos dela.......


» Deyson Thomé () em 04/06 13:07

Deixa eles falarem, só não vamos é deixar eles pressionarem o governo, eles podem pressionar como empresa estrangeira, nós pressionaremos como comunidade nacional, defendendo interesses nacionais. Quer mais do que isso ? Comunidade, pessoas unidas. A força é essa. M$ tem mais é que combater a pirataria dos produtos dela.......


» Leonardo () em 04/06 13:47

Um, é óbvio que a M$ quer manter o dindin dela.
Mas o cara é tão debilóide que fala que não se gera receita com Software Livre se não for por serviços...
Alguém devia falar pra esse cretino que se pode vender software pra Linux.
Não é porque é pra Linux que TEM de ser gratuito.
Pombas, só que GANHA muito dinheiro com o Windows
é a Micro$oft.

Agora a pérola, pra mim, é essa

"Nos setores, ministérios e governos com que a gente tem tido diálogo, temos conseguido trabalhar muito bem. Onde a gente tem encontrado um approach muito mais ideológico, não fundamentado pela área técnica, não se consegue discutir nada efetivamente", lamentou.

Ora bolotas, geralmente A ÁREA TÉCNICA que é ideológica.

O que ele pôde querer dizeR?


» Marcelo Vivan Borro () em 04/06 13:50

Pessoalmente não acredito que a Microsoft "acabe" ou feche um dia.
Bill Gates é um gênio dos negócios (não gênio da informática!!!). O que ele faz é ir diversificando o modelo de negócios. Se o windows deixar de ser rentável, a microsoft o abandona. E pode até acabar fabricando porta de banco (experiência em travar eles tem :-P), mas sempre vai ter um lucro absurdo.
A IBM não começou fabricando locomotivas?


» Joao EManuel () em 04/06 13:55

Pessoal só se fala de dinheiro, mas existem outros fatores mais importantes, como o conhecimento. O presidente da MS Brasil e ninguém da MS fala que se você comprar o Windows você estará ajudando os desenvolvedores americanos e não os brasileiros. Com isso os desenvolvedores brasileiros não saberiam criar e manusear a alma do computador que é o SO. Por isso o presidente da MS Brasil só fala de números irreais, e não do ganho de conhecimento que as pessoas terão. Sobre a década de 80 foi a tentativa de se livrar dos EUA perante ao hardware só que não deu cerTo, pois o governo americano comprou os políticos brasileiros.


» crom () em 04/06 13:58

O Sr. Emilio Umeoka arrisca seu currículo ao tomar uma postura tão flagrante contra os interesses nacionais. Se o salário que Bill Gates o paga é suficiente para comprar sua lealdade nacional, fica fácil imaginar a medida de seu caráter como profissional.


» Sr Minhoca () em 04/06 14:10

Liga não é minhoca na cabeça mesmo, ou quem sabe medo pra tentar garantir seu emprego, pois como muito bem citado acima, o windows não dá conhecimento, como ele nao tem, provavelmente sabe nao que irá arranjar em outro lugar, hehehe


» _simmons_ () em 04/06 14:16

Como o amigo Deyson disse... nós temos que fazer valer o nossos direitos de cidadão..temos que mostrar para os poucos políticos que ainda não foram comprados, que existe muuuita gente mesmo disposta a "lutar" por um país um pouco mais descente e menos dependente dos outros.

E concordo com o Klaatu, isso não tem nada a ver com xenofobia ou coisas do genero.. isso é apenas querer ser LIVRE DE VERDADE !

André Michi


» dafaca () em 04/06 14:26

Quando o Sr. Emilio Umeoka
>"Não sei se essa é a melhor maneira de atrair investimentos para o país. Sei que essa
> não é a melhor maneira de criar um pólo de desenvolvimento para exportação porque não
> gera receita com algo que é grátis, a não ser em serviços", afirmou Umeoka.

Esta afirmação é realmente muito engraçada. Desde quando a Microsoft do Brasil desenvolve alguma coisa? Até onde eu sei a única coisa que ela faz, é vender serviço extrangeiro a preço de dolar.

Mudando um pouco do assunto...
Uma coisa que já percebi daqueles que, "não sabem, não querem saber e tem raiva de quem sabe", é acharem que software livre é trabalhar de graça. É pensar que se desejarem ser desenvolvedores, terão que fazer isto de graça.
Investiram tanto nos seu MCD não sei o que, que tem medo das mudanças.


» Henrique Vicente () em 04/06 14:43

Daniel Dantas, não sei se eu tou enganado, mas pela cara dele ele não é brasileiro e sim japonês... o mais interessante é como eu vejo algumas pessoas sendo tocadas profundamente com as boas ações que essas empressas fazem... e é difícil explicar que era melhor que nem fizessem...(o que na verdade de bom não tem nada..)


» Marcelo R. Minholi () em 04/06 15:09

Me espanta um presidente de uma empresa como a Microsoft Brasil se postar dessa maneira diante do revés que a empresa sofreu ao ver o seu principal cliente no País, o governo federal, optando por uma solução que não engloba os produtos oferecidos por ele, até porque, a maioria dos argumentos que usou são expostos de forma unilateral (como não poderia deixar de ser), numa clara tentativa de dissuadir o público leitor do site que publicou sua opinião a acreditar que a decisão do governo em utilizar software livre possue qualquer relação com a reserva de mercado praticada na década de 80.

Pois bem, é interessante saber que toda a carga tributária citada por ele não diz respeito ao comércio do software produzido pela Microsoft em sua forma bruta, já que todo software, perante a legislação fiscal vigente, quando importado só paga tributos sobre o suporte físico, ou seja, o CD, desde que esse esteja especificado na nota fiscal de compra do produto, o que é comum no caso dos produtos vendidos pela Microsoft.

Então, se a maior parte do valor de um software costuma não ser objeto de geração de divisas para os cofres públicos, o que poderia estar gerando tanta tributação sobre os negócios da Microsoft no Brasil?

Oras... Isso é simples, são tributados em sua grande maioria, contratos de sessão de uso por volume para clientes empresariais, educacionais e principalmente governamentais no que diz respeito à prestação de serviços e oferta de garantias presentes no contrato de cessão de uso. Mas convenhamos, isso também existe quando se trata de software livre!!

Outro fato é que grande parte das divisas geradas pela Microsoft no que tange à tributação de seus negócios se dá perante a remessa de divisas para o exterior. Então, se todo esse imposto, ou a maioria dele, foi gerado quando se estavam enviando divisas para o exterior, qual é o deficit que isso gerou em relação à fuga de dinheiro para fora do país através do processo de importação ou contratação de serviços prestados pela empresa sediada em Redmond, EUA?

E um detalhe primordial: Quem foi que disse que software livre é sinônimo de grátis? Eu acredito que a assessoria do Sr. Umeoka, tenha se esquecido de que estamos em um país cuja a riqueza da língua nos permite diferenciar LIVRE de GRÁTIS, ao contrário do que ocorre nos EUA onde o termo tem que ser diferenciado para que seja corretamente compreendido (Free as in FREE BEER or Free as in FREEDOM).

Então me digam: Que diferença existe entre o software livre e o software proprietário do ponto de vista exposto pelo Sr. Umeoka, se ambos, em sua forma bruta não são objetos de tributação e se ambos geram as mesmas necessidades de comercialização de serviços e contratos?


» Joaquim José da Silva Xavier () em 04/06 15:29

> Então me digam: Que diferença existe entre o software livre e o software proprietário do
> ponto de vista exposto pelo Sr. Umeoka, se ambos, em sua forma bruta não são objetos de
> tributação e se ambos geram as mesmas necessidades de comercialização de serviços e
> contratos?

Brilhante. Matou a pau. Fim da discussão. Alguém aí quer café?


» Zecamann () em 04/06 16:05

Eu quero. Por falar nisso, alguém aí j´pa visitou os Telecentros da Marta? só dá Linux!


» Marcelo R. Minholi () em 04/06 16:07

Uma outra coisa citada pelo Sr. Umeoka que retrata a unilateralidade das suas colocações:

"Falta disposição do governo federal, da receita federal, de fechar a fronteira. A lei existe, a questão é fazer ela acontecer"

Pois então, que disposição existe por parte das empresas de software proprietário em coibir a pirataria de software? Não é essa forma de propagação que garante que a grande maioria das pessoas tenham acesso aos produtos desenvolvidos dentro desse modelo de licenciamento?

É fácil dizer que 94% dos computadores do planeta usam softwares Microsoft quando isso é conveniente e depois dizer que a pirataria é algo prejudicial para a empresa e que a culpa é dos governos que não se preocupam em evitar que isso aconteça.

Será que os números da base de usuários da Microsoft seriam tão significativos se contabilizassem em suas estatísticas apenas os usuários que compraram o sistema operacional e o software que utilizam?

Particularmente, penso que se uma empresa fabrica um automóvel sem travas nas portas, ela não pode por a culpa na segurança pública pelos índices de furtos associados a sua marca.

Sr. Umeoka, peça a sua empresa para que faça dos seus softwares produtos impossíveis de serem copiados, lhe garanto que estará nos fazendo um favor!


» Zecamann () em 04/06 16:10

Daí, meu amigo, adeus windows.


» FatTux () em 04/06 16:15

E o mais gozado dessa história é que não é citado em que local ou evento o discurso do Umeoka foi feito, apesar do "tom de voz constante". Isso está com um cheiro muito forte de "press-release" mandado por e-mail ou fax, e não de notícia sobre algum evento digno de nota.

Adoro matéria paga, vale pelo humor.

[]s a todos...


» Atenágoras Souza Silva () em 04/06 18:19

A GPL é a "grande sacada" para a derrota da Microsoft (lenta e gradual, reconheço).
Repare que quando a Microsoft critica o GNU/Linux, as posições do governo brasileiro sobre software (que, pelo menos na política para software, vem obtendo um dos seus raros acertos) e a GPL; preserva o FreeBSD (nada contra o FreeBSD, acho que é um excelente projeto). A licença BSD permite que a Microsoft se aproveite do que fez a comunidade sem dar nenhum retorno a ela. Destes projetos a Microsoft gosta (e nem aproveitando-se de parte do código do FreeBSD para desenvolver seus sistemas ela consegue fazer algo direito).
Ocorre também que a GPL inviabiliza a estratégia da Microsoft de comprar seus concorrentes, ou competir deslealmente com eles até falirem. FUD, testes e pesquisas encomendadas; nada adianta.
Microsoft, lamentável (para vocês de Redmond).
Se me permitem uma conclusão ideológica; viva toda a liberdade de criação e trasmissão de conhecimento; viva a liberdade de seguir a vida do jeito que bem entender, trabalhando somente quanto for necesário e como bem entender. Viva a liberdade que há fora da pura e simples liberdade econômica.


» Atenágoras Souza Silva () em 04/06 18:19

A GPL é a "grande sacada" para a derrota da Microsoft (lenta e gradual, reconheço).
Repare que quando a Microsoft critica o GNU/Linux, as posições do governo brasileiro sobre software (que, pelo menos na política para software, vem obtendo um dos seus raros acertos) e a GPL; preserva o FreeBSD (nada contra o FreeBSD, acho que é um excelente projeto). A licença BSD permite que a Microsoft se aproveite do que fez a comunidade sem dar nenhum retorno a ela. Destes projetos a Microsoft gosta (e nem aproveitando-se de parte do código do FreeBSD para desenvolver seus sistemas ela consegue fazer algo direito).
Ocorre também que a GPL inviabiliza a estratégia da Microsoft de comprar seus concorrentes, ou competir deslealmente com eles até falirem. FUD, testes e pesquisas encomendadas; nada adianta.
Microsoft, lamentável (para vocês de Redmond).
Se me permitem uma conclusão ideológica; viva toda a liberdade de criação e trasmissão de conhecimento; viva a liberdade de seguir a vida do jeito que bem entender, trabalhando somente quanto for necesário e como bem entender. Viva a liberdade que há fora da pura e simples liberdade econômica!


» anonimo () em 04/06 23:56

Alguém tentou votar na enquete ao lado da notícia?
Dá um erro no processamento, votei sim e deu o erro, tentei ver se na outr opção estava dando, mas deu o mesmo erro.
acho que tinha muita gente votando a favor do SL e resolveram parar com a brincadeira.
De qualquer modo viva o SL, viva a Liberdade, viva o Brasil!


» Marcos Alexandre () em 05/06 12:43

Sou contra a reserva de mercado. O Brasil ficou profundamente defasado tecnologicamente por causa dela. É um erro muito grave achar que sem concorrencia a industria cresce mais rápido. O que acontece é justamente o oposto: é a concorrencia que leva às industrias a investirem. Vejam o Windows que só começou a melhorar quando viram o Linux aproximando.

Acho que uma parte dos argumentos do cara da MS é em parte culpa da estratégia do governo e dos argumentos de alguns usuarios de Linux. Dizer que vai usar Linux porque é de graça ( e não livre) e que vai incentivar a industria nacional porque vai ficar independente são coisas muito ideológicas. Falta entrar com argumentos técnicos. Se fosse mostrado que a escolha foi feita por superioridade do Linux a um custo inferior a coisa ia mudar de figura.
Se o argumento for o preço a MS pode doar seus produtos ou oferecer a um custo muito baixo.( não sei se alguem sabe, mas para professores e alunos a MS tem um plano de 30 dolares anuais o cara tem direito a TODOS os produtos MS http://www.msdnbrasil.com.br/aa/) Se for aprendizado, a MS abre seu código fonte (não é GPL, mas a pessoa pode ver o código e aprender com ele).
http://www.microsoft.com/brasil/educacional/default.asp

Por causa disso, a MS pode afirmar que o único argumento é o ideológico. Por isso é preciso estar muito preparado contra a MS.


» Marcos Alexandre () em 05/06 12:44

Sou contra a reserva de mercado. O Brasil ficou profundamente defasado tecnologicamente por causa dela. É um erro muito grave achar que sem concorrencia a industria cresce mais rápido. O que acontece é justamente o oposto: é a concorrencia que leva às industrias a investirem. Vejam o Windows que só começou a melhorar quando viram o Linux aproximando.

Acho que uma parte dos argumentos do cara da MS é em parte culpa da estratégia do governo e dos argumentos de alguns usuarios de Linux. Dizer que vai usar Linux porque é de graça ( e não livre) e que vai incentivar a industria nacional porque vai ficar independente são coisas muito ideológicas. Falta entrar com argumentos técnicos. Se fosse mostrado que a escolha foi feita por superioridade do Linux a um custo inferior a coisa ia mudar de figura.
Se o argumento for o preço a MS pode doar seus produtos ou oferecer a um custo muito baixo.( não sei se alguem sabe, mas para professores e alunos a MS tem um plano de 30 dolares anuais o cara tem direito a TODOS os produtos MS http://www.msdnbrasil.com.br/aa/) Se for aprendizado, a MS abre seu código fonte (não é GPL, mas a pessoa pode ver o código e aprender com ele).
http://www.microsoft.com/brasil/educacional/default.asp

Por causa disso, a MS pode afirmar que o único argumento é o ideológico. Por isso é preciso estar muito preparado contra a MS.


» Manoel Pinho () em 05/06 15:13

Para ilustrar a situação da M$ agora, vou contar uma pequena fábula:

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Um dono de construtora MCRSFT LTDA, chamado Guilerme Portões III, edifica milhares de imóveis alugados em uma dada cidade e vive exclusivamente alugando os imóveis que constrói (as licenças de software). Como ele é esperto e ganancioso, não vende imóveis para ninguém e também não ensina a construir, mantendo todos os projetos e o conhecimento de construção trancado a sete chaves em seu cofre.

Enquanto os inquilinos estão acomodados e pagando os seus alugueres em dia tudo está bem para ele. Eles pensam que nunca terão condições de comprar ou construir uma casa própria e isso faz com que continuem no aluguel, mesmo os preços sendo crescentes a cada ano e abocanhando a maior parte do salário deles. Como o senhorio é de outro país e tem o monopólio do aluguel na cidade ele cobra o aluguel na moeda do seu país, mesmo não sendo a moeda local, e no mesmo valor que o dos imóveis que tem na sua terra natal.

Até que um inquilino "subversivo" tem a idéia e iniciativa de aprender a construir casas e fazer um projeto de casa popular (mas que pode ser modificado e adaptado por qualquer um) e libera esse conhecimento adquirido publicamente em um guia escrito. Todos podem copiar e ler o guia sem nenhuma restrição. O inquilino terá unicamente que comprar o terreno e o material de construção (hardware), mas isso pode ser feito aos poucos e adaptado à sua renda. Num esquema de mutirão, incentivado pelo guia, as pessoas usam seus tempos livres para construir as suas próprias casas segundo o projeto livre. O único custo que têm é o do seu próprio trabalho e o tempo que investem na leitura do guia. Embora a maioria pense apenas em usar os conhecimentos adquiridos, alguns sonham mais alto e pretendem ganhar dinheiro com iso montando suas próprias construtoras.

À medida que o esquema vem dando certo, o prefeito e alguns vereadores da oposição gostam da idéia e começam a apoiar o projeto do guia livre de construção. O construtor remetia uma enorme quantia de dividas da cidade para a sua terra natal e, portanto, um menor número de inquilinos significaria um menor déficit na balança comercial. Eles promovem palestras e encontros de inquilinos interessados e lentamente vão treinando os funcionários públicos da prefeitura nos conhecimentos do guia livre.

O senhorio fica possesso com a perspectiva de perder os seus enormes lucros, embora a grande maioria dos seus inquilinos ainda não tenham conhecimento da existência do guia livre de construção e outros não tenham vontade ou iniciativa de aprender e construir suas próprias casas. Maquiavelicamente, ele resolve tomar algumas medidas enérgicas para combater o guia livre de construção.

Primeiro ele diz que os inquilinos que estão construindo suas próprias casas são comunistas e que querem acabar o direito de propriedade que ele tem.

Isso não dá muito certo e então ele resolve pagar uma construtora de outra cidade chamada SCO S/A para dizer que o projeto contido no guia livre fora roubado dela. O processo fica anos para ser julgado mas ninguém acredita nas acusações da tal empresa que, por incoerência, havia feito um guia livre de construção parecido na sua cidade anteriormente.

Como nada dava certo, o construtor ganancioso passou a dizer que o TCO (Total de Custos da Obra) do imóvel construído segundo o projeto livre era maior do que o custo total do aluguel ao logo de vários anos. Além do mais ele dizia que o projeto livre não dava garantia nenhuma e que, se houvesse problemas, não haveria nenhuma empresa para ser acionada. Para a maioria dos inquilinos isso não tinha sentido, pois ele estava comparando o custo de um bem que seria seu com o custo de algo que não teria retorno.

Como nada dava certo, passou a colocar enormes anúncios dos principais jornais e revistas da cidade com suas afirmações e a patentear e registrar todos os projetos e métodos criados na sua empresa. Passou a também fazer contratos com várias prefeituras para exibir os seus projetos secretos a universidades e institutos de pesquisa selecionados, com a condição de que não divulgariam para ninguém e que também não poderiam construir nenhum imóvel com aqueles projetos para ver se funcionaria.

A prefeitura da cidade, além de não fazer o acordo com a construtora, passou a dar preferência às construtoras que fazem imóveis com projetos livres nas concorrências públicas. Isso fez com que o presidente da filial local da construtora MCRSFT, Hermínio Yoshioka, fizesse um discurso criticando duramente as atitudes da prefeitura.
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O final da fábula vocês verão algum dia... :-)


» Manoel Pinho () em 05/06 15:20

Marcos Alexandre,

Se vc leu os termos da AA (será alcoólicos anônimos ? afinal vicia as pessoas também), verá que

"O MSDNAA (“Academic Alliance”), ou Aliança Acadêmica, é um programa anual para assinantes de departamentos técnicos nas áreas da Ciência da Computação, Engenharia de Sistemas e Sistemas de Informação."


Ou seja, só vale para escolas e universidades, e mesmo assim só para os departamentos de INFORMÄTICA. Isso é para viciá-los mesmo nos produtos MCRSFT.

O outro licenciamento, que pode ser usado no âmbito geral das escolas, está em

http://www.microsoft.com/brasil/educacional/licenciamento/

mas envolve pagamentos anuais por volume e é feito de tal modo que obriga a upgrades desnecessários de software e, conseqüentemente de hardware, que onera muito as instituições de ensino.

Se vc leu a fábula acima, verá que ainda é um aluguel disfarçado.


» Cal Coolige () em 05/06 15:41

> Sou contra a reserva de mercado. O Brasil ficou profundamente defasado tecnologicamente
> por causa dela.

1) Antes da reserva de mercado, o Brasil não tinha tecnologia nenhuma.

2) Durante a reserva, estava defasado, mas pelo menos podia dizer que tinha uma tecnologia.

3) Agora, durante a "abertura", continuamos defasados, só que sem tecnologia porque nossa indústria foi destruída.

Moral da história: o que é bom para o Brasil não é nenhuma das três coisas acima. O Sr. Umeoka propõe a continuidade da 3 opção.

> Dizer que vai usar Linux porque é de graça ( e não livre) e que vai incentivar a industria
> nacional porque vai ficar independente são coisas muito ideológicas.

Não queremos ficar independentes. Queremos ficar ricos.


» Cassio Eskelsen () em 05/06 16:26

Cal,

A maioria das "tecnologias" que você menciona foram copiadas de produtos americanos. O que prosperou foi a industria da engenharia reversa. Vide Unitrons e outros clones da vida.

Ah! Ao contrário de você, prefiro ser independente e livre do que ser rico. Apesar de que essas coisas não sejam mutuamente exclusivas, hehehe

abraços

Cássio


» Cal Coolidge () em 05/06 17:01

> A maioria das "tecnologias" que você menciona foram copiadas de produtos americanos. O que
> prosperou foi a industria da engenharia reversa. Vide Unitrons e outros clones da vida.

Então tá pior que o quadro que eu pintei.

Em outras palavras, ficar alijado da tecnologia é ruim, ter um clone mal feito é pior, e pagar caro por uma tecnologia alheia que não dá retorno é fundo do poço.

O que o Uemoka está conseguindo fazer é distrair nossa atenção para uma coisa que já passou. Podemos até tirar lições, mas não estamos vivendo uma reserva de mercado, e nem vamos viver. O papo agora é outro.

Se a gente se concentrar na verdadeira questão, os argumentos do Umeoka caem fácil, fácil.

> Ah! Ao contrário de você, prefiro ser
> independente e livre do que ser rico.

Se eu disser que quero ser independente, os materialistas vão dizer que isso é ideologia.

Se disser que quero ser rico, os ideólogos vão dizer que isso é um objetivo infame.

Rico e/ou independente, tanto faz.


» F4 () em 05/06 18:26

A Microsoft solta essas coisas em repudia a eventos como o 5o FISL e outros eventos e manifestacoes acerca do Software Livre. Seria inveja? Será que eles acordaram e viram que a tamanha hegemonia deles esta no fim? só pode! E Viva o Software Livre!!! E como foi bem falado no FISL, nao Debian, o Slack, o Conectiva ou os BSD, MAS O SOFTWARE LIVRE!!! Sò a uniao de todos vai continuar fazer nos todos rirmos de noticias que mostram bem o desespero da Microsoft perante a sociedade atual, e a perca de renda E PODER sobre o governo brasileiro, que fará com que outros governos tomem a mesma atitude! :)


» bebeto_maya () em 06/06 05:42

__Interessante dizer que na enquete no Terra, indagando sobre:''Você acha que o governo deve optar pelo software livre?''.Mas de 80% das pessoas são a favor do uso do software livre, isso deixa transparecer, que a exclusão digital é péssima para o Linux, pois mesmo o índividuo que usa o Windows, acaba aprendendo algo de ''informática'', e ele só pode ter opinião formada, quando sabe a respeito do que se debate, mesmo que seja superficialmente, ou seja, a maioria das pessoas só conheceu o Linux graças ao Windows, navegando na Internet no IE, o que é ainda mais irönico!
__No final, conjuntamente com argumentos de péssimo nível técnico, a MS e sua democratização da informática serão a própria mortalha, uma vez que as próximas gerações vão contestar a respeito do uso absoluto do lixo encaixotado peça REdmond.Isso levando em consideração que consigam realizar o sonho da onipresença no mercado de informática.Foi assim que aconteceu com a Coca-Cola, todo mundo tomava aquela aquele churume adocicado, então as pessoas foram descobnrindo aos poucos outros concorrentes, como a PEPSI e o Guaraná Antarctica, porque todo mundo sabe o que é refrigerante, do mesmo modo quando todas as pessoas souberem o que é informática, teremos uma revolução ainda mais forte no porvir.


» marcos () em 06/06 21:59

Existe uma grande diferença entre a reserva de mercado do hardware dos anos 80 e a política de apoio (ainda vacilante) de muitos governos municipais, estaduais, e do governo federal de hoje em relação ao software livre.
O Brasil buscava correr atrás de um atraso em relação aos centros desenvolvidos em hardware nos anos 80. Os produtos estrangeiros eram melhores que os nacionais.
Em relação ao software, o Brasil parte de uma situação privilegiada, pois o produto monopolista estrangeiro (Microsoft Windows) é de péssima qualidade. Embora iniciante em Linux, percebo a flagrante diferença entre os sistemas operacionais.O presidente da Microsoft do Brasil deveria explicar como uma empresa que diz gastar 5
bilhões de dólares por ano em desenvolvimento, pode disponibilizar um produto com tantos bugs, problemas com segurança e travamentos como o pavoroso conjunto W,IE e WMP. Estou navegando direto na Web desde 3 horas e o Linux não travou. Este fato não aconteceria com o Ruindows.


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