Arquivos históricos do BR-Linux.org apresenta:

Richard Stallman escreve sobre "A armadilha Java"

Notícia publicada por brain em abril 13, 2004 11:13 AM | TrackBack


Luciano Giordani Bassani (lgbassani@hotmail.com) disse: "O site do Projeto Software Livre Brasil está disponibilizando um texto muito interessante sobre a produção de softwares livres em ambiente/linguagens não-livres, de Richard Stallman (a tradução foi publicada inicialmente no site da Propus. Vale a pena conferir!"

E o Osvaldo Santana (osantana@pythonbrasil.com.br) enviou este link para o mesmo texto do RMS publicado ontem no NewsForge e acrescentou: "Vi no NewsForge um artigo bem interessante do Richard Stallman que sintetiza exatamente a minha opinião sobre a discussão 'Java Free Software'. Um dos trechos do artigo que trata sobre Software Livre que depende de Software Proprietário para funcionar, diz, no original em inglês: '...But the major source of this problem today is Java, because people who write free software often feel Java is sexy. Blinded by their attraction to the language, they overlook the issue of dependencies, and they fall into the Java Trap...'"

O artigo do fundador da Free Software Foundation e do projeto GNU trata da situação peculiar em que se encontram os softwares livres que dependem de uma infra-estrutura não-livre para serem executados. Este já foi o caso do KDE (antes do Qt virar software livre) por muito tempo, e também de vários outros softwares livres no passado, e agora é o caso de sistemas que dependem do Java e de suas bibliotecas padrão, pelo menos enquanto não houver uma implementação livre e completa desta infra-estrutura.

Este é o típico artigo capaz de provocar polêmica, pois mexe com convicções e outros pontos cuja defesa muitas vezes tende ao fervor quase religioso. Peço, portanto, auto-controle antes de reagir a provocações e comentários mordazes que certamente surgirão.

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» Manoel Pinho () em 13/04 11:24

Pior do que essa suposta "armadilha java" é o acordo da Sun com a M$ em época de competição Java / .Net. Ficou muito estranho, especialmente quando está bem claro que ambas deram dinheiro para a SCO e são as maiores prejudicadas com o sucesso do linux.

E a armadilha .Net / Mono ? Creio ser pior ...


» depassagem () em 13/04 11:27

Argumentação é um meio legítimo de fazer valer o seu ponto de vista em um ambiente democrático. Não critico o RMS por seus pontos de vista, sempre coerentes com a sua história.

Será que a Trolltech liberaria o Qt sob a GPL se não tivesse ocorrido tanta discussão quando o kde despontou (acho que em 97)?

Os puristas são úteis, na pior das hipóteses, como ponto de referência.


» Alexandro D. Almeida () em 13/04 11:36

O tempo que ele perdeu escrevendo o artigo ele poderia gastar contribuindo para os projetos GNU Java Compiler e o GNU Classpath.


» Osvaldo Santana (aCiDBaSe) () em 13/04 11:47

E ele contribuiu :)

Afinal, provavelmente os projetos GNU/Java vão receber a ajuda de mais alguns desenvolvedores que concordam com o que o RMS disse.


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 13/04 11:47

Mas ele não programa mais.


» TaQ () em 13/04 11:51

James Gosling comenta sobre o acordo Sun & m$ e sobre o que o RMS escreveu, inclusive usando uns termos meio duros para a GPL:
http://today.java.net/jag/page7.html#59


» chimpa () em 13/04 11:57


O texto é um alerta para programadores distraidos que pretendem seguir a idéia original proposta do software livre, mas acabam por não notar que seu código pode estar sujeito a outras implicaçõe$ .

>O tempo que ele perdeu escrevendo o artigo ele poderia gastar contribuindo para os projetos GNU Java Compiler e o GNU Classpath.

Pela madrugada... meu caro amigo, se ele não tivesse perdido tanto tempo escrevendo (ao invés de só programando), muita coisa deixaria de ter sido alcançada. Idéias e a propagação das mesmas são essenciais e ele vem fazendo este papel muito bem, dentro do contexto que ele propõe.


» Jose Maria Silveira Neto () em 13/04 12:08

Entendam bem, Richard Stallman nao quis, ao meu ver, com esse artigo denegrir o java. Nao se trata de nenhuma discurssao java x .net. A batalha e' entre software proprietario x software livre.
Porque a Sun nao torna Java livre de uma vez? Porque ela sempre diz que apoia o software livre mas continua a desenvolver uma linguagem proprietaria?
Isso prejudica aqueles que querem programar em software livre mas ficam refem da JVM proprietaria e de APIs proprietarias. E' claro que eu quero programar em Java em detrimento de .net mas eu quero continuar a desenvolver software livre em Java. Nao da para ser meio livre.
Java e' gratis mas nao e' livre.
Estou esperando que a Sun torne o Java livre mas com esse acordo com a MS e com a saida do Rich Green fica tudo muito triste.


» Osvaldo Santana (aCiDBaSe) () em 13/04 12:14

Do artigo enviado pelo TaQ: "... Like GPL software, the Java platform is "free" in many senses: you don't have to pay anything for the runtime or developers kit and you can get the sources for everything. Unlike GPLd software, the Java sources don't come with a viral infection clause that requires you to apply the GPL to your own code. But the sources for the JDK do come with a license that has a different catch: redistribution requires compatibility testing..."

Concordo com o "free" (no sentido de 'grátis' e não no sentido de 'livre') nos seguintes pontos:
1 - Você não tem que pagar nada pelo JDK (apesar de não haver garantia nenhuma de que a Sun não cobre por isso no futuro)
2 - O JDK não usa GPL de forma que sua licença não é 'viral'.

Mas discordo veementemente que o JDK venha com *todos* os fontes. Não vem. Os fontes da API da biblioteca vêm com o JDK mas onde estão os fontes da JVM que faz parte do JDK?

E é *especificamente* sobre a JVM que trata toda essa discussão iniciada com o ESR e que agora chegou ao RMS (que ataca outros pontos da plataforma Java além da JVM).

Mas o que o James Gosling tentou fazer com seus argumentos foi 'invalidar' (usei esse termo porque não achei outro melhor) os conceitos de Software Livre e dizer que a GPL não é adequada para a plataforma Java. Neste caso a discussão mais adequada para tratar deste tema seria: "Software Livre é viável?".

Caso a discussão seja sobre a viabilidade do Software Livre podemos apresentar aqui centenas de casos que comprovam sua viabilidade contra algumas dezenas(?) que mostram que esse modelo não funciona (http://microsoft.com/getthefacts).


» Peter Parker () em 13/04 12:20

Embora eu ache a discussão útil, como desenvolvedor que trabalha numa empresa que usa Java, nunca precisamos pagar por nada, e sempre utilizamos os fontes qdo precisamos. Detalhe: nunca precisamos mexer na JVM (como o Oswaldo lembrou bem, a JVM não tem os fontes liberados).


» Ark () em 13/04 12:23

Título altamente tendencioso.


» Rodrigo Romano () em 13/04 13:11

O tudo bem que ninguem precise pagar nada agora.
Mas a Sun pode mudar de ideia e obrigar você pagar a licença.
Acho que esse é o ponto do debate .


» Marcelo Martins () em 13/04 13:42

Desculpe Rodrigo Romano, mas a Sun não pode mudar de ideia e obrigar todo mundo que usa a JVM dela a pagar. Isto é o que a M$ quer que todos pensem. Por exemplo o JSDK 1.4 é gratis (não é livre mas é grátis) então nunguem precisa pagar nada por ele e a licença não pode simplesmente mudar depois que tu aceitou usar aquela licença. O que a Sun pode fazer é lançar o JSDK 1.5 por exemplo cobrando mil dolares por download. Isto ela pode, mas mudar o que já é gratis não. Então se eu desenvolvo em java usando uma JSDK que é gratis eu posso ficar tranquilo que nos proximos 5 séculos não precisarei pagar nada pra ninguem. Isto me deixa bem confortavel! :)


» Ivan Fireblade () em 13/04 13:46

Apenas uma opinião sobre a Sun vir a cobrar ou não pela JDK. Existem diversas VM's disponíveis atualmente: a da Sun, a da IBM, as livres, etc. O dia em que a Sun cobrar pela VM dela, podem ter certeza de que a IBM vai anunciar aos quatro ventos que a dela é grátis (se não torná-la free de vez).

My two cents... :)

Abraços,


» Neimar () em 13/04 13:56

Só um comentário ... Java não é um software e sim uma especificação.
A Sun insiste em manter a especificação do Java debaixo de suas asas pois teme que possam começar a aparecer versões incompatíveis da especificação ...
Hoje se você compra um celular com uma JVM Java, você (programador) sabe que essa JVM segue a especificação da Sun (e é claro, é certificada por ela) ... agora imaginem se não existir mais um controle sobre a especificação da linguagem e alguem da Nokia muda a especificação e usa nos celulares ... o código que você escreveu para rodar nesse celular pode não funcionar em outros modelos/marcas ...
Isso já aconteceu antes .. lembram do processo da Sun sobre a JVM da Microsoft ... era esse o problema, a MS mudou a especificação e algumas coisas só rodavam sob a JVM da MS...
Eu acho que é isso que a Sun teme ...


» Peter Parker () em 13/04 15:11

Neimar: cheguei a usar a JVM da MS na época. Ela fugiu MUITO ao padrão. O compilador era case-insensitive quanto ao nome de arquivos, a JVM embutia um driver pra SQL Server 7 (não tinha como usar o driver fora dessa JVM), e várias outras opções que só funcionavam nessa versão da MS. O processo da Sun foi muito mais do que bem vindo.


» Alexandro D. Almeida () em 13/04 16:36

Existem projetos da GNU para o Java (GNU Java Compiler e o GNU Classpath), que as pessoas que não se sintem confortáveis em usar a JVM da Sun ajudem neste projeto.

O Linux nasceu porque o Linus não sentia-se confortável com a licença do Minix. O que ele fez? Ficou enchendo a caixa postal do Tanenbaum para ele mudar a licença do Minix???
Preciso responder ?

A Sun que escreveu a sua JVM, ela não tem a miníma obrigação de soltar os fontes. Se soltar beleza, mas se não soltar não adianta ficar "chorando".


» Insaneboy () em 13/04 17:43

Em 10 anos de Java esse pessoal "livre" que o RMS tanto fala nao teve a capacidade de fazer uma implementacao "livre" do Java. Eu nao consigo ver a magica que aconteceria ao tornar o java "livre".

Alias, ate consigo: o RMS quer que o pessoal "livre" pegue o source da VM da Sun, mude o nome, recompile e distribua com outro nome, para entao ele poder falar "vejam, a comunidade "livre" implementou a VM do Java em tempo recorde.. foi soh a sun tornar ele 'livre'".

Talvez o RMS tenha se esquecido que a maior parte do dinheiro que sustenta aquela bunda gorda NAO eh proveniente de fontes "livres".


» Wellington () em 13/04 18:38

Quanta bobagem Insaneboy.
Ainda não temos um JVM porque este é um trabalho longo e com poucos interessados em contribuir.
A maioria dos desenvolvedores Java não se importam com uma JVM livre, então porque iria contribuir?

Agora, o que precisamos por na cabeça é que Java e .NET estão fazendo muito barulho, e precisamos urgentemente nos mexer, tomar atitudes. Pois corremos o risco de perder a oportunidade de igualar as tecnologias com software livre.


» EAC () em 13/04 19:28

Vejo o pessoal falar no acordo entre a SUN e a M$. Se você for analisar bem este acordo é do lado da M$ que não queria a palavra DERROTA em mais um processo e resolveu acelerar o termino do processo que a Sun então movia contra ela por não ter seguido as especificações 100% java.
O .Net esta copiando o J2EE na cara de pau e a M$ prevendo outro processo resolveu pagar royalties.
Outra coisa, java será livre por que a IBM quer que java seja livre e ela tem os argumento$ nece$$ário$ para convencer a Sun.


» Pierre () em 13/04 19:55

Insaneboy,

Achei uma bobeira o que você disse, a comunidade já provou a sua competência e capacidade com grandes softwares que você deve conhecer com certeza. Sem desmerecer, o Java também não é o salvação da programação, é mais uma ferramenta e como tal tem suas virtudes e defeitos.
Acho que a liberação do Java daria um grande impulso a Sun, pois iriam aparecer uma quantidade enorme de softwares em Java e com certeza a SUN jamais iria perder os méritos de ter criado a linguagem.
Imagino que com o marketing e o poderio de mercado da Microsoft o .NET vai ser uma ameaça para a SUN.
O filme muitas vezes se repetiu: A Apple e seu Mac proprietário perderam o mercado e foram a lona. A Novell e o seu protocolo IPX perderam o bonde da história demorando a aderir a um modelo aberto. Existem vários outros casos.
Os paradigmas mudaram, os modelos de negócios também e o Open Source hoje é uma realidade, imagino que para o Java o código aberto iria abrir muitas portas e seria benefico para a SUN.
Mas enfim, vamos esperar os acontecimentos.
Quanto a armadilha de se desenvolver software livre com tecnologias proprietaria imagino que o Richard tem um fundo de razão, conceitualmente falando não combina com Software Livre.
Por favor, é um ponto de vista pessoal ( sem flames ).

Um abraço a todos.


» Psycho () em 13/04 20:26

Eu acho que o RMS está é querendo fazer pressão sobre a Sun , afinal ele insiste em dizer que é inaceitavel usar mesmo que temporiariamente uma tecnologia nao free, ao menos ate que seja alcançada um estagio evoluido da implementacao livre.
Ele quase tenta empurrar os desenvolvedores a nao programar java, mas sinceramente, segundo o Gartner hoje só existem duas tecnologias pra desenvolvimento empresarial, .NET e Java. O Stallman quer o que? implementar um sistema distribuido empresarial em linguagem C ? quer usar a plataforma .NET da empresa que todos acham ser o grande Satã? Não que não seja possivel, mas é totalmente inviavel financeiramente.


» ofranja () em 13/04 20:30

Java, sexy? Depois de programar utilizando o conceito de programação funcional, e mais especificamente, usando a linguagem OCaml, estas linguagens imperativas (incluindo Java) já não têm mais encanto nenhum. ;-)


» Odair () em 13/04 21:52

Não há novidades. Java da Sun nunca foi software livre, embora gratuito. Se você está
preso em uma Máquina Virtual você não está livre, mesmo que ela seja gratuita. Eu não
incentivo no meu grupo nenhum desenvolvimento em Java da Sun. Aqueles que priorizam a liberdade passam distante do Java da Sun.
Não quero nem saber se Java da Sun é sexy. Se não é livre não presta para minhas aplicações.

Odair


» Marcos de Souza (mds) () em 13/04 22:09

"Se não é livre não presta para minhas aplicações." .. isso nos leva a crer que você somente usa software livre? Nossa, parabéns! :)

...
Falando sério, não comente asneiras (please, no flames!)... imagina se todo mundo que desenvolve em C# pensasse assim... ou quem desenvolve em java, ou mesmo em delphi... o que sobraria para usarmos?

[]´s


» Marcelo Andrade () em 14/04 02:05

Olá a todos!

Acho que essa discução levantará muitos aspectos possíveis de serem discutidos. Não quero emitir opinião sobre este assunto, mas apenas coloco mais dois pontos para questionamento:

1. A abertura de código do Java, analisada mais a fundo, quebraria um dos princípios do desenvolvimento OO que é o encapsulamento (abstrair aspectos internos de implementação) e é preciso levar isto em conta.

2. A liberdade pregada pelo movimento opensource também deve ser extendida à liberdade de não se abrir o código.

Afinal, uais seriam as verdadeiras vantagens práticas (ou seja, além das ideológicas e filosóficas) de se ter o código Java aberto?

Gostaria de pôr um exemplo: suponha que eu seja um desenvolvedor Gnu/Linux ativo com preferência por projetos de software de redes. No meu caso, para que me serviria a licensa GPL do XPDF, por exemplo? Já que eu não tenho interesse nos fontes deste software e existe um proprietário que satisfaz muito bem às minhas necessidades (no exemplo, o Adobe Acrobat Reader)?

Acho que a comunidade opensource deve muito à Sun Miscrosystems! Gostaria de comentários acerca disto pois eu também não tenho ainda opinião formada sobre este assunto.

Sucesso a todos!


» covarde_anonimo () em 14/04 02:21

Não quero posar de zelote aqui mas acho que o site br-linux está ficando um pouco off-topic.

Não sei bem se off-topic é a melhor definição mas com certeza a investida para áreas não exclusivamente linux, como discussões sobre software livre e agora java, está atrapalhando o site que se propõe ser o slashdot nacional: o pontobr.

Não tenho relações com a administração daquele site, mas como todo slashdotter brasileiro, sinto falta de um lugar similar para abordar temas brasileiros e características locais de temas abordados no slashdot. Por isso decidi apoiar o pontobr, sugerindo sempre que possível artigos para fomentar discussões.

Mas chego eu para sugerir um assunto lá (era o da revista isto é) e o mesmo está aqui já com vários comentários, não fazendo sentido replicar para dividir a discussão. Rolo um pouco a página e me deparo com esta discussão sobre o "sexo" de uma linguagem de programação. Para mim isto é diverso demais.

Não tenho nada contra se tornarem diversos (slashdot), mas se querem ser isso não sejam só de vez enquando e assumam esta posição. O que adianta ser offtopic em relação a alguns aspectos, mas e quando se enviar uma sugestão tipicamente slashdot como ciência,hardware, "mercado de trabalho" e ela ser qualificada como offtopic?

Não sou contrário a um site exclusivamente linux, nem um totalmente slashdot (notícias para nerds em geral), mas um meio-slashdot é foda. Porque a outra metade fica orfã e uma tentativa de melhorar um site genérico, como estou tentando fazer, é abafada pelo meio-slashtot-já-consolidado-com-maior-audiência.

Se querem partir para a diversidade tudo bem, darei o maior apoio, mas concretizem desta forma, começando por um nome menos restritivo (conheço vários cientistas que não usam linux por opção).

Senão apoiem os projetos já existentes ao invés de atrapalhá-los.

Obs.: Confesso que o pontobr não é lá estas coisas (falhas no código e problemas na administração) mas é o melhor que temos no momento.


» Gafanhootoo () em 14/04 03:43

O Richard Stallman além de ótimo programador sempre foi um exímio estrategista, uns o chamam de xiita, outros dizem que a GPL é um câncer ou um vírus, mas a grande verdade é que muitos acham a GPL boa e estão dispostos a licenciar seus esforços por ela, esta disposição vai além, pois também desejam criar alternativas aos modelos adversos a GPL. Acho que o Stallman foi simples e didático alertando os que desejam enfrentar as adversidades e construir o que acham certo dentro da licença que escolheu. Agora para quem não gosta e não aceita a GPL e compatíveis, paciência né, o texto do Stallman simplesmente não é para você.


» João Emanuel () em 14/04 05:57

Pessoal só uma coisa o Richard Green saiu da empresa por causa do acordo que a Sun fez com a Microsoft e não porque a Sun não vai liberar o JVM para galera, ok? Outra coisa mesmo não sendo fã do Java concordo com a Sun em manter grátis e não livre, pois se fosse livre voltariamos ao tempo das incompatibilidades, como ocorre com as distritos hoje.


» Peter Parker () em 14/04 07:51

João: o Green não saiu nem por um motivo, nem por outro. O próprio Gosling já comentou a respeito (veja link acima postado pelo TaQ).
Sobre as JVMs: Kafe e Blackdown não são JVMs livres?


» depassagem () em 14/04 08:15

Fico me perguntando então se os que acreditam que é melhor que o java continue não livre teriam a mesma opinião se a Sun tivesse desenvolvido o Linux (grátis, porém não livre).


» Ark () em 14/04 10:30

Depassagem> nossa, misturar a plataforma Java com o kernel Linux não foi uma idéia muito feliz...


» Osvaldo Santana (aCiDBaSe) () em 14/04 10:36

Peter Parker,

O Kaffe é livre (GPL) e o Blackdown não é. Entretanto o Kaffe ainda não tem compatibilidade total com a especificação Java (segundo informações do próprio site do Kaffe).


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 14/04 11:50

Marcelo Andrade:

"Afinal, uais seriam as verdadeiras vantagens práticas (ou seja, além das ideológicas e filosóficas) de se ter o código Java aberto?"

Teríamos a implementação oficial mais otimizada e com menos bugs, se a Sun aceitasse os patches; teríamos as implementações não-oficiais (como o GCJ/GIJ) mais avançadas, com os recursos das versões mais recentes da linguagem; evitaríamos reinventar a roda; teríamos menos dependência da Sun (isto ela não quer mesmo!); isso são só algumas das vantagens que vejo de cara.

"Gostaria de pôr um exemplo: suponha que eu seja um desenvolvedor Gnu/Linux ativo com preferência por projetos de software de redes. No meu caso, para que me serviria a licensa GPL do XPDF, por exemplo? Já que eu não tenho interesse nos fontes deste software e existe um proprietário que satisfaz muito bem às minhas necessidades (no exemplo, o Adobe Acrobat Reader)?"

Que tal poder modificar o fonte pra incluir quebrar a criptografia do Acrobat Reader para documentos encriptados, por exemplo? Isso já foi feito e funciona muito bem. Ou então usar o fonte do renderizador PDF para fazer um utilitário de linha de comando que automaticamente converta em algum outro formato (como GIF, PS ou SVG), permitindo execuções em batch?

Nessas duas coisas o Acrobat Reader não ajuda em nada e a disponibilização do código com uma licença livre te dá uma liberdade criativa 10 vezes maior. Respondido?


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 14/04 11:52

...esqueci de falar mais uma vantagenzinha de ter o fonte do XPDF: adaptar pra funcionar de acordo com a sua biblioteca de widgets predileta. Estão aí o kpdf e o gpdf funcionando de maneira muito mais integrada que o xpdf...


» OiTudoBem? () em 14/04 12:46

Caro patola....
"Teríamos a implementação oficial mais otimizada e com menos bugs, se a Sun aceitasse os patches; teríamos as implementações não-oficiais (como o GCJ/GIJ) mais avançadas, com os recursos das versões mais recentes da linguagem;...."
Seria lindo se realmente fosse assim, mas a plataforma java nao aceitaria uma licença como a GPL, pois apesar de todas essas vatagens que vc falou, tambem teriamos implementações não-oficiais que seriam totalmente fora dos padroes rigidos ditados pela JCP(www.jcp.org), pois cada um poderia resolver não seguir as especificacoes, teriamos uma serie de javas diferentes e lá se vai por agua abaixo a garantia de que seu programa vai rodar em qualquer Virtual machine java! repetindo...GPL não cabe no Java!


» LinuxNewsReader () em 14/04 13:29


"Teríamos a implementação oficial mais otimizada e com menos bugs, se a Sun aceitasse os patches;"

E por consequência teríamos também implementações não oficiais. E quando o desenvolvedor fosse criar um aplicativo teria de perguntar : Mas vai rodar m qual implementação. Ou seja, só ai já quebra o "write once, run anywhere"

Ai você diz : É só todos adotarem um padrão mínimo. Tipo um ANSI, só que isso não funciona.
Por exemplo o :C ANSI. É um padrão, mas ninguém programa só em C ANSI e o que vc. escreve em C para windows acaba não rodando em Linux


"teríamos as implementações não-oficiais (como o GCJ/GIJ) mais avançadas, com os recursos das versões mais recentes da linguagem;"

Vale o mesmo que disse acima.

"teríamos menos dependência da Sun (isto ela não quer mesmo!);"

Não teríamos da Sun, mas teríamos de outros. Muda pouca coisa.

O engraçado é que todo mundo que diz que java deveria ser open-source fala que isso seria bom porque melhoraria o java. Agora porque esses "bem intencionados", preocupados com a melhoria do java, não entram no JCP e contribuem de fato ?



» osni_passos () em 14/04 13:29

Não creio que a GPL não "caiba" no Java, versões ou implementações diferentes já ocorrem hoje, a exemplo do kaffe, ninguem quer tirar o poder da SUN em cima do Java, apenas queremos ajuda-la a desenvolve-lo, para isso "precisamos dos fontes"... Assim existiria versões oficiais ou não... como acontece com versões do kernel do linux, os xiitas ficariam felizes de fazer frente ao .NET com uma plataforma livre e certemente melhorada.
A garantia que a SUN dá em cima do Java, pode continuar existindo por ela mesma como versão oficial, e melhoria em versões paralelas podem ser agregadas ao oficial (Conforme GPL).
Ainda é obscuro demais dizer que a SUN está/esteve/estará macomnada com a MS, improvavel pelo fato do "santo virar capeta" da noite pro dia, e também a SUN contribuiu e continua a contribuir com a comunidade... Dê uma chance a paz...
PS: OO e StarOffice são compativeis entre si, dá uma idéia do que quero dizer.


» LinuxNewsReader () em 14/04 13:41


"apenas queremos ajuda-la a desenvolve-lo, para isso "precisamos dos fontes"... "

Entra no JCP se a idéia é ajudar a desenvolve-lo

"Assim existiria versões oficiais ou não... como acontece com versões do kernel do linux"

Ótimo. vou desenvolver para java.
Pra qual versão oficial ou não ???
Versão não-oficial da IBM, da MS , da Apple, ou GNU ??? "Pô, mas não era write once, run anywhere"

"os xiitas ficariam felizes de fazer frente ao .NET com uma plataforma livre e certemente melhorada."

Os xiitas nunca ficaram felizes com nada. É contra o princípio deles ficar felizes e concordar com algo : )


"A garantia que a SUN dá em cima do Java, pode continuar existindo por ela mesma como versão oficial, e melhoria em versões paralelas podem ser agregadas ao oficial (Conforme GPL)."

Esquema esquisito esse ...


» LinuxNewsReader () em 14/04 13:46

Correção:

Os xiitas nunca ficarão felizes com nada. É contra o princípio deles ficar felizes e concordar com algo : )


» Wellington () em 14/04 15:05

Era uma vez, um desenvolvedor Java de carteirinha, adorava EJB, Swing e todas aquelas maravilhas do Java.
Era, sem dúvida, um grande conhecedor de Carbage Collection, na verdade, fez uma excelente tese sobre este assunto para a conclusão de seu mestrado. Mas ele não parou por aí, tem dedicado toda a sua carreira acadêmica pesquisando e implementando coisas interessantes. Num belo dia ele pensa:

- Puxa, creio que se o GC do Java tivesse esta implementação aqui seria muito legal, sem dúvida ele ficaria bem mais enxuto. Já sei! Vou me cadastrar no JCP e ajudar o pessoal.

Cadastrado e agora membro aprovado do JCP, nosso personagem sente-se feliz em poder ajudar e decididamente está pronto para fazer isto, só precisa pegar os fontes do Java. Afinal, como disseram a ele, o java não é GPL mas tem código disponível, então ser GPL ou não é apenas um detalhe.

- Olá pessoal do JCP, fiz umas coisas legais aqui, tenho certeza que poderá ser implementada no GC do Java. Onde posso pegar os fontes da JVM?

- Não está disponível? Ué... mas me falaram que...
- E como faço agora? Minhas pesquisas resultaram em projeto um tanto quanto complexo mas sei que só preciso ajusta-lo aos "moldes" do Java, e pra isto preciso ter os fontes da JVM para fazer testes sólidos aqui no meu laboratório.
- Sem chance? Mas que merda!


» Alexandro D. Almeida () em 14/04 15:41

Wellington,

Esse "desenvolvedor Java de carteirinha" poderia então pegar um projeto GNU e contribuir com a sua idéia, o pessoal do GJC, o Kaffe ou do Jike ficariam muito felizes com a contribuição dele.

Falam falam que algum "gênio" poderia contribuir para a JVM da SUN, mas porque este gênio não contribui então para alguma JVM GNU ?

E porque a SUN que tem que abrir o código dela e não a IBM ou a BlakDown ?



» Wellington () em 14/04 16:24

Alexandro D. Almeida, não esquenta meu velho! :)
Só tentei mostrar que as coisas poderiam ser melhores. A alusão a um "gênio" apesar de parecer ficção, acontece constantemente em todos os bons projetos.
Ele tentou implementar no JVM oficial, ou pelo menos mostrar que poderia ser melhor e assim ajudar na constante melhora de um belo ambiente como o Java.
Se ele deveria ajudar outro projeto que se esforça a fazer uma JVM livre é apenas um detalhe da história. A questão é, tudo poderia ser mais dinâmico e fluído se não fosse preciso reinventar a roda, principalmente se a roda original (leia-se a implementação Java da Sun) foi bem projetada.


» depassagem () em 14/04 16:57

Por acaso o fato do kernel do linux ser GPL ajudou ou atrapalhou seu desenvolvimento? Qual o problema de termos versões não oficiais, como o SELinux?


» Patola (Cláudio Sampaio) () em 14/04 18:43

A pergunta ficou meio estranha, depassagem. Por acaso não é óbvio que o kernel Linux ficou famoso e viável tão-somente por causa do modelo de desenvolvimento colaborativo, possibilitado pela GPL? Os outros kernels - como o SELinux - *têm* que ser GPL também por aproveitar código do original.


» roberto () em 15/04 03:22

Algumas observações:

-> o Linux NAO É UMA ESPECIFICAÇÃO. Pelo contrário, já existia um padrão a ser seguido, o UNIX. E manter o padrão é extremamente importante, e com a isso a SUN deve mesmo se preocupar.

-> a comparação com xpdf - o Acrobat Reader não é livre, e isso não é problema. Portanto, o que falta é competência para seguir as especificações de JAVA, que são totalmente acessíveis.

-> Patola diz: "teríamos as implementações não-oficiais (como o GCJ/GIJ) mais avançadas" Isso se deve ao fato que o código seria copiado simplesmente, ou copiado e mascarado? Porque se a especificação é aberta, só falta trabalho para alguem chegar à uma JVM livre compatível com a da SUN. Eu acharia muito estranho se uma semana depois da SUN liberar sua JVM todas as outras JVM livres transformassem-se em 100% compatíveis.

Sds


» Zab Ert () em 15/04 10:23

roberto:"Isso se deve ao fato que o código seria copiado simplesmente, ou copiado e mascarado? Porque se a especificação é aberta, só falta trabalho para alguem chegar à uma JVM livre compatível com a da SUN. Eu acharia muito estranho se uma semana depois da SUN liberar sua JVM todas as outras JVM livres transformassem-se em 100% compatíveis."
Vamos por partes, de trás pra frente: 3. "acharia muito estranho"? se a Sun "liberar" no sentido estrito (=tornar software livre, licenciar sob GPL, LGPL, ou MIT-BSD-2clause, ou qualquer outra licença livre) *e* a licença for compatível com GPL (p. ex. MIT-BSD-2, LGPL, Perl), significa que a Sun está autorizando, por exemplo, o uso de partes do seu código no Kaffe.
2. "só falta trabalho"? mas é só o que falta! mas é muito trabalho! a especificação é enorme, complexa, e tem um monte de gente tentando chegar nela: Kaffe, gij, ... a Sun pôs o que, 100 homens-ano pra chegar na implementação dela do JVM2?
1. "copiado simplesmente". nunca é tão simples. mesmo que a Sun libere o código para ser usado em projetos GPL, o código tem que ser lido, entendido, adaptado, "colado"; às vezes, a maior contribuição para outros projetos é que aquele big problema que parece insolúvel tem ali um "caminho das pedras" trilhado, que você pode fazer alguma coisa semelhante. Dê uma olhada na interação entre os kernels *BSD e entre esses e o kernel Linux e você vai enteder o que eu estou dizendo. muito raramente dá pra copiar.
0. "que falta é competência para seguir as especificações de JAVA, que são totalmente acessíveis". não o que falta, na verdade, são homens-hora, ou seja $$$.
"A garantia que a SUN dá em cima do Java, pode continuar existindo por ela mesma como versão oficial, e melhoria em versões paralelas podem ser agregadas ao oficial (Conforme GPL)." essa, sim é uma frase certa. Uma licença como a GPL, na verdade, *dificulta* a formação de forks.
Existe uma disputa por recursos (veja item 0 acima). Quando vc "forka" um projeto, você reparte os recursos (vide briga do XFree86).
Em alguns casos, há recursos de sobra (exemplo clássico sendo o kernel Linux) e os forks não prejudicam o projeto "pristine", pelo contrário, tornam-se "staging areas" para novas tecnologias, que mais tarde são integradas ao original.
Em outras áreas, alguns dos "galhos" acaba "secando" por falta de recursos, sejam eles o original ou algum dos novos.
É assim que a coisa funciona, a dinâmica já está bem estabelecida, a não ser por legislações fora-de-órbita (patentes de software, etc), é assim que vai continuar a funcionar.
Sim, GPL no código-fonte da SUN iria beneficiar (1) a Sun, por facilitar a inclusão de *implementações* no JCP; (2) a comunidade Java; (3) a comunidade Software Livre.
Note bem que uma das frases mais contundentes do RMS é: "software proprietário é um problema social". E ele explica bem porque, mas eu vou tentar resumir em uma frase: software proprietário, *em geral*, é fazer dinheiro do nada. Você cria uma coisa, gasta um milhão, vende dez mil cópias a cem dólares, cobriu seus custos, vende vinte mil cópias, teve lucro, e a partir daí está fazendo dinheiro com nada.
O RMS faz a campanha dele por isso: se tudo fosse software livre, o dinheiro gasto com software não iria para o poço sem fundo, e sim para fazer mais software e melhor.
Pq vc acha que a MS tem bilhões e bilhões de $$$ no banco?


» Eduardo Veríssimo () em 15/04 16:40

Com relação a última parte do comentário acima. Acho que é importante ter em mente que empresas servem para dar lucro mesmo. Quanto mais melhor. E se há algo que faça isso diminuir, que seja a concorrência, e não uma frase contundente do RMS. Aliás, o que vejo é que seria um retrocesso a abertura do código da JVM, tornando-a pública pela GPL. Tiraria todo o mérito de um projeto incremental, como o Kaffe, por exemplo. Em breve - um mês, um ano, alguns anos - essa JVM vai ser páreo pra JVM da Sun. E - puft! - foi criada a concorrência. A Sun vai ter que correr atrás se quiser ter a melhor JVM, seguindo seus próprios padrões, porque vai haver uma que vai ter menos bugs, mais rápida atualização, vai vir junto com as distribuições Linux e por isso pode vir a dominar essa parcela do mercado, forçando - olha a concorrência outra vez! - a Sun a alterar a licença pra não ficar fora do jogo. Quando isso acontecer, poderemos escolher a JVM assim como escolhemos nossos desktops: KDE ou Gnome? Sun, Kaffe, Blackdown, IBM, etc, etc, etc.


» Sérgio Luiz Araújo Silva () em 20/07 08:28

Acredito sim, que contribuir com o software livre é também divulga-lo, ou seja. Não basta programar. Comecei a usar gnu/linux muito mais por ideologia do que pelas suas qualidades, coisa que só descobri com o tempo.


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