Notícia publicada por brain em fevereiro 17, 2004 08:31 AM
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"Saiu o release candidate 1 do Mandrake 10.0 (Community), pelo visto, a Mandrake deve cumprir seu objetivo de ter esta versão estável antes do fim de março. Além do kernel 2.6 e o novo KDE, melhorias de interface, melhor suporte de hardware, mudanças no instalador e também no configurador MDK, novos programas (opengroupware...)..." A contribuição vem de Carlos Araujo (carlos.araujo@mdnet.com.br), acompanhada deste link para maiores detalhes.
E o Slashdot informa que o Mandrake 10 retrocedeu sua versão do XFree, de 4.4 para 4.3, devido aos problemas com a nova licença deste pacote - entre outras coisas, não haveria tempo hábil para modificar a documentação do Mandrake como requer a nova licença, e ainda há dúvidas sobre a compatibilidade entre esta licença e a GPL.
Sabe-se que alguns desenvolvedores com contribuições extensivas ao projeto XFree (como Alan Cox, por exemplo) já pediram aos seus mantenedores que os termos da licença de suas contribuições sejam mantidos como eram nas versões anteriores. Se mais desenvolvedores seguirem este exemplo, talvez tenhamos uma solução mais amigável no final.
Acho que teve um salto de versão aqui: "Além do kernel 2.9".
Tem razão, obrigado
Eu li a licença e não vi muitos problemas.
Parecem que exigem os créditos(parece com algumas pessoas do site brigando sobre uma ferramenta iptables).
Agora, não é muito problemático pois como disse num desenvolvedor num post do Mandrake, se não for possível uma conciliação pega-se os fontes do Xfree-4.4rc2 e cria-se um novo Xfree com a mesma licença.
É por isso que é bom o software livre.
Alguém entendeu realmente o que a obrigatoriedade de apresentar os créditos aos autores do XFree torna este programa incompatível com a GPL ?
Dar os créditos parece algo natural para qualquer software livre, GPL ou não.
Po, eu acho problemático sim. A nova licença exige que, no caso do Mandrake, a documentação da própria distribuição (e não apenas a dos pacotes do xfree86) seja reescrita pra incluir a frase "This product includes software developed by The XFree86 Project, Inc (http://www.xfree86.org/) and its contributors".
Não se trata apenas de manter os créditos e avisos de copyright nos documentos e no código do xfree86 em si - quem quer distribuir o xfree86, a partir de agora, tem que alterar o seu próprio código ou sua própria documentação.
Nada contra o pessoal do xfree86 colocar uma licença restritiva no seu código. Quem escreveu é dono e escolhe a licença que quiser - correndo o risco de desagradar seus usuários, mas isso é uma escolha de cada desenvolvedor e distribuidor. Mas este tipo de cláusula não é comum no software livre (por isso o debate sobre a possível incompatibilidade desta nova licença com a GPL), e o problema que causa está aí: a Mandrake não vai ter termpo de reescrever todo seu material, nem reimprimir o que já está impresso, e por isso... adota a última versão do XFree antes da mudança.
Manoel, dar os créditos é natural e obrigatório sim, não só pela licença - também pela ética, cortesia e direito ;-)
Mas a questão da nova licença do XFree86 é que ela torna obrigatório mencionar os créditos na documentação ou no produto de quem a distribui, e não apenas manter os créditos dos documentos e dos fontes do próprio XFree86.
Assim, por exemplo, se você fosse montar aquela sua distribuição híbrida que você mencionou na semana retrasada, e fosse incluir o XFree86 novo, terias que mencionar a frase "This product includes software developed by The XFree86 Project, Inc (http://www.xfree86.org/) and its contributors" no manual do usuário da sua distribuição.
E se a sua distribuição não tivesse documentação, você teria que exibir a mesma frase no próprio software - por exemplo, durante o boot, ou no programa de instalação.
Nada contra fazer nada disso - muita gente já faz, por cortesia ou por considerar a coisa mais correta a fazer. MAS as licenças livres não costumam impor este tipo de limitação, e talvez (talvez!) esse seja um daqueles casos de licença de código aberto incompatível com a GPL, o que significa que código GPL não pode ser incluído ou usado por sistemas que a adotem. E significaria também que mais gente além da Mandrake (que provavelmente é apenas a primeira, porque o anúncio da nova licença foi há menos de 3 semanas) preferiria adotar outras versões do mesmo código, ou outros softwares com a mesma funcionalidade. E seria uma pena.
Havemos de concordar.
Este problema de créditos esta virando a coqueluche do mundo Linux neste inicio de ano.
Espero que não continue.
Até parece que tiveram a idéia de que se não dá para ganhar dinheiro com o mundo Linux vamos fazer propaganda descarada.
Augusto, acho que se começarem a usar outra versão do Xfree não seria uma pena.
Muitos já estão criarm forks e branchs devido a o problema da falta de dinamismo do Xfree.
Já estou eperando por mudanças na utilização do Xfree desde que foi lançado o Xserver do freedesktop.
Este notícia so veio confirmar.
Po, não acho que haja uma epidemia de "problema de créditos". Dar crédito é essencial, todo o sistema de direitos autorais (inclusive as licenças livres, como a GPL e a BSD) se baseiam na idéia de que você pode identificar o autor de cada peça, seja ela uma revista, uma página web, um artigo, um software ou o que for. Sempre que não se dá créditos (ou seja, que não se menciona o autor de uma peça ao publicá-la), gera-se sim um "problema de créditos", mas isso não é exclusividade do mundo do software livre - em toda área onde há bastante pesquisa, tendem a ocorrer acusações de plágio.
Acho que o que aconteceu com o XFree foi bem além disso - a questão deles parece ser mais de publicidade do que de créditos, como você bem disse. Querem impor restrições sobre as documentações dos projetos que distribuem o seu conteúdo, e não apenas pedir que seus créditos sejam mantidos, como é o tradicional. É direito deles querer isso, mas também é natural que desagrade a comunidade.
Já os dois outros casos recentes que foram noticiados aqui no Brasil mesmo parecem ser puro e simples plágio mesmo. Mas não é uma epidemia, e nem é errado o autor original reclamar quando alguém plagia sua obra - creditar a autoria e a origem e a autoria de cada obra é básico.
Alguém se lembra do tempo que a licença BSD tinha a odiosa cláusula de propaganda da Universidade da Califórnia em Berkeley? E o trabalho que o RMS teve pra convencer a comunidade BSD e a universidade de que a cláusula deveria ser retirada?
(para quem quer saber mais: http://www.gnu.org/philosophy/bsd.html )
Pois é. Vem o pessoal do Projeto XFree86, que está mais perdido que cego em tiroteio, e faz o inverso: coloca uma cláusula de propaganda...
Os problemas com o XFree não são apenas esses. O projeto anda a passos de tartaruga. Há muitas funcionalidades que são necessárias/desejadas e que não são implementadas. A autoconfiguração de mouse/vídeo, por exemplo, só está sendo implementada na versão 4.4 (que, pelo jeito, não terá grande aceitação). Já é hora de termos um xserver do nível do Quartz (http://www.apple.com/macosx/features/quartzextreme/).
Com um bom xserver, que ofereça a devida integração com o sistema operacional, o linux poderá atingir o nível de funcionalidades do Mac OS.
Vamos esperar e ver se agora o xserver do freedesktop decola. O Xfee86 já deu uma mãozinha nesse sentido...
Só para fechar.
Epidemia foi realmente um aumento meu, mas o caso do XFree e os dos Iptables temos uma certa preocupação com créditos que ao meu ver é inédito no mundo livre.
Bom eram os tempos em que éramos românticos, agora estamos nos profissionalizando e com isso vem estes tipos de problemas.
Mas é inevitável.
O que eu gostaria é de que fosse preservado a ética e a coerência neste tipo de caso, lembrando que estamos aqui porque juntamos forças para ir atrás de um ideal de liberdade, que não pode ser perdido.
Discutir casos como este não é algo ruim, dar créditos e exigí-los também não é ruim. O ruim é a baixaria,a autopromoção e o descaramento.
Como cita o filósofo mudo!
é bom que se diga: A Mandrake não adotou um posição contrária, ou política, acerca da exigência da Xfree,ela tomou sim um decisão prática pois sua documentação para a 10.0 já está pronta, portanto, seria um retrabalho reescrever tudo por causa da Xfree.Oportunamente ao incluir esta versão ela incluirá as exigências da Xfree.No mais, é fundamental a manutenção das exigências, não é apenas ético, é parte do coração do mundo Linux.
Todo mundo tá falando da exigência de colocar a propaganda do projeto. Mas, por outro lado, e essa cláusula da licença deles?
4. Except as contained in this notice, the name of The XFree86
Project, Inc shall not be used in advertising or otherwise to
promote the sale, use or other dealings in this Software without
prior written authorization from The XFree86 Project, Inc.
Não seria um problema também, por exemplo, nas propagandas de distribuições e demais produtos que usem o XFree? Por um lado eles obrigam propaganda do produto, e por outro proíbem de colocar o nome do projeto (sem autorização por escrito) na propaganda. Cara, essa licença é bizarra!
alguém pode falar do progresso do Freedesktop? se não estou enganado, ele se posiciona como uma alternativa ao Xfree..isso procede, a quantas anda?
Problemas Patola, essa licença é mais problema.
Patola: a cláusula que você citou não é problema, se você deixá-la sozinha ela não incompatibiliza a licença com a GPL. É uma proteção do projeto contra processos por erros de terceiros.
Joerlei: os problemas do XFree86 começam e terminam na XFree86 Project, Inc. Todo o resto é acessório.
Daniel: se as pessoas quiserem propaganda gratuita nos produtos dos outros, então não passem perto da GPL. Ponto.
Olha gente, o importante é que ainda continua livre, o resto, vai de cada distro decidir.
Fica ruim, sim, pois principalmente, perdemos tempo em ter que atualizar o Xfree(se assim quisermos) e usuários novos não usarão recursos do mesmo até aprenderem a instalar por conta, talvez até que a galera do referido se toque da m* que fez.
Porém, ao invés dessa infamidade, se eles querem aparecer, pq não implementam no próprio server um delay que mostra o logotipo deles obrigatoriamente por 5 segundos que seja, pra não comprometer as distros.
PS: na indgnação me lembrei dos cometários da "cor do quartinho de bicicleta", que a galera do FreeBSD usa. :P
[]´s Paulo Magrini
Parace até piada mas.. fazendo uma analogia infeliz, para mim eles querem alguma coisa com essa briga como aquela frase que era usada "Bilt-in NT technology". pelo menos acabava a reina!.
Bom eu Acho que creditar é bom senso mas não precisava chegar a tanto...
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