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Bruce Perens quer lançar nova distribuição

Notícia publicada por brain em novembro 12, 2003 10:40 AM | TrackBack


O Marcus Grando (marcus@sbh.eng.br) mandou o link para uma matéria interessante da edição brasileira da Wired. Um trecho:"Um dos fundadores do software livre pretende lançar uma nova versão do Linux para enfrentar a Red Hat, preenchendo uma lacuna no mercado que será deixada depois que a empresa anunciou, semana passada, que não venderá mais sua edição do sistema operacional ao consumidor comum nas lojas. A nova versão do Linux, chamada UserLinux, está sendo proposta pelo guru do software livre Bruce Perens, que diz ter o apoio de algumas das maiores empresas do mundo em vários setores da economia. O UserLinux, que será desenvolvido com verbas multimilionárias doadas por esses parceiros comerciais, será gratuito para uso ilimitado, e será certificado por grandes fabricantes de computadores."

Não duvido da capacidade do Bruce Perens, e não li sua proposta original, só a cobertura da imprensa. Mas não entendi exatamente por que ele é favorável a criar mais uma distribuição baseada na Debian, e não simplesmente investir na própria Debian, ou em qualquer outra. Se alguém tiver link para os detalhes da proposta dele, por favor inclua nos comentários ;-)

 

Comentários dos leitores
(Termos de Uso)

» Manoel Pinho () em 12/11 11:13

Eu acho que posso entender... O debian é legal, mas ele é feito por pessoas com conhecimento avançado que normalmente pensam em usuários com conhecimentos bons de linux. Também são avessos a qualquer coisa com código não livre. Mesmo que o instalador gráfico que estão fazendo facilite a instalação (uma das mais difíceis), detalhes como configuradores gráficos "a la Yast" talvez nunca façam parte do debian.

Para os fabricantes de hardware é interessante ter uma distribuição que todos instalem e usem facilmente e que nunca mude de filosofia por causa de movimentos do mercado financeiro ou mudanças de presidente.


» Manoel Pinho () em 12/11 11:20

Outra coisa: provavelmente essa distribuição não seria muito diferente do Debian, apenas um instalador mais amigável, ferramentas de configuração e configurações para tornar o sistema mais agradável para o usuário (que normalmente devemos fazer após uma instalação do Debian).

Deve ser mais ou menos o que distribuições como a Libranet (http://www.libranet.com/) fazem.

A vantagem de usar o debian como base é ter acesso ao enorme repositório de programas com o apt-get.


» Alexandre Figueiredo () em 12/11 15:48

Augusto,
Pelo que eu li na eWeek, se não me engano, ele quer fazer baseado no Debian, mas não explica o porquê da escolha. Mas, ele completou dizendo que faria atualizações e adicionaria pacotes que o Debian não permitiria.
Talvez, se estudarmos melhor, teriamos as verdadeiras raízes do Linux. Pelo pouco que eu sei, a maioria derivou do Debian, quem sabe pela sua flexibilidade ou estabilidade.
Eu pessoalmente uso Slackware, mas vejo com bons olhos o Gentoo e o Fedora. Que alias, este último tem chamado muito a atenção pela estabilidade e facilidade. Entretanto, para muitos, infelizmente, esta com o seu nome associado a Red Hat.
Fazer o que!? Umas miram o mercado corporativo. Parabéns por isso, pois é um mercado expressivo. Outras, como o caso em questão, visão exclusivamente o Desktop. Dizem que o cara é bom de networking (i.e. possui uma rede de contatos muuuuito grande) e que isso facilitaria o comprimento de seus objetivos.
Vamos esperar. Acho que não será ruim para o Linux.
[ ]s


» EdCrypt () em 12/11 22:12

"e não simplesmente investir na própria Debian, ou em qualquer outra."
Acho que por que a Debian é uma "Metadistibuição"
Já li sobre entusiastas que incentivavam esse tipo de atitude.


» jcarlos () em 12/11 23:23

até aonde sei, na debian só pode ter software GPL, então drivers como da nvidia não poderiam ser inclusos.. talvez tenham mais componentes que seguem essa linha, e por causa disso não desenvolver a própria debian e sim fazer baseado nela..


» Yves 'nictuku' Junqueira () em 13/11 09:02

Ocorre que o Debian é desenvolvido por centenas de voluntários, os quais são organizados em uma estrutura hierárquica especial. Há eleições e votações constantes.

A maioria de nós conhecemos as opiniões da maioria dos desenvolvedores do Debian. Eles primam por um sistema estável, e não necessariamente amigável e bonito visualmente. É improvável que o Bruce Perens faça com que essas empresas invistam DIRETAMENTE no Debian, visto que os objetivos básicos, de constituir um sistema amigável, 'user-oriented', não seria a principal meta dos caras que recebem o financiamento.

Assim, fica fácil compreender que é melhor utilizar o Debian como uma meta-distribuição, como lembrou o EdCrypt, fazendo as adições e alterações necessárias, com a devida independência e liberdade que não se teriam investindo diretamente no Debian.

Só pra corrigir o jcarlos, o Debian não aceita apenas softwares GPL. Ele aceita todos os que sejam 'livres', conforme a definição determinada pelo time do Debian, não importa qual o nome da licença. Só como exemplo, a licença BSD também é perfeitamente aceita no Debian. Além disso, softwares não-livres também são aceitos (são os chamados non-free), desde que sejam apenas opcionais, dos quais não se dependa para ter um sistema completo funcionando.

Ver http://www.debian.org/social_contract#guidelines


» jcarlos () em 14/11 02:18

bela correção, eu não sou usuário da Debian, apenas lembro de um episódio em que o KDE não era incluso na distribuição por a QT não ser livre na época..


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