Guerras e embates verbais entre fãs de distribuições de Linux comunitárias que vêem as outras como adversárias ou mesmo inimigas não são novidade, freqüentemente não são construtivas, e geralmente são chatas para quem observa, nem geram valor para quem participa. E raramente são aprovadas pelos desenvolvedores ou distribuidores do software.
Mas segundo este artigo publicado pela ZDNet, em 2008 a mídia vai inventar uma guerra entre o Fedora e o Ubuntu. Os autores parecem identificar nas novidades do Fedora 8 o potencial para alterar a inclinação as curvas de adoção do Fedora, possivelmente com conseqüência sobre o ângulo das curvas da distribuição atualmente mais popular, mas fazem a observação essencial: é tudo código aberto, e os novos recursos oferecidos por uma distribuição geralmente significam melhorias que logo estarão ao alcance da comunidade como um todo.
Na minha opinião, ao invés de acompanhar uma possível polarização Fedora/Ubuntu, um ponto muito mais interessante a ser acompanhado é o da eventual migração para o Fedora de (ex-)usuários de outras distribuições baseadas no formato RPM ou (em maior ou menor grau) descendentes do Red Hat, cujos índices de popularidade na comunidade estejam em declínio. E, mais importante, a migração de usuários de outros sistemas operacionais, que possam ser atraídos especificamente pelas novidades do Fedora.
Aliás, no Fedora 8 eu gostei especialmente do PulseAudio (especialmente a possibilidade de controlar independentemente, no mixer centralizado, o volume de cada um dos aplicativos em uso) e a forma de lidar com formatos de arquivo não suportados. Tomara que as duas características se espalhem logo como configurações default das demais distribuições comunitárias populares.
Saiba mais (blogs.zdnet.com).
Agora, imaginem a situação:
A mãe Diná descobre que uma pessoa irá morrer daqui há uma semana, atropelada na esquina da Brasil com a São Paulo (avenidas que existem em qualquer cidade ;-)).
Então ela diz para a pessoa em questão: não vá na esquina da São Paulo com a Brasil, senão você vai morrer atropelada. E a pessoa não vai ao local, não sendo atropelada.
A questão é: como saber se a mãe Diná realmente previu o acontecido, se o mesmo não aconteceu? Ela ter previsto ou não não tem diferença alguma!
Viajei agora, né? O que isso tem relação com a notícia? Ué! Um veículo da mídia dizendo que em 2008 vai acontecer uma guerra entre as distros. Aí até agora ninguém havia pensado nisso. "Taí, que idéia boa. Uma guerra entre as distros. Vamos fazer?".
Agora, em relação à notícia, já tive a oportunidade de testar as duas distros em questão. Pessoalmente não gostei do pulseaudio, presente por padrão na distros. No meu caso, acabou sendo mais um inconveniente para o som não funcionar; O dispositivo de som estava perfeito, mas o pulseaudio acabou colocando mais um problema de permissão para o usuário, além do próprio dos dispositivos em /dev/. O root acessava, mas o usuário não. E as mensagens de erro eram um tanto confusas (me lembrando o Windows ;-)).
Você desinstala a ferramenta, e configura o sistema para usar somente o ALSA, mas o problema persiste. Vai ver o problema estava comigo ;-)
A versão 8 está muito leve e completa. Mas o yum ainda apresenta comportamentos que me deixavam nervoso ;-) Como o fato de, por padrão, necessitar de uma conexão ativa para tarefas como a pesquisa de um pacote, além das constantes instabilidades dos repositórios e do próprio programa. Várias vezes tive que apagar arquivos de lock para o programa voltar a funcionar. Além de ser ligeiramente muito pesado, mesmo operado na linha-de-comando.
Também tive a oportunidade de usar o Ubuntu durante um bom tempo. Talvez tenha se destacado pela grande comunidade que se formou em sua volta. Comunidade que, ao contrário do que existia antes, não era formada somente por geeks, mas por pessoas de outras áreas, mas que escolheram o (GNU/)Linux como sistema operacional.
Possui um bom sistema de gerenciamento de pacotes e repositórios, mas há diversos fatores que não me agradaram nele - além dos "ideológicos". Um são os vários pacotes que simplesmente não funcionam (destaque para aplicativos 3d, como jogos). Outra coisa é o estilo LiveCD, que contrasta com o estilo adotado nas distros "clássicas", onde você tem vários CDs, que trazem a distro completa, e permitem uma escolha minuciosa dos pacotes que serão instalados, segundo um perfil ou gosto do usuário.
Mas as duas são parecidas em vários aspectos, como terem o compiz instalado por padrão - no Fedora não vem ativado inicialmente.
Outra coisa que gostei no Fedora foi a tela de inicicialização, onde parece que colocaram o X rodando no boot usando o FrameBuffer! Ficou muito bem-feito, embora eu não tenha achado o programa ou configuração que faz aquilo em lugar algum! "Show-me de code!" hauahau
"Quem pensa por si mesmo é livre, e ser livre é coisa muito séria." - Legião Urbana