O artigo peca por associar o software livre ao governo atual. É correto afirmar que a adoção de software livre é uma bandeira para o governo Lula, mas afirmar que o governo Lula seja uma bandeira para os proponentes e defensores da adoção do software livre é... desconfortável.
Não somos todos petistas. Não somos todos funcionários públicos. Nem estudantes.
Há muito software livre na iniciativa privada. Provedores de acesso e de hospedagem são grandes usuários. Isso quer dizer que, muito provavelmente, você é um usuário, mesmo que nem saiba. Muitas empresas estão descobrindo que sua infra-estrutura ficou mais barata e mais confiável com ele. Supercomputadores usam. Qualquer um que precise de uma dose extra de flexibilidade vai acabar optando por ele, cedo ou tarde. Quanto mais cedo fizer, mais cedo colhe os frutos.
Quando diz que 'A posição (de oposição à Microsoft) está baseada, em parte, na desconfiança ideológica' ele esquece que um governo não deveria mesmo depender de um único fornecedor, sob pena de comprometer a lisura dos processos de licitação ? todos os concorrentes estariam oferecendo exatamente a mesma solução que, no final, beneficiaria um único fornecedor. A única variação seria a margem de lucro dos participantes, que pode ser controlada pelo fornecedor dando descontos diferenciados e, com isso, selecionando quais parceiros ganham e quais perdem que licitação. A longo prazo, isso quer dizer que o fornecedor final pode selecionar quais parceiros sobrevivem e quais não.
O artigo também peca quando diz que o uso de software livre 'Na prática, talvez seja um problemão, sobretudo se o uso se transformar em obrigação'. Seria um problema maior obrigar o uso de software proprietário.
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Veja, Lula... e o software livre - Webinsider. Agradeço aos leitores Fábio Sousa e Roger Yoda, os primeiros a enviarem o link para esta matéria do WebInsider.