A questão não se refere à diferença entre os 100 dólares do apelido e os prováveis 130 a 160 dólares do preço unitário de venda (sempre em lotes de 1 milhão de laptops), mas sim aos demais custos associados. O
artigo do Newsforge traz uma série de perguntas interessantes, para muitas das quais não há resposta ainda:
Quanto vai custar treinar os professores nas novas técnicas didáticas e no uso do equipamento e dos softwares?
Quanto vai custar o treinamento e a logística da manutenção? É realista considerar a hipótese, levantada pelo OLPC, de que nas comunidades e vilas há crianças de 12 anos aptas a prestar a manutenção de hardware desde o princípio?
Como lidar com a questão do roubo, desvio para apadrinhados e possível mercado paralelo destes equipamentos, considerando que ele será raro por natureza - já que só estará disponível para as crianças que receberem de programas educativos governamentais?
Considerando que o uso pleno do laptop depende do acesso à Internet, quanto vai custar oferecer pontos de acesso à Internet (usando WiMAX, acesso via satélite e via rede de celular, como informado) em escolas onde até mesmo a eletricidade e o saneamento básico são ausentes?
Nenhuma das perguntas busca afirmar que o projeto é irreal, desnecessário ou menos valioso, mas são questionamentos válidos considerando o volume do investimento que os países em desenvolvimento farão. Um aspecto curioso que o artigo revela é que o orçamernto anual previsto para o OLPC é maior do que o faturamento anual da Intel, e maior também do que o total de dinheiro disponível para empréstimos ao longo de um ano pelo Banco Mundial.
Mas quando vc coloca todos estes impecilhos na frente do projeto, ele vira irreal, perde muito do seu valor e pode ser visto como desnecessário por várias pessoas.
Questionamentos válidos? Claro que sim! Afinal, isso realmente tem um impacto. Aqui no Brasil nem tanto, pois é possível conseguir WiMax (assim que estiver homologado, se ainda não foi), conexão via satélite, banda larga ou discada com uma certa facilidade. Mas para a África, por exemplo, aonde tem problemas mais graves que dar laptops para as crianças, eu acho que o governo de lá teria que decidir: Compro cestas básicas/remédios contra a AIDS/remédios ou um laptop para as ctianças, muitas vezes com fome/com aids/doentes?
Um argumento desses derruba um projeto? Em certas áreas sim. Em outras não. Mas dizer que não visa demonstrar irrealidade é um pouco demais.
O artigo de verdade também envia as opiniões dos defensores para alguns desse problemas:
Portanto, é digno de nota apontar que existe uma equipe trabalhando nisso e o projeto não deve ser descartado como vaporware, pois muitas das propostas para resolver os problemas apontados são muito mais sólidas que as críticas.
[]s!
Vinícius Medina
Usuário Linux 383765. É um também? Mostre a sua cara!