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Usuário relata seus primeiros 10 anos de Linux


“Neste mês de janeiro, comemoro 10 anos que conheci Linux! Como muitos usuários, aprendi sozinho, fuçando na Internet. Resolvi fazer esse relato para mostrar a evolução do Linux nesse período para os mais novos e também compartilhar experiências que, certamente, muita gente passou. Daria para escrever um livro com os “causos”, mas vou tentar ser o mais objetivo possível!”


Enviado por Juliano Marcos Martins (julianommartinsΘyahoo·com·br) - referência (jmmwrite.wordpress.com)..

Comentários dos leitores

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Comentário de mim
Boa!: Boa! tenho um tempinho ja de linux tb...

"Eu tinha um maldito Win modem que não funcionava."

Eu tinha um modem maldito.. custou a funcionar.. mas daí aprendi a mexer um pouco com kernel e essas coisas...

"Já o Licq funcionava bonitinho"

O licq daquela epoca tinha a opção de spoof, era mto divertido enviar msgs para meus colegas fingindo ser outra pessoa.. demais!


Hoje o conhecimento que tenho se deve ao fato de usar linux.. nele aprendi a programar em asm, C/C++ , shell script, python , ruby , php,...

Viva!
Comentário de tenchi
Bodas de... papelão hauahau: Eu ainda tô engatinhando em Linux. Só três anos de uso. Mas neste curto período de tempo (no início era só curiosidade, pois usava muito o Windows; hoje, não preciso mais do Windows para nada ;-) ) pude aprender bastante.
Também passei por esse período do modem discado, no início. Tanto que a distro que uso atualmente - Slackware - foi escolhida justamente porque vi aqui no br-linux, nas pesquisa de compatibilidade de 2005, que o modem que usava funcionava bem no Slackware.
Bem, hoje não utilizo mais internet discada, mas o Slackware continua firme e forte ;-)

"Quem pensa por si mesmo é livre, e ser livre é coisa muito séria." - Legião Urbana
Comentário de Manoel Pinho
Eu também: O artigo foi uma idéia muito boa e serve para tirar a falsa impressão de muitos, particularmente a geração que começou a usar o computador pelo PC e Windows X, que o linux é bem mais recente. Já que tenho uma experiência talvz similar, vou aproveitar e colocar a minha história neste comentário.

Eu tenho provavelmente mais idade (40--) do que a média dos brasileiros que gostam de linux e softwares livres mas ao mesmo tempo isso foi uma vantagem. Sou da geração em que os microcomputadores pessoais ainda eram de 8 bits, não tinham monitor (eram ligados na TV), não tinham GUI (usavam linha de comando e interpretadores BASIC) e sequer havia disquetes e muito menos hd (usávamos fitas K7 para gravar dados). É a saudosa época dos Sinclair, TRS-80 e similares da vida, em plena reserva de informática. Tive um Prológica CP200S... O upgrade seguinte, anos depois, foi já com um computador MSX Expert, que embora ainda com CPU de 8 bits tinha outros 2 processadores dedicados para áudio e vídeo (um computador triple core :-))) ). Ainda era ligado na TV mas já tinha capacidade gráfica com cores (mas ainda não havia GUI) e som, a ponto de ser usado também para jogos. A faculdade puxada e a falta de grana como estudante me afastou do uso de computadores em casa. Os PCs eram absurdamente caros e a configuração típica da época ainda usava monitores CGA e floppies de 360K (sem hd), o que trazia pouca vantagem em relação ao MSX, a não ser em capacidade de CPU. Formei-me em 1991.

Depois de alguns anos de formado, comprei meu primeiro computador, já um 486 e usava MS-DOS mesmo. Passei por diversos upgrades de hardware e sistema operacional e inclusive cheguei a navegar na internet com Mosaic, as primeiras versões do Netscape e a gente precisava instalar uma pilha TCP/IP (Trumpet Winsock) para navegar.

Em 1993 tive um contato muito superficial com um sistema Unix no trabalho, um HP-UX rodando numa caríssima workstation HP. Só sabia me logar nela e usar um sistema de emulação de microcontroladores 8051. Um técnico da HP veio de SP só para fazer a atualização do HP-UX e tive que acompanhar o trabalho dele. Na conversa com o rapaz, que era fã de Unix e máquinas RISC como aquela, passei a sentir vontade de aprender mais UNix e, quem sabe um dia, ter uma máquina tipo aquela na minha casa. O HP-UX já usava uma GUI, X e tinha uma capacidade de processamento e gráfica incrível quando comparado com os PCs da época.

Em 1996, durante a pós-graduação, tive que usar muito máquinas da Sun, que usavam sistemas operacionais SunOS e Solaris. Elas eram usadas pelos alunos para navegar na internet, tinham monitores enormes de 21" e também usavam poderosas CPUs RISC (SPARC). Os professores também cobravam implementações e simulações feitas naquelas máquinas e por isso todos tínhamos que aprender pelo menos o básico de Unix. Só havia um problema: como era inpensável ter uma Sun em casa, tínhamos que trabalhar muitas vezes nos finais de semana e à noite no laboratório para fazermos os trabalhos e pesquisas. PC na minha cabeça e de quase todos era sinônimo de sistema DOS ou Windows (no máximo 95 naquela época).

Ainda em 1996, quando fui fazer uma cadeira na UFRJ tive contato com um aluno de doutorado que me mostrou o seu PC rodando o FreeBSD. Disse que havia comprado os CDs nos EUA (Walnut Creek - http://www.cdrom.com) pela internet. No dia seguinte encomendei os meus e, depois de ler muito o manual em inglês, consegui instalar no meu PC. Alguns meses depois (já em 1997), uma outra pessoa me apresentou o linux como sendo muito mais amigável e com mais programas. Comprei novamente na mesma loja o pack com CDs de diversas distribuições linux e instalei o Slackware. Consegui fazer muito mais coisas e encontrar ajuda na internet para os primeiros problemas. Já conseguia navegar na internet (graças aos comuns hardmodems USRobotics ISA jumpeados da época e ao Netscape, que tinha versão linux), imprimir na jato de tinta HP (daquelas primeiras, quadradonas) e ouvir som. Conheci o Red Hat e passei a usá-lo em diversas versões, por ser mais amigável (principalmente por causa do sistema de pacotes rpm) e muito popular. Algum tempo depois surgiu a primeira versão do brasileiro Conectiva Red Hat Linux, que era naquela época apenas um Red hat "tropicalizado", instalando muito mais fácil no hardware comum no Brasil (placas de vídeo Trident, monitores Samsung Syncmaster, etc). A Conectiva foi fundamental naquela época para a popularização do linux no Brasil e então passei a ser então fã da distribuição e usei todas as versões do Conectiva como distribuição principal nos meus computadores.

Fui aprendendo mais linux/unix nesse meio tempo e passei a freqüentar sites pró-linux como o br-linux e também listas de discussão, que serviam para aprender coisas que não estavam nos livros. Aos poucos comecei a ajudar mais do que ser ajudado nessas listas e então comecei a me sentir mais seguro no linux a tal ponto de raríssimas vezes ter que apelar para o windows em dual boot. A partir de 2000 mais ou menos passei a não mais instalar windows nos micros que montava para uso próprio, até para me forçar a aprender mais os linux e os demais softwares livres. Essa época foi justamente quando o StarOffice começou a aparecer como uma alternativa ao M$ Office. Já não tinha então muito mais razões para apelar para o windows. Com isso, acabei não usando pela primeira uma versão de windows (o XP, que surgiu em 2001) no meu PC.

Passei então escolher cuidadosa e antecipadamente o hardware que adquiria para não ter problemas de funcionamento no linux. Fugi da onda de todos os winmodens, winprinters e windevices que viraram praga por algusn anos, mesmo tendo que pagar às vezes mais caro por isso. Evitava também comprar placas-mãe muito recentes e periféricos e hardwares de marcas não linux-friendly. Tenho quase que é todo tipo de hardware funcionando perfeitamente no linux e me orgulho disso.

A partir de 2000 também comecei a instalar linux em todas as máquinas que podia no trabalho, em máquinas de amigos, etc. Sem brincadeira, já devo ter feito pessoalmente na minha vida mais de 1000 instalações de linux. Comecei a montar pequenos servidores e hoje também trabalho como adminsitrador de rede e de suporte no meu trabalho.

Particularmente acho que o linux está mais do que pronto para o desktop de geeks e mesmo de pessoas "normais", que também normalmente não sabem nada de computadores e de windows, desde que não precisem (de verdade) de algum programa de uso profissional exclusivo para windows. Basta deixar o preconceito de lado e ter coragem de ousar não seguir o efeito manada.
Comentário de Ricardo Carvalho
Eu tinha instalado um: Eu tinha instalado um Conectiva em um PC velho de casa, Pentium 100Mhz com 8mb de RAM e disco de 800 megas, drive de CD de 4 velocidades, em Junho de 1999 (me falha a memória mas acho que era o 5.0 ou 4.0), fiquei com essa instalação pra brincar por dois anos (sem atualizar nem nada). Na época eu não ligava muito com o conceito de software livre. Mas o meu principal sistema era um Mac OS 8.x, um iMac comprado no Extra, época que os Macs custavam quase o mesmo que um PC no Brasil (apesar de serem modelos defasados em relação aos Estados Unidos). Nessa época, eu, usuário fiel do Netscape comecei a ouvir falar do Mozilla, e me animei muito, com o Mozilla e com a noção de software livre, passei a usar o Mozilla 0.9 como meu principal navegador num Windows 2000 que eu tinha num dos dois computadores usáveis da minha casa (o Pentium com Conectiva tinha ido pro saco), Fui cada vez mais instalando ferramentas livres no Windows e aproximadamente em 2002 instalei o Conectiva Linux 8.0, que se não me engano vinha com o KDE 2 (que eu usei por bastante tempo), troquei pro Conectiva 9, e depois pro Slackware 8, em 2004, experimentei Debian e FreeBSD, voltei pro Slack, em 2005 experimentei OpenBSD e Fedora, voltei pro Slack, em 2006 experimentei o Gentoo e o Arch, voltei pro Slack, em 2007 usei o Ubuntu e o KateOS, voltei pro Slack (distro atual). Daqui a um ano e meio será a minha vez de comemorar os meus dez anos com o Linux, fiz um script pra rodar no meu .zshrc que mostra quantos dias faltam pra tal data, já o meu apoio ao software livre veio bem mais tarde em 2001, em parte pelo fato de eu, como adolescente em 99, estar mais interessado em mexer no PC do que na política e nas EULAS que até 2002 eu nunca tinha lido. Bons tempos.
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