Tributo à Revista do Linux: BR-Linux traz ao ar novamente as primeiras 44 edições
A Revista do Linux foi a pioneira a enfrentar o complicado mercado editorial brasileiro para publicar com periodicidade definida uma revista exclusivamente sobre Linux e Código Aberto.
Graças aos abnegados que estavam à frente dela, incluindo a equipe original da Conectiva, com destaque para o Rodrigo Stulzer e o Rafael Rigues, ela chegou ao número 50, embora tenha enfrentado uma fase de trancos e barrancos no final - até chegar ao seu melancólico fim, confirmado em fevereiro de 2004 - quando iniciou-se um vácuo preenchido meses depois pela Linux Magazine, após uma breve tentativa da natimorta revista Copyleft (da qual circulou apenas a edição número zero, distribuída gratuitamente no FISL).
Lembrando de tudo isso, e acreditando que o último dos mirrors comunitários da RdL saiu do ar há alguns meses, resolvi separar 14MB e disponibilizar o meu arquivo pessoal com 44 edições da Revista do Linux em HTML. Acredito que é o mais completo mirror comunitário da revista já publicado no Brasil, mas não tem todas as edições: falta o período entre a 45 e a 50, inclusive.
Navegue, folheie e relembre os anos heróicos da popularização do Linux no Brasil!
Graças aos abnegados que estavam à frente dela, incluindo a equipe original da Conectiva, com destaque para o Rodrigo Stulzer e o Rafael Rigues, ela chegou ao número 50, embora tenha enfrentado uma fase de trancos e barrancos no final - até chegar ao seu melancólico fim, confirmado em fevereiro de 2004 - quando iniciou-se um vácuo preenchido meses depois pela Linux Magazine, após uma breve tentativa da natimorta revista Copyleft (da qual circulou apenas a edição número zero, distribuída gratuitamente no FISL).
Lembrando de tudo isso, e acreditando que o último dos mirrors comunitários da RdL saiu do ar há alguns meses, resolvi separar 14MB e disponibilizar o meu arquivo pessoal com 44 edições da Revista do Linux em HTML. Acredito que é o mais completo mirror comunitário da revista já publicado no Brasil, mas não tem todas as edições: falta o período entre a 45 e a 50, inclusive.
Navegue, folheie e relembre os anos heróicos da popularização do Linux no Brasil!
(postado por Augusto Campos)
Comentários dos leitores
Comentário de albrecht
22/04/07 1:17 - usuário registrado #2518
Lembro-me...: * Da 1a edição, com o conectiva 4, o segundo melhor conectiva, só superado pelo conectiva 5 que vinha com o port do apt para um sistema rpm.
* De uma edição com o United (algo assim) Linux, Suse, Turbo Linux, Caldera (!!) e Conectiva. A suse hoje é amiga da novel que é amiga da MS, o turbo linux nao sei onde esta, a conectiva foi comprada pela mandrake e a caldera, bem, a caldeira deixa pra lá...
* De um cd com o beta do conectiva 8 (ou seria 9) que instalei e fiquei com o repositório todo estragado (para nao usar outro adjetivo impróprio).
* Das ultimas edições, que tinham mais "cases" do tipo instalação em hotel, instalação em farmácia, do que realmente assuntos sobre o linux.
Mas de qualquer maneira, foi uma revista muito válida e útil pelo tempo que durou. Felizmente hoje temos a linux magazine!
--
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Pih is All!
* De uma edição com o United (algo assim) Linux, Suse, Turbo Linux, Caldera (!!) e Conectiva. A suse hoje é amiga da novel que é amiga da MS, o turbo linux nao sei onde esta, a conectiva foi comprada pela mandrake e a caldera, bem, a caldeira deixa pra lá...
* De um cd com o beta do conectiva 8 (ou seria 9) que instalei e fiquei com o repositório todo estragado (para nao usar outro adjetivo impróprio).
* Das ultimas edições, que tinham mais "cases" do tipo instalação em hotel, instalação em farmácia, do que realmente assuntos sobre o linux.
Mas de qualquer maneira, foi uma revista muito válida e útil pelo tempo que durou. Felizmente hoje temos a linux magazine!
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Pih is All!
Comentário de Rafael Rigues
22/04/07 1:58
Quanta coisa!: Augusto, parabéns pela iniciativa! Devo dizer que sua coleção, mesmo digital, é BEM maior que a minha. Quando a RdL morreu tentei conseguir autorização para fazer um mirror do conteúdo antes que ele saísse do ar. Infelizmente a Conectiva negou, e esqueci o assunto. Tenho o péssimo hábito de não guardar cópias das minhas "crias", então acho que tenho só meia dúzia de cópias da RdL aqui em casa. Mesma coisa com a Linux Magazine e PC Mag. A exceção é a Copyleft, devo ter uma dúzia do número zero pegando poeira no armário.
Ver tantas RdL juntas me trouxe muitas lembranças. Da empolgação com o primeiro artigo (edição 5) e a primeira capa (11), ao stress e desespero das últimas edições. Se não me engano, minha última foi a 43, em Julho de 2003.
Mas não podemos nos esquecer do resto da equipe. Da minha amiga Márcia Gawlak, que foi editora antes de mim por muito tempo (até Abril de 2002, se não me engano), do Henrique Ulbrich, do Fábio Minami, do Felipe Arruda, do Rodrigo Asturian (que fazia os cases, numa época em que só as pequenas empresas usavam Linux e ninguém queria falar sobre o assunto) o Nilson César, que fazia a diagramação, e todos os colaboradores que quebravam um baita galho com matérias todo mês.
A RdL só morreu por falta absoluta de recursos, porque se dependesse da equipe ela ainda estava nas bancas. Vira e mexe alguém da turma (ei Henrique!) me aborda com uma idéia de reviver o título. Várias tentativas foram feitas antes da Copyleft, mas os direitos da marca ficaram com a Conectiva, que queria bastante dinheiro por eles. Isso, somado ao investimento que seria necessário pra reforçar a equipe (que no final eram apenas 2.5 pessoas), arrumar a entrega pros assinantes, investir em recursos (máquinas, equipamento, gráfica, design, etc e tal) tornavam inviável uma ressureição.
A versão HTML das revistas é útil pelo conteúdo, mas a formatação é horrenda. Nunca tivemos pessoal e recursos para fazer uma versão online decente (especialmente nos últimos números). Seria interessante se os leitores pudessem se juntar e colocar em algum canto versões escaneadas dos exemplares, já que os PDFs originais provavelmente estão perdidos. Algumas matérias perdem muito sem as imagens para acompanhar, e algumas edições tinham ilustrações muito boas! Minha favorita era a de uma matéria chamada "Dormindo com o Inimigo"(não lembro a edição), que mostrava um pinguim deitado na cama, com os cobertores puxados até o nariz e cara de assustado, porque a luz da lua atravessando a janela formava o logotipo do Windows no chão.
Augusto, mais uma vez parabéns pela iniciativa.
Ver tantas RdL juntas me trouxe muitas lembranças. Da empolgação com o primeiro artigo (edição 5) e a primeira capa (11), ao stress e desespero das últimas edições. Se não me engano, minha última foi a 43, em Julho de 2003.
Mas não podemos nos esquecer do resto da equipe. Da minha amiga Márcia Gawlak, que foi editora antes de mim por muito tempo (até Abril de 2002, se não me engano), do Henrique Ulbrich, do Fábio Minami, do Felipe Arruda, do Rodrigo Asturian (que fazia os cases, numa época em que só as pequenas empresas usavam Linux e ninguém queria falar sobre o assunto) o Nilson César, que fazia a diagramação, e todos os colaboradores que quebravam um baita galho com matérias todo mês.
A RdL só morreu por falta absoluta de recursos, porque se dependesse da equipe ela ainda estava nas bancas. Vira e mexe alguém da turma (ei Henrique!) me aborda com uma idéia de reviver o título. Várias tentativas foram feitas antes da Copyleft, mas os direitos da marca ficaram com a Conectiva, que queria bastante dinheiro por eles. Isso, somado ao investimento que seria necessário pra reforçar a equipe (que no final eram apenas 2.5 pessoas), arrumar a entrega pros assinantes, investir em recursos (máquinas, equipamento, gráfica, design, etc e tal) tornavam inviável uma ressureição.
A versão HTML das revistas é útil pelo conteúdo, mas a formatação é horrenda. Nunca tivemos pessoal e recursos para fazer uma versão online decente (especialmente nos últimos números). Seria interessante se os leitores pudessem se juntar e colocar em algum canto versões escaneadas dos exemplares, já que os PDFs originais provavelmente estão perdidos. Algumas matérias perdem muito sem as imagens para acompanhar, e algumas edições tinham ilustrações muito boas! Minha favorita era a de uma matéria chamada "Dormindo com o Inimigo"(não lembro a edição), que mostrava um pinguim deitado na cama, com os cobertores puxados até o nariz e cara de assustado, porque a luz da lua atravessando a janela formava o logotipo do Windows no chão.
Augusto, mais uma vez parabéns pela iniciativa.
Comentário de apimente.br
22/04/07 9:16
Faz muita falta!: Eu tenho TODOS os exemplares em papel, mas é uma excelente iniciativa colocar em versão html para consulta.
Hoje temos a revista do Guia do Hardware (gratuita) para preencher essa lacuna. É lamentável que no Brasil não se consiga o ponto de equilíbrio para manter uma simples revista de qualidade por um longo tempo.
Vale a pena conferir a Revista do Carlos Morimoto:
http://www.guiadohardware.net/revista/
Hoje temos a revista do Guia do Hardware (gratuita) para preencher essa lacuna. É lamentável que no Brasil não se consiga o ponto de equilíbrio para manter uma simples revista de qualidade por um longo tempo.
Vale a pena conferir a Revista do Carlos Morimoto:
http://www.guiadohardware.net/revista/
Comentário de CWagner
22/04/07 9:56 - usuário registrado #49
Tenho quase todos os: Tenho quase todos os exemplares impressos e conservo a maioria dos CDs, que me fazem lembrar de como as coisas evoluíram esses anos.
Faz bem recordar e lembrar o que passamos para ter o que existe hoje em matéria de Linux e Software Livre.
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Carlos Wagner - São Luís / MA
Faz bem recordar e lembrar o que passamos para ter o que existe hoje em matéria de Linux e Software Livre.
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Carlos Wagner - São Luís / MA
Comentário de os muzzarelas
22/04/07 14:46
Eu também: A Micro Sistemas era um pouco underground, publicava às vezes material de nível acadêmico, uma vez li sobre a linguagem Occam e o transputer; deixou saudades mesmo.
Comentário de Peter Parker
22/04/07 15:56 - usuário registrado #642
Saudosismo: Me lembro dessa época, onde banda larga ainda era rara, e contávamos com os CDs da revista para testar uma distro nova. Instalei bastante coisa que veio na revista, e gostava muito dos artigos técnicos que vinham junto.
Aliás, lembro do Kylix, a infeliz tentativa da Borland, que nunca vingou. Era matéria de capa, com várias páginas. Cheguei até a instalar, depois de muitas dependências resolvidas. Para rodar meu "olá mundo", a mesma dor de cabeça. Mas não culpo a revista.
Me lembro também de quando veio o Gnome Helix, com as primeiras versões do Evolution...
Lembro de quando testei o Mandrake 8, da Revista, o Conectiva 6, etc, etc...
--
Rael - http://www.raelcunha.com
Aliás, lembro do Kylix, a infeliz tentativa da Borland, que nunca vingou. Era matéria de capa, com várias páginas. Cheguei até a instalar, depois de muitas dependências resolvidas. Para rodar meu "olá mundo", a mesma dor de cabeça. Mas não culpo a revista.
Me lembro também de quando veio o Gnome Helix, com as primeiras versões do Evolution...
Lembro de quando testei o Mandrake 8, da Revista, o Conectiva 6, etc, etc...
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Rael - http://www.raelcunha.com
Comentário de Laércio
22/04/07 16:28 - usuário registrado #11644
Sentirei saudades...: Eu também tenho algumas edições impressas da revista, dentre as quais as duas últimas. Foi por esta revista que eu conheci o Gentoo Linux (naquela época, ainda era a versão 1.4), distro que eu passei a usar desde então. Eu gostava muito do conteúdo da RdL, que considero um "meio-termo" entre o conteúdo mais técnico da Linux Magazine e o mais "light" da Easy Linux.
Sentirei saudades...
--
Thomas Edison: o verdadeiro gênio da lâmpada.
Sentirei saudades...
--
Thomas Edison: o verdadeiro gênio da lâmpada.
Comentário de Wilfredo
22/04/07 18:02
Marcou época: Foi através dela que, aos poucos, adentrei no 'mundo Linux'. Eu gostei do conteúdo, apesar das últimas edições. Foi pela revista que conheci alguns projetos como o brasileiro GoboLinux.
Comentário de albrecht
23/04/07 0:18 - usuário registrado #2518
copyleft: Um comentário e duas perguntas,
primeiro, pode parecer chavão, mas o linux no Brasil seria diferente sem a revista do linux, na época em que boa parte no máximo tinha uma internet discada, ela trazia informações e os cds com as últimas novidades!
Segunda, o que levou a "decadência" da revista do linux. Não decadência no sentido estúpido, mas de algo que era muito bom e foi piorando com o tempo.
Terceiro, o que aconteceu com a copyleft?
[]'s e valeu ai!
--
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Pih is All!
primeiro, pode parecer chavão, mas o linux no Brasil seria diferente sem a revista do linux, na época em que boa parte no máximo tinha uma internet discada, ela trazia informações e os cds com as últimas novidades!
Segunda, o que levou a "decadência" da revista do linux. Não decadência no sentido estúpido, mas de algo que era muito bom e foi piorando com o tempo.
Terceiro, o que aconteceu com a copyleft?
[]'s e valeu ai!
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Comentário de emxavier
23/04/07 1:35 - usuário registrado #822
Ótima iniciativa.: Continuando a seção nostalgia:
Vendo esse arquivo pessoal da RdL encontrei aquele número 30, com o OpenOffice 1.0. Aquele CD foi o primeiro contato com essa excelente suíte de escritório.
Vendo esse arquivo pessoal da RdL encontrei aquele número 30, com o OpenOffice 1.0. Aquele CD foi o primeiro contato com essa excelente suíte de escritório.
Comentário de Wilfredo
23/04/07 1:54
StarOffice: Lembro-me do StarOffice. Usei-o durante 1 ano no meu computador, na época com MS Windows 95. Foi o que me motivou a querer experimentar o GNU/Linux, e em 2000 instalei o Conectiva 5. Afinal, com um bom programa de escritório multiplataforma, ficou muito mais fácil me aventurar num outro sistema operacional.
Comentário de Rodrigo Stulzer
23/04/07 10:54
Alex Lutkus: E não se esqueçam do Alex Lutkus, o grande ilustrador da revista por vários números desde o nascimento...
Comentário de Rafael Rigues
23/04/07 11:25
Albrecht,: Albrecht,
OK, considerando o primeiro parágrafo como o comentário e a "segunda" como a primeira pergunta:
1) A RdL decaiu por falta de investimento. A Conectiva não reinvestia na revista os recursos necessários para sua manutenção. Faltava dinheiro para contratar mais gente, para atualizar equipamento, para comprar banco de imagens, pagar ilustradores, melhorar entrega, equipar o SAC... no final das contas, a revista inteira era feita por duas ou três pessoas. Elas conseguem segurar as pontas por um tempo, mas logo o gás vai acabando, as idéias vão estagnando, o ritmo diminui e a coisa desanda. É o chamado "burnout". Isso acontece muito no mercado editorial, as empresas não vêem que uma revista é algo que necessita de injeção de recursos constante para sobreviver.
2) Morreu por falta de grana. Basicamente fizemos o número zero, a empresa que ia patrocinar a empreitada (Utah) disse que ia pagar e não pagou. Mas deixe pra lá.
OK, considerando o primeiro parágrafo como o comentário e a "segunda" como a primeira pergunta:
1) A RdL decaiu por falta de investimento. A Conectiva não reinvestia na revista os recursos necessários para sua manutenção. Faltava dinheiro para contratar mais gente, para atualizar equipamento, para comprar banco de imagens, pagar ilustradores, melhorar entrega, equipar o SAC... no final das contas, a revista inteira era feita por duas ou três pessoas. Elas conseguem segurar as pontas por um tempo, mas logo o gás vai acabando, as idéias vão estagnando, o ritmo diminui e a coisa desanda. É o chamado "burnout". Isso acontece muito no mercado editorial, as empresas não vêem que uma revista é algo que necessita de injeção de recursos constante para sobreviver.
2) Morreu por falta de grana. Basicamente fizemos o número zero, a empresa que ia patrocinar a empreitada (Utah) disse que ia pagar e não pagou. Mas deixe pra lá.
Comentário de Rafael Rigues
23/04/07 11:27
Claro, o Alex! Ele é o: Claro, o Alex! Ele é o autor das ilustrações fantásticas que mencionei, mas n=o nome estranho não fica registrado na minha cabeça :P. Acreditam que até hoje não conheço ele?
Comentário de Felipe Arruda
23/04/07 14:40
Ed. 45 a 48: Não é como gostaríamos, mas é possível ler as edições 45, 46, 47 e 48 no Internet Archive.
Tenho saudades também da antiga Microssistemas, um marco editorial no Brasil.