Lembra daquela notícia de novembro que dizia que
50.000 servidores do laptop de US$ 100 seriam fabricados no Brasil? Pois é, aparentemente o tempo do verbo dessa frase passou a ser importante.
Isso porque, segundo a Assessoria Especial da Presidência (órgão responsável pelos estudos de viabilidade do projeto pedagógico pelo país), o OLPC ainda não confirmou com o governo a fabricação dos servidores, apesar das promessas de Nicholas Negroponte, idealizador do projeto, em sua visita ao país no final do ano passado (quando chegou a indicar quais seriam as fábricas envolvidas - Positivo e Semp Toshiba).
Segundo o IDGNow, o Governo Federal avalia que Negroponte se comprometeu na época para que o Brasil diminuísse sua insistência em produzir também os notebooks localmente, além dos servidores. O IDGNow também informa que o responsável pelo OLPC no Brasil disse que não é bem isso. Segundo ele, houve atrasos no processo de fabricação do servidor no país por "modificações no design" do aparelho. "Mas o compromisso em fabricar no Brasil continua firme", disse ele. "Imagino que a única chance que decidiríamos não construir servidores no Brasil é se o país decidir não participar da OLPC", continua.
Enquanto isso, o anúncio sobre a definição da plataforma a ser adotada pelo governo - além do XO, concorrem ClassMate PC, da Intel, e Mobilis, da Encore - estava prometido originalmente para abril, mas o governo já admite que o prazo deverá ser passado. As especificações técnicas ainda básicas do servidor apontam suporte redes 802.11g, portas USB para discos externos rígidos, case reforçado para evitar danos por poeira e água e sistema de localização dos notebooks conectados.
Como não dá para imaginar que o responsável pelo programa no Executivo Federal procuraria a imprensa para levantar sua desconfiança se não tivesse um motivo e uma intenção claros, creio que ainda veremos mais páginas desta novela.
Saiba mais (idgnow.uol.com.br). Veja também as informações e análises adicionais
no blog do Guilherme Felitti.