Um grupo de empresas quer instituir um idioma universal dos documentos eletrônicos - e enfraquecer o domínio da Microsoft nesse lucrativo mercado.
A operação de auxílio às vítimas do tsunami no final de 2004 foi marcada por todo tipo de dificuldade. Percalços seriam inevitáveis em uma tragédia dessa proporção, que deixou um rastro de 200 000 mortes no Sudeste Asiático. Mas as equipes enviadas por mais de 60 países depararam com um problema inesperado: os relatórios e as planilhas trocados entre elas muitas vezes não abriam ou sofriam perdas de configuração que comprometiam seu entendimento. Como se não bastasse a dimensão da tragédia, os trabalhos de resgate e apoio às vítimas tiveram de enfrentar as complicações da tecnologia. Evitar situações como essa é um dos objetivos que levaram um grupo de pesos pesados da indústria de tecnologia, incluindo nomes como IBM, Sun Microsystems, Oracle e Google, a apoiar a criação de um padrão universal para documentos de escritório. Assim nasceu o Open Document Format, ou simplesmente ODF.
Essa poderia ser apenas a última sopa de letras num mercado notoriamente afeito a siglas incompreensíveis, mas é bem mais do que isso.
Entenda as vantagens do Open Document Format:
- É um padrão aberto e público. Qualquer empresa pode criar um software que leia documentos gravados no formato ODF, e o formato não tem dono
- Acabam as amarras a um único fornecedor de tecnologia, pois o ODF estimula o desenvolvimento de diversos programas concorrentes
- Um padrão universal facilita a interação entre diferentes sistemas. Qualquer empresa ou pessoa pode abrir e editar os arquivos que recebe,mesmo os criados em software diferentes
Parece certo que haverá um esperanto dos arquivos de escritório. Resta saber quem determinará as regras gramaticais desse idioma universal dos computadores.
Saiba mais (info.abril.com.br).
__É tudo muito bonitinho e todos estão absolutamente certos, mas na prática não funciona, infelizmente.