“Christopher Beard, integrante da Mozilla Foundation, escreveu um artigo bastante claro e extenso explicando como funciona a questão das marcas registradas do Firefox, em relação às recentes questões levantadas pelo projeto Debian.
O artigo é interessante, e propõe uma pergunta - com resposta - que ajuda a entender a questão: quanto uma pessoa ou organização pode alterar o Firefox e continuar distribuindo com o mesmo nome? A resposta é: bastante. Mesmo com a sua política formal de proteção ao nome, logo e marcas registradas (que guarda alguma similaridade com a política de proteção da marca registrada do próprio Debian), os distribuidores têm liberdade de fazer diversas alterações para adaptar o código-fonte do Firefox ao ambiente de suas distribuições, especialmente nas áreas de empacotamento e configuração padrão.
Quando estas alterações não modificam a experiência do usuário, a segurança ou o perfil de compatibilidade com a Web, elas são aprovadas pela Mozilla Foundation e não impedem a distribuição do produto com a marca e nome do Firefox. Por outro lado, a organização atua ativamente para garantir que todas as derivações distribuídas sob o nome Firefox e carregando a sua marca mantenham todas as características acima.
Apoio especial a distribuições: Além disso, a organização foi procurada por uma série de distribuições (incluindo Ubuntu, Novell e Red Hat) e tem trabalhado em conjunto com elas para garantir que o relacionamento seja positivo para o projeto Mozilla, para os distribuidores e para os usuários. O mesmo tipo de estratégia foi proposto ao Debian (inclusive com a proposta de liberação de um licenciamento de marca específico para "Firefox for Debian" ou "Firefox, Debian Edition"), mas o projeto não aceitou.
Ao não permitir que alterações mais profundas no código-fonte (que é integralmente livre) sejam distribuídas com o mesmo nome, a organização assegura que todos os usuários, desenvolvedores e distribuidores saibam o que estão recebendo quando instalam o "Firefox", e tenham a segurança de que a qualidade de qualquer "Firefox" é homogênea, tendo os mesmos recursos e passando pelos mesmos testes.
Segundo o artigo, a Mozilla Foundation compreende a preocupação que o projeto Debian tem sobre a compatibilidade destas políticas de proteção a marcas e identidade (a da Mozilla e a do próprio Debian) possam não ser compatíveis com a definição de software livre adotada pela distribuição, e lamenta que isso tenha levado o Debian a possivelmente não distribuir mais um software chamado "Firefox" em suas futuras versões. Além disso, ele registra estar sempre aberto a sugestões sobre como melhorar suas práticas, mantendo a consistência com seus objetivos.
Veja também: uma série de razões para não apoiar o IceWeasel, um fork do Firefox. Algumas delas: o Firefox já é livre, o público em geral está começando a ter conhecimento da sua existência e da sua qualidade, o fork gera competição pela preferência do público entre projetos livres, e temos mais o que fazer. Não sei se concordo com todas, mas vale pensar a respeito. Além disso, leia os comentários dos leitores no artigo IceWeasel Why Closed Source Wins, publicado hoje pelo Slashdot.”
Fragmenta a base de usuários.
Divide o foco.
Abre caminho para o M$ Explorer 7 reconquistar a fatia de mercado.
Toneladas de softwares incompletos.
Ter liberdade de fazer uma coisa não que dizer que você deva fazer a coisa.
Utilizar a liberdade de forma precipitada hoje, pode te custar o cárcere no futuro.
Quantas pessoas que você conhece (fora do círcuito de TI) que usam Konqueror,Seamonkey,Epiphany, Dillo, Lynx?
Se você tenta utilizar estes "clientes" para acessar um banco, uma loja virtual, um site com mídia ou mesmo um portal corporativo (ex: plano de saúde, etc.) você consegue?
Hahhhhh, mas estes sites utilizam tecnologias proprietárias...
Não. Na verdade eles fazem uso desta tecnologia proprietária porque existe uma grande base de usuários para esta tecnologia proprietária e eles não tem uma equipe de 2500 programadores para desenvolver uma versão compativel com cada cliente do mercado.
É uma questão de escala de que tanto falo. A não ser que você resolva desenvolver código pra usar dentro de casa...
Se você usa um banco e o Konqueror não consegue acesso a ele o que voc ê faz? Troca de banco? Não resolve. Sua base não é representativa para o banco a ponto que você possa influenciá-lo a alterar a tecnologia dele.
Testei muitos browsers pra tentar largar o bugado e perfurado IE (Opera, Konqueror, Mozilla). Mas a verdade é que em média 50% a 70% dos sites que visitava havia algo que não funcionava .
Aí apareceu o Firefox como um fork do Mozilla. Mas foi um fork de verdade ou o Mozilla estava morto (com seus 1000Kg) e foi ressucitado com uma grande dieta?
O projeto realmente me impressionou pois pela primeira vêz 99% dos sites funcionavam nele. O 1% que não carregava era compensado pelas features e a leveza que ele possuía me levava inclusive a indica-lo como um concorrente do IE.
Com o incremento da base de usuários do Firefox os provedores de conteúdo passaram a se preocupar com que estes usuários também pudessem ter acesso utilizando este cliente.
Se a base enfraquecer estou certo que dentro em breve teremos novamente um monte de browsers que acessam apenas 50% dos sites na web.
Mozilla/5.0 (X11; U; Linux i686; en-US; rv:1.8.1) Gecko/20061003 Firefox/2.0
" para "Mozilla/5.0 (X11; U; Linux i686; en-US; rv:1.8.1) Gecko/20061003 IceWeasel/1.0
".
Tem tanta gente brigando por tanta coisa e porque não se briga pela substituiçaõ das porçõesde código proprietário no FF, se este é o caso?
Ou a necessidade do fork é o nome e imagem que não estão sob controle da FSF?
Parece que o foco do FF sería de um browser altamente funcional, leve e seguro, capaz de conquistar a base de usuários de IE. E acho que ele teve muito sucesso nisso, principalmente considerando a idade do projeto.
Qual vai ser o foco do Ice Weasel. Copiar o código do FF e enfraquecer a marca? Ou a intenção é realmente desenvolver algo novo?
Com esse tipo de atitude, a GNU (ou FSF para quem assim desejar) está sim trabalhando para M$ ou qualquer outra empresas que atue contra o software livre, pois ao invés de unificar as forças entre os projetos livres, está sim dividindo.
O problema é que normalmente que dita o padrão é quem tem a grande base ao seu lado.
Por isso insisto em que o Firefox ganhe força para que então a gente possa ao menos começar a ditar as regras do jogo.
E se eles decidem não respeitar o W3C? A gente não acessa mais determinados sites... é isso? É isso que você vai dizer pra capturar usuários do IE?
Você envia um e-mail ao dono do site: Senhor, gostaria de que você alterasse seu site pois meu navegador Ice Weasel não está apresentando corretamente seu conteúdo. Será que o cara não vai dizer: Ice o quê?
Se o cara disser Firefox, talvez ele tenha algum sucesso... O que você acha?
Mesmo sendo tecnologias proprietárias você acredita que hoje um browser poderia fazer sucesso sem integrar-se com java e flash?
Cara... se o software não for sobretudo BOM o resto todo sucumbe, porque você não consegue convencer ninguém a utilizá-lo.
Talvez pra quem queira trabalhar com software livre as coisas não sejam tão simples assim.
Esse seu comentário é legal, mas me pareceu um discurso acadêmico do tipo que gera aqueles trabalhos que ficam empoeirados nas prateleiras das universidades.
Você pode também se unir a um grupo de pessoas e abrir mão de algumas de suas idéias (que... vamos lá... cerceiam um pouco sua liberdade) para que ao final se possa ter um entendimento e desenvolver algo estável e bem estruturado na qual outras pessoas possam colaborar.
Mesmo não tendo toda a liberdade que teria no primeiro caso, opto pelo segundo, pois entendo a liberdade como uma coisa mais ampla.
Cássio R. Es_kelsen