Um jornal regional dos EUA mantém uma coluna de perguntas e respostas sobre tecnologia para atender a dúvidas de seus leitores. A questão de ontem é sobre o uso do OpenOffice.org como processador de texto, e o técnico autor da resposta publicada escreveu uma longa defesa do OpenOffice.org Writer, citando análises externas, comparativos, a questão do preço, etc. Ele mencionou também, embora apenas de passagem, 2 pontos em que comparativos anteriores deram a vitória ao MS Office: a ausência de um sistema de colaboração integrado à suíte, como o Outlook (mas o artigo lembra que esta funcionalidade está disponível usando programas livres como o Thunderbird) e a menor quantidade de recursos disponíveis no OOo Impress, quando comparado com o MS PowerPoint. O artigo encerra apontando o número de downloads registrados pelo OOo até o momento e o fato de funcionar em várias plataformas (Linux, Windows, Mac), indicando que ele tem popularidade suficiente para já ser considerado uma opção viável.
Na minha opinião, trata-se de uma resposta interessante e equilibrada. Entretanto, o editor do jornal aproveitou-se do efeito que os
leitores de títulos causam em publicações voltadas ao público em geral, e conseguiu tornar polêmica a resposta, e indicar (ao menos para os "leitores de títulos" na sua audiência) o oposto do que o autor da matéria quis dizer. Para isto, bastou ele escolher este título: "
Críticos discordam sobre a utilidade do OpenOffice Impress". O que fica ainda pior quando consideramos que nem a pergunta e nem a resposta são sobre o Impress - trata-se de uma dúvida sobre editores de texto.
Fica o chamado: ajude a educar os seus colegas e familiares para que não sejam "leitores de títulos"! Me orgulho de dirigir o BR-Linux a um público qualificado e que lê as matérias em sua íntegra, mas cabe a todos nós levar às demais pessoas de nossas relações o hábito de não se considerar informado tendo lido apenas o título ou a chamada.
--
"Remember there is a big difference between kneeling down and bending over"