A resposta da Red Hat, com o bem-humorado título de "Unfakable Linux", pode ser resumida em 3 pontos essenciais.
Sem dúvida a estratégia da Oracle em relação ao Red Hat Linux, divulgada
ontem pelo BR-Linux, vai conseguir bastante espaço e projeção na mídia. Mas lendo a
resposta da Red Hat (ou o
resumo publicado pelo Groklaw), aqueles que realmente acompanham o mercado Linux certamente vão ficar com a impressão de que o discurso da Oracle é oco, porque suas premissas mais importantes são... falsas. E como Larry Ellison não é ingênuo nem mal-informado, muitos ficarão ainda com a impressão de que sua
apresentação do Oracle "Unbreakable" Linux incluiu estas premissas e afirmações falsas intencionalmente, por saber que elas seriam reproduzidas em mídias que não se importam em checar os fatos ou buscar o contraditório antes, e que vão ser lidas por pessoas que simplesmente aceitarão pelo valor de face, sem maiores verificações.
A resposta da Red Hat, com o bem-humorado título de "Unfakable Linux", pode ser resumida em 3 pontos essenciais:
(1) não é verdade que usuários dos produtos enterprise da Red Hat precisam fazer sempre upgrade para a versão mais recente para continuar tendo serviços - todos os produtos têm serviços e correções garantidos por 7 anos, e é possível até mesmo adquirir extensões deste período.
(2) não é verdade que ninguém no mercado oferece segurança contra açÕes judiciais no estilo das da SCO: a própria Red Hat oferece, a Novell oferece, e a HP já oferecia antes delas.
(3) a linha de produtos da Red Hat inclui diversos itens para os quais a Oracle não está estendendo seu abraço, incluindo: Red Hat Application Stack, JBoss, Hibernate, Red Hat GFS, Red Hat Cluster Suite, Red Hat Directory Server, Red Hat Certificate System.
Tem vários outros pontos interessantes, leia
a resposta completa para ver os detalhes.
Mark Shuttleworth, o fundador do Ubuntu, também ofereceu
um comentário bastante lúcido atribuindo bem menos importância ao anúncio da Oracle do que pode ter parecido à primeira vista. Segundo ele, trata-se de mais uma iniciativa de software livre embrulhado em produtos proprietários, e a Oracle certamente vai sentir o peso que é tentar oferecer suporte, manutenção e serviços sobre uma base de código ativamente mantida por uma companhia rival - a qual certamente saberá explorar isso. Por mais que faça sentido do ponto de vista de negócios, é bastante possível que a Oracle se frustre no ponto de vista tecnológico. Além disso, os usuários sabem que trata-se de binários com origem na Red Hat, e provavelmente não irão querer cortar os laços com o distribuidor original. Assim, o anúncio parece mais uma tentativa de colocar um obstáculo no caminho da Red Hat do que uma estratégia da Oracle para ganhar dinheiro vendendo serviços de Linux.
Ele acrescenta que não acredita que alguém que hoje esteja considerando trocar o Ubuntu pela Red Hat vá dar muita atenção à idéia de trocar para o Oracle, mas que o anúncio da empresa está bem em sintonia com a idéia de valor agregado através de serviços sobre uma base de código livre, que é tão freqüentemente pregada.
Tenho plena convicção que a Oracle, usou e abusou do marketing e ainda temos vários pontos de falhas no anuncio da companhia. Afinal ela irá desenvolver alguma ferramenta, ou apenas ficará na sombra das demais companhias (RedHat, Suse, etc.)?
Outro ponto fundamental: A Oracle vai utilizar sua distro, apenas para servidores de banco de dados, ous será um ambiente completo?
Portanto senhores, Há mais entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia. E acho também que pela primeira vez Larry Allison pode estar dando um tiro no próprio pé, ao tentar abraçar o mundo com as mãos.
t+