Sulamita Garcia (toskinha@gmail.com) enviou este
link das LinuxChix e acrescentou mais um exemplo de relato de evento da comunidade, mostrando que há comissões organizadoras que se preocupam em compartilhar as informações com quem não esteve presente e servir de possível referência para a elaboração de eventos futuros:
Belo Horizonte amanheceu com chuva no dia 30 de abril de 2005, dia em que o Encontro Nacional LinuxChix-BR teria sua 3ª edição, desta vez em expedição para a capital mineira. Embora ameaçasse atrapalhar, um pouco antes da abertura do credenciamento a chuva cessou, e o dia foi gradualmente melhorando o tempo. Logo se formou uma fila para o credenciamento, onde os participantes recebiam um kit com uma revista Linux Magazine, bloco de anotações e caneta promocional do evento, programação, crachá e panfletos diversos dos patrocinadores. Porém logo a fila se dissipou e todos puderam participar do início dos trabalhos. Na abertura do evento, Luana Coimbra apresentou aos participantes um resumo do que foram as duas outras edições do evento, bem como a grade das palestras. Priscilla Pimenta falou sobre a motivação do evento, de proporcionar um evento de qualidade à sua cidade, e do conceito de expedição: novos conhecimentos, novas descobertas.
Seguindo a tradição, Piter Punk abriu o evento com uma palestra sobre Slackware, desta vez ensinando a portar a distro para outras arquiteturas. Em homenagem ao LinuxChix, Piter Punk trajava uma saia de sua esposa, e segundo os participantes era a chix mais fashion do evento. Na sequência Julio Neves fez um relato da história do desenvolvimento de software brasileiro, com a palestra 'Da reserva de mercado ao Software Livre'. Nesta palestra ele mostrou o quanto o brasileiro já foi importante no cenário mundial de desenvolvimento de software, na época em que foi desenvolvido um Unix brasileiro, e como o SL é ferramenta importante para retomar este cenário.”
Veja abaixo o restante do relato, as URLs para mais
fotos do evento e informações sobre a disponibilização dos arquivos das apresentações.
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Depois dele, com o carisma que lhe é peculiar, Fabianne Balvedi apresentou o projeto Estúdio Livre - ilhas de produção de audio e vídeo baseadas em software livre. Paralelamente a isto, Gustavo Noronha, o Kov, ensinava a uma turma curiosa como trabalhar com repositórios de desenvolvimento com o Subversion, uma alternativa para o CVS. Em outra sala, Lucas Teixeira apresentava os conceitos da programação em PHP, seguido da análise de QoS - Qualidade de serviço - e VoIP - Voz sobre IP, a cargo de Alessandro Oliveira Ungaro. Em seguida, João Ricardo Pecanha Mendes apresentou o Zabbix, uma alternativa para monitorar a performance e a disponibilidade de uma rede.
Apos um intervalo para almoço, teve início o curso de Animação em Software Livre, a cargo de Fabianne Balvedi e Rodrigo Domingues. Cláudio Pereira palestrava no salão principal sobre como criptografar dados em Redes Virtuais Privadas - Virtual Privete Networks, ou VPNs, mostrando exemplos de configuração. Chegando correndo de uma complicação com o vôo que quase lhe custa o horário da palestra, Camila Macedo estreiou como palestrante apresentando um ambiente Zope e Plone, para desenvolvimento e gerenciamento de conteúdo Web. Na sequencia, Renata Rocha, uma viciada assumida em compilar programas, também recém chegada devido a problemas com seu vôo, conseguiu apresentar sua experiência em otimizar código através de flags, na palestra Otimizando com GCC. O aeroporto de Confins testou a resistencia das meninas, mas elas conseguiram realizar seu trabalho. Na sala paralela, Eduardro Jorge Feres Serrano Neves apresentou a estrutura dos PKI - Public Key Infraestructure, chaves envolvidas em processos de certificação digital, numa palestra com um grande público.
Logo após Lucas Rocha, mantenedor do GoboLinux, ministrou a palestra GNU/Linux em Videogames e Arquiteturas Embarcadas, relatando sua experiência em portar o Linux para por exemplo o GP32. Em uma das palestras mais lotadas, Rodrigo Rubira Branco palestrou sobre Segurança e Kernel, mostrando técnicas de se modificar o kernel do sistema para se conseguir maior segurança. Ao final, Sulamita Garcia apresentou diferenças entre as distribuições que originaram a grande maioria das centenas de distribuições existentes hoje em dia, Debian, Fedora(herdeiro da RedHat), Gentoo e Slackware. No final ouve algum debate sobre o modelo de desenvolvimento do Debian e da esperança que o novo líder do projeto ponha em prática um desenvolvimento mais dinâmico. Como não podia deixar de ser, a galera a noite rumou para um ponto de encontro onde a confraternização foi regada a muita cerveja, muita risada e claro, muita troca de informações sobre o que cada um trabalha. Nestas ocasiões sempre são travados debates técnicos, e nesta em especial, como não poderia deixar de ser em vista número maior de mulheres presentes, também foi debatido a questão de machismo da sociedade. Porém o prazer maior da compania de pessoas da mesma tribo falando mesma lingua se encarregou de deixar o ambiente leve e feliz até altas horas.
Conhecendo os hábitos da tribo, o evento no domingo começou as 10hs da manhã, fazendo um combinado entre Gustavo Noronha, desenvolvedor do GNOME, e Helio Castro, o KDElio, desenvolvedor do KDE. Eles apresentaram a GTK+ e o QT, respectivamente, que são a base para os gerenciadores de janelas mais conhecidos e utilizados por usuários de Linux. Na sala paralela, Glaucius Djalma Pereira Junior falava sobre como escrever Aplicações Inteligentes com Menos Linhas através do PHP-Pear. Enquanto isto, Camila Coelho ensinava aos interessados como criar documentos em LaTeX utilizando o Emacs. Depois do almoço, Marcos Pitanga, já conhecido por seu trabalho e livros, fez uma análise sobre Clusters em Linux, falando dos conceitos por tras disto e exemplos práticos sobre esta solução. Em seguida Fernando Lozano falou para o público sobre Bancos de Dados para Projetos Embarcados, apresentando as opções de bancos de dados livres adequados para vários cenários de uso embarcado.
Na sala, a ultima palestra paralela, Fernando Maciel Souto Maior falou sobre DMZ com User Mode Linux, ensinando como utilizar apenas uma maquina para fazer o trabalho de oito . Ao final do evento, que teve a cobertura feita pelo Programa Online da WayTV, todas as organizadoras e integrantes do LinuxChix-BR fecharam o programa abrindo o debate sobre as realizações e os futuros rumos do projeto. Sulamita apresentou o histórico do grupo, e as participantes que já haviam ministrado palestras ou mini cursos no evento responderam as dúvidas dos participantes, sobre a própria motivação e existência do grupo. Conheceram um pouco sobre as dificuldades enfrentadas pelas pioneiras numa área que ainda é hostil, que como a maioria das outras paga menos para mulheres, e que exige muito mais. Da vontade de que as próximas gerações tenham oportunidades mais iguais, e que as próprias mulheres se concientizem da necessidade de união, respeito e mudança de comportamento delas mesmas.
O 3º Encontro foi a prova de que isto é possível e dá resultados maravilhosos. A união das forças de Sulamita, Priscilla, Luana e Carol Lauriano resultou num belíssimo evento, onde os participantes todos se afirmaram satisfeitíssimos. Agradecemos a todos os que ajudaram, aos patrocinadores, aos apoiadores, mas principalmente aos palestrantes, que mantiveram o nível técnico elogiadíssimo, e ao público que compareceu e prestigiou. Que eles levem adiante o que aprenderam e divulguem o ideal de compartilhar conhecimento, e de igualdade de oportunidades.
Centenas de fotos podem ser encontradas nestes links:
http://www.linuxchix.org.br/evento/2005/fotos/
http://201.1.114.8:6665/linuxchix/
http://flamarion.homelinux.org/fotos/
http://renata.org/bh/
E quem tiver/souber de mais por favor nos envie o link que publicaremos na página. As palestras logo estarão disponíveis, assim que todos os palestrantes me enviarem
Fui, vi e gostei.
As palestras que assisti me agradaram bastante, e estavam em um nível realmente bom.
Com relação à participação feminina, acho que ainda não é grande, mas é algo que só o tempo vai dizer se muda ou não. Eventos como este tendem a incentivar as moças que participam pela primeira vez, com certeza.
Parabéns às chix pela organização do evento.
PS.: BH precisa de mais acontecimentos deste tipo!