Ontem publiquei uma notícia apresentando os valores dos dispêndios com software no governo federal, relativos a 2002, conforme relatados pelo Ministério do Planejamento/SLTI. Há algum tempo estou em busca de números apresentando a evolução destes mesmos valores em anos recentes, para poder ter uma demonstração de como foi o efeito da política de software livre no governo federal em relação às despesas e investimentos governamentais junto a empresas como Microsoft e Oracle, por exemplo.
O esforço começa a dar algum resultado, pois há cerca de 10 dias - após uma série de contatos com o Ministério do Planejamento - recebi um telefonema de lá confirmando grande interesse na produção de um relatório completo apresentando os investimentos em software livre e também a evolução dos desembolsos em software proprietário ao longo dos anos recentes. É sempre positivo ver a boa vontade com que o governo brasileiro trata este tipo de demanda surgida da comunidade, e continuamos sempre no aguardo das providências concretas, que certamente surgirão com o nível de qualidade e celeridade que todos nós estamos acostumados a esperar.
Mas a notícia de ontem trouxe mais um efeito positivo: o leitor DiegoV apresentou nos comentários um
HOW-TO de como obter os dados de dispêndios públicos publicados pelo governo federal, inclusive exemplificando com o caso concreto do elemento de despesa "
Outras Despesas Correntes - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica", que é onde são incluídas as aquisições de licenças de software (que orçamentariamente são serviços) e outros desembolsos correlatos, na regional de Brasília do SERPRO, já ordenados por valor.
Clicando nos nomes dos favorecidos que constam naquela listagem, podemos ver um detalhamento um pouco maior da composição dos totais, embora não seja possível identificar qual a natureza do serviço que estava sendo contratado em cada um dos pagamentos.
Ainda assim, como há dados de 2004, 2005 e parciais de 2006, pode-se ver como evoluíram os dispêndios relativos a nomes conhecidos (como IBM, Oracle, representantes da Microsoft e outros), tentar identificar fornecedores de serviços relacionados a software livre incluídos na lista, e até mesmo comparar os totais recentes aos que foram divulgados sobre 2002 (que você pode ver na
notícia de ontem).
Você pode ajudar! Estes dados são o que nós temos para trabalhar enquanto os responsáveis pela política de software livre no Governo Federal não completarem a sua coleta muito mais completa e definitiva. Pretendo eu mesmo preparar uma planilha simples com os dados que me atraírem a atenção, mas sei que muitos de vocês têm interesse no assunto e habilidade com os números. Portanto, convido todos os interessados a realizarem uma das tarefas a seguir, e disponibilizarem suas conclusões aquinos comentários:
a) Identificar desembolsos inequivocamente relacionados a software livre na lista das maiores contratações, e compará-los aos da Oracle, da TBA ou outros associados ao modelo proprietário.
b) Comparar os valores dos desembolsos com as 7 maiores beneficiadas em 2002 (conforme identificadas na revista do Serpro, ver matéria de ontem no link acima) e em 2004, 2005 e parciais de 2006.
c) Comparar os valores de 2004, 2005 e parcial de 2006 das empresas tipicamente associadas ao software proprietário, para dar subsídios que permitam identificar como a política de software livre afetou estes valores.
d) outras análises e correlações que os dados disponíveis permitam identificar, de preferência sem recorrer a suposições ou extrapolações.
Se não for possível trabalhar com agregados maiores, acredito que os dados relativos à regional de Brasília do Serpro possam ser suficientes para uma primeira análise. Pretendo realizar eu mesmo uma análise destes valores, mas se vocês fizerem também ficará pronto mais rápido e teremos como comparar e identificar possíveis erros ;-)
ou será que toda a movimentação era um só usuário com várias contas? :P
;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")