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Maleiros e CAD: Cesar Brod analisa a primeira LinuxWorld Brasil



Archimedes. Em 2002 Rasmus Lerdorf, o cara que criou o PHP nos visitou e por causa desta visita "y otras cositas más" surgiu o Miolo (www.miolo.org.br). O Rasmus costumava brincar com o pessoal que vinha pedir a ele autógrafos assinando tudo com a frase "show me the code". Desde então, resolvi ser mais cara-de-pau do que já sou e, ao ser apresentado a qualquer idéia de projeto eu pedia que me mostrassem o que já estava escrito ou ao menos um demo funcional. Descobri que esta era a melhor e mais eficiente maneira de espantar fazedores de vapor e "visionários de coisa nenhuma". De idéias o peixe beta das minhas filhas deve estar cheio. Afinal, o bicho fica lá, parado. Morto até que o cutuquem ou o alimentem. Entre cutucos e alimentos o bicho deve pensar um bocado, ter idéias mirabolantes. Mas, como ele nunca colocou nenhuma delas em um projeto interessante, ele segue no aquário.

Pouco espero do peixe. Muito menos espero de muita gente. O peixe eu conheço. Dele tenho a expectativa do nada. Das gentes que mal (ou não) conheço espero qualquer coisa, sem alimentar falsas expectativas. Talvez eu tenha aprendido a ser cético. Mas não um cético sem esperanças.

A LinuxWorld superou qualquer expectativa minha. Fui para o evento para comparar com outras LinuxWorlds das quais participei.. O resultado foi excelente! Vi que a verdadeira liberdade está em coisas que realmente acredito. Vi a liberdade exercitada no diálogo dos opostos sentado ao lado do Maddog e do Bill Hilf, buscando desfazer nós históricos, entendando melhor quem somos nós e quais são os verdadeiros "nós".

Tenho a minha cisma com Java, mas não tenho como negar a sua existência. Idem pra DRM, direitos autorais, patentes "y otras cositas más". Gente boa existe, antes e apesar de tudo. Tenho minha cisma com .Net também. Com Mono então, nem falo. Aliás, nem discuto mais.

Bastou um almoço com o Felipe Augusto van de Wiel pra eu entender que, antes de qualquer coisa, o que vale mesmo é a nossa boa intenção ao escrever qualquer código em software livre. Isto está acima de qualquer licença. Já escrevi antes sobre licenças de software, assim, não me repetirei aqui.

De boas intenções, o mundo está cheio. Falta o exercício das mesmas. Vai daí que um guri, o Hugo Corbucci, ouvindo as reclamações de que faltava um AutoCad livre, arregaçou as mangas, montou uma equipe que não dá um time de futebol e rapidinho escreveu o Archimedes (http://codigolivre.org.br/projects/archimedes), um Cad livre que vai, dado o devido tempo (mais 18 ou 24 meses) ser uma alternativa viável para ferramentas proprietárias. É impressionante o que a última versão para download já contempla e o orgulho que a equipe não esconde ao demonstrá-la.

Visitar o Hugo e ver o entusiasmo de sua equipe me fez lembrar da fundação da Solis, já vão três anos. Três anos quando se tem vinte e poucos (não o meu caso, claro, mas de boa parte da equipe da Solis (www.solis.coop.br) e do pessoal do Archimedes) é um tempo considerável. Vejo o pessoal que fundou a Solis participando com um estande nesta LinuxWorld, ladeado por HP, RedHat, Intel e outras grandes, alinhavando e expandindo parcerias com empresas como a 4Linux. Vejo a Solis tornando-se cada vez mais conhecida no mercado e mantendo sua simpatia com a comunidade -- Hélio Chissini de Castro, Sulamita Garcia, Fabi Iglesias, Maddog (apenas para citar alguns cujos nomes aparecem com freqüência aqui na Br-Linux) fizeram do estande da Solis seu ponto de encontro -- além de lugar para guardar as malas, manter os e-Mails e trabalhos em dia. Um lar para amigos dentro de um evento corporativo.

Em três anos ou menos será a turma do projeto Archimedes a ter um estande em um evento do porte da LinuxWorld. De preferência, vizinho da Solis pra que a gente possa comprar em conjunto um maleiro e, enquanto estivermos fazendo negócios, garantirmos junto um espaço para a comunidade e as pessoas das quais a gente gosta.


Comentários dos leitores

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Comentário de xultz
Um CAD em Java... sei: Um CAD em Java... sei não...
o Skencil (que uso em meu trabalho) é feito em python e dá prá sentir o peso da linguagem interpretada...
Comentário de dermeister
Não necessariamente: Já usei ferramentas para manuseio de arquivos STEP (ISO 10303) escritas em Java no Linux. O desempenho não é muito ruim, mesmo com arquivos complexos.

Esse Archimedes, embora ainda embrionário, parece promissor.

Comentário de o Heremita
Parabéns ao Hugo: Este projeto já tem valor, apenas pela iniciativa.
Uma grande lacuna a ser preenchida.

Parabéns Sr. Hugo Corbucci!

-----------
Sincero Zeferino Filho (O Heremita), Linux User 318644, Slackware 10.2
Comentário de Hugo Corbucci
Otimização prematura...: Este é um ponto que todo mundo comenta.
Vou aproveitar a deixa para expor as nossas considerações a respeito.

Primeiramente a respeito de Java:
Java não é livre e isso é a nossa principal preocupação no que diz respeito à linguagem. Por isso estamos tentando, em paralelo ao desenvolvimento, testar todas as versões nas máquinas virtuais abertas mas ainda não consegui tempo para avaliar certinho.

Quanto ao peso da linguagem interpretada:
Aqueles que baixaram o software puderam perceber algumas bibliotecas nativas de opengl e swt. Estes são nossos suportes gráficos e com eles o "peso gráfico" fica "resolvido" no que diz respeito à interpretação da linguagem.
Até agora não tivemos problemas de performance. Nas versões em desenvolvimento temos tido um pequeno tempo de espera para carregar a nossa janela. No limite consideramos isso aceitável dado que o AutoCAD não é instantâneo também e ainda temos o recurso do splash screen.

Um fato que deve ficar claro:
O programa ser desenvolvido em Java significa que a grande maioria do código será interpretado mas nada impede que alguns trechos sejam compilados e usados como bibliotecas nativas (isso inclusive pode ser feito durante a instalação se acharmos necessário).
O fato é que o problema ainda não surgiu. Quando surgir, usaremos profilers para avaliar os trechos do código que estiverem lentos demais e poderemos optar por otimizá-lo ou compilá-lo ou ambos conforme a situação.

Agradeço a todos pela atenção e pelas críticas e comentários. Estamos abertos à discussão e às sugestões.

Assim que eu conseguir completar o site do Archimedes devo abrir uma sessão para sugestões de funcionalidades e votações para escolher algumas funcionalidades a serem implementadas para as versões seguintes.

Obrigado,
Hugo Corbucci
Comentário de Vandeir Eduardo
Bah, que introdução!: Nossa, isso é que estar inspirado, na minha humilde opinião, ao escrever um texto! A comparação entre as supostas idéias infrutíferas do peixe beta de sua filhas e de certas pessoas foi muito legal. Sei que em se tratando do Sr. Cesar não é muita novidade, mas sei lá, gostei muito do texto... Parabéns!
Comentário de Arlindo
Também não foi tudo isso.: Também não foi tudo isso.
Menosprezou os peixes beta.

Como, por Deus, ele queria que o peixe colocasse suas idéias em prática?

Sendo assim, fica decretado que a metafóra do peixe beta foi estúpida.

PSL - Peixes dos Software Livre
Porque peixe beta também é gente!
Comentário de Anônimo da Silva
É verdade.: Parece que o cara tem ódio do peixe.
Ele fala como se viver no aquário fosse um castigo,
uma punição por ele ficar lá feito morto.

Não alimente esse rancor.

Afinal, peixe também é um ser humano.
Comentário de xultz
Peixe beta é um peixe em: Peixe beta é um peixe em fase de testes ainda.
Comentário de nemesis
peixe beta: peixes beta não me interessam, só versões finais.

;)

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de GnU-LInux
Otimização prematura.: Sr. Hugo Corbucci, gostaria de parabeniza-lo pela excelente iniciativa, não teno duvidas de que será de longe um otimo softwareLIVRE para trabalhos com arquitetura e muito mais, quanto a qualquer problema em otimização, acredito que tudo não passa de especulação prematura.
Com um bom amadorecimento desse softwareLIVRE os problema serão sanados.

GnU-Linux (Mauricio D. de Souza)
icq: 169166236
Skype: clubylinux
Comentário de CWagner
Alguém aí tem o wishlist: Alguém aí tem o wishlist do peixe beta, para saber o que ele poderá fazer na versão final?

Será que ele vai ficar parecido com o Puffy, o baiacu do OpenBSD? Ganhará dedos e polegares para pôr suas idéias em práticas? E se ele fizer isso, a raça humana não estaria condenada devido os maus tratos que infrigiram aos peixinhos? Eles não estariam tetando se comunicar telepaticamente com os canários e outros passarinhos engaiolados para arquitetarem juntos um plano infalível (lembram do Cebolinha?) para aprisionarem os humanos em tanques e jaulas?

P.S.: Corte na linha tracejada....

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... e estraque o seu monitor :P
-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-=-
Carlos Wagner - São Luís / MA

P.S.: As palavras acima fazem parte da minha visão do assunto e não pretendem ser, de modo algum, a verdade absoluta sobre o mesmo.

Obrigado!
Comentário de Donnie Darko
Google: Esse peixe foi criado pelo Google??? heheheh
Comentário de Peter Parker
Parabéns, mas apenas um comentário: Parabéns pela excelente iniciativa, mas um programa em Java não é puramente interpretado. O fato de antes ele ser compilado pra byte-code já melhora em muito em comparação com linguagens puramente interpretadas, além disso a VM possue técnicas de otimização muito avançadas, inclusive podendo compilar em tempo de execução trechos muito repetitivos e/ou gargalos.
Quanto a Java e GPL, o projeto Harmony anda a largos passos, inclusive o GCJ já suporta mais de 94% da implementação 1.4 do Java.
Comentário de Cesar Brod
Peixe 1.0 e Java Livre...: Meus caros, tenho que dizer que nunca ri tanto com os comentários aqui no BR-Linux quanto aos motivados pelo Peixe Beta. Juro que quando escrevi o texto isto nem me passou pela cabeça.

Quanto ao Java ser livre ou não, isto é secundário face ao fato do Archimedes ser livre. A inteligência está lá no programa, em código aberto, para aqueles que quiserem reescrever em Ruby, Python, C, o que for... Tem ótimos projetos livres em Java. O mais popular do Código Livre (www.codigolivre.org.br) é o jSMS, que uso para mandar mensagens para celulares mesmo concordando que, o Java, em si, não é livre.

O que a gente não pode fazer, nunca, é desestimular quem escolheu qualquer linguagem que seja, proprietária ou não, para escrever algo que seja livre. Que bom que existam programas livres em Java, VisualBasic, .Net, o que for... A inteligência está lá! Quem quiser que aproveite e reescreva. Quem não quiser, que use!

Abraços,

Cesar
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