Há vários anos adotei o Gimp e o ImageMagick como meus programas essenciais para manipulação de imagens, e estou bastante adaptado a eles, cada um em sua área específica de atuação. Mas isto não me impede de acompanhar as alternativas existentes na cena livre, o que me levou recentemente a testar o
Krita (palavra que em sueco significa giz, ou lápis) em sua versão 1.4.1 - a primeira versão considerada como pública pelos desenvolvedores deste projeto iniciado em 1999, e a primeira a ser incluída no KOffice. Desde então já foi lançada a versão 1.4.2, que ainda não testei, e a versão 1.5, em desenvolvimento ativo, já conta com diversos recursos adicionais interessantes (como o suporte nativo a CMYK) neste momento.
Há alguns dias venho usando o Krita nas minhas tarefas mais simples de edição de imagens, que envolvem principalmente ferramentas básicas como rotação, ajuste de tamanho, recortes e composições. A interface do Krita adota um modelo que me atende suficientemente bem. Não é MDI (como o Photoshop), nem tem múltiplas janelas de ferramentas (como o Gimp): cada imagem sendo editada tem sua própria janela com um menu completo, barras de ferramentas de desenho e edição, e paletas de opções (incluindo cores, pincéis, camadas e outras). Demorei um pouco para me acostumar a não procurar opções nos menus de contexto (como seria o padrão no Gimp, acessíveis com o botão direito do mouse) e sim na barra de ferramentas horizontal, onde por default estão todos os comandos necessários para minhas tarefas mais comuns.
Embora o apelo da interface mais a meu gosto seja considerável, não deixei o Gimp de lado para todas as tarefas: ele tem diversos recursos ainda inexistentes no Krita, e algumas de suas ferramentas já estão bem mais maduras. E o hábito torna a migração mais difícil, embora alguns pequenos ajustes nos atalhos de teclado do Krita tenham me feito ficar bem mais à vontade. Outro fator interessante é que o Krita carregou uma imagem de 450K em um tempo 1,5s mais rápido que o Gimp, em testes não científicos que realizei (e todos estão convidados a realizar seus próprios).
Liberdade de escolha combina com software livre (embora nem sempre isto seja levado em conta), portanto é provável que os demais projetos de manipulação gráfica se beneficiem dos recursos uns dos outros. Na minha barra de ferramentas, com certeza há lugar tanto para o Gimp quanto para o Krita - e torcendo para que ambos avancem cada vez mais.
OBS: Na própria página do Krita no KDE eles dizem que o objetivo não é concorrer com o GIMP, claro que em algumas coisas não tem como não concorrer com o GIMP... mas o objetivo aparentemente não seria só esse... na versão que vinha com o KDE 3.4 o Krita estava bastante instável, mas agora to usando a 1.4.99 que é a RC1 do 1.5 e ele está bastante estável !!!
Não deixem de dar uma olhada nele... nao vão se arrepender !!!