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Oracle: resultado financeiro excelente e queda no valor das ações? Entenda o motivo

O Slashdot apresentou hoje uma coleção de links para notícias sobre a curiosa situação das ações da Oracle, cujo valor caiu hoje em uma resposta do mercado à divulgação realizada ontem dos resultados financeiros da companhia - que foram positivos, com incremento de 77% sobre o ano anterior. Esta aparente contradição deve-se à preocupação dos investidores com o fato de a Oracle ter crescido principalmente nos negócios relacionados a aplicações, enquanto os negócios relacionados a bancos de dados - claramente o core business da empresa - ficaram comparativamente estagnados. A nota termina refletindo que mais e mais empresas estão preferindo migrar para o código aberto do que pagar US$40.000 por processador. Veja o texto completo em Slashdot | Database Business Problems at Oracle?.

Naturalmente a Oracle tem opções menos caras, e longe de mim comemorar o resultado negativo das ações de uma empresa que contribui para o desenvolvimento do Linux, mas esta notícia é especialmente interessante por ser mais um indício da já mencionada natureza disruptiva do código aberto no mercado: conforme o custo baixa ou a conveniência aumenta, fica mais e mais difícil manter os modelos de negócios anteriores. Algo em que os magnatas dos trens e bondes devem ter demorado a acreditar quando viram os primeiros e primitivos automóveis, caminhões e aviões, e os donos das linhas de navegação a vela devem ter duvidado ao encarar os primeiros e desajeitados barcos a motor.

Aliás, neste sentido é ilustrativa a história dos legendários tea clippers, que representaram o ápice da navegação comercial a vela e quebravam sucessivos recordes de velocidade em viagens trazendo mercadorias do oriente. Os investidores dos graciosos e avançadíssimos veleiros riram dos barcos a motor, mas sua substituição (ajudada pela abertura do canal de Suez) foi tão rápida e completa que as mesmas embarcações a vela, ainda no seu tempo de vida útil, em breve só conseguiam obter serviço transportando carvão a curtas distâncias - para alimentar os mesmos motores a vapor que as suplantaram para todas as demais tarefas de navegação comercial. Naturalmente o exemplo não se aplica diretamente ao caso da Oracle, mas espero que sirva para elucidar o que é 'tecnologia disruptiva', para aqueles que manifestaram dúvida na notícia anterior sobre o assunto.

Comentários dos leitores

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Comentário de Cético de sua suposta erudição
Automóveis vs. trens?: Gostaria de saber, Sr. Brain, em que a Oracle ajudou no desenvolvimento do Linux (mais do que a divulgação ao portar seu produto).

Gostaria de saber também como o senhor supõe que os automóveis tenham tomado o lugar dos trens, visto que são usados para finalidades diferentes - trens são transportes de caminhos fixos e populares, e nos Estados Unidos e na Europa representam um meio importantíssimo de mobilidade e de transporte de carga. No Brasil, usamos caminhões para a mesma tarefa e por isso mesmo desperdiçamos muito mais dinheiro assim, visto que o uso de ferrovias é muitas vezes mais eficiente.
Comentário de sri_canesh
Cético, acho que você pisou: Cético, acho que você pisou na bola agora.

Atualmente, o mercado de cargas é o que "restou" para os trens americanos. Mas há um século atrás, sua principal função era de transportar pessoas e o automóvel foi determinante para o declínio das então poderosas empresas de trem.

Cássio R. Es_kelsen

Comentário de nemesis
ajuda: na verdade, sua maior contribuição até agora é o Oracle Clustered File System, um sistema de arquivos não-POSIX, licenciado sob a GPL e disponível na versão mais recente do kernel Linux. Mas parece que seu principal objetivo é ser um sistema de arquivos de alta performance para rodar -- adivinhem! -- SGBDs Oracle! doh!

mas quem sabe outros SGBDs não possam se beneficiar tmb?...

quanto à analogia com a indústria ferroviária vs automobilística: perfeito! inclusive a foto...

;; ((lambda (x) x) "Isto é um comentário e não será executado nunca")

Comentário de Olivier
Burro ou limitado: Quem do mercado não viu há 5 anos atras que as tecnologias em SL seriam disruptivas ou é burro ou limitado ou não tinha nascido.

Nada como tecnologias que vaporizam bilhoes de dolares de licenças em fumaça.

4 anos atras o Larry Ellison, gargalhava do MySQl dizendo que não havia como perder mercado para algo que estava mais para brinquedo do que pra coisa séria. O "Corporate América" buscava cerrar fileiras para não ter de justificar para os CEO'S que as compras de licenças tinham alternativas inteligentes e quase de graça. Fica feio pagar por algo que pode sair de graça.

Eu logo vi que o LArry estava atirando no MySQl por que não qeria mostrar que seu medo verdadeiro era o POstgresql. Com o MySQL ele perdeu o mercado granular das micro-lojas da internet. Teve de passar a régua pra so voltar agora com uma versão gratis do seu BD.

Mas o Postgresql e afins (firebird etc..) podem abocanhar o mercado de médias empresas, aquelas que não tem como usar os valores a mais do Oracle/DB2/SQLServer, e já não justifica mais pagar o preço. Ai então o mercado empurra a Oracle, IBM, Microsoft na disputa do mercado de grandes empresas -o topo da piramide- onde a disputa é renhida. Acabou a venda fácil.

Muito mais significativo, é ver as empresas de software aplicativo desenvolverem seus sistemas em BD livres... Sinal de que não irão mais alavancar BD proprietários em futuro proximo. COnheco várias empresas que tem o mesmo produto nos dois BDs. Um custa 40.000 reais mais caro do que o outro.

E tem CIO que paga 40000 a mais com a grana da empresa pra receber um jabazinho nos EUA com direito a foto e café da manhã com o presidente da empresa de BD.

Eta mercado!
Comentário de brain
Erudição?: Pô, cético, não é erudição. Minha formação é nessa área... Para um administrador, saber sobre o histórico da evolução e os impactos da tecnologia sobre o mercado deve ser mais ou menos como é para os médicos saber sobre a evolução dos antibióticos.

Se você quiser saber mais sobre como os barões do transporte ferroviário lutaram (e perderam) contra o automóvel e o caminhão (e as auto-estradas), recomendo o livro "Getting There : The Epic Struggle between Road and Rail in the American Century", de Stephen Goddard. No Brasil a situação das ferrovias é conhecida de todos: sucateadas, transportando pequeno percentual das cargas (20 a 23%) e levando pessoas quase só no transporte metropolitano popular.

Nos EUA, onde já respondeu por quase a totalidade do transporte terrestre de longa distância (cargas e passageiros), as ferrovias hoje sobrevivem com subsídios do governo, e as auto-estradas (suportando automóveis e ônibus) são a principal via de transporte de passageiros. No transporte de cargas, as ferrovias norte-americanas já não são majoritárias também, apesar de todas as vantagens potenciais deste modo de transporte.

Quanto à contribuição do Oracle para o desenvolvimento do Linux, um bom exemplo é o sistema de arquivos OCFS, alternativa ao GFS. O OCFS existe como patch (incorporado à árvore -mm) há um bom tempo, e foi incorporado ao kernel "oficial" na versão 2.6.12. Mas a Oracle disponibiliza vários outros recursos na forma de software livre - ao contrário de outras empresas que adaptam o software livre às suas necessidades mas resistem à idéia de disponibilizar amplamente os resultados.

Mas se você quiser ser cético sobre alguma coisa, por mim tudo bem.
Comentário de sri_canesh
E tem CIO que paga 40000 a ma: E tem CIO que paga 40000 a mais com a grana da empresa pra receber um jabazinho nos EUA com direito a foto e café da manhã com o presidente da empresa de BD.

Ou no caso dos usuários compulsivos de gel no cabelo, preferem colocar Oracle e/ou MS SQL Server no CV pq fica mais "bonito".

Cássio R. Es_kelsen

Comentário de hamacker
Nao serve apenas para oracle,: Nao serve apenas para oracle, serve para outros banco de dados tambem.

Muitos FS esbanjam performance quando se trata de manipular arquivos pequenos, mas quando se trata de arquivos grandes ou transacionais (abre e salva um pedaço de cada vez) perdem larga vantagem para outros FSs. Sem falar que cache de disco e cache de páginas de banco de dados não se entendem, além disso, sistemas fragmentados roubam uma boa vantagem do RDBMS, é por isso que a maioria dos banco de dados preferem criar um big device (arquivo grandão) a ver o banco de dados todo fragmentado no disco.

É por isso que não existe um FS ganhador, isto é, um que seja o melhor para todos os tipos de aplicaçoes. Um webserver por exemplo, o ext2 tá muito melhor obrigado, agora quer matar um banco de dados use ext2 nele.
Comentário de hamacker
O meu CV vai ficar bem mais b: O meu CV vai ficar bem mais bonito com "além de MSSQL, Sybase,..." tenho "PostgreSQL, Firebird,...." :)

O que esta acontecendo na minha opniao é que os banco de dados sempre foram bons, mas usar um opensource dava muito medo porque numa hora de crise voce nao tem mao de obra especializada, cursos,... e aqui no Brasil, a lingua pátria tem muito relevância. Atualmente dá bem menos medo porque justamente há cursos, maos de obra, ou seja, uma comunidade em torno do postgre, firebird,.... em pt_BR e em tantas outras localizacoes.


Comentário de marcosalex
Exatamente. A prestação de: Exatamente. A prestação de serviços da Oracle é excelente, uma das melhores na área de software. É uma estrutura que compensa pagar, compensando o preço da licença. Muita gente não sabe, mas o preço do Oracle é quase o mesmo do MySQL e o Oracle também é free para desenvolvedores. Eles tem até uma revista, a Oracle Magazine que voce pode assinar de qualquer lugar do mundo gratuitamente.

O que estão fazendo agora, é baixar cada vez mais o preço da licença (e até uma versão gratuita do banco) e o suporte e serviços ser um produto a parte, modelo cada vez mais próximo das empresas de SL. A Oracle ganha mais com treinamento e certificação do que com venda de licenças. Creio que não demora eles liberam o banco de uma vez.

Ah, um outro detalhe que também ajudou o Linux, o Oracle pro sistema do pinguim é mais barato do que a versão para Windows e é 30% mais rápido. Isso ajudou a impulsionar o SO na área de servidores de banco de dados.

Haskell developer
Comentário de patrick
Subsídios: as ferrovias hoje sobrevivem com subsídios do governo

Apenas um detalhe: todas as estradas que não possuem pedágio sobrevivem de subsídios do governo. Mas, por algum motivo, as pessoas só costumam se lembrar disso quando se referem às ferrovias.

Abraços,
Patrick
Caruaru-PE
Comentário de Spin
Subsidios: Mas então para que serve o IPVA? Não é exatamente para isso? O problemas são as estradas que cobram pedágio... estão cobrando duas vezes pela manutenção (uma no IPVA e outra no pedágio)
Comentário de brain
Ferrovias dos EUA: Patrick, eu estava falando das ferrovias dos EUA, que são privadas mas recebem subsídios do governo. No Brasil me parece que a privatização das ferrovias também não eliminou o modelo subsidiado. No caso das estradas, acredito que a maior parte delas pertença ao governo (federal, estadual ou municipal), então o recurso que elas recebem não é um subsídio.
Comentário de Olivier
Exatamente..: Como ex-Oracle, confirmo que ao pagar as devidas licenças e serviços, voce terá serviços muito bons. Pelo menos voce poderá reclamar com um megafone sobre a incompetencia (que em geral é a mesma dos outros fornecedores).

Mas a Oracle não chega a ganhar mais com treinamento do que com licenças. O negocio de treinameno é marginal e ainda por cima terceirizado. Não deixa de ser um tremendo alavancador de novas licenças.

Aos ex-colegas que me perguntam o que vai ser da empresa com o SL, eu digo que em 5 anos a Oracle será outra empresa de sucesso em TI. Basta ver o investimento em aplicações tipo ERP, CRM ou BI que andam fazendo pra ver se conseguem sair da dependencia do BD nos negócios. Já sabem que este segmento será comoditizado e canibalizado pelo SL. Os segmentos de ERP/CRM etc.. ainda vão demorar muito até serem canibalizados por que o custo maior está no serviço e não na licença.

E não existe "serviço livre". Me consta que foi abolido no seculo 19. :-)

Que fique bem claro, as grandes empresas tipo Oracle, Microsoft, IBM, etc.. possuem executivos de alto calibre e batalhoes de estrategistas. Vai ser dificil ve-las fazendo besteiras.
Comentário de Fábio Rabelo
Todos certos, mas e a IBM ?: Concordo com todos os comentários, tecnologias disrruptivas, posicionamento "equivocado" em relação ao mercado, mas eu diria que um dos principais ( se não "o" principal ) motivos do comportamento do mercado é justamente o fato da IBM ter recentemente liberado o DB2, simplesmente o MELHOR SGBD do mercado a muito tempo, e agora ainda por cima é Freeware para até 4 CPUs e SEM limite de conexões !!!
OK, ele ainda não é Open Source, mas é um começo, um primeiro passo nesta direção .
Eu diria que se a Oracle não mudar o seu posicionamento em relação ao Software Livre a maré vai realmente pender para outras direções ...
Comentário de h_marinox
Concordo plenamente no que ta: Concordo plenamente no que tange a expansão do linux motivada pela Oracle.

Sempre fui fanático pelo linux e atualmente sou DBA Oracle, e posso afirmar que a maioria dos casos de uso do linux nas empresas que eu atendo é devido a possibilidade de rodar o Oracle em um sistema operacional livre. Eu conheci Oracle em 98 justamente no auge da migração das empresas de Windows NT4 ou Novell para linux porque a versão 8 e 8i da Oracle já rodava em RedHat 6.2 e foi onde comecei minha carreira com Oracle.

Desde então a solicitação do Oracle para linux ganha disparado do que pra Windows, mesmo que seja RHEL AS que é pago.

Se a Oracle tem uma versão gratuita do banco até para uso comercial, mas também tem oque ninguém oferece que é rodar um banco em um sistema operacional como solaris em máquinas de altíssimo desempenho. E quem compra um equipamento como esse, paga feliz uma licença por processador da Oracle, porque eles atendem plenamente a necessidade destas empresas.



Comentário de sri_canesh
Como ex-Oracle, confirmo que: Como ex-Oracle, confirmo que ao pagar as devidas licenças e serviços, voce terá serviços muito bons. Pelo menos voce poderá reclamar com um megafone sobre a incompetencia (que em geral é a mesma dos outros fornecedores).

Com MySql et al. dá para gritar sem gastar nenhum tostão e em caso de eventual problema você não fica com aquela sensação de "puts, gastei uma fábula nesse negócio e só me incomodo".

Os segmentos de ERP/CRM etc.. ainda vão demorar muito até serem canibalizados por que o custo maior está no serviço e não na licença.

Eu acredito que todos os setores tem potencial a curto prazo de serem canibalizados. Veja por exemplo o SugarCRM. Não chega a ser um Salesforce.com (ainda), mas já é uma alternativa viável para pequenos e médios negócios.

E não existe "serviço livre". Me consta que foi abolido no seculo 19. :-)

Infelizmente isso persiste em alguns grotões do nosso Brasil :(

Que fique bem claro, as grandes empresas tipo Oracle, Microsoft, IBM, etc.. possuem executivos de alto calibre e batalhoes de estrategistas. Vai ser dificil ve-las fazendo besteiras.

"Quanto maior o coqueiro, maior o tombo". Alexandre, Napoleão, Hitler.. todos tinham grandes estrategistas mas seu declínio começou justamente no momento em que se achavam grandes o bastante para não serem atingidos.


Cássio R. Es_kelsen

Comentário de brain
enfoque holístico: Podemos imaginar que as ofertas da concorrência (não apenas da IBM) ajudaram bastante a Oracle a não conseguir evitar de manter estagnados os seus resultados em seu 'core business', que são os bancos de dados.

Mas a notícia analisa especificamente a queda no valor das ações ocorrida em seguida à divulgação dos resultados, provavelmente foi por isso a cobertura da imprensa se limitou a analisar os agregados (no caso, o faturamento por área de atuação).
Comentário de Hernani Ari Santos
O foco e o Middleware !!!: Conforme o proprio e citado no artigo, realmente a Oracle esta muito longe disso.
Suas movimentações foram arrojadas e mostra que o Sr. Larry Ellison, vai deixar o Mister Bill Gates comendo poeira.
Todas as compras feitas pela Oracle(Peoplesoft, Siebel entre outras), visam fortalecer seu Banco de Dados, além de se tonar o lider no Middleware.
Se a batalha pelo banco de dados parece ingrata, não estaria a Oracle se movimentando na direção correta ?
Dominar o middleware e a grande sacada da Oracle não importa como e com quem você vai fazer, em algum momento a oracle estará presente.

Comentário de patrick
Subsídio: Mas então para que serve o IPVA? Não é exatamente para isso?

Sim, exatamente, o IPVA serve para lastrear financeiramente os subsídios destinados à manutenção das estradas. Uma estrada pública gratuita é 100% subsidiada pelo Estado (com verbas do IPVA e outros tributos).

O que eu questiono é que, quando se fala no transporte ferroviário, sempre aparece alguém para criticá-lo com o chavão "ah, mas as ferrovias dependem de subsídios do governo." Isso é óbvio, não? É assim com toda a infraestrutura pública gratuita (inclusive a rua onde está a nossa casa). É mantida com subsídios (verba) pública. Mas por que o tom de ataque é dirigido apenas às ferrovias?

Abraços,
Patrick
Caruaru-PE
Comentário de patrick
Subsídio: acredito que a maior parte delas pertença ao governo (federal, estadual ou municipal), então o recurso que elas recebem não é um subsídio.

Estamos discordando neste tópico porque atribuímos significados diferentes à palavra subsídio. Espero que a minha mensagem acima, sobre estradas e IPVA, tenha esclarecido meu posicionamento.

eu estava falando das ferrovias dos EUA, que são privadas mas recebem subsídios do governo.

A Amtrak é uma empresa estatal. Fonte: Wikipédia em inglês.

Peço desculpas a todos por ter desviado tanto a discussão do tema original.

Abraços,
Patrick
Caruaru-PE
Comentário de brain
Subsídio não é sinônimo de desembolso ou investimento ou cus: Quando o recurso pertence ao governo, como no caso das rodovias federais, a verba que ele aplica lá (custeio ou investimento) não é um subsídio. Um exemplo de subsídio é o que ocorre no caso das ferrovias privadas, em que um particular recebe dinheiro do governo para operá-la comercialmente.

Os argumentos que procuram explicar este tipo de subsídio em geral caem em 3 categorias:

- manter acessível o preço para o usuário final;
- tornar competitivo para a exportação (embora os acordos de comércio internacional tentem impedir isto ao máximo); ou
- manter em operação um serviço privado considerado importante, essencial ou de interesse público, mas que teoricamente opera com prejuízo ou é inviável com o capital privado disponível.

Eu não estou procurando criticar as ferrovias por dependerem de subsídios do governo. Mas acredito que a razão comum de criticar isto é que aqui no Brasil houve uma privatização das ferrovias, que agora são dirigidas e operadas por particulares, e ainda assim o governo continua colocando dinheiro lá na forma de subsídios. Mas não é só no setor ferroviário que isto ocorre...
Comentário de brain
Sim sim: Sim sim, eu expliquei ali em cima também o que subsídio não é. A Amtrak é estatal sim, mas não é monopolista, e seu foco é o transporte de passageiros. Nas décadas de 70 e 80 muito se debateu nos EUA a questão do subsídio ao transporte ferroviário (seja de passageiros ou de cargas), e acabou ocorrendo esta semi-estatização para manter o serviço em operação sem que as empresas continuassem tendo prejuízo. É uma questão interessante para debate político se a estatização é ou não uma alternativa melhor do que o subsídio contínuo ou a opção de deixar toda uma indústria quebrar, mas acredito que isto está bem fora do tema aqui ;-)
Comentário de henrique
Não: Quem acabou com as empresas de trem nos EUA foram as empresas aéreas.
Mesmo assim ainda é grande o numero de americanos que viaja em trens, não como na europa mas grande..

Henrique.
Comentário de
sim: As empresas aéreas, juntamente com o desenvolvimento das auto-estradas interestaduais, colocaram os últimos pregos no caixão do modelo antigo de transporte ferroviário de passageiros, nas décadas de 50 e 60. Mas, já nos anos 30, o automóvel e o caminhão colocaram sérios obstáculos à economia de escala que as operadoras/concessionárias tinham neste filão.

Mas a operação de linhas interestaduais de passageiros nos EUA sempre tendeu a ser deficitária. Antes da semi-estatização (anos 70), o maior incentivo que as empresas tinham para investir no transporte de pessageiros era usar este serviço como se fosse vitrine dos serviços de transporte de carga que operavam nas mesmas linhas - e que eram a verdadeira fonte de faturamento e lucro.

O que os carros (e principalmente os caminhões) tiraram das empresas de trens nos EUA (dos anos 30 aos 50/60) foi justamente uma fatia importante deste serviço que era o seu filé mignom. Acho que as ferroviárias entregariam de bom grado todos os seus serviços de passageiros (como de fato quase todas elas fizeram nos anos 70, só que para a estatal Amtrak) para as companhias aéreas, se pudessem ficar com os serviços de cargas. Mas os caminhões e as 'interstate highways' foram impiedosos ;-)
Comentário de sri_canesh
Brain,"dono" de blog e especi: Brain,"dono" de blog e especialista em sistemas intermodais :-D

Cássio R. Es_kelsen

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