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Durante algum tempo tivemos aqui no laboratório da Conectiva Mandriva discussões similares a que todo mundo tem quando se fala sobre Desktop para usuários. Menus, aparência, ícones, acessibilidade, e o monte de pequenas coisas que estão presentes no dia a dia e que você não percebe mas irritam muito você sem saber direito a razão.
O problema é que ainda não se tinha tido uma idéia para prova de conceito. Graças ao projeto do pc para todos, uma série de OEMs começou a ser produzida, e o tema "customização" caiu feito uma bomba sobre nós, principalmente na equipe responsável por este trabalho. E pior, como sair do feijào com arroz que toda distribuição faz sem reinventar a roda ou fazer algo de uso impossível?”
Veja abaixo a continuação do texto de Hélio Castro, desenvolvedor brasileiro da Mandriva, ou clique na imagem para vê-la ampliada.
Bom, o que foi planejado aqui foi uma junção de idéias que nào são novas, estão há tempos no nosso dia-a-dia e o que tentamos fazer foi criar um modo de agrupar todas elas.
- Do lado da diretoria ( sim, a gente não ignora as idéias vindas de qualquer lado, ainda mais como são boas ) veio uma idéia de criar grupos de aplicações mais usadas. Juntando a isso existe a lógica que nós usuários comuns fazemos em casa, que é grudar os ícones de aplicação mais usados sempre no desktop ( quem nào faz isso ? )
- Do lado do governo, que tem como regra aplicações obrigatórias existentes no pc para todos, tivemos um set reduzido mas claro de aplicações para poder jogar como elas
- Do lado dos bancos ( sim, esses que guardam nosso dinheiro ) vem o fato de que sempre que se acessa um ATM ( caixa automático ) você tem as opções imediatas, não precisa entrar em uma série de menus, submenus, aí chegar na operação principal.
- Da "palavra de ordem moderna de desktops", a simplicidade de ter menos coisas na áreas global de desktop.
- Do postit, os desklets onde as aplicaçÕes ficariam, para nitidamente se diferenciar como painéis móveis, e não ícones no desktop. Tudo, vai vir um monte de gente dizendo que a Apple começou isso e o Konfabulator determinou as regras, mas todo o sistema de desklets só nasceu porque durante anos a gente colocou ( e ainda coloca ) lembretes grudados na geladeira, no monitor, no caderno. E se alguém argumentar sobre eles ficarem inacessíveis quando se abre a aplicação, isso cai no pressuposto que humanamente não trabalhamos com duas aplicações simultâneas na tela, ou consegue ?
Mesmo nós hackers avançados trabalhamos com alternância de tarefas, mas nào existe modo de se escrever em duas aplicações. E mais, a exceção da regra, se voc6e aciona um payer de música, invariavelmente você deseja que ele toque música, e não fica assistindo os números dos segundos, o que permite que ele fique em background, e voltar aquela única aplicação :-)
- Simplificar a barra. Não haveria motivo pra deixar muitas aplicações ali, se está tudo co acsso direto.
- E pra terminar, daqui do lab mesmo, a lógica para o pessoal de escrita ocidental, ter só a "casa" ( home do usuário ) no desktop como a primeira coisa a ser vista, e o lixinho logo abaixo. Para quem não entendeu, nós tendemos no lado ocidental a ler da esquerda pra direita, de cima para baixo. Então nada mais natural que a primeira visão a se ter é do seu local mais pessoal, a "casa" do usuario.
O resultado do mockup ( já funcional aqui ) pode ser visto na imagem que ilustra este artigo.
É claro que os painéis são móveis, podem ser escondidos, e as aplicações configuráveis, mas grande parte do efeito se dá a um trabalho também da harmonização do tema.
Colocar mais ícones no desktop, ou mesmo colocar a barra standard prateada do KDE simplesmente arruinaria o layout todo, porque torna a colocar muitos elementos na tela quebrando completamente a harmonia.
Então para cada caso está sendo necessário trabalhar um pouco sobre o tema, principalmente cores a o quanto de lixo você pode evitar.
É um trabalho de usabilidade em desenvolvimento e a gente está feliz em poder compartilhar com vocês, porque em breve milhares de máquinas com imagens similares a esta estarão no mercado e é de nosso interesse completo e absoluto que elas sejam agradáveis o suficiente para o usuário continuar com seu Linux instalado na máquina, claro.
Ah, pra quem perguntar, o sistema é o Mandriva 2006 com algumas modificações e KDE, é claro :-)
A idéia de o usuário ter que ficar minimizando tudo para acessar os aplicativos, pra mim, não é interessante, mas para a grande massa que está comprando o primeiro PC, é uma arma muito grande para simplificação da utilização do Linux Desktop.
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