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Saiu no Slashdot uma notícia onde Linus Torvalds explica os motivos de sua recente declaração sobre a GPL3. Um deles seria o fato ele não apreciar as restrições sobre DRM impostas pela nova versão.” A nota foi enviada por Rael (rael·gcΘgmail·com) , que enviou este
link para mais detalhes.
O artigo faz referência a um texto um pouco mais completo
no Newsforge, que não se limita à citação curta reproduzida no Slashdot. Trechos em tradução livre de um dos e-mails em que Linus defende a sua opção de continuar com a GPL 2: "
Em outras palavras, eu pessoalmente penso que a cláusula anti-DRM faz muito mais sentido no contexto das licenças Creative Commons, do que no das licenças de software. Se você cria conteúdo útil e valioso que outras pessoas queiram estar aptas a usar (sejam músicas, animações, ícones...), eu sugeriria que você protegesse este _conteúdo_ dizendo que ele não pode ser usado em esquemas de DRM. (...) A GPL já exige [a disponibilização do] código-fonte (ou seja, conteúdo não protegido). Assim, a GPL já tem uma cláusula anti-DRM no que tange ao _software_. Se você quer combater a DRM em fronts que não sejam o do software, você precisa criar conteúdo que não seja software, e combater _nele_."
Em outros trechos do texto, Linus defende que a possibilidade de existência de hardware que recuse a execução de kernels que não tenham sido assinados digitalmente por uma fonte reconhecida, ou de kernels que recusem a ativação de módulos nas mesmas condições, podem ser características positivas em determinados contextos (provavelmente não relacionados ao usuário doméstico médio), e que o código-fonte continua disponível em qualquer caso.
Pessoalmente, é claro que eu não compraria para uso pessoal um PC que me impedisse de rodar o kernel ou o aplicativo de minha própria escolha, e espero que um número suficientemente grande de consumidores continue pensando assim, para que a indústria tenha dificuldade em impor de forma definitiva esta restrição. Mas quando se trata de determinados servidores,
appliances ou outros equipamentos com o sistema operacional embarcado, consigo imaginar situações em que pode ser do interesse do usuário ter certeza de que todo código em execução é certificado - e ao mesmo tempo ter acesso completo ao código-fonte do mesmo.
Ainda segundo Linus, adotando a GPL3 no Linux não seria mais possível criar os modelos de proteção de execução em que o kernel de uma distribuição com foco em segurança só permite carregar módulos que tenham sido assinados com uma chave privada específica - porque a licença exigiria que esta chave privada fosse distribuída também. O que certamente não faria falta para mim ou para qualquer pessoa que instala seus próprios kernels, mas faria diferença para quem adota este modelo de certificação de origem do software.
Não realizei minha própria análise dos argumentos de Linus Torvalds, mas procurei reproduzir um apanhado geral para abrir mais uma vez a discussão, indo um pouco além dos trechos já vistos anteriormente. Recomendo a leitura do artigo original, uma vez que não fiz uma tradução completa, e me limitei aos trechos que mais atraíram minha atenção. Agora é com vocês.
Sem críticas ao Augusto ou ao Linus, foi apenas uma piada! ;-)
A Física é tão subjetiva quanto qualquer outra empresa humana.
Albert Einstein