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Cerca de um ano atrás, quando a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão informou suas intenções de conduzir projetos de computação em grid, a retórica que surgiu ao redor da iniciativa foi principalmente sobre redução da dependência dos fornecedores e corte de despesas relativas aos computadores de grande porte. Acreditava-se que o maior benefício seria minimizar a queda de braço com os fabricantes de mainframes, que tradicionalmente cediam pouco na negociação dos preços dos equipamentos. Os resultados das iniciativas realizadas desde então, porém, mostram que, além de favorecer a barganha com os fornecedores, o sistema pode também trazer benefícios a outras instâncias públicas a baixo custo, o que deu fôlego ainda maior à tecnologia dentro do governo. A aposta é tamanha que a SLTI pretende elevar em mais de 730% os investimentos em projetos de grid, passando de 600 mil reais no ano passado para algo em torno de cinco milhões de reais em 2005.
A primeira experiência começou em abril com a utilização do sistema que inclui 32 servidores de dois núcleos e software livre baseado em Debian. Adquirida no ano passado por 480 mil reais, a solução de 4,5 terabytes teve como missão testar o poder computacional da estrutura para filtrar a base da Previdência Social, a fim de verificar distorções na lista de cadastros, conforme aponta Rogério Santanna, secretário de Logística e Tecnologia da Informação. "A ferramenta ajudou a mostrar que, para cada óbito registrado no sistema de aposentadorias, existem outros 156 não detectados, o que na prática, faz com que o governo continue pagando aposentadorias para pessoas que já morreram", aponta. (...)
O próprio Serpro, em apoio às iniciativas da SLTI, tem mantido contato com outras instituições de ensino brasileiras, como a Universidade da Paraíba, para aproximar os projetos acadêmicos dos governamentais na área de grid. "Esperamos que a convergência entre novas pesquisas de universidades para grid e também com software livre crie um novo ambiente de governo com recursos computacionais de alta qualidade", informa Deivi Lopes Kuhn, coordenador de migração para software livre do Serpro. Para o secretário Rogério Santanna, o momento é de estabelecer a infra-estrutura de grid em diferentes ministérios e fazê-la colaborar entre si. "Acredito que entre três e cinco anos poderemos dominar este processo", aponta. Resta saber, se, com a eleição presidencial de 2006 e as possíveis mudanças nas equipes de TI dos ministérios, os projetos de computação grid terão fôlego para crescer no compasso estimado. ” A notícia da
ComputerWorld foi enviada por Leonardo Rodrigues de Mello (leonardo·melloΘplanejamento·gov·br) .