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O surgimento dos softwares com código aberto não foi o único fator, mas possui posição de destaque nas discussões sobre o surgimento do novo modelo de desenvolvimento/fabricação de programas conhecido atualmente como fábrica de Software. Caminhando a passos largos rumo a consolidação de mercado, as fábricas de software nacionais possuem inúmeros casos de sucesso de Desenvolvimento de software seja ele utilizando código aberto ou não. O conceito de fábrica de software foi aplicado comercialmente no Brasil em 1993. Junto com as Fábricas surge um conceito que está em voga no mercado mundial, o Offshore de desenvolvimento de Software. Trata-se da terceirização do desenvolvimento de módulos ou programas que permite agilidade, qualidade e baixo custo de produção fundamentado no conceito de controle e produção das fábricas de software. Estimuladas pelo movimento norte-americano e europeu de prática de contratação de Fábricas de Software offshore países como Polônia, Hungria, India, Filipinas, Malásia, China e Russia estão com este mercado em franco crescimento.”
O trecho acima é do texto "Software Livre, vamos pagar pra ver?", enviado por
Alison Rabelo. Veja a íntegra do texto abaixo.
Software Livre, vamos pagar pra ver?
por Alison Rabelo,PMP
Uma transformação vem acontecendo nos últimos anos na Engenharia de Software decorrente do surgimento de um grupo de pessoas, que em desacordo com a política comercial adotada pelo maior, entenda-se Microsoft, buscam alternativas de desenvolvimento de aplicações em código aberto que permitam maior autonomia e consequentemente, menores custos.
Esta briga vem apresentando resultados diários relacionados ao desenvolvimento de soluções em software livre e permitindo a criação do novo modelo de desenvolvimento de programas e aplicativos, batizado como fábrica de software.
No que diz respeito a utilização de software livre, no Brasil, inúmeras ações vem sendo disparadas. O atual Governo Federal, tem duas metas de governo que são fundamentadas neste novo conceito: a inclusão digital e a redução dos custos de infra-estrutura tecnológica através da utilização de softwares livres nos sistemas federais.
O programa de inclusão digital no Brasil tem como carro chefe o projeto PC Conectado que busca facilitar o acesso dos brasileiros às máquinas através da criação de subsídios como isenção de impostos de produção e facilidade de crédito e juros abaixo do mercado para compra em 24 meses. Pelo projeto inicial o PC conectado teria como sistema operacional o LINUX. Esta opção pelo LINUX obrigou a Microsoft a apresentar uma proposta de criação de um sistema operacional OEM com valor 80% menor que o atual. Por que isso? Basta identificar que, a partir da chegada destes modelos ao mercado, cada PC Conectado tenderia a possuir uma cópia pirata do Windows. Com essa redução do valor do Windows ele passa a ser uma excelente opção para o projeto visto a intimidade que o ser humano passou a ter com as aplicações de Bill Gates. Em entrevista a revista Istoé Dinheiro Emílio Umeoka, presidente da Microsoft Brasil, disse que a Microsoft está fazendo uma aposta de longo prazo. Não obscura a possibilidade de, com este novo sistema, com menos funcionalidades, um percentual dos novos usuários irá buscar programas Microsoft para incrementar suas máquinas.
Outro projeto que faz parte do programa de redução de custos do governo federal visa a substituição de grande parte dos sistemas atuais do governo por plataformas de software livre, diminuindo os gastos com licensas e manutenção. Esta disputa é interessante ao mercado consumidor pois abre janelas de oportunidades para todos com a disputa entre a gigante do capitalismo e a gigante do software livre.
Silvio Meira em entrevista à revista RITS, quando questionado sobre a politica de incentivo ao uso de software livre pelo governo federal e a convivência das duas plataformas, cita A convivência sempre é possível. Não existe nenhum mercado que seja totalitário, dominado por uma única vertente tecnológica ou ideológica. Todas as tentativas de fazer isso no passado foram malfadadas. Se tomarmos uma visão de capitalismo totalmente dominada pelo Estado ou então somente de mercado, sabemos que um funciona errado para um lado e o outro funciona errado para o outro lado.... Há situações em que o software livre se presta muito bem para solução de problemas de governo, de iniciativa privada, pessoas físicas e terceiro setor. Por outro lado, acho que em outras ocasiões o software livre não vai resolver problemas, não que não seja recomendável, mas porque ele não é apenas uma declaração de que algo vá ser livre em algum lugar....
Todos entendemos que a convivência entre os dois sistemas é democraticamente correto pois abre oportunidades a todos, cria a concorrência e esta a redução do preço final praticado ao mercado, o surgimento de novos códigos abertos e o desenvolvimento tecnológico da Nação com a facilitação de uso de novas tecnologias.
O surgimento dos softwares com código aberto não foi o único fator, mas possui posição de destaque nas discussões sobre o surgimento do novo modelo de desenvolvimento/fabricação de programas conhecido atualmente como fábrica de Software.
Caminhando a passos largos rumo a consolidação de mercado, as fábricas de software nacionais possuem inúmeros casos de sucesso de Desenvolvimento de software seja ele utilizando código aberto ou não.
O conceito de fábrica de software foi aplicado comercialmente no Brasil em 1993. Junto com as Fábricas surge um conceito que está em voga no mercado mundial, o Offshore de desenvolvimento de Software. Trata-se da terceirização do desenvolvimento de módulos ou programas que permite agilidade, qualidade e baixo custo de produção fundamentado no conceito de controle e produção das fábricas de software.
Estimuladas pelo movimento norte-americano e europeu de prática de contratação de Fábricas de Software offshore países como Polônia, Hungria, India, Filipinas, Malásia, China e Russia estão com este mercado em franco crescimento.
Em abril de 2003 a revista ComputerWorld publicou uma reportagem de Ricardo Cesar que frisava que a atividade conhecida como fábrica de software cresce a olhos vistos no país e é alvo de investimentos de centenas de consultorias, integradores e software houses.
O Brasil, apesar de possuir características que potencializam sua vocação para este mercado, esbarra em políticas nacionais e fatores culturais que entravam o processo. Silvio Meira cita no artigo Política de Software e Realidade Nacional divulgado em Fevereiro 2004 que Olhando para o tamanho do mercado, é razoável assumir que as empresas brasileiras de software são em sua maioria muito pequenas.... o faturamento médio real estaria bem abaixo de um milhão de reais e esta pode ser a realidade para quase a totalidade das empresas de software nacionais; seus negócios seriam, então, de subsistência, obviamente num grau de sofisticação muito maior do que a agricultura familiar mas, mesmo assim, guardando semelhanças relevantes: num mundo baseado em delivery, onde as grandes fábricas de software da Índia têm faturamento perto do bilhão de dólares por ano, qual o lugar do software familiar no mercado internacional?. E para ele quanto aos produtos o problema é certamente mais grave pois, resultado do casamento de capacidade de produção com marca, reputação e participação em uma cadeia de valor capaz de atingir as grandes redes mundiais de distribuição, os produtos de software, sejam de prateleira ou corporativos, necessitam de um grau de penetração de seus fabricantes, nos mercados, muito maior do que parece ser o caso para os serviços. A pequena empresa de serviços pode sobreviver apenas com contratos locais de (possível) pouca exigência de produtividade e qualidade, o que é tão mais verdade quanto mais remoto e/ou pequeno for seu mercado local. Produtos, por sua vez, têm um mercado quase que necessariamente mundial, acentuado, no segmento corporativo, pelas tentativas (até agora frustradas, em parte) de consolidação dos insumos na maioria dos setores econômicos globalizados, incluindo software e sistemas de informação.
Se deixamos o tamanho para lá, ainda assim são poucos, no Brasil, os negócios de software que têm condições de exportar, por não atenderem a requisitos de qualidade, produtividade e capacidade exigidos por um mercado internacional cada vez mais competitivo. Isso é parte da realidade nacional que terá que ser levada em conta nos cenários para a definição de uma política de software que deveria considerar ações em, pelo menos, três ciclos de vida: o do software, o de sua venda e o dos negócios de software e serviços.
Mas, sabemos que muito ainda tem que ser feito para desenvolver o mercado de desenvolvimento de software nacional, seja ele opensource ou não. Todos sabemos das dificuldades existentes em levantamento e controle de requisitos, qualidade e estimativas de projeto. Pontos que são essenciais para a execução de projetos de sucesso. Muito temos a aprender e desenvolver e o software livre, visto sua característica de desenvolvimento distribuido, tem forte contribuição a esse modelo. Já que muitas comunidades virtuais desenvolvem sistemas baseados neste conceito e nos processos de controle e produção de fábricas de software.
Samuel Peixoto, Gerente de Tecnologia do Banco ABN AMRO REAL, na apresentação do livro Fábrica de Software, cita que As fábricas de software são modelos de desevolvimento de software baseados em processos de produção com controle e gerenciamento da produção para operações em larga escala. Os processos de Fábrica de Software não podem ser conduzidos como qualquer outra forma de contratação devem ser pautados em regras claras de contratação e um modelo seguro e consistente de especificação e estimativa, sem os quais continuamos na promessa de produtividade e qualidade.
Baseado no SPL (software product line) que é defendido por Paul Clements no livro Framework for software product line practices. , Aguinaldo Fernandes, no livro Fábrica de Software, cita que o SPL tem por objetivo criar uma manufatura de software nos mesmos moldes de uma linha de montagem de automóveis, o que solucionaria a questão da Fábrica de Componentes. Aguinaldo Fernandes possui uma grande expectativa quanto a esse conceito Esperamos que esse conceito comece a ser adotado, a medida que as novas plataformas de ambientes distribuídos se disseminem de forma generalizada e que surjam novas ferramentas de apoio ao desenvolvimento
Muito ainda vamos presenciar, visto que toda esta transformação ocorre em um período máximo de 10 anos e este intervalo de mudanças e ajustes diminui com o passar do tempo, visto a velocidade do mercado atual.
Vamos pagar pra ver?
Alison Rabelo é consultor em gestão e processos.
mais informações no site www.vinic.com.br
Nas aulas de engenharia de software que assisto é proposto tornar o desenvolvimento de software tão confiável quanto o desenvolvimento de produtos civis, como pontes, prédios, alimentos e outras coisas. Nessas aulas são citadas certificações internacionais como PMI, CMM, CMMI e diversos padrões aprovados e distribuidos pela ABNT referentes ao desenvolvimento de software, porém como estou fora do mercado(atualmente só estudando) não tenho como avaliar a viabilidade do uso desses modelos de desenvolvimento.
Alguém pode comentar a respeito?
Se os textos começarem a ser parecidos com esse o br-linux além de ser referência em assuntos relacionados a Linux será uma referência no desenvolvimento de aplicações :) isso é uma faca de dois gumes, mas seria bem interessante te-la em mãos :D
(:)[podem me xingar]