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O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciaram hoje a criação de uma entidade sem fins lucrativos para reunir empresas e grupos de todo o mundo em torno de iniciativas de desenvolvimento de software livre no ambiente corporativo. Chamada de Open Technology Users Network (Otun), a ONG servirá como um meio de certificação de programas criados em software aberto. Atuará também como incentivadora de pesquisas, podendo, inclusive, aportar recursos em projetos. 'É como uma agência, um protocolo que pega o ritmo da comunidade de desenvolvedores (de software livre) e coloca na linguagem da empresa', afirmou o diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI), Sérgio Amadeu, um dos principais incentivadores do uso de programas abertos pelo governo federal.
A Otun, que deve eleger diretoria na próxima semana, tem cerca de 50 empresas já associadas, entre elas a gigante do varejo nacional Casas Bahia, a rede francesa Carrefour no Brasil e companhias de tecnologia como Novell, Sun Microsystems e IBM, que estão investindo no desenvolvimento do sistema operacional livre Linux. A entidade vai exigir R$ 1,5 milhão por mês para ser mantida, segundo cálculos de uma diretoria provisória. Os recursos virão de sócios e doações. 'Na comunidade internacional, existem várias organizações de apoio ao software livre, mas nenhuma formada por usuários corporativos', disse o gerente-executivo de software livre e sistemas da Cobra Tecnologia, Ricardo Bimbo. A Cobra é uma companhia de informática do Banco do Brasil e distribuidora de uma versão do Linux chamada Freedows.
Entre os projetos em estudo pela ONG está um sistema aberto de geoprocessamento que pode ser usado, por exemplo, por bancos interessados em analisar concentração de clientes, distribuição de equipamentos, logística. Poderá ser usado também para fiscalização de coleta de lixo, disse o vice-presidente de tecnologia do BB, José Cerqueira César. 'Nosso interesse é compartilhar custos, escala. Não vamos fazer lobby (no governo), não estamos pedindo esmola a ninguém', disse César a jornalistas, acrescentando que estão sendo feitos contatos com empresas no Chile, Colômbia, Venezuela, México e países asiáticos 'onde há necessidade de uso de software livre'.
(postado por
Augusto Campos)
Comentários dos leitores
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Parte a isto, fico muito feliz que empresas de tamanho porte estejam envolvidas no melhoramento e divulgação dos projetos livres. Parabéns pela iniciativa.