CEO do OSDL explica como as ameaças da SCO ajudaram o Linux
A Business Week publicou um artigo de Stuart Cohen, CEO do OSDL (entre muitas outras possíveis descrições, trata-se da organização que emprega Linus Torvalds), explicando por que as ameaças da SCO foram extremamente positivas para o Linux. Ele traça um breve panorama, incluindo as sombrias manchetes de jornal a princípio, a reviravolta ocorrida quando o mercado e a comunidade perceberam o quanto eram frágeis as acusações, e o efeito bumerangue ocorrido sobre as primeiras expectativas sombrias. Segundo Cohen, a ofensiva legal da SCO foi o chamado que fez a comunidade acordar e mobilizar-se, unindo um grande e disperso grupo de consumidores e desenvolvedores ao redor de uma mesma causa. Ela levou a comunidade a colocar a casa em ordem, e sua resposta revelou ao mundo o quanto esta casa havia crescido, e deu ao Linux nova credibilidade. O artigo é bastante interessante, e conclui: "No caminho do tribunal, nós podemos agradecer a SCO por ajudar a mover o Linux ainda mais rápido das fronteiras das redes de computadores para o coração do data center."
(postado por Augusto Campos)
Comentários dos leitores
Comentário de Eduardo Linux
09/02/05 11:42 - usuário registrado #558
Faz sentido, Kid-X...: Já pensou se a Microsoft abre o código do Windows? Parece piada, a princípio. Mas muita gente voltaria suas atenções a ele. Por mais buggy que o software seja, a abertura do código seria uma novidade muito interessante - a última cartada, eu diria - que atrairia a atenção de milhares, senão milhões de pessoas.
Ou, então, se o Hurd começasse a engrenar? Já pensou? O kernel ideal, micro, totalmente modular, tendo cada vez mais e mais desenvolvedores interessados, ports e mais ports até que se torne um kernel tão ou mais completo que o Linux? A vitória, enfim, seria de Richard.
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Vencedores não usam drogas; usam software livre.
"É preciso suportar duas ou três larvas, se quiser conhecer as borboletas." - Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe.
Ou, então, se o Hurd começasse a engrenar? Já pensou? O kernel ideal, micro, totalmente modular, tendo cada vez mais e mais desenvolvedores interessados, ports e mais ports até que se torne um kernel tão ou mais completo que o Linux? A vitória, enfim, seria de Richard.
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"É preciso suportar duas ou três larvas, se quiser conhecer as borboletas." - Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe.
Comentário de Ednei Pacheco
09/02/05 11:54 - usuário registrado #81
Diversidades...: Já comentei sobre isso uma vez e minhas opiniões não foram muito bem aceitas... A diversidades de opções são maravilhosas para atender necessidades específicas, porém vão acabar desfragmentando os esforços da comunidade que o mantém. Ah, mas alguém vai afirmar "só os melhores sistemas sobrevivem...". Éh, realmente... e os esforços desprendidos naqueles que não vingaram? Vão por água abaixo? Não poderiam ser "melhor aproveitados".
Na antigüidade, Roma e Pérsia foram impérios vastos, mas porque foram vencidos por povos bem reduzidos e melhor estruturados? O 1o. praticamente se desfragmentou, e o 2o. não tinha consistência no comando devido à diversidades de culturas (desfragmentou-se também). Não quero ser pessimista, mas há o risco disto acontecer (no futuro) com o SL.
É por isso que não sou muito à favor no nascimento de novas distros e ambientes gráficos, exceto quando elas possuem um grande DIFERENCIAL.
Att., Ednei Pacheco.
Na antigüidade, Roma e Pérsia foram impérios vastos, mas porque foram vencidos por povos bem reduzidos e melhor estruturados? O 1o. praticamente se desfragmentou, e o 2o. não tinha consistência no comando devido à diversidades de culturas (desfragmentou-se também). Não quero ser pessimista, mas há o risco disto acontecer (no futuro) com o SL.
É por isso que não sou muito à favor no nascimento de novas distros e ambientes gráficos, exceto quando elas possuem um grande DIFERENCIAL.
Att., Ednei Pacheco.
Comentário de Eduardo Linux
09/02/05 12:05 - usuário registrado #558
Interessante sua visão...: ... mas, como sou um idealista bobo, acho que não é assim. Os esforços que não vingaram sempre deixam alguma coisa. Nem que seja uma mínima lição de o que não fazer em um projeto de software livre.
Quanto à fragmentação dos esforços da comunidade, não é bem assim; os esforços podem não ser muitos se há uma segmentação da mesma em torno de um objetivo comum. Ora, poderíamos ter apenas uma distribuição destinada ao Desktop, outra a servidores e outra para power users, o que acha?
A fragmentação sempre haverá. E sou a favor de que novas idéias surjam sempre; é diante do "caos" e da adversidade que vêm as novas idéias. Mas, no caso do Hurd e do Windows não seria uma perda de esforços, mas sim um direcionamento dos esforços em torno de maneiras diferentes de se atingir um mesmo objetivo comum. Entretanto, tão diferentes que poderiam se tornar distintas. Afinal, Hurd, Linux e DOS/NT são bem diferentes entre si.
Voltemos à redundância... não só eu, nem você, mas muitos talvez já tenham sentido também que KDE e GNOME poderiam ser uma única interface, ou que poderia haver uma melhor integração das aplicações com as interfaces. Diga-se usar QT no GAIM sem GTK-QT, mas diretamente.
Claro, isso não é assim tão fácil, e por enquanto ficamos no dilema de usar algumas aplicações GTK, outras QT.
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"É preciso suportar duas ou três larvas, se quiser conhecer as borboletas." - Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe.
Quanto à fragmentação dos esforços da comunidade, não é bem assim; os esforços podem não ser muitos se há uma segmentação da mesma em torno de um objetivo comum. Ora, poderíamos ter apenas uma distribuição destinada ao Desktop, outra a servidores e outra para power users, o que acha?
A fragmentação sempre haverá. E sou a favor de que novas idéias surjam sempre; é diante do "caos" e da adversidade que vêm as novas idéias. Mas, no caso do Hurd e do Windows não seria uma perda de esforços, mas sim um direcionamento dos esforços em torno de maneiras diferentes de se atingir um mesmo objetivo comum. Entretanto, tão diferentes que poderiam se tornar distintas. Afinal, Hurd, Linux e DOS/NT são bem diferentes entre si.
Voltemos à redundância... não só eu, nem você, mas muitos talvez já tenham sentido também que KDE e GNOME poderiam ser uma única interface, ou que poderia haver uma melhor integração das aplicações com as interfaces. Diga-se usar QT no GAIM sem GTK-QT, mas diretamente.
Claro, isso não é assim tão fácil, e por enquanto ficamos no dilema de usar algumas aplicações GTK, outras QT.
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"É preciso suportar duas ou três larvas, se quiser conhecer as borboletas." - Antoine de Saint-Exupéry em O Pequeno Príncipe.
Comentário de Ednei Pacheco
09/02/05 12:17 - usuário registrado #81
Tens razão e concordo em diversos pontos: Tens razão e concordo em diversos pontos contigo Eduardo. Mas vejam outras situações. Se existe uma maravilha distro Live-CD como o Kurumim, que outros diferenciais as demais distros Live-CDs vêm? Se temos ambientes gráficos com a cara do Windows (XPde, Blanes ou até mesmo temas para o KDE/Gnome), pra quê criar uma distribuição personalizada se podemos adaptar sua interface (longe de mim querer criticar)?
Uma vez conversei com alguns amigos sobre a possibilidade de criar uma distribuição baseada no Slackware chamada mini-Slack. Seria basicamente um mini-CD apenas com os pacotes básicos do sistema + o KDE "pelado". O usuário iria personalizando o sistema de acordo com suas preferências (que considermo menos trabalhoso do que ficar removendo pacotes para ter o mesmo resultado). Tempos depois, sabe porquê desisti do projeto? Pois considero mais fácil criar tagfiles personalizadas à ter todo esse trabalho. Entende onde quero chegar?
Att., Ednei Pacheco.
Uma vez conversei com alguns amigos sobre a possibilidade de criar uma distribuição baseada no Slackware chamada mini-Slack. Seria basicamente um mini-CD apenas com os pacotes básicos do sistema + o KDE "pelado". O usuário iria personalizando o sistema de acordo com suas preferências (que considermo menos trabalhoso do que ficar removendo pacotes para ter o mesmo resultado). Tempos depois, sabe porquê desisti do projeto? Pois considero mais fácil criar tagfiles personalizadas à ter todo esse trabalho. Entende onde quero chegar?
Att., Ednei Pacheco.
Comentário de Manoel Pinho
09/02/05 21:20 - usuário registrado #8
SCO Unixware perfeito ?: SCO Unixware perfeito ?! Evidentemente você nunca lidou com ele.
O Solaris ainda tem realmente algumas vantagens quando roda em grandes máquinas (com dezenas de processadores) baseadas em Sparc, mas são tão caras que não faz muita diferença ser gratuito ou não. Em compensação o Solaris é lento em PCs normais e tem muito menos suporte a hardware. Não creio que vá melhorar muito a sua popularidade agora, mas pode incomodar ao concorrer com as versões comerciais de Linux para servidores, como o Red Hat.
O Unixware só era popular porque era praticamente o único Unix para PCs que existia. Era estável sim mas nada mais do que um linux e já não sofria melhorias há anos. Com a popularização do linux, não houve mais razão lógica de pagar por um sistema proprietário e menos flexível do que o linux. Se virasse GPL provavelmente teria todas suas partes boas incorporadas ao linux e outros sistemas e morreria de qualquer jeito.
E essa estória de que o Unix "verdadeiro" é melhor do que o linux é lenda. Primeiro, porque já não existe o verdadeiro Unix criado pela AT&T, mas sistemas que se basearam nesse código e que já sofreram muitas alterações e melhorias. Segundo, os *BSDs estão aí há anos, tem muito mais do código Unix original, são livres também e nem assim conseguiram a popularidade do linux. Eles têm algumas coisas pouco melhores do que o linux mas também têm várias coisas piores. Enfim, quem quer um Unix livre mais próximo do original já tem os *BSDs.
O Solaris ainda tem realmente algumas vantagens quando roda em grandes máquinas (com dezenas de processadores) baseadas em Sparc, mas são tão caras que não faz muita diferença ser gratuito ou não. Em compensação o Solaris é lento em PCs normais e tem muito menos suporte a hardware. Não creio que vá melhorar muito a sua popularidade agora, mas pode incomodar ao concorrer com as versões comerciais de Linux para servidores, como o Red Hat.
O Unixware só era popular porque era praticamente o único Unix para PCs que existia. Era estável sim mas nada mais do que um linux e já não sofria melhorias há anos. Com a popularização do linux, não houve mais razão lógica de pagar por um sistema proprietário e menos flexível do que o linux. Se virasse GPL provavelmente teria todas suas partes boas incorporadas ao linux e outros sistemas e morreria de qualquer jeito.
E essa estória de que o Unix "verdadeiro" é melhor do que o linux é lenda. Primeiro, porque já não existe o verdadeiro Unix criado pela AT&T, mas sistemas que se basearam nesse código e que já sofreram muitas alterações e melhorias. Segundo, os *BSDs estão aí há anos, tem muito mais do código Unix original, são livres também e nem assim conseguiram a popularidade do linux. Eles têm algumas coisas pouco melhores do que o linux mas também têm várias coisas piores. Enfim, quem quer um Unix livre mais próximo do original já tem os *BSDs.
Quer acabar com o Linux? Só tem um jeito, apenas 1 (UM) jeito, pode parecer piada, mas é o único jeito: Abra o código do Unixware sob GPL!
O maior pesadelo do Torvalds é isso: Os desenvolvedores deixarem de desenvolver o Linux porque surgiu outro kernel/sistema operacional de licença GPL e "melhor"(dizem que o Unixware é o "Unix Perfeito"), aí sim seria um grande obstáculo para o pinguim...
Eu descobri isso depois que o Torvalds falou que o Solaris Open Source é piada, aquilo só podia ser medo! É uma pena que o Solaris está sob uma licença diferente da GPL, por isso não funcionou muito bem...